Há almas eternas, outras imortais e talvez até mesmo outras confortavelmente emanentes sobre o Universo; cabe-nos a nós descobrir quais as que nós somos, por outras que andam por aí...
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terça-feira, 16 de junho de 2015
A Era Cosmológica IX (Enxames e Vazios)
Região Central do Enxame da Virgem
Registado pelo fluxo de Hubble que nos determina que o espaço compreendido entre os superenxames estará em expansão, assim como todo o Universo, haverá algo que o refreie, que o estanque ou, na pior das hipóteses, algo que tal transtorne nessa dimensão? Que força, fonte ou espécie de sensor automático (impressionantemente perfeito) rege todo este aglomerado de galáxias, estrelas, matéria escura e tudo em redor no Firmamento e, sob a nossa total incompreensão humana perante tal magnificência estelar???
Enxames e Vazios
Quase todas as Galáxias estão associadas a outras galáxias através da Força da Gravidade. Essas associações chamam-se grupos ou Enxames - dependendo do número de galáxias envolvidas.
A nossa própria galáxia - a Via Láctea - fas parte do Grupo Local, que compreende cerca de 20 galáxias de várias dimensões.
As Associações que agrupam mais do que algumas dezenas de galáxias chamam-se: Enxames. Existem numa grande variedade de formas e de tamanhos. Algumas são esféricas, outras (como a Via Láctea) são irregulares e espraiam-se no espaço.
Os Diferentes Tipos contêm tipos diferentes de galáxias. Pelo estudo dos tipos de galáxias, os Astrónomos podem assim compreender como as formas das galáxias evoluem - em particular o modo como as Galáxias Espirais se tornam Galáxias Elípticas.
Enxame da Virgem observado pelo ROSAT em Raios-X
«Cluster Dominating» (Galáxias Dominantes)
Nos Enxames Esféricos, a maioria das galáxias são elípticas. Esses enxames assemelham-se a Enxames Globulares, mas numa escala muito mais vasta.
Em vez de se comporem de estrelas individuais, compreendem galáxias individuais. Esses Enxames organizam-se então em torno de uma concentração de galáxias e seguem órbitas elípticas bem definidas que as conduzem regularmente a essas regiões densas.
Uma vez aí, as Galáxias Espirais colidem entre si e tornam-se Galáxias Elípticas. Em alguns casos, o corpo central de um enxame é uma Galáxia Elíptica Gigante! Chamam-se a estas galáxias dominantes de um enxame ou galáxias cD (do inglês «cluster dominating»).
Pensa-se que foram criadas através da fusão sucessiva com galáxias mais pequenas. Os Enxames Irregulares contêm, principalmente, Galáxias Espirais e não possuem uma forma nem um centro de gravidade bem definidos. As suas galáxias constituintes raramente entram em contacto umas com as outras.
Superenxame da Virgem/Grupo Local
Grupo Local (superenxame da Virgem)
Os Enxames de Galáxias também podem estar associados a outros enxames por intermédio da gravidade. Nos anos 80, os Astrónomos cartografaram as posições e o desvio para o vermelho (e, portanto, a distância a que se encontram) de milhares de galáxias que sugerem que a sua disposição no Espaço não é uniforme mas antes organizada em cadeias chamadas de Superenxames que se espalham assim pelo Universo.
Pensa-se que o Grupo Local faz parte de um superenxame local, chamado Virgem, que possui um diâmetro de mais de 100 milhões de anos-luz. Os Superenxames parecem então estar concentrados à volta de enormes vazios esféricos. Este fenómeno pode estar assim relacionado com a «granulosidade» da matéria primordial detectada por pesquisas da radiação cósmica de fundo.
No maior Superenxame conhecido, as galáxias dispõem-se de modo que dá ideia de uma folha fina a que se deu o nome de Grande Muralha, que parece cobrir mais de 2540 milhões de anos-luz por 750 milhões de anos-luz.
A Gravidade nos Enxames contraria muitas vezes a expansão do Universo. As Galáxias deslocam-se então de acordo com a sua atracção gravitacional mútua. Contudo, os Superenxames são tão grandes que o espaço entre eles pode efectivamente estar em expansão, como se demonstra pelo fluxo de Hubble. Este facto não pode tratar-se apenas de simples expansão, em virtude da Força da Gravidade. Em vez de um crescimento uniforme, os Superenxames oscilam delicadamente à medida que se expandem...a par do Universo!
Enxame Galáctico SXDF - XCLJO218 - 0510
Novas Descobertas
Uma equipa internacional de Astrónomos do Instituto Max Planck para a Física Extraterrestre da Universidade de Tóquio e da Universidade de Quioto, descobriu o Enxame Galáctico mais distante de observação. As Observações em Raios-X foram feitas através o telescópio espacial Subaru XMM-Newton Field, na identificação e informação dos corpos, tornando-se assim muito mais esclarecedora, e consistente essa informação, sobretudo em relação à distância. Uma particularidade desta descoberta incidiu (e consistiu) no uso - por parte desta equipa - de comprimentos de onda infravermelhos, invisíveis a olho nu.
Esta batalhadora equipa de Astrónomos (alemães e japoneses) revelaria assim ao mundo (por meados de Maio de 2010) a descoberta do Enxame Galáctico mais distante até aí conhecido - a cerca de 9,6 milhões de anos-luz!
As Observações registadas em Raios-X e no Infravermelho mostraram que o Enxame tem, predominantemente, galáxias velhas e massivas, demonstrando assim que as galáxias se formaram quando o Universo era ainda muito jovem!
«O Instrumento MOIRCS tem uma capacidade extremamente poderosa de medir distâncias às galáxias. Isto foi o que tornou possível a nossa difícil observação. E, embora tenhamos confirmado só algumas Galáxias Massivas àquela distância, existem evidências convincentes de que, o enxame, é um enxame real e...gravitacionalmente ligado!» - afirmou então Masayuki Tanaka, da Universidade de Tóquio e membro integrante desta eminente equipa de astrónomos.
A equipa, utilizaria deste modo o observatório espacial XMM-Newton para observar esta radiação em Raios-X, pelo facto de, as galáxias individuais estarem ligadas pela gravidade, o que foi desde logo confirmado pelas sequenciais observações num comprimento de onda totalmente diferente!
A Matéria entre as Galáxias do Enxame é aquecida até temperaturas extremas, emitindo luz em comprimentos de onda muito mais pequenos que o visível à vista desarmada.
«Apesar das dificuldades em recolher Fotões em Raios-X com um telescópio do tamanho similar a um telescópio de quintal, detectámos uma clara assinatura de gás quente no enxame!» - exclamaria enfaticamente, Alexis Finoguenov, do Instituto Max Planck para a Física Extraterrestre.
Dado que estes Enxames Galácticos são reverencial e exemplarmente importantes sobre a estrutura a longa escala - e das flutuações de densidade primordial do Universo - infere-se que, observações semelhantes, possam no futuro próximo proporcionar importante informação para os Cosmólogos!
Esta conclusão óbvia é assim referenciada por todos os intervenientes nesta causa do Cosmos, no que, pelos resultados obtidos até agora - demonstrando que as capacidades infravermelhas actuais fornecem uma análise detalhada das populações galácticas distantes e que, a combinação fornecida pelos Raios-X se torna assim uma nova e poderosa ferramenta cosmológica - será razoável pensar que o trabalho de todos estes cientistas não estancará; muito pelo contrário.
Desta forma, muitas outras janelas se abrirão no Universo sobre o potencial e futuro conhecimento das também futuras gerações, pelo que a contribuição fantástica destes Astrónomos foi e será (em continuidade no presente e no futuro) uma mais-valia acrescida de empenho e busca na interminável procura de enxames ainda mais distantes, supõe-se!
A Humanidade precisa deles, assim como todos eles precisarão de todos nós em interesse e sabedoria universal do que nos comanda e rege - incessante e inexoravelmente - além o espaço e o tempo, além tudo o que se conhece e absorve deste tempo que já não é presente mas futuro em todos nós, Humanidade! E assim continue a ser - será o desejo de toda a Humanidade, acredito!
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