Peptídeo da AIDS: a mais especial biomolécula ou, o mais recente e nobre cavaleiro biológico, que se poderá tornar em breve na nova abordagem terapêutica para se prevenir a infecção por SARS-CoV-2 e proteger assim os pacientes com COVID-19 de problemas respiratórios e cardíacos.
Novamente há motivos para se ter esperança e algum regozijo de que, através destas novas descobertas, se possa abrir um novo caminho de luz (e de grande sucesso!) na prevenção da progressão da doença por COVID-19.
Revertendo a Tempestade de Citocinas
Ainda na senda do que esta pandemia nos trouxe em toda a sua maligna magnitude, os cientistas - exímios precursores das mais intrincadas e laboriosas investigações - continuam na busca de todas as informações e, revelações, sobre este coronavírus.
Tal como um voluptuoso e surpreendente striptease, este vírus tem criado a idêntica suspense e excitação nos meandros científicos, pelo tanto que vai destacando de si em verdadeira apoteose - e tudo isso através das inúmeras experiências realizadas, muitas delas com a utilização de pequenos roedores ou camundongos que, exemplarmente há que o dizer, são as cobaias perfeitas de uma maior clarificação e observação na eficácia de medicamentos e terapias.
Desta vez, há a realçar um pequeno mas mui eficaz peptídeo que, introduzido por via nasal, conseguiu a feliz proeza de fazer reduzir a febre, proteger os pulmões, melhorar a função cardíaca e ainda, reverter a chamada «Tempestade de Citocinas».
No cômputo geral, os cientistas afiançam-nos que se poderá dizer com toda a certeza e fiabilidade baseadas neste estudo, nesta experiência, que em breve existirá uma nova abordagem para prevenir a infecção por SARS-CoV-2, protegendo assim os pacientes com COVID-19 dos já conhecidos sintomas induzidos nesta doença.
Quem assim o nomeia e divulga, são os investigadores do Centro Médico da Universidade Rush (Rush University Medical Center), em Chicago, no Estado de Illinois, nos Estados Unidos.
Esta Nova Terapia desenvolvida em camundongos e que se revelou de grande sucesso como forma de prevenção dos sintomas por COVID-19, teve o seu estudo publicado no «Journal Neuroimmune Pharmacology» em que se reportou de que, modelos de camundongos com COVID-19, mostraram resultados positivos quando um pequeno peptídeo foi introduzido por via nasal.
De acordo com os investigadores do Rush University Medical Center, este peptído demonstrou toda a sua exuberante eficácia clínica na Redução da Febre, Protecção dos Pulmões, Melhoria da Função Cardíaca e ainda a grande capacidade de Reverter a Tempestade de Citocinas apresentada - uma condição na qual uma infecção activa o Sistema Imunológico para inundar a corrente sanguínea com proteínas inflamatórias.
Kalipada Pahan, PhD - Professor de Ciências Neurológicas, Bioquímica e Farmacologia (sendo Presidente de Neurologia do Rush University Medical Center) - ou mais exactamente, Professor de Neurologia do Floyd A. em Rush, e Cientista de Carreira de Pesquisa no Departamento de Assuntos de Veteranos, Jesse Brown VA Medical Center, afirmou:
"Esta poderia ser uma nova abordagem para prevenir a infecção por SARS-CoV-2 e proteger os pacientes com COVID-19 de problemas respiratórios e cardíacos. Compreender o mecanismo é importante para o desenvolvimento de terapias eficazes para COVID-19."
O Estudo agora publicado tem por título: «O domínio de interacção ACE-2 do peptídeo Sars-CoV-2 (AIDS) suprime a inflamação para reduzir a febre e proteger os pulmões e o coração em camundongos: implicações para a terapia com COVID-19», Journal of Neuroimmune Pharmacology, 2021.
A Explicação Científica
De acordo com o que os especialistas nos contam, muitos pacientes com COVID-19 na UTI (unidade de tratamento intensivo ou unidade de cuidados intensivos) sofrem de uma espécie de tempestade de citocinas que, como já foi referido, afecta largamente os pulmões, o coração e outros órgãos; não é incomum registar-se algumas vezes e, nos casos mais graves, a falência multi-órgãos ou multi-orgânica devido a esta doença.
Para tal se combater como se de uma guerra se tratasse, existem as Terapias Anti-inflamatórias - como os Esteróides - e, embora muitas vezes disponíveis, estes tratamentos causam inevitavelmente Imunossupressão. Daí que os cientistas nos expliquem em maior rigor do que se trata afinal e, por meio do professor Pahan, fiquemos a saber:
"Uma vez que o SARS-CoV-2 se liga à enzima conversora de angiotensina 2 (ACE2) para entrar nas células, projectámos um hexapeptídeo correspondente ao domínio de interacção da ACE2 do SARS-CoV-2 (AIDS - Acquired Immunodeficiency Syndrome ou Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) para inibir a ligação do vírus com a ACE2. O peptídeo da AIDS inibe as citocinas produzidas apenas pela proteína-spike SARS-CoV-2, e não por outros estímulos inflamatórios, indicando que o peptídeo da AIDS não causaria imunossupressão. Descobrimos que, após o tratamento intranasal, o peptídeo da AIDS reduz a febre, protege os pulmões, normaliza a função cardíaca e melhora as actividades locomotoras num modelo de camundongo do COVID-19."
(Em ressalva: segundo a norma científica ou concepção da Biologia, os peptídeos são biomoléculas formadas pela ligação de dois ou mais aminoácidos através de ligações peptídicas, estabelecidas entre um grupo amina de um aminoácido e um grupo carboxilo do outro aminoácido.)
Segundo os especialistas «Embora a vacina esteja disponível, requer evidenciar de que, o COVID-19, pode potencialmente transformar-se num evento sazonal e oportunista. Por exemplo, apesar da vacinação contra a Gripe, há que afirmar também de que cerca de 40.000 a 50.000 pessoas morrem desta condição a cada ano que passa só nos Estados Unidos».
Portanto, infere-se, seja necessário em absoluto (ou mesmo prioritário) a existência de novos medicamentos, medicamentos específicos, para assim se poder reduzir os eventos inflamatórios relacionados à SARS-CoV-2, e prontamente cuidar dos problemas respiratórios e cardíacos do COVID-19, sendo contudo necessário também um melhor planeamento e manuseamento do COVID-19 - mesmo na era pós-vacina. Nisto, os cientistas são taxativos e a nós só nos cabe concordar.
"Se os resultados dos nossos peptídeos de AIDS puderem ser replicados em pacientes com COVID-19, será um avanço notável no controle desta devastadora pandemia!" (Conclui o professor Pahan)
Neste estudo onde participou o professor doutor Kaipada Pahan também estão incluídos em igual mérito outros autores, os quais aqui se faz referência. São eles: Dr. Ramesh K. Paidi; Dr. Malabendu Jana; Dr. Rama K. Mishra; Dr. Debashis Dutta; Dr. Sumita Raha do Rush University Medical Center e o Dr. Rama K. Mishra da Northwestern University.
Em final há que mencionar - e como tristemente é do conhecimento geral - o que se reconhece dos sintomas comuns por COVID-19 como persistentes e, muitas vezes, insistentemente agudizantes que levam à morte.
Estes sintomas começam por se registar através de Febre, Tosse e Falta de Ar - acompanhados outras tantas vezes pela perda de olfacto e paladar. As consequências não sendo visíveis ou detectáveis a curto prazo, são-no a longo prazo, estendendo-se da fadiga muscular aos mais nocivos efeitos pulmonares, cardíacos e neurológicos.
Com uma Taxa de Mortalidade de cerca de 4-5%, o COVID-19 é sem dúvida alguma dez vezes mais letal do que a Gripe. Os números não mentem e a realidade aí está comprovando isso mesmo, o que nos entristece a todos.
E embora qualquer pessoa seja susceptível ao COVID-19, aqueles que mais vulneráveis estão, são os que se enquadram nas pessoas na faixa etária dos 60 ou mais anos de idade - e todos aqueles com doenças ou patologias preexistentes, tais como Hipertensão, Obesidade, Asma ou Diabetes; estes são de facto os que se têm registado como os mais vulneráveis a sintomas graves.
Actualmente, é perceptível através de inegáveis dados estatísticos de que, o COVID-19, é mais letal nos homens do que nas mulheres. Até ao momento e segundo nos é dado em informação indesmentível, cerca de 2 milhões de pessoas (mais exactamente 2.058.226 de pessoas) faleceram em todo o globo devido ao COVID-19 (ou resultantes de 96,1 milhões de casos de infecção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP).
Uma tragédia, sobre outras que já tivemos no passado e, infeliz ou inevitavelmente, se repercutirão no futuro, se não houver prevenção e esforçada investigação nesta e noutras áreas. Mas o tempo o dirá, havendo sempre a esperança e a indissociável incumbência de todos trabalharmos para esse fim; para esse mui nobre objectivo comum de nos perpetuarmos como civilização.
(Em Registo: Portugal registou até ao momento 9.465 óbitos dos 581605 casos de infecção confirmados - de acordo com o boletim da Direcção Geral de Saúde / DGS. Hoje, dia 20 de Janeiro de 2021, somam-se os números fatais de 219 mortes relacionadas com o COVID-19 e 14.647 novos casos de infecção com o novo coronavírus - os valores mais elevados desde o início da pandemia).
Para maior infelicidade na dura realidade e subjectividade dos números, acresce-se dizer que casos da «Variante Inglesa» estão a aumentar significativamente em Portugal.
Segundo um recente relatório do INSA - Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, em Lisboa, Portugal (e publicado no site «virological.org» que emitiu desde logo um alerta) - a proporção de casos da variante inglesa do SARS-CoV-2 está a aumentar de modo exponencial em Portugal; relatório este que calcula também em cerca de 70% a taxa de crescimento entre o início de Dezembro de 2020 e o início de Janeiro de 2021.
Está assim dado o ALERTA de que, se não existirem alterações na Taxa de Aumento da Variante detectada no Reino Unido, a proporção dessa variante no total de casos em Portugal pode atingir os cerca de 60% na primeira semana de Fevereiro. Más notícias portanto.
Não sei se haverão outras especificidades ou outras especiais biomoléculas que, unidas em eficácia e solução, nos darão as tréguas desejadas... não sei. Mas sei que acredito nos nossos cientistas, e que todos eles, sem excepção, irão encontrar um meio para atingir o fim - o fim desta ameaça à vida de todos nós.
E aí brindaremos. Efusivos e concisos de que, estando esta batalha ganha (se a vencermos) outras virão. E outras ultrapassaremos. Mesmo em confusão, em delírio ou colírio de todos os males havidos. E sofridos. Venceremos! Acredito nisso! Mesmo que hoje os números ainda nos sejam cruzes, e os ânimos difusos sobre o que ainda aí virá. Mas acredito que um dia tudo findará; talvez para voltarmos a cerrar fileiras e a combater de novo. E de novo sairmos vitoriosos. Não acreditam?... Eu sim!
Sem comentários:
Enviar um comentário