Há almas eternas, outras imortais e talvez até mesmo outras confortavelmente emanentes sobre o Universo; cabe-nos a nós descobrir quais as que nós somos, por outras que andam por aí...
Translate
segunda-feira, 15 de dezembro de 2014
A Rede Informática do Corpo
Ilustração de Células Nervosas (Neurónios) no Ser Humano
Que poderosa magia é esta, a do nosso Sistema Celular - por cabos e sem fios - como uma gigantesca obra de engenharia informática que nos percorre todo o corpo? Havendo a doença nos Neurónios - em complexa inflamação ou interrupção dos impulsos nervosos - estará o ser humano condenado para sempre, sem que haja solução para esse desbloqueio e, deficiência, nas suas funções físicas e mentais? A Medicina Moderna dará resposta em breve para colmatar essa lacuna do Elo Nervoso?
Agindo por Impulso
(A Compreensão do nosso Sistema Celular - por cabos e sem fios!)
Para Comunicação rápida e eficaz, o nosso corpo conta, segundo os Cientistas, com 10 a 100 mil milhões de Células Nervosas chamadas Neurónios.
A maior parte está situada no Cérebro e, retransmite mensagens eléctricas - os Impulsos Nervosos - a velocidades até 100 m/s, garantindo uma reacção pronta a condições internas e externas sempre em mudança.
Rede de Informação
Ao Microscópio, os Neurónios lembram condutores eléctricos descascados. Consistem num corpo celular que contém o Núcleo da Célula - um longa fibra chamada Axónio, que transporta impulsos eléctricos a outras células e, a finas ramificações chamadas Dendritos, que recebem as mensagens.
Um único Neurónio pode captar mensagens de um elevado número de outros. O Axónio pode ramificar-se muitas vezes, no que, os Cientistas pensam haver (pelo menos) um tipo de Neurónio que chega a ter 200 000 ramificações axónicas, conduzindo cada uma a outro Neurónio.
Os Axónios são rodeados por uma camada gorda - a bainha de Mielina - que assegura que os impulsos eléctricos transportados pelos Neurónios não se escapam. Quanto a alguns destes, calculou-se que, se o corpo celular fosse do tamanho de uma bola de ténis, os Dendritos ocupariam o espaço de uma sala comum média, e o Axónio (nessa escala) tem 13 mm de largura e mais de 1,5 km de comprimento.
Os Neurónios Sensoriais recebem estímulos sob a forma de sinais eléctricos dos órgãos sensoriais (Nariz, Olhos ou Pele) e, enviam-nos, como fracas correntes eléctricas, para a Coluna Vertebral e o Cérebro.
Os Neurónios Motores expedem as instruções do Cérebro ou, da Coluna Vertebral, para os músculos ou glândulas - também como sinais eléctricos, para que respondamos a qualquer estímulo. Por exemplo, quando retiramos de imediato a mão depois de tocarmos num objecto muito quente ou...produzimos mais saliva se cheiramos comida.
Estas mensagens eléctricas circulam pelo corpo sem que os Neurónios se encontrem. Quando a mensagem viaja até ao fim de um Axónio, chega então a uma fenda - Sinapse - que tem de atravessar para atingir os Dendritos do próximo Neurónio. Para isso, a mensagem eléctrica converte-se numa substância química que atravessa a fenda; e, uma vez do outro lado, a substância é de novo convertida em sinal eléctrico. Os Investigadores calculam que, o mais simples pensamento, exige assim milhões destas operações!
Interrupções na Cadeia
O Sistema é complexo e vital e, se algo interrompe a «cadeia», o resultado é...devastador! Tomemos como exemplo máximo a Esclerose Múltipla, essa tão falada doença degenerativa e de patologia deveras assustadora no ser humano: é uma doença do Sistema Nervoso Central que pode causar paralisia geral, pois ataca as «bainhas de Mielina» - que fornecem importantes elementos nutrientes aos Neurónios - inflamando-as e, interrompendo os impulsos nervosos. São assim afectados a Visão, a Sensação e, os movimentos dos Membros. Aventa-se a hipótese desta doença ser originada por uma deficiência nas substâncias gordas - Mielina.
Na doença dos Neurónios Motores, os que saem do Cérebro para os músculos...morrem. Estes não recebem mensagens do Cérebro e, enfraquecem então por falta de uso, privando os doentes das funções físicas. Até agora, não há cura para qualquer destas doenças. Contudo, o meio científico tem vindo a laborar nesse sentido arduamente para que, em vez de doença terminal e fatal, esta possa eventualmente caracterizar-se por crónica - numa melhoria acentuada (ainda que não regressiva) desta terrível doença.
Substituir um Elo Nervoso
(Como os Médicos usaram um «Sistema de Andaimes», para os Nervos continuarem a crescer...)
Transplantações de Coração, Rim e Fígado são na actualidade muito comuns nas várias intervenções cirúrgicas efectuadas pelo mundo inteiro. Mas, em 1988, uma Equipa Médica Canadiana realizou então um Transplante, só perceptível e possível no campo da... Ficção Científica!
Os Cirurgiões transplantaram (com êxito), um Nervo Ciático - o maior nervo do corpo - que vai desde a parte inferior das costas até à parte inferior da coxa, de um dador humano de um rapaz de 9 anos - Matthew Beech - que sofrera um acidente no Remo-desportivo e, ficara sem 23 centímetros do nervo ciático esquerdo.
Em casos semelhantes, os Médicos tentariam habitualmente transplantar outro tecido nervoso do corpo do próprio paciente, mas para isso, necessitavam de grande quantidade de tecido para recompor a lacuna, concluindo depois que, retirá-lo do corpo de Matthew o deixaria gravemente debilitado. Assumindo que esse seria um risco inusitado e mesmo imprudente, anuíram então que teriam de transplantar um Nervo de um dador ou...amputar a perna de Matthew, na pior das hipóteses.
É sempre muito arriscado - e difícil - transplantar Nervos, porque estes terminam indefectivelmente em centenas de minúsculas fibras que se juntam em feixes chamados «Fascículos».
O Nervo Enxertado deve ter o mesmo número de Fascículos que o Nervo Cortado. sendo que, o cirurgião tem mesmo de emparceirar e, ligar, cada Fascículo separadamente - um sério trabalho de costura, incrivelmente meticuloso! Além disso, como em qualquer outro Transplante de uma pessoa para outra, o novo tecido pode ser rejeitado pelo Sistema Imunológico do receptor.
A Equipa Canadiana teve de facto muito sucesso nesta abordagem e, intervenção cirúrgica, demonstrando assim para todos os efeitos de que, os Enxertos de Nervos, estimulam uma regeneração do tecido nervoso original.
O Enxerto foi semelhante à construção de um andaime - ao longo do qual, os Nervos cortados de Matthew puderam assim regenerar-se! Com o auxílio de um produto que fora prévia e anteriormente testado em símios (macacos) - submetidos a Transplantes de Nervos - o corpo de Matthew não rejeitou o tecido estranho.
O processo estava completo um ano após a operação inicial e, os Nervos Cortados de Matthew, continuaram a desenvolver-se normalmente - agora unidos.
Ontem...e hoje!
Na década que se seguiu à Segunda Grande Guerra - ou Segunda Guerra Mundial - O doutor Walter Freeman realizou mais de 3500 lobotomias (operação assaz controversa em que são extraídos os Lobos Frontais do Cérebro para «acalmar» as vítimas de doenças mentais).
Certa vez, Freeman operou os Cérebros de 25 mulheres num só dia em êxtase quase demoníaco de uma espécie de «exorcismo» cerebral. Estava então convencido de que, a técnica em questão, «transformava Esquizofrénicos, Homossexuais e Radicais em bons americanos...»
O Nobel da Medicina (em 1949), o português Egas Moniz também o efectivou na sua época, sendo na actualidade muito contestado pela sua igual prática de excisão e, «adormecimento mental», em Lobotomia cometida nos seus pacientes de então.
Sabe-se de antemão que, o Cérebro, trabalha muito mais do que o resto do nosso organismo. Apesar de ter pouco mais de 2% do peso do corpo, utiliza 20% da sua energia. Querer-se apropriar indevidamente desta actividade por meio de cirurgias abusivas que tornam indivíduos ditos normais (ou apenas meros pacientes do foro mental) em pessoas acéfalas, é de facto muito polémico - para além da exacta e diminuta percentagem que o dito individuo normal possui de toda a capacidade cerebral. Daí que, todas as intervenções nestes domínios tenham de ser sempre criteriosamente estudadas e, registadas, de acordo com os riscos aí inseridos - eminentes ou irreversíveis - se caso estas não forem bem sucedidas.
Combater doenças do Cérebro por meio de Transplantes Cerebrais não é simplesmente uma especulação da Ficção Científica. Por todo o mundo são diariamente efectuadas várias intervenções cirúrgicas nesse âmbito, sendo realizados Enxertos Cerebrais, utilizando uma pequena quantidade de tecido celular das Glândulas Supra-Renais - ou do Tecido Fetal - para melhorar a memória de pacientes com a doença de Parkinson.
Mais haverá em experimentação e activação por todos os blocos de cirurgia mundiais que, por vias de maior aceitação do nosso organismo e, em novas esferas de conhecimentos mais avançados nestas áreas, o ser humano poder efectivamente criar esperança de sucesso (ou êxito) nas suas doenças e, sequenciais intervenções médicas para o efeito. Assim sendo, que mais se repercuta em corpo e mente de toda esta magnífica «Rede-Informática Cerebral» (ou do restante corpo) que todos nós compomos - desde o berço à cova. Sem querer ser tétrica mas racional, há que descobrir mais, aludir a mais - no que, na nossa não muito longa vida (que por vezes não chega a atingir um século) possamos almejar e, usufruir ainda, da Ciência Médica. A bem da Humanidade...assim seja!
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário