Translate

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

A Nova Exo-Terra Prometida

Resultado de imagem para novo exoplaneta K2-18b e K2-18c
Os Planetas K2-18b e K2-18c junto à estrela anã vermelha, na constelação de Leão. A notícia correu veloz e o mundo ficou a saber que mais um exoplaneta (fora do nosso sistema solar) detinha aquele elemento primordial de vida: moléculas de água!

A detecção feita pelo Hubble assim o enunciou e denunciou ao mundo, ao nosso mundo no dia 11 de Setembro de 2019, pelo que, inversamente ao que esta fatídica data nos faz recordar, nos aumenta a esperança de nela acreditar em oposição a outros horrores, a outras deposições que nos envergonham a todos. Neste caso não. Só há motivos para louvarmos mais este anúncio do mundo da Astrofísica que nos enche a todos de orgulho, pelo saber e pelo acreditar, que tudo pode ser possível a partir daqui...

                                                            Há Chuva no K2-18!?...

Descoberto em 2015 pelo inestimável Telescópio Espacial Kepler (o planeta K2-18b), a mil biliões de quilómetros de distância da Terra (34 parsec), e a 21 milhões de quilómetros da sua estrela - dentro da zona habitável daquele sistema estelar - ressurge agora por «mão» do Telescópio Espacial Hubble, numa observação incrível que pressupõe a existência de vapor de água na sua atmosfera.

Os cientistas aferem de que se trata de um planeta que se encontra dentro da Zona Habitável daquele sistema estelar, possuindo uma temperatura estimada entre -73,15 e 46,85 graus Celsius. Valores nada decepcionantes (ou desmotivadores) se tivermos em conta as temperaturas que se registam em Marte.

Todavia, ter vapor de água pode não sustentar a tese de que comporte vida; no entanto, algo se está a passar, pois poderá não ser totalmente incompatível com a existência de organismos vivos. Uma tese defendida por uns e contrariada por outros, sugere-nos que nada ainda sabemos de concreto.

Apesar disso, todas as emoções afloram na imaginação fértil que todos possuímos no desejo deste - ou de um outro idêntico planeta - nos ser um dia uma outra Terra...

Ou seja, para aqueles que acreditam piamente que o nosso futuro passa por estes «Novos Mundos descobertos pelo Homem», estamos de novo e admiravelmente também no limiar de uma «Nova Terra Prometida». E ainda que muito distante de nós, poderá, provavelmente e daqui a alguns séculos ou algumas décadas (se a nossa tecnologia avançar tão rapidamente quanto as recentes e fantásticas descobertas científicas), eclodir num êxodo planetário de expansão espacial jamais visto.

A assim suceder, e a ser-nos permitido a «Invasão desses mundos», teremos finalmente a ascensão e, a gloriosa pretensão, de criarmos colónias ou grandes cidades interplanetárias no Universo por onde a Humanidade evoluirá. E se adaptará. E, se não houver contradição ou refreio de outros seres, outras almas que nos persigam e coarctem o sonho, ela (civilização) desenvolverá certamente outras capacidades e faculdades fora da Terra.

Se será uma aplicada ambição humana ou uma mera alucinação de massas o acreditarmos nisso, não o sabemos. Todavia sentimos que o temos de fazer; é nossa obrigação, é o nosso dever de continuação e expansão. Se nunca deixarmos a casa dos pais, nunca saberemos quão belo e promissor é o mundo lá fora, aquele desconhecido mundo que espera por nós.

Poderá ser questionável os nossos propósitos mas jamais a necessidade que o ser humano tem de sair da sua zona de conforto terrestre para o Espaço, para o mundo interestelar. Penso que o Homem não se fez à imagem e semelhança de algo, para depois lhe serem fechadas as portas desse céu, desse tão vasto Universo que tão ilimitado é quanto a nossa esperança de nele podermos viajar, viver e aprender a sociabilizar com outros tão iguais ou tão diferentes de nós!...

Resultado de imagem para novo exoplaneta K2-18b e K2-18c
O nomeado K2-18b desta recente e fabulosa descoberta científica, que vem explanar assim uma quase oitava maravilha que, segundo os Astrónomos, se evidencia num raro vislumbre de moléculas de água nesse distante mundo. Mundo esse, que se localiza a 34 parsecs da Terra, ou seja, a 110 anos-luz de distância do nosso planeta, na constelação de Leão (Leo). Os Astrónomos ficaram boquiabertos mas deveras entusiasmados (supostamente) ao constatarem nele, no planeta K2-18b, a exuberância pluviosa de gotículas de água chovendo na atmosfera.

"Os resultados agora apresentados confirmam a existência de uma atmosfera detectável em torno do (planeta) K2-18b, tornando-a um dos mais interessantes alvos para futura caracterização atmosférica com o Telescópio Espacial James Webb ou a Missão Ariel da Agência Espacial Europeia (ESA).
                                         (Descrição dos autores na Nature Astronomy)

Fenómeno natural mas surpreendente!
De acordo com o que foi publicado na Nature Astronomy (e no arXiv.org, um repositório de artigos científicos), no dia 11 de Setembro de 2019, foram detectados pelo admirável Telescópio Espacial Hubble - esse grande espião do Cosmos que tudo observa - dois exoplanetas orbitando a sua estrela, sendo que num deles (K2-18b) foi detectado uma espécie de chuva. Ou seja, a presença de moléculas de água que em forma de vapor reproduziam gotículas que nós humanos apelidamos de chuva.

É reconhecido já por todos nós que estando este planeta na Zona Habitável da sua estrela (aquela região estelar tão cómoda à vida) nos realça a possibilidade na existência de água líquida; e isto, tendo em conta a distância do planeta à estrela.

A Existência de Água Líquida é sem dúvida um elemento primordial à vida, e que, em conjunto com o oxigénio, nos afiança também a probabilidade quase instantânea de haver uma Existência de Vida Extraterrestre - pontuada pela dependência de uma atmosfera rica em hidrogénio.

"Essa é a coisa mais empolgante desse planeta!" (Exclamação de Björn Bennek, astrónomo planetário da Universidade de Montreal, no Canadá, como interveniente e principal autor de um artigo publicado no arXiv, em 10 de Setembro de 2019, em que descreve essa descoberta e a sua observação sobre o planeta extra-solar K2-18b)

(Se os elementos lá existirem, então a vida cumprir-se-à! Não esqueçamos no entanto, que este e outros exoplanetas poderão exibir vida sim, mas sob outras condições, outras formas celulares e moleculares, ou outros desenvolvimentos adequados aos seus planetas e às suas estrelas. Iguais ou diferentes, o poder da vida fazer-se-à sempre, por muito que a diferença nos seja ainda algo com que temos de lidar ou, em muitos casos, saber tolerar!)

Segundo nos relata a Nature (International Journal of Science), em publicação de 11 de Setembro de 2019, uma equipe de cientistas concorrentes relatou a sua própria análise do planeta em questão em 11 de Setembro de 2019 na Nature Astronomy.

O principal autor do artigo - o astrónomo planetário Angelos Tsairas da University College London (UCL) - afere então: "A descoberta é de facto emocionante porque o planeta tem apenas o dobro do diâmetro da Terra, e porque pouco se sabe sobre a atmosfera de mundos tão pequenos."

Com os resultados obtidos através do referencial Telescópio Espacial Hubble, a equipe do University College London espera poder usar equipamentos mais sensíveis e procurar outras moléculas que não tenham sido agora encontradas. Para isso, vão contar com a preciosa ajuda do Telescópio Espacial James Webb/Missão Ariel da ESA.

Ainda de acordo com o que a Nature reporta «Os Astrónomos já haviam encontrado água nas atmosferas de exoplanetas, esses gigantes de gás; mas estudar a Atmosfera de um planeta distante fica mais difícil à medida que o planeta fica menor.

Os Cientistas têm-se testado a pressionar (e a configurar) os limites a que podem chegar, para tentar examinar planetas menores que Neptuno mas também os maiores que a Terra - uma categoria que se revela surpreendentemente comum entre os milhares de exoplanetas encontrados até agora.»

Resultado de imagem para luz intermitente dos exoplanetas
Luz Intermitente: O que os Astrónomos observaram do planeta extra-solar K2-18b com a inestimável ajuda do Telescópio Espacial Hubble, assistindo ao planeta a passar de frente à sua estrela, no que temporariamente foi diminuindo a sua luz em oito ocasiões diferentes.

"O Grande Salto aqui é que se trata de um planeta mais pequeno (do que os gigantes gasosos), como Júpiter, que está à distância certa da sua estrela para se poder dizer que está na zona habitável." (Afirmação ao «Observador» de Nuno Santos, investigador no Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA), e professor na Faculdade de Ciências na Universidade do Porto, em Portugal, num comentário sobre a descoberta)

Uma Luz na escuridão... intermitente!
De acordo com a Nature, o astrónomo Björn Benneke e os seus colegas decidiram olhar para mais em pormenor para o planeta K2-18b porque precisamente ele «encaixava» nessa faixa de planetas maiores que a Terra, apesar da dificuldade extrema em se observar a sua atmosfera.

Analisando a luz da estrela que atravessa a Atmosfera, em termos mais gerais ou simplistas, segundo nos confidenciam os cientistas, poder-se-à afirmar que «A Atmosfera funciona como um filtro em que cada molécula absorve a Radiação da Estrela de maneira diferente.

Ler as cores que o filtro deixa passar, mais concretamente analisar o espectro de luz, permite perceber que moléculas estão presentes, porque cada uma tem um comportamento próprio - é quase como comparar Impressões Digitais»

Numa explicação que todos entendamos, o que os cientistas nos querem dizer, é que analisaram como a cor da luz da estrela mudou enquanto filtrava a Atmosfera do Planeta. Combinaram então isso com os dados do Telescópio Espacial Spitzer, que tem a função de examinar mais comprimentos de onda da luz.

Os Investigadores chegaram depois à conclusão de que estavam a observar o Vapor de Água na Atmosfera do Planeta, bem como os sinais dados de que esse vapor se estava a condensar em Água Líquida (a tal «chuva»).

Constatou-se ter sido A Primeira Vez que os Astrónomos viram tal! Ou seja, que viram reproduzir esse ciclo de água - na mudança do estado gasoso para o estado líquido e vice-versa.

A Equipe da UCL (que criou e publicou o segundo artigo), analisou os dados do Hubble do grupo de Benneke. As observações foram posteriormente enviadas para um arquivo acessível ao público imediatamente após terem sido recolhidas, segundo nos divulga a Nature.

Os Investigadores da UCL apresentaram então três explicações possíveis para o que estavam pela primeira vez a ver e a ser confrontados, sendo que todas elas podem ser igualitariamente possíveis, segundo redigem:

No primeiro cenário, acredita-se na possibilidade de não haver nuvens - e 20 a 50% da sua atmosfera é água; No segundo e terceiro cenários - que envolvem diferentes quantidades de nuvens na atmosfera e outras moléculas na atmosfera - a atmosfera do planeta contém entre 0,01% e 12,5% de água.

(Como se disse inicialmente, os investigadores admitem que qualquer delas possa ser passível de ser verdade ou ser viável sobre aquele planeta)

Resultado de imagem para novo exoplaneta K2-18b e K2-18c
Uma «Segunda» Terra? Nem por sombras. Infelizmente! No entanto os cientistas não desistem de nos encontrar uma ou mais possíveis «Terras» tão ou mais receptíveis para a vida humana lá fora. Há que acreditar ser possível, até porque, nada mais nos resta do que esperar que tal aconteça, pois que o nosso planeta Terra não é eterno em face aos perigos internos e externos que ocorrem.

"É altamente improvável que este mundo seja habitável de qualquer maneira ou, do que entendamos, com base na vida tal como a conhecemos." (Afirmação de Hannah Wakeford, astrónoma planetária do Instituto de Ciências do Telescópio Espacial em Baltimore, Maryland, nos Estados Unidos, que corrobora da opinião do planeta K2-18b poder não ser muito promissor)

As Inevitáveis e Grandes Questões!...
O investigador português Nuno Santos (em comentário ao Observador) lembra que estar na Zona Habitável e ter Vapor de Água não chega para dizer que pode ter vida. Acrescenta então: "Basta olharmos para Vénus, no nosso sistema solar,  que cumpre estes dois requisitos, mas que é claramente incompatível com a existência de organismos vivos!"

De facto, o planeta K2-18b poderá ainda não ser a nossa futura e almejada «Terra Prometida», pelo que os cientistas nos aferem deste já ter havido outrora Vapor de Água na sua atmosfera mas esta não ser suficiente no seu todo, ou seja, essa faculdade foi-lhe arrancada (na grande parte dessa água) pelos raios solares, deixando a sua superfície estéril.

Como nos recorda Nuno Santos, o planeta Vénus também não concebe vida não só pelas suas altíssimas temperaturas mas pelos iguais factores aqui mencionados. Tudo evapora; ou se volatiliza ou desaparece.

São de facto muitas as dúvidas: se existe ou não a quantidade suficiente de água líquida no planeta K2-18b, ou se este se apresenta ou não como planeta rochoso (semelhante à Terra), ou ainda se o seu núcleo se formata de igual forma à terrestre (em crosta, magma e subsolos, etc.) Sabe-se contudo que este possui um núcleo denso mas que o resto será provavelmente atmosfera e só isso.

"Detectar vida é um desafio muito interessante, porque não é muito claro qual é o elemento que podemos detectar que nos diga, sem ambiguidade, que existe vida nesse planeta. Provavelmente o melhor candidato neste momento é o Oxigénio. Se detectarmos oxigénio num planeta parecido com a nossa Terra, poderá ser uma indicação que existirá vida a produzir esse oxigénio. Mas mesmo isso não é completamente garantido." (Revela pessimista o investigador português Nuno Santos)

Em contraponto ou oposição (talvez um pouco mais branda e em mais optimista narrativa do que a de Nuno Santos), está a afirmação de Neale Gibson, astrofísico do Instituto Trinity College Dublin, da Universidade de Dublin, na Irlanda, que pressupõe enfaticamente:

"Ainda assim, encontrar água na atmosfera do planeta é extremamente empolgante! E o facto de duas equipes encontrarem o mesmo resultado é muito encorajador!"

Observações futuras credibilizarão certamente um maior conhecimento e uma maior realidade sobre este K2-18b. Os cientistas são unânimes em acreditar na possibilidade deste planeta poder evidenciar ainda mais elementos que os ajudarão a saber se ele poderá ou não e, um dia, ser adaptável à vida ou se a tem já em si em qualquer tipo de sustentação e habitabilidade para organismos vivos.

Para isso, o Telescópio Espacial James Webb irá dar a sua prestável contribuição na mais avançada tecnologia que dispõe, após o seu lançamento que está previsto para o ano de 2021.

Por conclusão: Seja ou não uma Nova Terra Prometida fora do nosso sistema solar, a confiança não esmorece. Os exoplanetas estão aí para o provar; uns glaciais e gelidamente inóspitos, outros, um inferno vulcânico de lava e cinza em frémito de vómito do diabo; outros ainda de vidro, de diamante, e outras tantas preciosidades que só poderemos admirar através do olho clínico dos Astrónomos e Astrofísicos em percepção cosmológica altamente recomendada.

E a todos temos de agradecer, aos mais pessimistas e aos mais optimistas, desse tão grande mundo da comunidade científica que nos diz - com toda a racionalidade possível - o nosso berço planetário (Terra) ser ainda o mais belo, e por ora o único com que podemos efectivamente sonhar viver. Mas um dia sairemos... viajaremos e consolidaremos essa certeza de outros berços, outros amparos planetários que por lá se encontram, no Universo, e esperam por nós.

É nisso que acredito ou persisto em acreditar, pelo que teimosamente sinto que não só a Terra poderá ser o nosso lar! Como alguém um dia disse: «O nosso lar é onde está o nosso coração!» Não é mesmo?! Penso que sim! Com toda a certeza do mundo! Do meu mundo!!!

Sem comentários:

Enviar um comentário