O vírus COVID-19 no cérebro: a pior das notícias que, tal como muitos cientistas já suspeitavam, vem agora afiançar de como a Proteína-spike - que frequentemente costuma ser descrita como os braços vermelhos do vírus - atravessa a barreira hematoencefálica causando sérios danos cerebrais.
Ou seja, há a enorme possibilidade de que o SARS-CoV-2 - a causa que provoca o COVID-19 e se determina por «Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2» ou Síndrome Respiratória Aguda Grave - pode entrar no nosso cérebro sem ser convidado nem estimulado para tal...
Um mal nunca vem só, já o sabemos. E quanto a este impressionante vírus SARS-CoV-2 que agora nos atormenta (como no caso de muitos outros vírus anteriores), outros males virão; subsequentemente e de forma de tal modo inexorável que ainda estamos a tentar descodificar a significativa maleficência do mesmo em toda a sua pungente glória de nocividade e atrocidade.
Já nos não bastava a «Hipóxia Silenciosa» - uma condição em que os níveis de oxigénio no corpo estão anormalmente baixos, pelo que os pulmões param de fornecer oxigénio à corrente sanguínea, e assim provocar danos irreparáveis e quiçá irreversíveis aos órgãos vitais se não forem detectados a tempo - para também agora se determinar o que as proteínas de pico ou proteínas-chave sozinhas podem provocar a nível cerebral em névoa sideral.
No primeiro caso, do estudo referente à Hipóxia Silenciosa, investigadores da Universidade de Boston, nos EUA, utilizando modelos de computador para testar três cenários diferentes e através disso fazendo comparações com dados reais dos pacientes, os engenheiros biomédicos da Universidade de Boston e colaboradores da Universidade de Vermont começaram a desvendar então o «Grande Mistério».
Mistério esse que tinha como prenúncio de como «O Novo Coronavírus ataca os Pulmões» e outras partes do corpo. Um dos maiores e mais ameaçadores mistérios, segundo os especialistas, era mesmo de como o vírus causa esta «hipóxia silenciosa», algo que lhes dá a certeza agora de estarem mais perto da descoberta e, de o poder relatar ao mundo. O que fizeram prontamente e reportaram cientificamente.
(Este estudo foi publicado na «Nature Communications», 2020, com o título «Modelagem de anormalidades de perfusão pulmonar para explicar a Hipoxemia Precoce de COVID-19», de Jacob Heremann, Vitor Mori, Jason HT Bates e Béla Suki)
Nunca a Ciência foi tão célere e incisiva; poderosa e muitas vezes de uma eficácia à prova de bala, pelo que a comunidade científica tem procurado por todos os meios possíveis e impossíveis debelar esta pandemia que já dura há muito. E há muito nos petrifica em inércia, impotência e alguma urgência de vermos vacinas e terapêuticas a funcionar de forma sucessiva - e com razoável sucesso - rasteirando a impactante paralisia a que todos fomos submetidos a nível sanitário mas também a nível da economia global que se mostra igualmente agonizante em todo este processo.
Estamos todos nas mãos dos grandes laboratórios, das grandes farmacêuticas que nos dão quase o elixir da vida ou o renascimento molecular depois de semanas e até meses da mais pura e errónea angústia de não vermos os números da mortalidade baixarem ou amainarem a tal curva de que tanto se falou em estatística mundial de um alvo a abater.
Tal como na caça há que ser matreiro, exímio predador; muito mais do que apenas perseguir, enclausurar ou flanquear os movimentos da presa. Há que ser astuto, em particular se soubermos de como o vírus age e se comporta.
Psicoce, alucinações e delírios são comuns. Os problemas neurológicos são dos primeiros sintomas a manifestarem-se em pacientes com COVID-19, segundo neurologistas britânicos que em Julho de 2020 publicaram na revista científica «Brain» o estudo que assim o focava (e que complementou mais de 40 participantes). Michael Zandi, um dos autores do estudo explicou então ao «The Guardian»:
"Queremos que os médicos de todo o mundo estejam alerta para estas complicações do coronavírus. Temos visto que a COVID-19 afecta o cérebro como nunca vimos com outros vírus."
Daí que os cientistas não adormecendo na praça, tenham - de forma magnífica, acrescente-se! - alertado para muitas outras implicações; de entre elas a exponencial subida do número de casos de Encefalomielite aguda disseminada (EMDA), de acordo com os dados recolhidos do Instituto de Neurologia do Hospital da «University College» de Londres (University College Hospital, UCH).
Segundo a explicação médica, as sequelas neurológicas somam-se de forma indefectível a outros problemas de saúde a longo prazo (em pacientes que estão já em recuperação), nomeadamente: dormências, fraqueza, demência e problemas de memória.
Na altura, Michael Zandi, especialista nesta área, reportou publicamente de que se precisava de estudar e investigar mais para se perceber, de facto, o que realmente acontece no cérebro em pacientes infectados por COVID-19.
Afirmou então: "É uma preocupação se alguma epidemia oculta puder ocorrer depois da Covid, quando virmos os efeitos no cérebro, porque pode haver efeitos subtis no cérebro e coisas a acontecer lentamente nos próximos anos. Contudo, é ainda muito cedo para que o possamos afirmar agora."
Cinco meses passados sobre esta afirmação de Zandi, e novas respostas vêm dar assim alento (ou contrariar o especialista que na altura mostrou algumas reservas quanto à celeridade de todo este processo mas também inversamente dando-lhe razão sobre o muito que ainda se esconde sobre este vírus e seus efeitos danosos a longo prazo), num outro estudo que descobre de como a Proteína-spike cruza efectivamente a barreira hematoencefálica numa experiência realizada em camundongos.
Investigadores da University of Washington Health Sciences / UW Medicine justificaram através desta sua experiência de como o vírus SARS-CoV-2 - tal como muitos vírus anteriores - é de facto uma má e nada auspiciosa notícia para o cérebro que se vê envolto numa espécie de névoa provocada pelas proteínas-chave ou proteínas-pico sozinhas.
De acordo com os especialistas «Como a proteína-pico entra no cérebro, é muito provável que o vírus também entre no cérebro», numa conclusão imediata do que este vírus pode causar em malfeitoria, prejuízo ou malignidade.
Mais e mais evidências estão assim a surgir em catadupa e, em enorme revelação ao Mundo Científico, de que pessoas com COVID-19 estão a sofrer de acintosos efeitos cognitivos, tais como a Neblina Cerebral ou mesmo a Fadiga, que geralmente se exemplifica como um existencial e grande cansaço.
Este estudo foi publicado na revista científica «Nature Neuroscience» de 16 de Dezembro de 2020 com o título «A proteína S1 do SARS-CoV-2 atravessa a barreira hematoencefálica em camundongos», da autoria de: Elisabeth M. Rhea; Aric F. Logsdon; Kim M. Hansen; Lindsay M. Williams; May J. Reed; Kristen K. Baumann; Sarah J. Holden; Jacob Raber; William A. Banks e Michelle A. Erickson.)
Abrindo mais uma página...
É talvez um dos mais codificados e inextricáveis livros que alguma vez já lemos; ou tentámos ler. Talvez como aquela científica bibliografia (na intrincada listagem da fonte de consulta) de muitos caminhos e outros tantos desvios que em geral nem todos sabemos entender ou decifrar. Nem todos possuímos essa habilidade, essa apetência ou essa genialidade de sabermos à priori todos os meandros pelos quais se regem este e outros vírus fatais.
Para isso existem os cientistas. Todos eles. E alguns sobressaem. Como é o caso agora dos prestigiados investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Washington, em Seattle, no noroeste dos EUA (University of Washington Health Sciences / UW Medicine) que, descobriram que a Proteína-Spike, frequentemente descrita como os braços vermelhos do vírus, pode cruzar a barreira hematoencefálica em camundongos ou pequenos roedores.
Este recente estudo vem assim sugerir numa base solidamente forte de que, o SARS-CoV-2 - a causa do COVID-19 - pode entrar efectivamente no cérebro.
«A Proteína-Spike - geralmente chamada de proteína S1 - determina em quais células o vírus pode entrar. Normalmente, o vírus faz a mesma coisa que a sua proteína de ligação», afirma em rigorosa explicação o autor correspondente William A. Banks - professor de Medicina na Escola de Medicina da Universidade de Washington - mas também como médico e investigador do Sistema de Saúde dos Veteranos do Hospital de Veteranos de Puget Sound, em Seattle, WA, Estados Unidos (VA Puget Sound Health Care System, USA)
O Dr.William A. Banks acrescentou ainda que «Proteínas de ligação como a S1, geralmente, causam danos à medida que se separam do vírus provocando assim a inflamação». Por suas próprias palavras anui: "A proteína S1, provavelmente, faz com o cérebro liberte (ou libere) citocinas e produtos inflamatórios."
Nos Círculos Científicos, a intensa inflamação causada pela infecção por COVID-19 é chamada de «Tempestade de Citocinas».
O Sistema Imunológico ao ver o vírus e as suas proteínas, reage de forma exagerada na tentativa de matar o vírus invasor. A pessoa infectada fica portanto com a já referida Névoa Cerebral, Fadiga, e muitos outros problemas cognitivos de relevo.
O Dr. Banks e a sua incansável equipa observaram então essa reacção com o vírus HIV (Human Immunodeficiency Virus ou, em português, VIH - Vírus da Imunodeficiência Humana, que é um lentivírus que está na origem da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, uma condição em seres humanos na qual a deterioração progressiva do sistema imunitário propicia o desenvolvimento de infecções oportunistas e cancros potencialmente mortais).
Todos eles quiseram assim ver e, reconhecer, se o mesmo estava ou não a acontecer com o SARS-CoV-2. O Dr. Banks afirma peremptoriamente que, a proteína S1 no SARS-CoV-2 e a proteína gp 120 no HIV-1, funcionam de forma semelhante. Explica o especialistas que estas são Glicoproteínas - proteínas que contêm muitos açúcares, marcas registadas de proteínas que se ligam a outros receptores.
Ambas as proteínas funcionam como membros alados; ou seja, como braços e mãos para os seus vírus que se agarram por sua vez a outros receptores. Ambos atravessam a barreira hematoencefálica e S1, como gp 120 - sendo que isso é ou será provavelmente tóxico para os tecidos cerebrais.
"Foi como um déjà vu", acentuou o cientista, que fez um extenso e supostamente excelente trabalho com o HIV-1, as gp 120, e a barreira hematoencefálica.
O Laboratório do Dr. William A. Banks tem assim como objectivo estudar mais aprofundadamente a Barreira Hematoencefálica na doença de Alzheimer, mas também na Obesidade, nos Diabetes e no HIV.
Todavia esta prerrogativa, eles colocaram o seu trabalho em lista de espera, pelo que todas as 15 pessoas envolvidas no laboratório começaram essas experiências, esses ensaios com a proteína S1, em Abril de 2020.
Recrutaram então um seu colaborador de longa data - de seu nome, Jacob Raber, professor dos departamentos de Neurociência Comportamental, Neurologia e Medicina Radiológica - assim como as suas conjuntas equipes estabelecidas na Oregon Health & Science University.
Este estudo pode efectivamente e de futuro elucidar melhor muitas complicações do COVID-19, de acordo com o que foi proferido pelos investigadores.
"Nós sabemos que, quando você tem a infecção por COVID, você tem dificuldade para respirar, e isso é porque, há infecção no seu pulmão; mas uma explicação adicional é que o vírus entra nos centros respiratórios do cérebro e causa lá problemas também!" (Explica o Dr. Banks)
O professor Jacob Raber afirmou também que, através das suas experiências, ficou a saber que «O transporte de S1 é mais rápido no bulbo olfactório e nos rins dos homens do que nos das mulheres».
Esta observação pode estar relacionada com o verificável aumento da susceptibilidade dos homens a desfechos mais graves por COVID-19. Ou seja, nas mulheres este grau não é tão pronunciado, havendo uma maior resistência orgânica por parte do género/sexo feminino.
Quanto ás pessoas que sentem e mesmo apanham o vírus de ânimo leve - ou porque foram negligentes ou desprovidas de sensatez (no bom senso da causa-efeito) nas medidas a adoptar de distanciamento social, no uso de máscara sempre que em circuitos fechados ou de grandes multidões, além da frequente higienização das mãos com sabão ou álcool - o Dr. Banks tem uma mensagem muito especial:
"Você não quer mexer com este vírus. Muitos dos efeitos que este vírus COVID-19 tem, podem ser acentuados ou perpetuados - ou mesmo causados - pela entrada do vírus no cérebro, e esses efeitos podem durar muito tempo."
Como é evidente, o Dr. William Banks tem toda a razão. Quem quererá viver com uma sentença aplicada e não comutada, proclamada que é por largo tempo em nocividade agravada, pelo simples ou aparvalhado facto de se não terem tomado medidas sérias, ultimadas e coordenadas pelas mais rigorosas e fidedignas organizações sanitárias estatais e mundiais...?!
E, por muito que a OMS tenha tido as suas falhas, os seus bloqueios, há que estimar-lhe algum valor. Por enquanto. Se não vier por aí mais um ou outro vírus ainda mais letal, mais infeccioso e mortífero de largo espectro em crucificada massificação de almas sem inoculação possível.
Não desejando ser mais uma profeta da desgraça, há que sublevar esforços e optimizar meios e custos, reforçando o que sempre se evidencia e dignifica em nome da Ciência. E de todos nós, seres humanos.
Há ainda que registar aqui que este estudo foi parcialmente financiado por um suplemento COVID-19 - financiado pelo National Institute on Aging para uma subvenção RF1 compartilhada entre vários Bancos e o professor Jacob Raber.
Um Intruso no Cérebro: assim finaliza o que se contextualiza deste ainda problemático vírus pandémico à escala global. Para quando se poderá enunciar este vírus como uma miragem e não na voragem destes imensos dias em que por vezes sentimos na mais escura noite da solidão e, do desafecto, de nada mais haver do que a espera, a sofrida espera de um término...?!
As vacinas proliferam. Os tratamentos experimentais também. Tudo num afã paradigmático (e por vezes assintomático também...) na iminência altruísta de ver todo um povo planetário suspirar de alívio; de ficar em paz, de ficar saudável e feliz. Talvez ainda seja cedo para se cantar vitória, mas os arautos estão aí. Os benignos. Os da esperança. Os da bonança de nos vermos superar mais esta barreira, mais esta fronteira das piores a que já assistimos nos últimos tempos.
Vamos conseguir. Vamos ultrapassar mais esta provação sem negação ou rejeição de o alcançarmos (independentemente das variantes, das estirpes ou mutações entretanto sofridas).
A tão falada Imunização de Grupo poderá ser uma realidade dentro em breve. E mesmo quem seja mais frágil ou vulnerável (como no caso das mulheres grávidas), haja boas perspectivas ainda que não esteja muito claro ou evidente se a Infecção Materna concede ou não a dita e tranquila Imunidade ao bebé.
(Em 23 de Dezembro de 2020, foi publicado no «Cell Press Journal» um estudo pré-aprovado que investigou minuciosamente os mecanismos de mudanças na Glicosilação de Anticorpos IgG para SARS-CoV-2 via placentária no terceiro trimestre (...). Este recente estudo traz assim novas e detalhadas informações que vão auxiliar por sequência as novas propostas de vacinação, no intuito de imunizar de forma mais eficaz o binómio mãe-bebé). Boas notícias portanto!
E será por todas elas, sempre bem-vindas e acolhidas por todos nós, que faremos prevalecer mais o que nos une do que o que nos divide. Pode ser um cliché pois pode, mas é sempre a nossa maior faculdade da vida: o sentirmos que unidos poderemos vencer mais esta prova.
Temos de ser valentes, resilientes e bravos, muito bravos, tal como soldados de um pelotão que se não deixa amedrontar, acagaçar, ou cair nas garras do inimigo. E, caindo, se sabe levantar e continuar a lutar. Somos duros. Somos fortes. Somos Humanidade e só isso basta!!!
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