Há almas eternas, outras imortais e talvez até mesmo outras confortavelmente emanentes sobre o Universo; cabe-nos a nós descobrir quais as que nós somos, por outras que andam por aí...
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segunda-feira, 27 de abril de 2020
Todos contra o COVID-19!
COVID-19: a mais destruidora pandemia que na actualidade se vive - com efeitos verdadeiramente nocivos e letais - no ser humano. Mesmo na sobrevivência, as sequelas são determinantes e muitas vezes flagelantes e, redutoras, de se voltar a ter uma vida normal.
O Mundo está em suspenso. Estamos todos contra o COVID-19; em batalha e em guerra aberta, como tantas vezes é sugerido e implacavelmente debatido por todos os órgãos de comunicação social do nosso mundo - mundo esse que se confronta e espartilha, por vezes, entre o que é verdade ou mentira.
E até vergonhoso, de raramente chegarmos a uma efectiva conclusão de qual das partes este novo coronavírus faz parte. Os pulmões colapsam e a economia mundial também; além a nossa saúde mental de um confinamento à escala global absolutamente inviolável se quisermos não morrer. É o que nos dizem, é no que confiamos ser verdade...Mas sê-lo-à???
Exigimos saber da sua origem (COVID-19) - se natural como afiançam alguns se artificial como especulam outros - esta última inflamada que está na sua pandémica proveniência e ingerência de conveniência laboratorial local que, por acidente ou aferição intencional, nos faz a todos interrogar de quem lucraria com isso, de quem beneficiaria com tamanha mortandade à escala global.
Demitirmo-nos de nos questionarmos sobre esta e muitas outras inquirições seria o mesmo que enterrar a cabeça na areia, ou simplesmente abandonarmo-nos à crença de que outros poderão viver por nós, sentir por nós; no entanto, poder investigar e esperar que nos dêem uma resposta plausível e concretamente sustentada é também admissível com o que nos faz ser gente e ser responsável - se não por nós, pelas futuras gerações que nos sucederem e sobreviverem.
Na tentativa global de se conhecer em pormenor este agora novo coronavírus, investigadores de várias instituições e universidades espalhadas pelo mundo encontraram finalmente os alvos-preferenciais (os tipos específicos de células) que são - ou parecem ser - os objectivos-alvo do coronavírus SARS-CoV-2 que está a causar a pandemia deste tão temido COVID-19.
De acordo com os especialistas na área médica e biomédica, os pacientes que sofreram um quadro clínico severo atingidos que foram por este novo coronavírus - e assim sendo se encontraram a lutar pela vida com a permanência e auxílio através de ventiladores - não raras vezes se vêem limitados e com sequelas agravadas como cicatrizes nos pulmões, risco de enfarte cardíaco e até problemas cerebrais. Este COVID-19 deixa marcas. Muitas. E para o resto da vida.
Conhecê-lo é chegar mais perto, é tentar dar-lhe chama para se queimar. É tentar dar-lhe muitas outras razões para partir, para não mais voltar, tal como um (ou uma) qualquer amante traidor e agressor que nos enganou, bateu, violou e mesmo sequestrou até às nossas mais ínfimas forças para o travar, para o fazer parar, para o neutralizar.
Não há limites quando se quer atingir um fim, mesmo que por enquanto seja ele, o COVID-19, o nosso fim. Mas não desistimos. Sabemos as causas e as consequências, tentemos agora conhecer-lhe as manhas, os alvos a que se destinam.
Quando tudo soubermos dele, então o fim estará perto - o seu e não o nosso - pois que a Humanidade não se deixa amedrontar assim mesmo que encerradas todas as portas. As da nossa casa e as da Ciência. Até que haja uma por abrir, estaremos sempre nessa luta, nessa perseguição e prossecução, pois delas dependerá a nossa sobrevivência, e o COVID-19 sabe disso...
As muitas consequências do COVID-19 que, em muitos casos também, infelizmente, finalizam na morte dos pacientes. As consequências deste novo coronavírus para o Sistema Respiratório são trágicas, dependendo em muito das comorbilidades havidas, as patologias associadas ou doenças crónicas que o paciente apresente de seu quadro clínico.
Sabemos que o nosso organismo tenta não ceder e tudo faz para que os vírus não levem a melhor, muitas vezes infrutiferamente, apesar do nosso Sistema Imunológico dar uma incessante e inquebrantável luta que se revela não raras vezes em rasa glória contra a infecção.
Em relação às consequências, as mais documentadas têm por hábito ser mais evidenciadas pela falta de ar ou uma certa asfixia devido ao colapso dos pulmões nos quadros clínicos mais graves, existindo porém outras sintomatologias e muitas outras consequências de grande relevância que acabam por limitar a qualidade de vida do doente, se sobrevivente a tamanha provação instada e provocada pelo COVID-19.
Causas e Consequências
De acordo com os especialistas, as permanentes lesões nos pulmões são evidentes. E ficam para a vida toda. A maior parte dos vírus que atingem o trato respiratório infecta sobretudo a parte traqueobrônquica. Contudo, observou-se que o novo coronavírus era diferente, porque invadia o organismo através de uns receptores (as enzimas ACE2) que estão essencialmente localizados na periferia do pulmão, onde ficam os alvéolos.
Muitas causas estão subjacentes e muitas consequências também. A Fibrose Pulmonar é uma delas. No entanto, no que respeita à reconstrução das regiões destruídas dos pulmões que o organismo efectua em cicatrização, há que referir, essa recuperação pulmonar faz-se à custa de grandes zonas de Fibrose Pulmonar.
Há a acrescentar que, a intensidade dessa lesão - e os efeitos que terá na qualidade de vida do paciente - dependerá da severidade com que foi atingido pelo COVID-19. Por vezes, esta fibrose (num claro e identificativo sinal de que aconteceu uma lesão), é mais frequente nos doentes que têm de ser ventilados em Cuidados Intensivos. Nem todos os doentes terão esta lesão, afirmam os especialistas, num outro claro sinal de esperança e renovação.
Segundo as palavras de João Cardoso - director do Serviço de Pneumologia do Centro Hospitalar de Lisboa Central (CHLC) e professor na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, Portugal, em referência ao «Observador»: "Nem todos os doentes com COVID-19 ficarão com sequelas. (...) Mas nas pessoas que estiverem ventiladas, a probabilidade de ficarem com essas lesões já é maior."
Nos pacientes com COVID-19 e com quadros clínicos mais ligeiros, regista-se que o vírus não danifica significativamente essa zona dos pulmões. O nosso Sistema Imunitário está de facto habilitado para combater essa infecção, mesmo que potencializado através da medicação. No entanto, quando esse mecanismo de defesa falha, os doentes entram num estado considerado mais grave; ou seja, a infecção chega aos alvéolos dos pulmões que se enchem de um líquido, dificultando assim a oxigenação do sangue.
"Nesses casos, é comum que as radiografias mostrem umas condensações, isto é, umas manchas mais claras onde o pulmão não está cheio de ar." (A descrição exacta do professor João Cardoso)
Nos exames imagiológicos realizados nos pacientes com COVID-19, é comum detectar-se os muitos sinais de agressão que os pulmões sofrem, uma vez que o sistema imunológico quer de facto combater o vírus mas está incapacitado para o fazer, o que vai logicamente causar danos estruturais nos pulmões. Tudo isso se reflecte então como danos colaterais da perturbante batalha do nosso organismo contra este terrível invasor.
Segundo a experiência médica, muitos pacientes apresentam a partir daí muitas limitações, ainda que os seus pulmões tenham cicatrizado - uma vez que o organismo vai tentar reconstruir as regiões destruídas dos pulmões. Essa cicatrização forma então uma «fibrose», um sinal de que aconteceu uma lesão. Esta recuperação faz-se à custa de grandes zonas de Fibrose Pulmonar.
"Nos casos mais extremos de Fibrose Pulmonar, os pacientes podem sofrer uma limitação de actividade mais vigorosa até uma fase de incapacidade quase total para a execução de esforços mesmo que limitados. Exercícios cardiovasculares - como correr ou uma caminhada mais rápida - podem tornar-se impossíveis para estes doentes. E até caminhar pode ser difícil."
(Carlos Robalo Cordeiro, director da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e director do Serviço de Pneumologia do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Portugal)
Todavia, não são só estes os limites e consequências do COVID-19. O sistema nervoso também é atingido. Segundo afirmou ao Observador a Drª Isabel Luzeiro, presidente da Sociedade Portuguesa de Neurologia:
"A doença pode afectar o sistema nervoso central, os nervos periféricos e ainda os da fibra muscular. A falta de paladar (Ageusia) e de olfacto (Anosmia), de que alguns pacientes se queixam como sintoma da doença, é um sinal de que foram afectados alguns dos nervos cranianos. Os receptores com que o SARS-CoV-2 entra nas células também existem no cérebro, nervos periféricos e músculos - daí que todos estes compartimentos possam ser atingidos pela doença."
O Vírus SARS-CoV-2 tem efectivamente uma afinidade particular para os sectores ACE2 - que existem por todo o corpo (incluindo no cérebro, nervos periféricos e músculo). Daí se supor em termos médicos de que todos estes compartimentos possam ser atingidos por este novo coronavírus.
Segundo a Drª Luzeiro: "Durante a fase aguda o vírus pode ainda provocar, em cerca de 16% dos casos, dores de cabeça e tonturas; e mais raramente pode até acontecer perda de consciência»: A falência respiratória súbita pode também ser devida à falência dos centros respiratórios do cérebro, o que é relativamente raro."
Encefalites, crises epilépticas e os quadros encefalopáticos - muito potenciados pela hipoxémia grave e pela falência multi-orgânica associada ao carácter sistémico da infecção pelo vírus - também são quadros existentes nesta «tempestade» que afecta o cérebro e na subsequente reacção inflamatória que este vírus desperta em danos para o Sistema Nervoso, mas também, na produção massiva de mediadores inflamatórios que atingem o cérebro humano.
O Surgimento de Problemas de Memória, alterações cognitivas e micro-enfartes cerebrais - por obliteração dos vasos sanguíneos - também se repercutem nesta já extensiva lista de factores que contribuem para a diminuição de faculdades no paciente. Não se sabendo ainda a longo prazo que outras repercussões neurológicas poderão surgir, existe a infeliz perspectiva de que o COVID-19 possa revelar nos doentes paralisia e stress pós-traumático.
Miopatia dos Cuidados Intensivos - uma atrofia muscular que pode surgir nos pacientes que estão imobilizados e são ventilados ainda que não por muito tempo - é outra das consequências registada nos doentes que passaram pelas Unidades de Cuidados Intensivos.
"Isso traz problemas graves, como dificuldades em caminhar e perda de autonomia motora. Estes doentes precisam de reabilitação. Algum tempo após a recuperação dos doentes, é também possível que surja a Síndrome de Guillain-Barré, uma paralisia de carácter ascendente, que surge de facto quando o sistema imunitário ataca o Sistema Nervoso Periférico. Outras sequelas podem ser o problema de memória, alterações cognitivas e micro-enfartes cerebrais." (A elucidativa explicação da neurologista)
Os pacientes que tiveram COVID-19 poderão vir a desenvolver também quadros de ansiedade e elevados níveis de stress, depressão e pânico, segundo a Drª Luzeiro que nos acrescenta: " São problemas psiquiátricos graves. A recuperação vai depender da capacidade de cada um para lidar com este problema e arranjar estratégias para ultrapassar todas estas limitações."
O Coração também é afectado. Nesta enorme batalha orgânica nenhum se encontra de fora deste registo em que o COVID-19 é rei e senhor. Regina Ribeiras, vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia - em referência ao Observador - legitima por sua vez:
"O músculo do coração também tem as enzimas que o SARS-CoV-2 utiliza para se introduzir nas células. Quando se ligam, o vírus provoca uma lesão miocárdica, mesmo nas pessoas que não têm doença cardíaca prévia. E quem já sofre com essas complicações coronárias, terá uma probabilidade muito elevada de não sobreviver."
A Drª Ribeiras explicou-nos então de que o ataque do novo coronavírus ao coração possui dois níveis de agressão. Numa primeira fase, o vírus liga-se aos receptores ACE2 nas células do miocárdio promovendo uma inflamação.
Nesses casos, as análises de sangue detectam uma subida gradual e ligeira nos níveis de Troponina - uma substância envolvida na contracção do coração e que entra em circulação quando o músculo cardíaco é danificado - ao longo de 10 dias. "Normalmente são estes os casos que precisam de internamento. "
Sendo um quadro que pode também ocorrer com outros agentes patogénicos, como algumas bactérias e até mesmo com o vírus da gripe, a Drª Ribeiras induz: "A inflamação do miocárdio provocada por este vírus é bastante exuberante, a lesão é muito marcada e muito intensa." E especifica ainda: "A generalidade das pessoas que precisa de internamento sofre realmente uma lesão cardíaca mas não é tão intensa e parece não deixar sequelas nem limitações no dia-a-dia."
Todavia, se o paciente entrar na segunda fase de agressão que ocorre quase sempre numa situação de lesão cardíaca generalizada, dificilmente há recuperação, de acordo com o que nos profere em rigoroso conhecimento a reputada cardiologista. Afere então: "O corpo entra numa «Tempestade de Citocinas», moléculas envolvidas na comunicação entre as células quando o organismo desencadeia uma resposta imune."
Os Níveis de Troponina sobem assim e, subsequentemente, em flecha. De 5 em 5 dias. O coração que já estava efectivamente muito debilitado ou fragilizado à partida, deixa de ter capacidade para suportar o ritmo de trabalho que o organismo lhe exige. De seguida, perante estes pressupostos, entra em falência.
Segundo a cardiologista Regina Ribeiras, mais de 85% dos pacientes que sofre esta lesão adicional acaba por falecer nos Cuidados Intensivos dos Hospitais. Os que sobrevivem, são os casos que, mais tarde, chegam aos relatórios científicos como «casos pontuais ou excepcionais».
"As pessoas estão a respirar mal, têm menos oxigénio no sangue e isso pode, indirectamente, criar condições para que as pessoas tenham um enfarte secundário. E quem tem placas nas artérias coronárias (depósitos de gordura ou tecido fibroso nas artérias que fornecem sangue ao coração), também pode ter um enfarte do miocárdio." (Victor Gil, presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia)
Tanto Victor Gil como Regina Ribeiras recordam que não há ainda evidências científicas suficientes para que se tirem conclusões (que se não desejam precipitadas), sobre o que sucede efectivamente a nível cardíaco após a recuperação do COVID-19.
Ainda assim, Victor Gil, o presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia refere com muita apreensão que está deveras preocupado com os doentes cardiovasculares. Diz então: "Dentro das morbilidades, são quem tem uma maior mortalidade a seguir aos idosos com mais de 80 anos. Uma análise feita a 45 mil casos na China sugere que, entre estes doentes, a taxa é de 10,5%."
Também a Drª Regina Ribeiras insiste que: "Quem já tem algum grau de disfunção do músculo cardíaco, terá um percurso clínico péssimo caso fique infectada pelo novo coronavírus. Têm muitas complicações e têm uma probabilidade muito elevada de não sobreviver."
Por último mas não menos importante há que ter em registo o Fígado e Rins: órgãos que neste devasso périplo instado pelo COVID-19 também não ficam de fora de serem molestados por este agora tão arrasador novo coronavírus.
Um estudo publicado em meados de Março de 2020 na revista científica «Liver International» sugere que o Fígado também pode ser atingido pelo novo coronavírus, não apenas pelo ataque directo do SARS-CoV-2, mas igualmente pela causa directa também da medicação que pode ser administrada ou prescrita aos pacientes. Em casos considerados mais graves, o paciente pode mesmo entrar em Insuficiência Hepática.
À Semelhança do Fígado - que parece assim estar mais vulnerável ao vírus por ser altamente vasculado - os Rins também podem, eventualmente, vir a sofrer a mesma contingência aplicada no caso do fígado. Dizem-nos os especialistas que, o coronavírus que provocou o SARS em 2003, causou danos renais muitos graves que se registaram em cerca de 6% dos pacientes, segundo um estudo publicitado pelo «El Mundo» de Espanha.
Todavia, ainda não se sabe se o mesmo sucede com o SARS-CoV-2, mas uma investigação chinesa sugere que cerca de 26% dos pacientes internados em Wuhan apresentaram um quadro clínico de certa forma preocupante na evidência de «Sérios Problemas Renais» desenvolvidos após a infecção provocada pelo COVID-19.
22 de Abril de 2020: Investigadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos EUA, identificaram agora os específicos tipos de células que parecem ser os alvos do coronavírus SARS-CoV-2 que está a causar esta terrível pandemia do COVID-19.
As Células-alvo do COVID-19
Esta última descoberta feita por investigadores do Instituto de Tecnologia do Massachusetts (MIT) não deixa ninguém indiferente. Desta vez estes garbosos e mui reputados cientistas do MIT, mas também do Instituto do Ragom (MGH); MIT e Harvard, em associação com colegas de todo o mundo, identificaram os mais precisos ou específicos tipos de células que parecem ser os alvos preferenciais do coronavírus que está a causar a pandemia por COVID-19.
Este estudo revelou assim ter encontrado células específicas ou determinantes nos Pulmões, Passagens Nasais e nos Intestinos que são, por assim dizer, os mais susceptíveis à infecção.
Usando os dados existentes sobre o ARN/RNA encontrado em diferentes tipos de células, os investigadores tiveram eles também a capacidade extraordinária de procurar e, encontrar células, que expressam assim e de forma mui pragmática as duas proteínas que ajudam o vírus SARS-CoV-2 a entrar nas células humanas.
Os Investigadores descobriram então os vários subconjuntos de células no pulmão, nas vias nasais mas também nos intestinos, onde se observou estes expressarem o ARN/RNA para essas duas proteínas muito mais do que o verificado noutras células.
Assim sendo, estes estudiosos esperam convictamente que estas suas descobertas ajudem a partir daqui a orientar todos os cientistas que estão neste momento a trabalhar nesta causa, ou seja, no desenvolvimento de Novos Tratamentos com Medicamentos; ou mesmo os que estão a testar os medicamentos já existentes que poderiam ser reaproveitados para o tratamento do COVID-19.
"O nosso objectivo é divulgar informações para a comunidade e partilhar assim dados o mais rápido possível humanamente, para que possamos ajudar a acelerar os esforços em andamento nas comunidades científica e médica."
(Afirmação da Alex K. Shalek, professor associado da Pfizer-Laubach Career Development, membro central do Instituto de Engenharia e Ciência do Departamento de Química (IMES) do MIT, e também como membro extra-mural do Instituto Koch de Pesquisa Integrativa do Cancro (câncer), além de membro associado do Instituto Ragon e no Broad Institute)
O professor Shalek e José Ordovas-Montanes, um pós-doutorado do MIT que agora dirige o seu próprio laboratório no Hospital Infantil de Boston, nos Estados Unidos, são os principais autores e responsáveis deste estudo; um estudo que foi divulgado na revista científica «Cell» no dia 22 de Abril de 2020.
Os Principais Autores do artigo publicado na Cell - alunos de pós-graduação do MIT - são: Carly Ziegler; Samuel Allon e Sara Nyquist; e também Ian Mbano, investigador do «Africa Health Research Institute» (Instituto de Investigação e Saúde de África) em Durban, na África do Sul.
Imagem IOC/Fiocruz: captada através de microscopia electrónica de transmissão que mostra em detalhe, o momento exacto em que uma célula é infectada pelo novo coronavírus - o SARS-CoV-2. No detalhe da imagem, é possível observar a acção do patógeno a iniciar o processo de infecção.
Vasculhando dados...
De acordo com o que nos é reportado na página da Science Daily de 22 de Abril de 2020, pouco tempo após o início do surto de SARS-CoV-2, os cientistas descobriram de forma esfuziante de que, a proteína-chave (ou proteína-«pico») viral, se liga a um receptor em células humanas conhecida como «Enzima de Conversão da Angiotensina 2 ou ACE2».
Outra Proteína Humana, uma enzima denominada como TMPRSS2, que se sabe ajudar a activar a proteína-chave ou proteína de pico do coronavírus, vai permitir assim a entrada de células. A ligação e a activação combinadas vão permitir de forma absolutamente eficaz que o vírus entre nas células hospedeiras.
"Assim que percebemos que o papel dessas proteínas tinha sido bioquimicamente comprovado, começámos a procurar onde esses existentes genes estavam nos nossos conjuntos de dados. Estávamos numa boa posição para começar a investigar quais as células que esse vírus pode realmente atingir." (Proferiu o pós-doutorado do MIT, Ordovas-Montanes)
O laboratório do professor Shalek, assim como muitos outros laboratórios em redor do mundo realizaram exaustivos estudos em larga escala de dezenas de milhares de células humanas - primatas não-humanas e de pequenos roedores (camundongos) - nas quais os investigadores utilizaram a avançada tecnologia do sequenciamento de ARN/RNA unicelular para determinar quais os genes que são activados num determinado tipo de célula.
Desde o ano passado (2019) que se sabe Nyquist ter construído um banco de dados com parceiros do Broad Institute para dessa forma poder armazenar uma enorme colecção desses conjuntos de dados num único local, para que se pudesse permitir também que os investigadores estudassem os possíveis papéis dessas específicas células na estrondosa variedade de doenças infecciosas.
Muitos dos dados vieram de laboratórios pertencentes ao projecto «Human Cell Atlas», cujo objectivo é catalogar os distintos padrões da actividade génica (relativo aos genes) para cada tipo de célula no corpo humano. Os conjuntos de dados que a equipe do MIT usou, incluíram centenas de tipos de células dos pulmões, das passagens nasais e do intestino.
Sabe-se contudo, que os investigadores escolheram esses órgãos para o estudo do COVID-19 porque, as evidências anteriores registadas, indicaram que o vírus pode infectar cada um deles. Por conclusão, os investigadores só tiveram de comparar então os seus resultados em face aos tipos de células dos órgãos não-afectados.
"Como temos esse incrível repositório de informações, pudemos começar a examinar o que seria provável ou expectável para que as células-alvo fossem infectadas. Embora esses conjuntos de dados não tenham sido projectados especificamente para estudar o COVID-19, esperamos que tal nos tenha dado um bom começo para identificar algumas coisas que podem ser relevantes lá." (Explicou Shalek)
Nas Passagens Nasais (das cavidades ou fossas nasais), os investigadores descobriram que as células secretoras de cálices, que produzem muco (o fluido visco-elástico de origem biológica que vulgarmente se apelida de «ranho»), expressam ARNs/RNAs para ambas as proteínas que o SARS-CoV-2 usa para infectar células.
Nos pulmões, os investigadores anotaram ter encontrado os RNAs dessas proteínas principalmente em células chamadas «Pneumócitos tipo II». Essas células revestem portanto os alvéolos, os sacos de ar dos pulmões, sendo responsáveis por mantê-los abertos.
Em relação ao Intestino, os investigadores descobriram que as células chamadas de «Enterócitos absorventes», responsáveis pela absorção de alguns nutrientes, expressam os RNAs dessas duas proteínas mais do que qualquer outro tipo de célula intestinal.
"Esta pode não ser ainda a história completa, mas definitivamente mostra uma imagem muito mais precisa do que a área anterior. Agora podemos dizer com algum nível de confiança que esses receptores são expressos nessas células específicas desses tecidos." (Conclusão de Ordovas-Montanes)
Combate à Infecção: a exploração cada vez mais funda e profunda na abordagem da experiência científica (sob criteriosos ensaios clínicos) que levam a muitas outras descobertas; desta vez, de como o Interferão/Interferon agia ou actuava demonstrando os seus inúmeros efeitos benéficos nesse combate infecciológico.
Combate à Infecção!
Nunca uma batalha foi tão acirrada e mundialmente tão combatível quanto esta sobre o COVID-19, a qual se inserem muitos milhares de cientistas que procuram respostas para as ainda incongruentes vertentes ou intrincáveis caminhos pelos quais se move este novo coronavírus.
No estudo da revista científica Cell, os investigadores não lhe deram tréguas, pelo que urgem soluções que se espaçam no tempo e se prolongam nele, sem que saibamos na totalidade de quais armas ou ferramentas se poderá usar para melhor o combater, para melhor o derrubar.
No entanto, surpreendentemente, eles, os investigadores do MIT, do Instituto Ragon do MGH, MIT e Harvard, do Broad Institute of MIT e Harvard (além de todos os seus associados e colegas afectos a este estudo que juntamente reuniram dados neste mesmo sentido), observaram um fenómeno raro: A expressão do gene ACE2 parecia estar correlacionada com a activação de genes que se sabe serem activados pelo Interferon - uma proteína que o nosso corpo produz em resposta à Infecção Viral.
Surpreendente, sem dúvida! Para que tal fosse alvo de uma exploração ainda mais profunda, os investigadores de Massachusetts e todos os outros empenharam-se na realização de mais e novas experiências, nas quais trataram as células que revestem as vias aéreas com Interferon, descobrindo depois que o tratamento realmente ligava o gene ACE2.
O que os cientistas nos explicaram foi que - O Interferon - ajuda de facto a combater a infecção, interferindo assim na replicação viral, assim como vai também ajudar a activar as células imunes. Activa igualmente um conjunto distinto de genes que auxiliam as células a combater a infecção.
Estudos Anteriores sugeriram então que o ACE2 desempenhava um papel deveras importante no auxílio às células pulmonares para tolerar danos; no entanto, esta é a primeira vez que o ACE2 é de facto conectado à resposta do Interferon.
A descoberta sugere de forma inegável que - Os Coronavírus - podem ter evoluído para aproveitar as defesas naturais das células hospedeiras, sequestrando assim algumas proteínas para uso próprio.
"Este não é o único exemplo disso. Existem outros exemplos de coronavírus e outros vírus que realmente têm como alvo os genes estimulados pelo Interferon como formas de entrar nas células. De certa forma, é a resposta mais confiável do hospedeiro." (Afiança Ordovas-Montanes)
A explicação é clara: Como o Interferon possui tantos efeitos benéficos contra a Infecção Viral, às vezes é utilizado para tratar infecções tais como a Hepatite B e a Hepatite C.
As Descobertas feitas por toda a fantástica equipe do MIT, sugerem agora que o potencial papel do Interferon no combate ao COVID-19 pode ser de certa forma complexo. Estima-se que, por um lado, possa vir a estimular os genes que combatem as infecções ou ainda, a ajudar as células a sobreviverem aos danos, mas, por outro lado, pode também vir a fornecer alvos-extra que ajudam o vírus a infectar mais células.
"É difícil tirar conclusões amplas sobre o papel do Interferon contra esse vírus. A única maneira de começarmos a entender isso é através de ensaios clínicos cuidadosamente controlados. O que estamos a tentar fazer é divulgar as informações, porque existem muitas rápidas respostas clínicas que as pessoas nos vão dando. Estamos a tentar consciencializá-las de coisas que possam ser relevantes." (Afirma com toda a veemência científica mas também humana, o professor Shalek)
Actualmente, o professor Shalek pensa começar a trabalhar com mais colaboradores para traçar modelos de tecidos que incorporam assim as células já identificadas neste estudo. Tais modelos podem ser usados para testar Medicamentos Antivirais existentes, prevendo então de como eles podem afectar a infecção por SARS-CoV-2.
A Equipe do MIT e os seus colaboradores ou associados neste estudo, disponibilizaram de forma completamente altruísta todos os dados que utilizaram no referido estudo (e investigação em curso), para desta forma facilitar ou tornar acessível a outros laboratórios os dados e resultados do mesmo, caso desejem usá-los; ou neles se basearem para fomentar outros estudos e investigações.
"Muitos dos dados usados neste estudo foram gerados em colaboração com os investigadores ou pesquisadores de todo o mundo que assim estiveram verdadeiramente dispostos a compartilhá-los." (Palavras de Shalek)
"Houve um incrível derrame de informações da Comunidade Científica para com as várias partes interessadas que queriam contribuir para a batalha contra o COVID de qualquer maneira possível. Foi incrível ver um grande número de laboratórios de todo o mundo a se unirem para tentar resolver isso de forma colaborativa." (Finaliza com um rasgado sorriso o digníssimo professor Alex K. Shalek)
Esta brilhante investigação foi financiada por: Searl Scholars Program; Beckman Young Investigator Program; Pew-Stuart Scholars Program for Cancer Research; Sloan Fellowship in Chemistry; National Institutes of Health; Aeras Foundation; Bill and Melinda Gates Foundation; Richard and Susan Smith Family Foundation; mas também pelo Instituto Nacional de Ciências Médicas Gerais; do Centro UMass para o programa-piloto de projectos de Ciências Clínicas e Translacionais e o Gabinete do Secretário-assistente de Defesa para os Assuntos de Saúde. A todos se agradece desde já pela prestimosa contribuição tendo por objectivo a saúde e o bem-estar humanos.
Mesmo que hajam falhas, fracassos, recuos e investigações que por vezes desdigam e contemporizem de forma menos positiva determinadas conclusões que nem sempre vão de encontro ao desejado, não se pode nem deve esmorecer a esperança de se encontrar uma ou mais soluções para a erradicação deste novo coronavírus e não só.
(Como por exemplo na obsoleta eficácia registada através do medicamento «Remdesivir», um antiviral desenvolvido pela Gliead Sciences para tratamento de doenças como a MERS e o Ébola, e que actualmente se traduziu não naquela tão endeusada fórmula mágica contra o COVID-19 mas como um verdadeiro fiasco segundo o registo ou coordenação autenticada pela China...)
Seja como for, em recuo ou avanços lá haveremos de chegar; a essa tão íngreme e inóspita montanha mais alta e ainda mais inacessível do que o Everest.
Não há tempo para parar. Para desistir. Para não acreditar que será, indubitavelmente, pela força brutal de empenho das mais nobres mentes científicas a nível internacional, que se encontrará uma cura, uma quase absolvição de todos os nossos erros ou pecados terrenos que vêm em nome de vírus.
Sentindo também que é louca a corrida, que é por demais exigente e, evidente, toda a nossa mundial aflição na busca de uma vacina, um antiviral, ou qualquer outro medicamento ou terapia ocasional que nos imunize a todos. E algo chegará. Em triunfo. Em expectativa. Em vitória final. Porque ele - o tão temível COVID-19 - está sozinho. E nós, humanos, estamos todos contra ele!
E a união faz a força, alguém disse. Assim é e assim continuará a ser: Todos por Todos! Ou talvez todos juntos contra o COVID-19! E outros que se lhe juntem. Não desistiremos!!!
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