Há almas eternas, outras imortais e talvez até mesmo outras confortavelmente emanentes sobre o Universo; cabe-nos a nós descobrir quais as que nós somos, por outras que andam por aí...
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terça-feira, 17 de outubro de 2017
A Nação das Cinzas
Quando se luta contra um demónio superior de um terrorismo ecológico perfumado (e camuflado!) de económicos interesses - esconsos, mas mui bem arquitectados através de uma qualquer organização mafiosa internacional - está-se perante a mais hedionda acção humana que nos mata por mão própria!
17 de Outubro de 2017 (4 meses após a primeira tragédia...)
Quem queimou o meu país? Quem o colocou numa chaga de cinza e sangue? Quem são os culpados? Quem são os responsáveis desta nova tragédia, hoje, dia 17 de Outubro, dia em que se completam quatro meses após o triste episódio de Pedrógão Grande...? Quantas mortes mais serão necessárias para que se aprenda com os erros, quantas???
Quem lucra? Quem tira dividendos de tal afronta à Natureza e a todo um ecossistema para sempre perdido, danificado e ofendido no seu âmago? Quem volta a renascer das cinzas após ter visto os seus campos em fagulhas de morte, as suas culturas dizimadas, os seus animais em agonia e, os seus parentes em pranto e em desânimo, de toda uma vida esbatida agora sobre os escombros de nada...? QUEM???
E Portugal como é visto, como é observado lá fora...? Uma nação perdida, esboroada - fossilizada até! - esburacada e irremediavelmente desnorteada (do centro ao norte do país, salvando-se por ora o sul...) em que 80% da floresta real ardeu por completo. O célebre Pinhal D´El-Rei, o pinhal de Leiria, de um terreno como rei, agora deposto e morto ou quase morto, na extinção de quem um dia forçou e reforçou esta nação! E agora tudo perdido...
Floresta essa, digníssima até aqui, mandada plantar inicialmente pelo rei Dom Afonso III, no século XIII (1248-1279) com o intuito de travar o avanço e a degradação das dunas, entre outras coisas, seguido depois pelo rei Dom Dinis, entre o século XIII e XIV (por avença e exigência de pertença de madeirais na construção de naus, necessárias então para as grandes descobertas marítimas, no que posteriormente viria a eclodir na aurífera Época dos Descobrimentos), no que este pinhal lhe deu provisão; e agora, que sobra deste, que sobra de todos nós???
«O Pior Dia do Ano!» - 15 de Outubro de 2017, segundo a afirmação das autoridades oficiais que nos regem. Mais de quatro dezenas de vítimas mortais e outro tanto de feridos ligeiros e outros graves (perfazendo mais de cem mortes e outros tantos de feridos entre o incêndio de 17 de Junho e o actual de 15 de Outubro); entre mais de três centenas e meia de milhares de hectares ardidos (350 mil hectares de terreno queimado, 519 mil hectares desde o início do ano, de 2017)... ou seja, uma nação para o lixo!
Pesadelo, Inacção e Incompetência!
O nosso pior pesadelo replicado uma e outra vez sem conta...? Quem nos protege...? Quem nos volta a dar o verde perdido...? Quem nos faz renascer das cinzas uma e outra vez, tantas vezes, que já nem sabemos quem fala verdade... ou para que lado nos virarmos em tanta despreocupação havida com este pequeno pulmão perdido, agora quase extinto...?!
Chamam-nos de incompetentes. Chamam-nos de desavindos e por vezes desordeiros em território nacional de uma florestação não autóctone que invade todo o terreno português em cultivo e proliferação no que já foi chamado: «Petróleo Verde». E quem tem culpa disso...? Os políticos, os gananciosos...? Ou simplória e ingenuamente os mal informados...?
Possivelmente todos; com culpas acrescidas para os políticos - os de antes e os de agora - todos! E se há incompetência também há inacção; e mais, Urgência de Uma Liderança Forte num país que se quer e diz fazer parte da União Europeia, ou então nunca chegaremos lá... num atraso e numa total e absoluta imprevidência de fazermos das nossas gerações futuras, a vazia massa humana de ideias e empenho sobre um vácuo territorial que já foi um reino e depois nação.
E por favor, não nos falem insidiosa e despudoradamente em resiliência, quando tanta esta já se foi, pelo que as forças já não cumprimentam, já não deslaçam de si - ao agora prescrito - de ver uma vida inteira de trabalhos e impostos pagos, filhos nas universidades e netos a emigrarem e depois voltarem, para ficar tudo na mesma; ou pior, muito pior do que alguma vez se pensara ter de recomeçar tudo de novo sem pingo de sangue, sem pingo de força.
E as autoridades que fizeram...? Da Protecção Civil à nenhuma protecção de todos nós...?! Que autoridades são estas sem nenhuma autoridade...? Sem nenhuma competência, liderança ou sapiência nos mandos ou desmandos da Nação? E que competência lhes cabe, se por outras ordens os Mais Altos Responsáveis da Nação lhes alvitraram essa condição...?!
E as outras, as que restam, as que andam no terreno ou, as daquelas pequenas povoações de grave rastilho de se não terem limpo os terrenos...? Ou ainda, as das pungentes queimadas que parecem ser sempre as grandes responsáveis, as grandes culpadas de todos os crimes e de todas as negligências?
E todos somos culpados, dizem-nos. Atirar culpas para outros é quase sempre preferível do que nos sujarmos a nós, endeusados e opinados sobre um velho e identificativo «espelho-meu, espelho-meu» quem é mais incompetente do que eu...? que nos não dá a resposta devida. E depois, não-indulgentes e sempre indiferentes à alheia dor humana, reverberando-lhes quão básicos são na ruralidade absurda e, por vezes confusa, na insistência da permanência nesses territórios quase tão inóspitos e desolados quanto o lado mais negro da Lua, atirar-lhes com umas moedas de nada em fundos que ninguém sabe onde param...
E tudo lhes auguram de terem sido desmazelados, não precavidos, preguiçosos e tangivelmente homicidas, e tanto mais que não dá aqui para o descrever; ilibando de culpas e normas, deveres e organização - e sequer um pedido de desculpas! - a toda uma nação negra de cor vestida, com o sangue esse, coalhado e tingido tal como cabidela de rosto humano e, uma sensação mista de vazio e perdição, por toda uma nação que luta sozinha aquando a tragédia vem, aquando a tragédia se faz procissão.
Estamos sós, completamente sós e de balde na mão! Os bombeiros não chegam, os recursos muito menos; não há água, não há comunicações, não há bombeiros; não há nada, somente a coragem e a devoção dos que não querendo perder os seus haveres, se recusam a deixar morrer com as suas casas, as suas plantações, os seus animais; animais esses, que não tiveram tempo nem salvação de um deus qualquer que lhes desse uma mão...
Políticos: o que fazer agora depois de tudo queimado, ardido sem contemplação???
Os debates proliferam, como a vozeria obrigatória dos media, uns mais do que outros, na cobertura do que já foi verde e agora é fumo, é negro - é nada! E os sons, os eloquentes sons dos arautos da desgraça ou da indiferença (como com alguns políticos que parecem nem estar a viver neste país!), sentindo que esta nação não é sua, talvez porque, usurpados poderes que dizem legítimos, se estão nas tintas para um povo que sofre, para um povo que nada mais tem, agora, do que a roupa do seu corpo e as lágrimas, muitas, de saber que, outras tragédias se anunciarão.
E que porta-voz cimeiro é este que enuncia outras tragédias iguais...? E que Estado é este, profanado e mal amado agora, que não sabe salvar os seus?! Quando tudo falha, até mesmo a dignidade de quem nos comanda, muito pouco fica então para a posteridade!
Mas mais se ouviu, estarrecendo nós, povo em geral, boquiaberto mas não impávido e sereno, do que as hostes políticas tinham para nos «confortar» ou apenas conformar. Todavia, perguntamos nós, portugueses:
Que oráculo de «Delfos» lusitano é este então, que não tem soluções nem mágicas alquimias para tudo refrear, para tudo anular ou sequer minimizar da próxima vez, pois que alude ir haver outra vez ou vezes de tal suceder?!
E pior, culpabiliza o seu povo, esse mesmo povo que, estúpido ou néscio, segundo se escalpeliza das suas palavras ou do seu desafecto (ou ainda do seu rígido porte que até enuncia sorrisos e, escapadelas, perante uma outra tragédia nacional), e lhes reverte as culpas, todas as culpas, de se porem a fazer queimadas porque nas notícias ouviram dizer que ia chover...
E o que fica para o povo...? Aquilo que, a sua quase máxima autoridade lhe dá que é, uma mão cheia de nada, pela outra do muito que vorazmente apregoa e em si encerra (um dos mais altos ilustres da nação), em fogo fátuo o seu, de, nessa noite e nesse dia, poder dormir descansado sem lhe entrar pelas narinas o cheiro da cinza, o cheiro da morte em seu real e governante leito de nenhuma fagulha lhe entrar pela alma adentro...
Do pó, ao pó; da cinza à cinza... e nada mais resta. Está tudo coberto de cinzas sobre centenas de hectares outrora verdes, férteis e de boa vizinhança com o que o ser humano se incentivou desde há milénios para, em algumas horas, nada perdurar sobre montanhas, penhascos, pinhais e guaritas de uma ancestral natureza que nos deu berço e lar. Que maior punição haverá se não ter ar para respirar, solos para plantar e, um qualquer Deus que ainda nos oiça de como fomos assim ficar, inóspitos e, imerecedores, de um planeta que nunca foi nosso...
E os debates continuam...
Queimam-se na praça pública anteriores Presidentes da República e outras entidades oficiais que assim a legitimaram - à perversa e quase ilegítima plantação do eucalipto sobre solo nacional - na torrencial e diabolizante apoplexia geral de não mais se semear semelhante espécie como se da peste bubónica se tratasse.
Invectivados de todos os males, como vampiros sugadores das águas subterrâneas, assim como do seu genético óleo vegetal ou espécie de resina que tudo inflama, os eucaliptos oriundos da Austrália - sua terra de berço e génese e de destinos tão distantes quanto distintos da nossa portuguesa realidade - emergem agora como o grande diabo impulsionador de todos estes incêndios, provocados ou não por mão humana ou por factores naturais.
E isto, após uma sua versão mais romantizada de extensos campos verdes de altivos eucaliptos que cresciam em pouco tempo, e que, sobre décadas ou mesmo anteriores séculos, fez a subsistência de muitos lares, muitas bolsas de várias gerações que assim puderam pagar casamentos, baptizados e até funerais que, ao que se consta, bastava cortar-se dois ou três eucaliptos e a festa estava feita.
Quem o poderá contradizer ou malfadar se, tão incrustados actos da fé e da popular crença de que bastava possuir-se um campo ou dois deste plantio e a riqueza prosperava...?! Quem o incentivou ou quem agora o diabolizou para que baste haver eucaliptos (mas também pinheiro bravo) e tudo se refracte ou redime sem nenhum pudor, de que bastará cortar-se o mal pela raiz, colocar careca todo um país e já está, solução aplicada!?
Além a limpeza dos campos que, segundo se sabe, nos tais tão falados mas não muito divulgados projectos da biomassa, ser a sanável resposta que poderia dar vazão a esse circuito da limpeza, mas também sustento, às gentes do campo. Até aqui tudo bem; pior será para os próprios campos em que, numa limpeza geral, se abateria por completo esse ecossistema vigente, uma vez que existem espécies e uma biodiversidade biológica vegetal e, animal, de insectos, rastejantes e tudo o mais, que pereceriam após estas «limpezas» efectivas - e rasantes - sobre o território nacional.
Para tudo há que haver bom senso mas acção. De especialistas e não «páraquedistas» que falam muito mas pouco ou nada percebem dos assuntos em questão. Deixai o seu a seu dono, portanto.
E aguardemos então para que algo seja feito ou, a Nação Portuguesa, dentro em breve, deixará de o ser...
O país moribundo, as forças humanas destituídas de todas as forças e o chão esse, de pinhal e de alegria, é uma réstia de nada que compõe uma tragédia de mortandade por toda a fauna perdida, toda a flora havida e, ambas agora extintas, por toda a razão ensandecida de um povo que levará décadas a tudo restituir - à Natureza, e a si próprios.
E quando tudo morre, que fica então...?
Os Bombeiros, sós. O povo, só. Pelos órgãos de comunicação social vai-se vendo a tragédia; de novo. O meu país que era verde e lindo, está hoje uma manta suja de nada. As povoações desertas. Os povoados incertos de vida e de cor que tudo enegrecem e, pungem, como maldição a haver em solo lusitano que outrora foi chão de Deus. Estamos sós e mal acompanhados!
Faltam recursos, faltam meios, falta tudo! Até a primazia de se fazerem profissionalizar esses valorosos guerreiros (bombeiros), combatentes desta outra guerra de um deus menor que se chama Lúcifer, ou Inferno - desses infernos que em poderes inquisitórios os corpos se retorciam e as almas se descarnavam de todas as glórias de uma Igreja poderosa. Onde está ela agora que nada faz? Ou apenas grita, exultando outros demónios quando perto de si chegam as chamas...?!
Na dor e na desilusão as vozes não se calam. Mas têm medo, esse outro medo que não é do fogo mas de outros poderes que lhes possam coarctar: De direitos, ou até de perseguição. Vivemos em Democracia, diz-se. Será...?
Não se pode gritar alto, muito alto, ou fazermo-nos ouvir ou ressoar através de outros emissários - como é o caso do Mais Alto Dignitário da Nação - que também nos devia proteger e não, apenas, fazer-se ouvir em clamor ou solidão, dizendo-se solidário com quem já tudo perdeu.
E mesmo que acreditemos, não temos mais lágrimas para haver, chorar ou até agradecer, pois que as próprias lágrimas se nos já secaram como as águas do poço, as do ribeiro, ou daquela vã esperança de tudo não ter passado de um negro pesadelo, tão negro como aquele bem na nossa frente em que tudo está ímpia e devastadoramente cinzelado sem poder de reconstrução. Será que o não vê como nós o vemos...? Que opacidade será essa...? Ou que fará ele então...?
Uma imagem sem muitos comentários. Na aflição, os animais de estimação são os primeiros a presenciarem o horror - mas também a aflição - de quem os protege ou deveria proteger, em qualquer dos casos, embalá-los, acarinhá-los e salvar da morte, pois que nem todos podem ir ao colo, ir assim, em devota afectação de os não deixarem para trás, de os deixarem à sua sorte e condição...
Haverá um fim...? Supostamente, não. E quando já nada houver para arder....?
Desta vez não são necessários subterfúgios e outros salamaleques por eleições próximas. Já tudo foi revisto e analisado, menos o que os verdadeiros factores determinam de, toda esta punção nacional de fogos e incêndios, como característica endémica mas hostilizante de um país que não tem futuro porque, simplesmente, ainda não compreendeu o seu passado, fazendo do seu presente, uma fornalha incandescente.
Fornalha essa que, bombeiros e população em geral, são de facto impotentes para tal combater. E dos outros, dos que perecem ante todas as inevitabilidades que, sem serem ou poderem ser levados ao colo (os animais domésticos), sejam o infortúnio de baixas - elevadas e inclementes - que não se conseguiram salvar.
E destes pouca gente fala, do sofrimento e da morte horrível que tiveram, dos que, sendo sempre ou quase sempre a subsistência dos povos rurais que sem eles ficaram, os empalados e sacrificados vivos (os outros animais, gado vacum de bois e bezerros, e ovelhas, cabras, coelhos, patos e galinhas, etc.) não os tendo salvo, quase ninguém se apieda, dos que por entre fronteiras de fogo ou do cárcere dos seus currais viram a ceifeira da morte que os levou como aos demais...
Não são protegidos. Nem sequer lembrados muitas vezes. Não são os seus «meninos» de outras criações, outras dedicações, e que se vêem lastimosa e perdulariamente desembainhados de outras sortes, outros destinos que lhes resguarde a morte certa, pois que, se os não podem levar consigo como crianças de colo, bem melhor seria que a prevenção tivesse sido eficaz e pronta, activa e segura, bem mais cordata e gentil se tudo se tivesse previamente corrigido; aos animais, à sua salvação.
Animais: os mais abençoados nativos de uma terra (e de uma pecuária também quase sempre esquecida!) que agora não percebem de cheiros infecundos e ares moribundos, os que sobreviveram; pelos tantos outros irremediavelmente perdidos, segundo o gritante anúncio dos Veterinários Nacionais na evocação da maior perda havida desses animais, gado que se não salvou, gado de quem nada nem ninguém lembrou ou acorreu em sua salvação.
Somos um povo de pouca apanha e pouca arrebanha, dizem. Concordo. Só nos lembramos de Santa Bárbara aquando troveja e essa, zangada connosco, pouco faz, aliada a um São Pedro que escasseia a chuva e nos olha lá do Céu afirmando: «Que povo este, que tudo esquece numa só apanha!
Dos destroços retorcidos pelo fogo, os pensamentos, absolvidos de qualquer outra incompreensão que não seja: «Como vou eu ter forças para tudo renovar, para reerguer tudo isto, de novo, recuperar ou sequer não admitir que já sou demasiado velho e sem esperança para tal inventar...? Quem me ajuda, quem me compreende nesta aflição, no que a saudade do que já se foi é tanta, que eu nem sei...!?»
Pelas Cinzas de uma Nação...
Pelas cinzas do meu país, de uma nação que já foi reino, que já foi tantas coisas que já nem sei mas ainda lembro, ainda recordo com saudosismo ou intenção de o lembrar também a quem se deixa enfraquecer ou, esmorecer, na suave e dolorosa condição de já não ter forças para algo erguer, de que temos de ter voz, de que temos de nos fazer ouvir, mesmo que morrendo por dentro. Mesmo que outros nos queiram calar ou amordaçar este vento, esta contradição, de sermos todos uns pelos outros e não apenas outros por uns só. Desses, ninguém vai lembrar!
Pelas lágrimas choradas e por outras acorrentadas que se não fazem ver nem sentir, a minha total solidariedade em virtual abraço de muitos abraços, igualmente sentidos, acredito, aos do nosso Presidente da República que também chora pelos seus; e por estes agora. E eu, pelos meus, dos que me morreram também de outras almas, outras que andam penosamente por aí. Mas, acima de tudo, por uma Natureza que não volta, não tão depressa ou em maior vigor e fulgor de outrora (que diria hoje Dom Dinis...?) e por toda a mágoa vívida que no meu país se fez sentir.
E sendo as cinzas hidrofóbicas (não se deixando dissolver ou fazer invadir pelas águas da chuva, repelindo-as, segundo um entendido, geofísico de profissão que eximiamente o explicou), em breve saberemos se esta terra se nos inundou, ou para sempre se afundou - em plena toxicidade pela não-impermeabilidade ou contaminação dos solos, dos rios, dos poços e linhas ou lençóis freáticos - numa lástima de enganos e incompetências (e não arrependimentos), de todo um crasso erro de deixarmos o país a arder! E tudo à sua sorte...
Algo que, obviamente nos intranquiliza, numa balança algo desequilibrada entre o que pode ou não ainda aí vir, se, o colapso total após um Inverno brutal, se uma renovada esperança de novas e eficazes acções no terreno, de reflorestação e ordenamento, creditação e empreendimento, que nos dê alento e algum encantamento também, de, ainda se poder acreditar que este país, esta nação, se vai revigorar; ou no pior, reacender.
Hoje, o meu país que se chama Portugal, na mais conspícua acendalha de Nação das Cinzas havida, (da mais plácida ignorância ambiental à mais execrável acção criminal e anómala fogaça nacional sobre todas as incompetências!) as minhas preces eu arrogo, a ti, Deus - ou «àquilo» a que for o Teu nome.
Não nos desprezes, não nos desampares e muito menos nos convertas em pó e cinza e mais nada, como diria Florbela Espanca, pois que somos ainda algo de alguma coisa, qualquer coisa de um chão e de um céu que já foi parte de Ti. Por favor, não Te esqueças disso, por tantos que se esquecem de Ti...
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