Há almas eternas, outras imortais e talvez até mesmo outras confortavelmente emanentes sobre o Universo; cabe-nos a nós descobrir quais as que nós somos, por outras que andam por aí...
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terça-feira, 9 de setembro de 2014
A Recriação Mítica
Teste de Rorschach
Haverá de facto uma Recriação Mítica envolta na corrente artística de Narayana Murthy, na qual se percepciona uma mensagem oculta? Terá este tido a óbvia influência dos Testes de Rorschach - usados em Psicologia - e nos quais houve uma certa imitação na possibilidade de interpretação espiritual? Será a sua arte visionária nessa misticidade em criação e, recriação?
A Arte Visionária de Narayana Murthy
Os mitos, produtos do espírito humano, formam-se e transformam-se consoante o plano de consciência alcançado. é no entanto possível reconstruir o processo de criação dos mitos, por exemplo, na obra do pintor espiritual contemporâneo Narayana Murthy, de Bangalore.
Dobrando uma folha previamente pintada, obtêm-se manchas de cor simétricas e aleatórias.
Narayana Murthy medita perante estas imagens e reconhece nelas formas visionárias que liberta da indefinição com algumas pinceladas. Com os seus sentidos despertos, o artista percebe a mensagem oculta da imagem e cria quadros sugestivos: manifestações de divindades hinduístas e cenas das grandes epopeias do seu país, o Ramayana eo Mahabharata, que de certo modo lhe surgem de forma espontânea.
A Penitência de Arjuna
As obras de Narayana Murthy são, por assim dizer, uma recriação de cenas mítica. Por exemplo, o quadro «A Penitência de Arjuna» reflecte um episódio da antiga epopeia indiana Mahabharata: uma zona amarela brilhante representa o deus do Céu - Indra - pai de Arjuna.
Uma estrutura ascendente simboliza o «Linga» de Shiva - a representação sagrada do deus Shiva na forma de falo. A luz divina, que constitui o centro vermelho, emana da extremidade do Linga. A pequena estrutura encerrada no seu interior mostra Arjuna sentado na posição de lótus, com as armas partidas - o arco e a flecha - pousadas nas pernas.
Comunicação com os Deuses
A arte de Narayana Murthy é uma espécie de cooperação com o acaso: este tipo de trabalho conjunto exprime o conflito apaixonado com a fronteira do desconhecido. O encanto dos seus quadros, que aparecem arcaicos e arquetípicos, reside sobretudo no Estado de Levitação que parece circunscrever o momento da criação da forma.
Poderia também dizer-se que, Narayana Murthy detém o processo de criação no limiar da consolidação espaciotemporal, transportando deste modo o acontecimento futuro de novo para o espaço imaterial, onde a fantasia e a projecção estabelecem laços com a concepção arcaica e, primitiva da arte, enquanto comunicação com os deuses.
Os quadros de Narayana Murthy são o desenvolvimento de visões místicas. Tal como o Místico se serve de expressões paradoxais para descrever por palavras a sua visão do divino indescritível, também Murthy dá forma gráfica ao divino irrepresentável.
O Mundo dos deuses Hindus desdobra-se numa multiplicidade de correspondência e, referências, adquirindo assim uma nova qualidade para o artista místico de Bangalore.
Oceano da Vida
Narayana Murthy chamou «Oceano da Vida» a um quadro que transborda de símbolos visionários: no centro da parte superior encontra-se o «Yoni» - o órgão sexual feminino, que simboliza o mistério cósmico. Na forma que o rodeia, aparece a terrível cabeça na forma de um «Rakshasa» - um espírito mau - com a língua de fora. Por baixo, na estrutura alongada do centro, vê-se o Linga - o símbolo fálico do deus Shiva. Todo o conjunto é rodeado pelo oceano da vida, no qual todos os opostos se unem.
O involuntário, o visionário e o que é acrescentado inconscientemente, representam então uma Unidade - tanto neste como nos outros quadros do artista místico Murthy.
Narayana Murthy tentou assim representar desta forma, a Cosmovisão Hinduísta numa plataforma sucinta.O Oceano da Vida, no qual todos os opostos se unem simbolicamente, rodeando os contrastes nele reproduzidos, aflui no artista a sua evocação e recriação míticas.
Durante anos, Murthy praticou Meditação e Yoga. Certo dia, confrontando-se por casualidade com os testes de Rorschach - usados em Psicologia - e que, sendo constituídos por manchas simétricas de tinta, são apresentados aos pacientes (que têm assim de os interpretar), Murthy desenvolveu uma corrente artística com possibilidades de interpretação espiritual.
Sendo deste modo possível haver essa reconstrução no processo de criação dos mitos, percepcionando-se a tal mensagem oculta da imagem, recriou-se através desta arte visionária de Murthy, a possibilidade também dessa outra interpretação espiritual. Assim sendo, na perspectiva de um encontro e reconhecimento desse mundo espiritual em todas as possíveis recriações míticas que se possam afirmar, seja na pintura, na escultura ou outra qualquer forma exponencial de arte visionária, assim se repercuta em futuras demonstrações - na Humanidade que somos todos nós! Assim seja então!
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