Há almas eternas, outras imortais e talvez até mesmo outras confortavelmente emanentes sobre o Universo; cabe-nos a nós descobrir quais as que nós somos, por outras que andam por aí...
Translate
segunda-feira, 23 de outubro de 2017
Parabéns, CR7 + 5!
O Beijo da celebração antecedendo o do matrimónio (espera-se!) com toda a simpatia e manifestação de alegria com que nós, portugueses, seguimos a carreira internacional deste futebolista português que já nos deu mais satisfações - honras e lágrimas choradas de êxtase puro - do que quando casámos, nos nasceu filhos e netos ou, desculpem lá quem assim não pensa, o clímax de termos sido, por uma única vez, os campeões de qualquer coisa... Parabéns CR7 e família, alongada agora. Curte bem esse quinto prémio, homem!
A Ti, CR7, numa carta que nunca lerás...
Por uma vez na vida faltei à emissão televisiva que te anunciava como um dos grandes candidatos ao Melhor Jogador do Mundo, da FIFA. «Mea culpa, mea máxima culpa», para degredo meu e desarranjo de um cansaço literário que já me depõe como alma geriátrica de um qualquer asilo domiciliário; mas não tendo todas as culpas do mundo, ainda cheguei a tempo para ver se o vestido famoso e assaz brilhante e, elegante da tua suposta noiva castelhana, era ou não condizente com o seu bonito estado de esperanças, agora que vai ser finalmente mãe de um dos teus filhos. Parabéns por isso também!
O Júnior estava efusivo e também não era para menos; não há muitos jovens no mundo que se possam gabar de ver - e ao vivo! - o seu supracitado pai, o Melhor do Mundo, ser ovacionado e consagrado com um Quinto Troféu, doado pela FIFA. Obrigado FIFA, desde já.
(Aqui para nós que ninguém nos ouve...)
A Mãe Dolores, desta vez, destronada mas não amansada, ficou-se pela casa e em robe e chinelos, não fosse dar-lhe na veneta e escancarar a sua alegria incomensurável de ter tido um filho d`ouro e alarvar por ali adentro à boa maneira de mãe napolitana ou siciliana (ou Madeirense, no que muito nos orgulha de ter afincadamente assim um não enjeitado filho que só sabe acumular botas e bolas de ouro, benzadeus!) e mais se não diz, porque as manas e manos também estão de olho molhado, de lágrimas ensopadas mas não contidas, pelo que este menino-irmão é tudo o que Deus quis e Deus deixou e mais nenhum se lhe há-de igualar no mundo - não tão próximo assim.
Agora só para ti...
Estou à espera do Convite de casamento, Cristiano. Vou ficar fula da vida se não mo mandas (estou a brincar), mais que não fosse pelo que tens feito pelo teu país que é o meu e mais se não pode pedir. E isto, pela doação ou reserva pecuniária dessa tua economia solta de franca solidariedade - e muita piedade! - o teres pago as contas hospitalares dos queimados do Centro e Norte da Nação (pelos incêndios e mais que muito não se sabe, mas eu sei, do teu coração de ouro, mais que do das cinco bolas, e de outras que poderão ainda vir). Tens o nome de um governante das Américas e só por isso já és Grande! «We Make Portugal Great Again!», lembras-te...? Pois sim senhor, vamos lá erguer este condado que é nação de 900 e tal anos e vamos ser grandes outra vez (se é que alguma vez o fomos, mas temos esperança disso) e, como todos dizem: «A Esperança é a última a morrer!», pois que seja, e mais não digo!
Até digo: És o Maior! És o Melhor e não é preciso a FIFA o dizer para todos o sabermos com o teu rancho de quase quatro filhos, uma santa família e uma exuberância cativante de self made man que ninguém te apanha. És o meu ídolo! És a minha coisinha melhor depois de me ver - mesmo sem ser ao espelho - abandonada, ostracizada, mandada para a valeta, pincelada de cinza, de chaga e morte, pelo que vi - e pelo que senti - do meu país de cinzas aberto, como inferno de Dante, como inferno de um qualquer anjo menor, deus rejeitado ou eternamente revoltado por tantos lhe terem virado as costas. E assim estamos, de cinzas pintados. O verde da bandeira cinzelou, o vermelho-sangue dos heróis desbotou, e o escudo dos castelos e das quinas esboroou, como alma minha gentil que te partiste como Camões diria e eu, agora sem o dizer melhor, daqui me vou que já em lágrimas estou e nem sei porquê, se estou triste ou alegre, pois que tudo se junta, tudo se me enxovalhou, parecendo eu uma tonta, pelo tanto que se me deu.
Mas deixai-me prosseguir, pois que o dia é de festa, e tu és a coisa melhor que Portugal já teve! Europa e arredores, e se o mundo não te conhece faz mal, mas assim não é. Matariam por uma camisola tua, por uma assinatura tua, por um rosto teu em selfie, seja numa qualquer bola de rua, seja numa qualquer t`shirt molhada...
És um vencedor! És o que muitos nunca julgaram que sucedesse neste país de infâmias, de calamidades e atrocidades, de iniquidades e deformidades; e pior, de assimetrias - anómalas e deficitárias, coxas e por vezes cegas, surdas e mudas - de um país que tal como a UE anda a duas ou a três velocidades, em ponto zero, em ponto morto. E, se não estamos mortos, todos, é porque tu, CR7, nos dás estas alegrias, estas festividades regadas com uma mini (cerveja, que a coisa não dá para mais, ou quando muito, com um espumante da Bairrada) e pronto, estamos felizes, cumprimos o objectivo, mesmo que no outro dia não saibamos onde vamos buscar dinheiro para pagar a conta da luz ou da água e do gás, além a fracção do IMI (aquela roubalheira!) que nos arranca corpo e alma por, ao sermos proprietários de um T1 na Buraca, pagarmos como se tivéssemos acabado de aquisicionar uma moradia no Estoril - ou em Cascais. E pronto, já desabafei. Desculpa lá pelos atropelos, mas a coisa deu-se para o tarde e eu estou que nem posso. Ando a dormir mal e não como direito; talvez por que o sexo também não tem sido muito feliz - nem assíduo nem bom. Eu sei. Estas coisas não se dizem, nem se pensam, mas eu penso e digo, já está. Que se lixe!
E vou acabar. Desculpa se não comecei a desejar que estivesses de boa saúde, deixa lá, eram outros tempos, daqueles em que se iniciava por aí, para sufragar talvez essa ou essas outras dores da distância e da saudade, muitas, que haviam pelo Ultramar e pelas «madrinhas de guerra» que ao longe se consolavam pelos afectos que não tinham. Mas disse-te agora. Tudo de bom; a ti e à tua recente família, e à outra mais plena de direitos e sempre presente que te não deixa cair, que te não deixa desistir, mesmo quando se acercam de ti os algozes das finanças (espanholas) com razões ou sem elas de teres ficado a dever uma pipa de massa ao fisco castelhano. O nosso Dom Afonso Henriques, o primeiro, lá onde estiver, deve estar a rir-se despregada e despencadamente. Que se lixem os Espanhóis, pois então. Ou não, coitados, se sofreram como nós (na Galiza) o mesmo infortúnio dos azares ou das incompetências e daquelas pequenas grandes coisas que não são urgências para os políticos e para o voto neles. Uma chatice!
Despeço-me então e que sejas feliz. Que a hora da Georgina seja curta e feliz também. Que a menina venha escorreita e bem. E que os gémeos sejam abençoados por toda a família (e por toda a bênção de Deus que lhes não deu mãe mas dará, por certo, uma outra que o será, acredito), além o menino-prodígio Júnior que os teus passos segue ou seguirá, bendito seja! E já está. Não leves a mal se me estiquei; são frutos do momento e do cansaço, muito, de saber que não verei tão depressa - e tão verdejante - este meu país caído em pranto e em vazio ninho de perdiz. E de outros que tão depressa não nidificarão, não procriarão e muito menos ressuscitarão, tal como a Fénix renascida que tantos falam mas eu a não vejo recobrar feições ou redobrar afeições, a não ser por aqueles que, se abraçam e se perdem nos perdidos momentos de tristeza de todo um país. Acabei. CR7 sê feliz, por ti, e por todos nós. Pelo teu país e pela tua nação que, nem sempre te merecendo, se continua a alegrar fascinada pelo tanto que tu nos dás, e nós... tão pouco, tão pouco ainda, para o tanto que nos devolves em auto-estima e um nadinha de orgulho ou até integridade, ao falares Português - em língua de Camões - e todos ficarem a olhar, absortos e parvos, sem compreenderem patavina de nada, mas a sorrirem feitos espertos, feitos audazes na eclética ignorância que não é nacionalista mas mundial e, à escala planetária.
E se a FIFA continuar a não considerar a nossa língua, não te importes; o Brasil fala-a, os PALOP também; e, mais haverão que a falarão, pois que esta minha língua de Pessoa e Camões (e outros mais!) chegará tão longe que ultrapassará os portões do Universo, e olha que eu sei do que falo, pois que mais longe chega um sábio que um chico esperto - ou um nababo, desses que andam por aí e ainda acham que outros são mais merecedores do que tu, que já tens no papo cinco delas e mais não se sabe, mas deseja-se. É um Português sim senhor e usa pasta medicinal Couto (que já ninguém usa, feliz ou infelizmente); não te lembras mas era assim, e mesmo que uses o último dentífrico da moda, ou o champô anti-caspa do momento (com ou sem descontos para a autoridade tributária de nuestros hermanos) saberás sempre quem és e de onde vens, na tua origem, no teu caminho. E pronto, agora acabei mesmo. Desculpa a prosa. A noite já vai alta e amanhã é outro dia, se Deus quiser; se Deus não quiser, vai ser uma chatice dos diabos. Volta para o ano: para a sexta Bola de Ouro, mas, se não for possível, não importa, serás sempre o nosso orgulho, o nosso Menino d`Oiro, o nosso mais que tudo. E a Georgina que não tenha inveja, pois tu rapaz, és de todos nós!
The Best, sem dúvida alguma! Muitos Parabéns, Cristiano Ronaldo. Para todos nós, portugueses, és e serás sempre: «The Best»! Always!
E Obrigado, FIFA. Para o ano há mais!
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário