Translate

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

A Venenosa Luminescência


 
Radioatividade no Ser Humano

Terá havido já na Antiguidade, a certeza da fatalidade - e mortalidade - no Homem, sob os compostos venenosos do chumbo? Que «panaceia» venenosa era então esta, que tantas vítimas fez, na luminescência radioativa que a todos encantava...até sucumbirem na doença e na morte anunciada? Poder-se-à ainda hoje negligenciar as muitas substâncias radioativas, resíduos tóxicos (e venenosos), que se derramam de cada vez que há um incidente em vazamento de Reactores Nucleares???

Vinho e Declínio
(Roma sucumbiu devido ao envenenamento pelo chumbo...?)
Os Romanos abastados gostavam de vinho e, dispondo de cerca de 370 variedades - segundo escreveu Plínio, (o Moço), no século I - bebiam-no sem moderação.
Ao fazê-lo, estavam inadvertidamente a envenenar-se com o chumbo das tampas ou dos revestimentos dos cascos - dissolvido em ambos dos casos pela acidez do vinho.
Um investigador americano de Medicina Ocupacional, o doutor S. C. Gilfillan, acusa indefectivelmente o chumbo como o grande causador do declínio do Império Romano. Gilfillan argumenta então que, o envenenamento, atingia em especial as classes dirigentes - as principais consumidoras de Vinho, Azeite, bebidas derivadas do Mel e, conservas de frutos - sendo todos eles guardados em vasos forrados de...chumbo!
Tais produtos eram assim inacessíveis aos Romanos pobres e escravos, libertando-os em parte desta maleita. Mas, em relação aos cosméticos que, sendo de livre acesso e abertamente populares entre as classes mais abastadas, sendo estes compostos à base de chumbo, terão criado uma profusão de envenenamento, gradualmente instalado nas patrícias mulheres.
Embora todas as classes fossem em certa medida vulneráveis às canalizações de chumbo dos sistemas de abastecimento de água, Gilfillan explica que a própria Roma, onde se congregava a Aristocracia, tinha água mais pura, que absorvia o chumbo dos canos - o que não acontecia nas zonas rurais.
A data crucial do declínio, segundo Gilfillan, é 150 a. C. - ano em que as mulheres romanas foram autorizadas pela primeira vez a beber vinho. A acumulação gradual de chumbo nos organismos, reduziu-lhes assim o índice de Fertilidade e, as poucas crianças que posteriormente geraram...eram fracas e apáticas. As classes governantes perderam deste modo o vigor e a firmeza, pois hoje é sabido e sobejamente conhecido de que, o Chumbo, prejudica terrivelmente o Cérebro, os músculos e os nervos, causando também Anemia.
A Teoria de que o Império Romano sucumbiu devido a um lento mas fatal envenenamento pelo chumbo, foi apoiada recentemente (nas últimas décadas) por ensaios efectivados em ossos antigos. Inicialmente usou-se a que era até há três décadas a mais recente e moderna técnica para o efeito - espectroscopia por absorção atómica - na análise forense nestes revertida, onde se detectou desde logo...chumbo. Outras posteriores análises terão sido feitas e todas elas confirmaram tal.

A Venenosa/Mortal Luminescência
(Quando a Luminescência traz a morte...)
Em 1915, Sabin von Sochocky, entusiasta pintor amador, preparou uma tinta que brilhava na escuridão - graças a um ingrediente especial, o Rádio - uma substância branca, radioativa, descoberta por meados de 1898. Então criou a US Radium Corporation para pintar algarismos luminosos nos mostradores de relógios de pulso, crucifixos e pequenos interruptores.
A moda expandiu-se. Em breve, Sochocky empregava centenas de mulheres e raparigas para pintarem mostradores de relógios e ainda instrumentos luminosos para o Exército dos EUA.

Panaceia Venenosa
Na fábrica, em New Jersey, mulheres e raparigas - algumas de apenas 12 anos - traçavam finas linhas luminosas nos mostradores com as pontas dos pincéis molhados em Rádio.
Os encarregados encorajavam-nas então, dizendo (ou insinuando) que o Rádio as tornaria sexualmente atraentes, deixaria o cabelo ondulado e faria bem à pele. Isto não era uma fraude cruel: nesta época, o Rádio, era considerado por muitos médicos uma panaceia para tudo - desde a diminuição da líbido à hipertensão arterial ou à fadiga do stress.
Apesar de se saber que a exposição à radiação do Rádio destruía células, ninguém jamais (até aí) acreditava que, a tinta, pudesse causar cancro.
Em 1924, porém, um dentista (ou estomatologista) de Nova Iorque - Theodore Blum - notou que uma das suas pacientes que trabalhava na US Radium, tinha uma grave infecção na mandíbula. escreveu então um artigo no Journal of the American Dental Association (Jornal Americano da Associação de Dentistas), observando em rodapé o que pensava ser a infecção em efeito-causa de uma substância radioativa ou, causada por essa substância nociva.
Foi então desencadeada uma série de investigações - intensas e proeminentes - descobrindo-se de seguida que, «cabelos, faces, mãos, braços, pescoços e até os espartilhos das pintoras de mostradores estavam luminosos». A partir daí, houve de facto uma sucessividade de acontecimentos nada felizes: as raparigas e todas as mulheres aí envolvidas começaram a sofrer de terríveis cancros da mandíbula e outros, em patologias oncológicas daí derivados. Quanto à Radium Corporation, demitindo-se de alguma ou qualquer responsabilidade, afirmou na época que tal se devia à deficiente higiene dentária das suas operárias e colaboradores fabris...

Final Trágico
Em 1927, cinco antigas empregadas da fábrica US Radium Corporation, que sofriam então de doenças ósseas, processaram a Companhia norte-americana.
Duas dessas mulheres estavam tão debilitadas e tão doentes que,tiveram de ser transportadas até ao tribunal, onde, uma delas, nem conseguia levantar a mão direita para prestar juramento.
A US Radium insistiu em que não havia prova científica de que as lesões das mulheres eram provocadas pelo Rádio. O caso prometia arrastar-se nos tribunais durante anos mas, num súbito acordo fora do tribunal, a US Radium concedeu (em 1928), 10.000 dólares a cada uma das mulheres, além do pagamento de despesas médicas. Algo inédito para a época mas que terá ficado nos anais da História recente dos Estados Unidos, reconhece-se hoje.

A despeito dos riscos conhecidos, os fabricantes de alimentos e bebidas dietéticas baseados no Rádio, terão feito bom negócio nos EUA até meados dos anos 30. Havia água de Rádio (uma Companhia de Nova Iorque afirmava então ter já 150.000 clientes) numa plataforma de produtos tais como pasta de dentes, creme facial, tónico capilar e até uma bebida não alcoólica recomendada por um campeão amador de golfe - Eben Byers - que bebia duas garrafas pequenas todos os dias. A sua maxila depressa se deteriorou, morrendo de anemia...ao fim de poucos anos. Uma ignorância ou credibilidade inusitada que pagou caro, este campeão de golfe.

Numa rápida cronologia em analogia dos factos, há que registar da descoberta da Radioatividade Natural por parte de Henry Becquerel (em 1896), ao observar que o Sulfato duplo de Potássio e Uracila conseguia registar a impressão de chapas fotográficas. Em 1898, Pierre e Marie Curie identificaram o Urânio, o Pulônio (400 vezes mais radioativo que o Urânio), e depois o Rádio (900 vezes mais radioativo do que o Urânio).
As Substâncias Radioativas são todas as que possuem propriedades de emitir espontaneamente partículas e/ou radiação electromagnética perigosa, devido ao seu elevado poder de penetração e, de ionização. Um alerta geral nas populações é a de que, não se deve nunca manipular, manusear ou sequer deflagrar estas substâncias radioativas sem se estar devidamente preparado e protegido para tal. Como exemplo: os fatos de peça única, assim como a devida máscara apropriada para o efeito. Entre outros mais elaborados recursos que entretanto os cientistas vão reproduzindo à medida que a tecnologia vai dando espaço a uma maior protecção nesse campo também.
Quanto aos conhecidos já Resíduos Radioativos ou resíduos tóxicos e venenosos, formados por substâncias radioativas - resultantes do funcionamento de Reactores Nucleares, Pára-raios e de serviços de Rádio e Quimioterapia - há que registar que todos eles devem ser obrigatoriamente acondicionados de forma segura, atendendo às normas das Comissões Nacionais e Internacionais de Energia Nuclear.

Mesmo havendo essa atenção e essa especificidade, não raras vezes surgem incidentes peculiares mas desastrosos para a Humanidade. Observe-se então -  não sem alguma mágoa geral - do que se passou recentemente em terras nipónicas, sobre as explosões ocorridas na Usina Nuclear de Fukushima-Dalichi, no Japão. Anteriormente houve Chernobyl, o que foi desde logo um desastre obviamente terrível para as suas populações e tudo o que lhes era circundante, no que tudo tiveram também de deixar para trás. Uma tragédia! Quanto a Fukushima a mesma incidência, ainda que no Japão estivessem bem mais preparados ou, solidificados na esperança dos efeitos colaterais não lhes serem tão igualmente pesados...mas foram. Infelizmente! Ou não fosse o Tsunami, o causador prioritário de tudo isso. Mas a mão humana tem de estar atenta, alerta a todos estes acontecimentos da Natureza... ou não. Há que não ser negligente nem descurar algo que à priori pareça mínimo ou fortuito de atenção, no que se relaciona com Centrais Nucleares ou todo o envolvimento de substâncias radioativas, pois que pela Humanidade e só por ela, todos nos temos de preservar em inteligência, saúde e...continuidade. Só assim evoluiremos. Não se deve contaminar solos, freios de água, rios, mares ou oceanos. E muito menos quem vive nestes, que somos todos nós. Assim termino, em jeito de beneplácito (e não radioatividade) que não seja a de um belo sorriso em mostras de uma exemplar e saudável vida que desejo para com todos em felicidade e, bonomia dos tempos. Por toda a Humanidade, assim seja, serão sempre os meus votos fiéis de alguém comum que apenas quer poder ainda respirar ar puro, a banhar-se em águas não contaminadas ou, a ingerir algo que nos não envenene de imediato. Assim seja então! Pela Paz, pela Saúde, pela Humanidade!!!

Sem comentários:

Enviar um comentário