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segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Perigo: Lixo no Espaço!

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Lixo no Espaço: um termo não muito apropriado mas chocante o suficiente para que compreendamos que, não obstante a imundice que geramos no planeta, nos tenhamos de defrontar agora com aquele que projectamos desmesuradamente no Espaço.

Na órbita baixa da Terra (a 2 mil km acima da superfície da Terra e na dispersão de 8 km/segundo), detritos que variam de pequenos satélites do tamanho de camiões até pequenos cristais de urina humana percorrem todo esse espaço sem que haja uma contenção ou, um maior refreio, desse contingente diminuir.

Perigoso é, já o sabemos. Calamitoso será, se nada fizermos para o erradicar e não banalizar como até agora o temos feito!

O último e mais recente incidente registado sucedeu na ocorrência de 2 de Setembro de 2019 (e a 320 km de altitude), que se perspectivou na alteração de trajectória de um dos satélites da ESA - o Éolo, satélite de observação da Terra.

E isto, em desvio de uma possível colisão com outro pertencente à SpaceX - O Starlink 44 (e que a SpaceX se recusou a remover numa atitude muito pouco digna e nada consensual com o que se estipula a nível internacional no grau e risco de eventos semelhantes).

A manobra foi um sucesso! Da ESA! Evitou-se assim o pior com um dos satélites Starlink - da já mencionada empresa de exploração espacial SpaceX, do multimilionário Elon Musk.

Frieza e poder racional operaram no seio da ESA (Agência Espacial Europeia) que tudo acelerou e alterou numa acção imediata e coerente com o que sempre se propôs: Evitar o desastre, a tragédia.  A tal ter ocorrido, ficaríamos todos mais pobres, muito mais, sem dúvida alguma!!!


                                      - Houston, temos um problema... com o lixo! -

A Democratização do Espaço tem destas coisas: a confusão instada devido à nova era dos pequenos lançadores (foguetões), dos micro-satélites, e das grandes constelações dos mesmos que reflectem uma ameaça cada vez mais real de colisões entre eles, gerando por conseguinte uma autêntica lixeira à solta no Espaço.

Regular o crescente tráfego de satélites é necessário e até prudente, assim como encontrar vias e eficazes soluções para o banir ou erradicar, mas será exequível tal?... É o que tentámos saber.

Em Prólogo: Do lixo espacial conhecido e, rastreado, 70% está localizado na órbita baixa da Terra que se estende por cerca de 2000 quilómetros acima da superfície do nosso planeta; mais exactamente entre 180 quilómetros e 2 mil km de altitude, na avultada concentração de objectos.

A situação criada é de tamanha urgência (e emergência!) que a NASA, ESA e JAXA tiveram de tomar medidas nesse sentido numa espécie de limpeza geral (faxina, em versão brasileira) com o desenvolvimento de uma linha de produtos de remoção de detritos espaciais consignada à Airbus (NASA), à missão de prova de tecnologia RemoveDEBRIS (ESA) e ainda à JAXA com a sua «corda electrónica» (EDT).

(Em registo sobre a imagem do texto): Ninguém se engane ou tente fingir que, o que se revela aqui em ilustração seja uma mera impressão de artista, mas, efectivamente, a imunda realidade espacial que nos é dada com base em dados fidedignos do que se está a passar por cima das nossas terrenas cabeças!...

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Fragmentos no Espaço: Centenas de milhares de objectos feitos pelo Homem estão neste momento em circulação espacial, desde satélites mortos a parafusos, chaves de fenda e porcas errantes. Tudo numa lixeira a céu aberto, que é o mesmo que aferir que estamos a criar uma lixeira espacial, estimulando a que haja de futuro um ou mais acidentes de alta gravidade - como a colisão de satélites - ou o mau funcionamento destes. A nada se fazer, estaremos a criar a nossa própria sepultura celestial...

Um Grande Problema!
Sim, o Lixo Espacial é já hoje um grande problema para o Homem, para aquele que o criou. Segundo dados divulgados numa reportagem da National Geographic de 25 de Abril de 2019, em 2009, quase 800 quilómetros acima da Sibéria, dois satélites colidiram a cerca de 40 mil km/h explodindo numa nuvem de milhares de pedaços de entulho.

Os culpados desse «TGV» espacial foram o inactivo satélite russo Cosmos 2251 e o satélite de comunicação americano Iridium 33, que então sofreram o grande impacto no dia 11 de Fevereiro de 2009. De acordo com a Secure World Foundation, a ocorrência verificou-se a 10 km/s. Mais tarde os dados revelariam de que foi esta a Primeira Vez que dois satélites colidiram no Espaço, fazendo-nos estar mais atentos para esta problemática do Lixo Espacial.

(De registar que o Cosmos 2251, o estatal satélite russo abandonado, ficou em órbita por uma década, colidindo então com o satélite comercial norte-americano Iridium 33, que era membro de uma constelação altamente lucrativa na composição de 66 satélites no fornecimento de serviços de telecomunicações)

Mais do que uma «Guerra Fria Espacial» (para quem tenha ainda a persistente ousadia de instar uma guerra das estrelas), há que estimar custos e consequências de nada se fazer para se evitar estas colisões, estes fragmentos que se espalham por todo o lado permanecendo ou jazendo no Espaço.

Sabe-se que mais de 23 mil fragmentos artificiais e com mais de 10 centímetros (um pouco mais largos que duas bolas de golfe) povoam o nosso planeta. Todavia o conhecimento havido sobre a dimensão destes fragmentos, intui-se existirem muitos outros de menor dimensão - cerca de 500 mil pedaços que medeiam entre 0,4 e 4 polegadas (10,16 cm) que se vão juntar a esses fragmentos maiores.

A Maioria desses detritos fica, como é sabido, a cerca de 320 quilómetros da superfície da Terra (órbita baixa da Terra). Aí se alocam muitos satélites como a frota do Sistema de Observação da Terra (NASA) versus Estação Espacial Internacional (ISS).

Reconhece-se de que, o Lixo Espacial, pode impactar muitos outros objectos a mais de 22.300 mph (ainda mais rápido do que um projéctil ou bala de um revolver em alta velocidade).

As colisões registadas com esses pequenos pedaços em geral deixam marcas indeléveis, ou seja, deixam buracos e/ou visíveis mossas em muitos satélites, telescópios, e muitos outros objectos que orbitam o nosso planeta. Por exemplo, em 2006, um pequeno pedaço de lixo espacial colidiu com a ISS, no que lhe causou graves danos ao ser-lhe arrancada um pedaço da janela fortemente reforçada.

O Lixo Espacial é hoje uma ameaça crescente para a Indústria Espacial Comercial que assim tem de investir mais e melhor tendo em conta estes «ataques» de detritos.

Essa maior consciência colectiva por parte de engenheiros e especialistas que trabalham nesse sector (aeronáutica) não tem poupado esforços para que se encontre uma ou mais soluções que possam sanar esses riscos - se não por completo pelo menos em parte - ou que minimizem os perigos de tais obstáculos.

Houve de facto essa percepção e esse consolidar científicos em face ao perigo, reforçados pelo que em Março de 2018 se verificou da responsabilidade da Índia, que viu explodir um seu satélite em cerca de 4000 fragmentos pelo Espaço. Como se observa, estamos todos em perigo...

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(Imagem: ESA) A impressionante imagem que nos revela a proporção dos danos causados por um pequeno pedaço de detrito/lixo espacial no painel solar do Telescópio Espacial Hubble. Desde logo se deduz quão perigosos são estes detritos que, a serem projectados contra uma nave espacial, poderão colocar em risco de vida as equipes de astronautas, assim como o sucesso das futuras missões espaciais.

Uma Lixeira Espacial
Não basta termos infectado o planeta Terra, para agora nos vermos confrontados com esta espécie de lixeira espacial que gravita por cima das nossas cabeças. E isto, desde que o Sputnik-1 - o primeiro satélite feito pelo Homem que foi gloriosamente lançado no Espaço - acabou invariavelmente por escapar da atracção gravitacional da Terra em 4 de Outubro de 1957.

Esta Nova Era Espacial trouxe-nos muitas alegrias mas, indefectivelmente também, muitas outras agonias que actualmente nos fazem ponderar sobre os mais de 4700 lançamentos que se fazem por todo o mundo. Estamos literalmente atulhados de lixo!

Infelizmente, a nossa Pegada Humana no Espaço é, em amargo exemplo, um enorme contentor de lixo, o que nos não pode deixar garbosamente orgulhosos mas, inevitavelmente envergonhados e não alheados, desta triste realidade de expansão espacial. É como fazer uma grande festa, com muitos amigos, muita comida e bebida, e depois de finda esta, tudo esteja numa imundice geral que ninguém quer limpar; que ninguém quer sequer olhar.

O Número de Lixo aumentou bastante nas últimas décadas devido ao efeito da colisão de satélites verificado em 2009, assim como, à destruição em 2007 do satélite meteorológico Fengyun-1 (China), durante um teste de míssil anti-satélite.

Em 27 de Março de 2019, a Índia anunciaria então com grande garbo que havia concluído com um suposto grande êxito também, um teste de míssil anti-satélite, criando para isso uma nova nuvem de pelo menos, 400 pedaços de detritos - o que veio aumentar assim o risco de impactos para a ISS em cerca de 44% de hipótese ao longo dos 10 dias precedentes. (De realçar que a ISS pode ser manobrada se estiver em perigo).

Há que afirmar também que, ao contrário do teste de Alta Altitude efectuado pela China em 2007, se acredite que os mísseis da Índia tenham o alvo de um satélite de Baixa Altitude - o Microsat-R, o que significa que a maioria desses detritos deve retornar à Atmosfera da Terra ao longo do tempo. Apesar dessa reiteração, Jim Bridenstine não foi nada contemplativo nas palavras, nem podia sê-lo, devido à perigosidade latente desse evento.

Assim sendo, e após o evento, o administrador da NASA - Jim Bridenstine - algo revoltado e nada conformado com esta situação, em face à negligente criação da nuvem de detritos, averbou de «Inaceitável!» a ocorrência, acrescentando também em termos muitos assertivos de que «Quando um país faz isso, outros países sentem que precisam fazê-lo também».

Do Programa de Detritos Orbitais que a NASA confirmou (23 mil fragmentos maiores que 10 cm) aos da ESA que calcula o número de objectos inúteis (34 mil do tamanho de uma bola de ténis e 900 mil com tamanhos entre 1 e 10 cm), além de 128 milhões de pedaços de detritos com menos de 1 centímetro, poder-se-à dizer que estamos atolados não só até ao pescoço mas para lá deste, ou seja, estejamos completamente envoltos num céu de lixo inenarrável!

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Retirar o Lixo do Espaço. Poderemos nós, humanos, parar de lançar porcarias para o Espaço? Poderemos nós, humanos, continuar a aviltar assim o Espaço enchendo-o de excrementos humanos de toda a ordem?!... E tendo essa consciência, será exequível uma espécie de tratamento indefectível e seguro que limpe de vez todos os dejectos espaciais que para lá mandámos?... Os especialistas dizem que sim, mas para isso há que unir esforços e muita vontade de desenvolver a tecnologia necessária para tal.

Em conformidade com o que hoje se observa, poder-se-à dizer que não há forma de dizer não ou não olhar com muita precisão para este problema. NASA, ESA e JAXA por ora estão atentas e já arregaçaram mangas numa ou mais soluções realizáveis, pois que o lixo se acumula e infecta os nossos céus, as nossas almas, dolorosamente também!

O que dizem os Cientistas...
Segundo os cientistas «Parte do lixo perde altitude ao longo do tempo e queima na atmosfera da Terra; contudo, há um excedente e uma multiplicidade de coisas lá em cima», pelo que urgem medidas úteis e eficazes de uma limpeza geral.

Mesmo sem novos lançamentos ou grandes explosões,  o Lixo Espacial já em baixa órbita terrestre é tão abundante que provavelmente continuará a se multiplicar ao longo dos séculos, à medida que os objectos orbitais vão colidindo.

Mas, se acrescermos a isto os Novos Lançamentos, o perigo ainda é maior. De realçar o recente lançamento da SpaceXStarlink, de Elon Musk, que implementou cerca de 60 satélites na baixa órbita terrestre com a finalidade de criação de um projecto de banda larga via-satélite.

Este foi sem dúvida, o primeiro de potencialmente milhares de satélites de banda larga, formando desta forma uma mega-constelação ao redor da Terra. Mas a SpaceX não é a única que tenta fazer isso. Mais se lhe seguem...

Os Satélites OneWeb, Telesat e o projecto Kuiper, da Amazon, estão também na corrida para a criação de mega-constelações para fornecer serviços de banda larga por todo o globo.

Simulações feitas em computador que nos fazem registar o que se passará dentro de 200 anos, sugerem que, durante esse período, os detritos com mais de 20 cm de diâmetro aumentarão 1,5 vezes. E que, acrescido a tudo isto, as partículas menores aumentarão ainda mais.

Lixo entre 4 a 8 polegadas (aproximadamente 10 a 20 cm),  deverá multiplicar 3,2 vezes; e os detritos com menos de 4 polegadas (menos de 10,16 cm) crescerão um factor de 13 a 20.

De acordo com o que foi publicado na revista Science em observação destes dados e sobre o estado do Lixo Espacial daqui a dois séculos, esta revista pronunciou-se assim «Na realidade, uma situação sem dúvida nenhuma pior, porque a sonda e os seus estágios orbitais continuarão a ser lançados».

É inquestionável subjectivamente que, cada vez mais, nos tornaremos ociosamente dependentes destas crescentes constelações acima de nós, sem obviamente as querermos hostilizar devido aos tantos benefícios que através delas obteremos no futuro. No entanto, há que consciencializar que, em vez de reprimirmos ou interromper futuros lançamentos, teremos de buscar uma solução viável e eficaz para remover (ou pelo menos reduzir) o Lixo Espacial.

É por esse grande e agora imperativo factor que a Airbus se compraz num envolvimento e, desenvolvimento jamais auferidos - assim como os bancos de investimento, engenheiros e cientistas de bootstrapping (framework front-end que facilita a vida dos que desenvolvem a Web a criar sites com tecnologia mobile (...); framework front-end com código aberto para desenvolvimento de componentes de interface e front-end para sites e aplicações Web).

E tudo isto num negócio ou empreendedorismo empresarial privado que pretende rastrear e arpoar (fisgar) lixo da órbita terrestre baixa ou LEO (Low Earth Orbit).

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A Hora chegou: Temos mesmo de limpar o Lixo Espacial! Várias agências espaciais envolvidas nesse projecto de retirar o lixo espacial do LEO (Low Earth Orbit) ou órbita terrestre baixa, têm estado muito activas. Airbus, o consórcio RemoveDEBRIS e a Astroscale têm-se movido no sentido de encontrar a melhor solução na erradicação (ou translação) do lixo espacial para a Atmosfera.

Seja como for, acreditamos que todos eles possuem a vontade e a determinação de serem bem sucedidos. Daí que haja um louvor e uma especial saudação a todos eles (incluindo todos aqueles que também estando envolvidos nesta mesma causa, por vezes não estão ou não são devidamente identificados).

A Remoção do Lixo Espacial
Retirar o Lixo Espacial hoje, será talvez a mais higiénica benesse que no futuro alcançaremos, acredito. Muitas opções têm surgido a bem dessa «limpeza» do Espaço. Ou do lixo que nele está e nós, humanos, para lá mandámos. Essa, é a única certeza que temos, que foi por nossa própria culpa que tal situação foi gerada. Cabe-nos agora remediar (e limpar!) o que por lá deixámos e tanto sujámos!

A JAXA - Agência Espacial do Japão - não querendo ficar de fora, está a dar o seu contributo máximo nessa linha. E isso, em testes com o que se pode chamar de «chicote espacial electrónico» que se estende numa dimensão semelhante a 6 campos de futebol e que tem a designação de «Corda Electrodinâmica» (EDT).

A linha electrificada com quase 2300 pés de comprimento (e com um peso de 44 libras ou 19,95 kg) que, quando implantado, terá o objectivo final de tirar detritos da órbita - ou todo o lixo espacial que suportar e conseguir - enviando-o depois para queimar na Atmosfera da Terra.

Seja com «Arpões», Ímanes gigantes ou redes receptoras deste lixo espacial, tudo é posto à prova para se debelar tamanho problema. Várias empresas têm entretanto estabelecido a prioridade na recolha do lixo espacial, competindo por isso entre si, na liderança de Remoção de Detritos Espaciais.

A Airbus neste momento tem em acção uma linha de desenvolvimento de produtos para Remoção de Detritos Espaciais, não apenas para lidar com o risco das próximas mega-constelações, mas também devido ao aumento previsto no congestionamento do tráfego no LEO (Low Earth Orbit) ou órbita terrestre baixa, também dita órbita baixa à volta da Terra.

De acordo com Matthew Stuttard, chefe de Sistemas Avançados - Engenharia de Sistemas Espaciais da Airbus (UK): "Eu sei que é um truísmo (cliché ou redundância), mas o Espaço é um grande lugar. De facto, embora haja muitos detritos em termos de números, o risco de detritos é realmente bastante baixo. A última colisão realmente grande foi em 2009."

Stuttard destacou ainda e, em face ao direito e directrizes internacionais, que «Os satélites mais novos são projectados para deixar de orbitar evitando assim colisões, mas sempre haverá uma taxa de falhas»; ou seja, existirá sempre uma margem de risco considerável.

"Os objectos nessa altitude permanecerão lá (LEO) se não forem «desorbitados» (desactivados dessas órbitas) com sucesso por centenas de anos, em eternidade, se eles estiverem nessa altitude. Existe interesse em descartar satélites comerciais da Low Earth Orbit, e esta é a primeira vez que isso tem sido potencialmente uma actividade comercial. Portanto, estamos a responder ao mercado."

A Comissão Europeia preocupada que está também com esta temática, abordou esta questão com muita seriedade e responsabilidade, custeando em quase 20 milhões de dólares a missão de prova de tecnologia RemoveDEBRIS.

O Conceito RemoveDEBRIS consiste em armar satélites mortos (inactivos) e detritos grandes, e depois rebocá-los da órbita desse cemitério espacial. Implantada na ISS no ano de 2018, a RemoveDEBRIS tem por assim dizer a missão quase completa, sendo liderada pelo Surrey Space Center, sendo também considerada como o produto de um consórcio académico-comercial que envolve sete membros, incluindo a Airbus.

A Astroscale, com sede em Tóquio (Japão), também se movimenta nesse sentido, planeando para muito breve lançar a sua missão de prova de tecnologia de duas Naves Espaciais (ELSA-d) no próximo ano; ou seja, já em 2020.

Este projecto, esta missão, consiste numa nave dita «prestadora de serviços» e uma «nave-cliente» (em espécie de serviço de limpeza ao domicílio que neste caso é no Espaço),  numa irreverente mas acredita-se eficaz missão, que testará as tecnologias de encontro de proximidade e, um mecanismo de acoplamento magnético, para assim demonstrar a capacidade de encontrar mas também capturar magneticamente detritos. Oxalá a missão tenha sucesso, é o nosso desejo!

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Regras no Espaço. Há quem afirme que não existem regras no Espaço, defendendo que é urgente fazê-lo e, tomar medidas nesse sentido. O que sucedeu no início de Setembro de 2019 entre o Éolo e o Starlink 44 é uma prova disso mesmo: há que estabelecer regras e preceitos, ou então o Espaço passará a ser um faroeste onde a lei que impera é o do mais forte ou do que se safa melhor, sem responsabilização ou mediação internacional. Haja decoro!

"Pela primeira vez, a ESA fez uma manobra para evitar a colisão entre um dos nossos satélites com uma mega-constelação de satélites da SpaceX." (Anúncio da ESA no Twitter)

Uma manobre de Sucesso!
Provou-se que sim. Mais uma vez, a ESA - Agência Espacial Europeia - provou estar à altura dos seus muitos desafios. Na iminência de uma possível colisão entre o satélite europeu Éolo e o satélite da SpaceX, o Starlink 44, os cientistas não tiveram dúvidas: alteraram a trajectória do seu satélite.

Especulou-se depois sobre a inflexibilidade dos engenheiros e mandantes-chefe da SpaceX em fazê-lo de imediato, para depois vir uma explicação mais consensual com o que efectivamente se passou entre estes dois circuitos espaciais da ESA/SpaceX. Mas já lá vamos.

Os Peritos em Resíduos Espaciais calcularam o risco de colisão entre os dois satélites, tendo determinado que, a opção mais viável ou segura, seria a de aumentar a altitude e passar por cima do satélite da SpaceX. Pouco depois provou-se que a manobra havia sido um inegável sucesso e que a colisão tinha sido efectivamente evitada.

A ESA explicou-nos então da raridade que é o fazer-se semelhante manobra com satélites em actividade, exacerbando que «Por norma, estas manobras são feitas quando existem satélites mortos ou fragmentos resultantes de colisões anteriores. Isto é expectável, tendo em conta que dos 20 mil objectos criados pelo Homem e que estão hoje no Espaço, só cerca de 2 mil correspondem a satélites em actividade. De realçar que, já em 2018, a ESA fez 28 destas manobras manuais que levam muito tempo a preparar».

"Não Há Regras no Espaço!" - A afirmação de Holger Krag, o responsável pelo Departamento de Resíduos Espaciais da ESA, que diz que o risco de colisão entre estes dois satélites era de 1 para 1000. Será de facto assim?...(questionamos nós). No entanto, Krag regista: "Pode parecer pouco, mas é 10 vezes superior ao limite estipulado pela agência para que seja necessária uma manobra para evitar a colisão."

É sabido de que o Starlink 44 foi em lançado em Maio de 2019, nove meses depois do Éolo, o satélite da ESA ocupar aquela trajectória, sendo que a SpaceX se recusou a mover o seu satélite depois de ter sido alertada para o risco de colisão. (O alerta tinha sido dado às duas agências espaciais pelos militares norte-americanos, responsáveis pelo controlo de tráfego aéreo).

Daí a explicação - mais em pormenor - da ESA: " Com base nisto, informámos a SpaceX que respondeu que não planeavam tomar medidas".

Deslumbramento espacial ou simplesmente a vital arrogância de quem se acha superior, pergunta-se...?! Sem querer partidarizar a questão ou ficar fã de um dos lados, esperou-se pela resposta. E a explicação viria então (arrogada ao jornal português «Público»), assumidamente demitida de qualquer culpabilização ou agente de transtorno que poderia provocar uma calamidade:

"A SpaceX está a investigar este problema e irá aplacar medidas correctivas. Ainda assim, se o operador da Starlink tivesse visto a comunicação, teríamos coordenado com a a ESA para ver qual seria a melhor forma: ou eles continuarem a manobra, ou fazermos nós a manobra."

(Todavia, explicariam também de que houve uma falha no sistema que não avisou de que havia um aumento da probabilidade de colisão)

Quando ainda não tinham sido dadas explicações para o sucedido por parte da SpaceX, Hoger Krag afirmava de que a decisão pudesse estar relacionada com o Sistema de Propulsão Eléctrico dos satélites de Elon Musk. Aferiu então de que estes poderiam não reagir tão rapidamente quanto o de Propulsão Química do Éolo, da ESA - o satélite europeu que tem como missão observar o perfil dos ventos à escala global.

Quando se sabe que nos próximos anos o objectivo da SpaceX é lançar mais de 12000 satélites para o fornecimento de Internet de alta velocidade, talvez que não seja despiciente de todo o ter-se uma atenção redobrada sobre a permanência destes satélites no Espaço; mais uma vez há que dizer: urge haver regras!

Urge haver uma maior disciplina e correcção sobre desvios ou trajectórias que perspectivem colisões. Penso que o mundo não está preparado para isso, para a negligência ou um passar de culpas uns para outros, principalmente quando as causas forem aterradoras!...

"Não há regras no Espaço. Ninguém fez nada de mal. Não há uma regra que diz que alguém aqui estava primeiro. O Espaço não está organizado e acreditamos que precisamos de tecnologia para monitorizar este tráfego." (A insistente afirmação de Hoger Krag)

Segundo divulga o Público «A ESA mostrou grande preocupação por causa do aumento do número de satélites em órbita - incluindo estas mega-constelações que podem ter centenas de satélites. A este ritmo, dizem, tornar-se-à impossível fazer manobras manuais deste género; daí que se esteja a equacionar o uso de Inteligência Artificial»

Ficaremos mais sossegados assim?... Não sei responder, devido a todas as implicações que a IA ou AI (Artificial Intelligence) motiva e despoleta, pelo menos na opinião pública que teme que estes «cérebros» se voltem contra nós, humanos.

Em relação ao caos espacial de satélites vivos ou mortos, activos e inactivos, abandonados ou simplesmente a deambular pelos confins da baixa órbita terrestre, só me cabe inspirar estes senhores das agências espaciais para que tenham decoro.

Ao não haver regras implícitas determinantes que legislem e executem uma prerrogativa internacional de espaços e responsabilidades, o Espaço será em breve uma região maldita onde tudo parece caber mas sem rei nem roque; ou seja, onde não há lei nem sabedoria para se não cair no desmando e na desumanização, pois que a haver um acidente sobre as nossas cabeças, haverão certamente prejuízos financeiros (e humanos) que caberá responsabilizar.

A ser assim ou a assim continuar esta estranha situação de desvinculação total de autoridade e responsabilidade espaciais, nem quero imaginar o que em futuro próximo poderá ser (ou será em esbulho total) a invasão dos conquistadores humanos na Lua ou em Marte.

Espero bem que aprendam a lição e não sejam destruidores ou tão avassaladores quanto o perigo que nos espreita de lá de cima por haver tanto e tão inútil Lixo no Espaço.

Por ora, o perigo é da desunião e da fragmentação de vontades - e talvez nem tanto desse lixo, pelo que daqui se deduz, sendo algo de muito triste, muito aberrante, e excentricamente aviltante, que os nossos legisladores (ou quem de direito) não tomem medidas, no que deveriam avocar e saber aplicar. Ou então de nada serviu tanta tecnologia e tantos avanços sobre o Espaço. Haja união, meus senhores!!!

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