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terça-feira, 4 de dezembro de 2018

A Perigosa Selecção da Espécie

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Bebés Geneticamente Manipulados: a outra espécie de «caixa de Pandora» que um investigador chinês teve a ousadia de realizar e divulgar ao mundo. Manipular embriões humanos é um assunto muito sério, tão sério que revela que a técnica ainda tem de ser afinada e que o tema tem de ser debatido (ou discutido intensamente) pelas Comissões Científicas e de Ética.

De contrário, estamos todos expostos à mais perigosa e tóxica realidade de tudo podermos manipular à nossa bela maneira inconsciente e, pouco prudente, sobre os destinos do ser humano...

He Jiankui: o cientista chinês que entre um rasgo de genialidade mas também irresponsabilidade segundo a Comissão Científica de Ética, revelou ao mundo ter conseguido criar os dois Primeiros Bebés Geneticamente Manipulados resistentes aos VIH (HIV).

Entretanto, o investigador chinês que cursou nos Estados Unidos e apresentou há pouco o seu trabalho em Hong Kong, está a ser investigado pelas autoridades chinesas sabendo-se estar até ao momento desaparecido...

                                                - A Perigosa Selecção da Espécie -

Não somos perfeitos nem o queremos ser. Mas pretendemos atingir o ónus da perfeição, o que nos leva a contradizer tudo o que até aqui nos representa e revela como seres humanos que somos.

Queremos poder fazer História - e Ciência - usando ferramentas que nos distingam e nos sublevem pela inteligência que entretanto exortamos em máxima glória científica de termos querido também fazer um pouco o papel de Deus (se é que há Deus e Ele nos vigia os passos).

Crenças e religiosidades à parte, somos todos filhos genéticos de alguém; daqueles seres primordiais de progénie demarcada que nos leva a ser identificados com eles, os nossos progenitores.

O que a Ciência agora nos vem relatar, é que, em face a uma evolução realizada em laboratório e segundo os critérios de alguns cientistas, podemos ser muito mais belos, escorreitos e felizes, aprumados e bem-apessoados (quase para sempre), livres de doenças e manhas patogénicas que nos diminuiriam certamente a qualidade de vida futura. E isto, mesmo antes ainda de termos nascido...

Poderemos modificar Embriões Humanos...? Defender ou proibir...? Motivar ou recusar...? Que dizem as Comissões Científicas e de Ética a este respeito?... E o que podemos pensar de tudo isto, se nada nos é explicado devidamente sem ser através de uma conotação obviamente censurável de como o Homem está a querer ultrapassar o Grande Criador, seja Ele qual for ou quem for...

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A Edição Genética: o recurso à técnica  CRISPR-cas9 que levou o agora célebre investigador chinês He Jiankui a dar brado ao mundo de ter realizado o mais inédito fenómeno científico, ao ter tornado possível a alteração do ADN para fornecer um gene necessário - ou a desactivar um que esteja a causar problemas. Que consequências imprevisíveis este acto da ciência nos trará, é algo que nem Jiankui nem o resto do mundo científico ainda nos sabe responder...

Da China para o Mundo
A polémica está lançada. Mas os dados também. Sem se poder voltar atrás ou desejar-se tal, há que assumir perigos mas igualmente consensos numa área biomédica tão delicada. Em muitos países do globo, modificar os genes de Embriões Humanos é taxativamente proibido!

Mas, não é o caso da China - onde nos últimos anos se tem testado a utilização de uma ferramenta de alteração de genoma com a denominação científica de «CRISPR-cas9»  em embriões e seres humanos num processo de gestação e nascimento.

O que este investigador chinês veio revelar ao mundo durante uma conferência sobre «Edição Genética Humana» (perante uma audiência de cerca de 700 pessoas) neste passado mês de Novembro de 2018, em Hong Kong, na China, transportou em si uma carga por demais elevada em relação aos códigos morais e éticos de toda a comunidade científica.

Proibir ou reiterar, negar ou instituir é algo que ainda está a ser ponderado. No entanto, entre defensores e oponentes do que o agora He Jiankui trouxe à luz do conhecimento, há quem determine que seria lamentável dar-se um passo atrás e renegar-se tudo o que até aqui foi experienciado; ou seja, que cientistas e órgãos reguladores rejeitassem à priori, o bem que pode advir à posteriori da Alteração do ADN/DNA para tratar ou prevenir doenças do ser humano.

Muitos dos cientistas chineses sentindo-se de certa forma injustiçados e não corroborantes com esta tese de de Jiankui, já asseveraram: "É extremamente injusto para os cientistas chineses que são diligentes, inovadores, e que defendem a linha de base ética científica." (Em alegação e nome de se distanciarem do que consideram ainda não justificável de conotarem a China com este método, por divulgação à CNN)

E opinam ainda sob a sua própria ética colectiva de investigadores chineses que são:"Experimentar directamente em humanos não é mais do que loucura, já que ninguém pode prever que tipo de impacto vai acarretar; já que, a substância modificada herdada vai, inevitavelmente, misturar-se com o conjunto do Genoma Humano."

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He Jiankui: o cientista chinês natural da província de Shenzhen, na China. E que, protagonizou na semana anterior a toda esta ebulição informativa global dos bebés manipulados geneticamente, a sua referencial apresentação numa conferência em Hong Kong (China). Segundo ele próprio afirmou, a sua investigação tinha por objectivo e determinação científicas diminuir a contaminação pelo vírus da SIDA (AIDS) no seu país.

Pareciam claros os objectivos. E em parte, a justificada argumentação. Não previu foi que a polémica em torno do que exibiu e disse ter alcançado, ter suscitado a discussão mundial sobre a sua experiência ser anti-ética e não-científica. Estaremos perante um visionário incompreendido ou um bastardo científico, segundo os acordos bioéticos mundiais???

Amado e Odiado
He Jiankui jamais pensou o que iria avolumar. Ou então pensou e deixou-se continuar, sabendo que as consequências do seu acto lhe poderiam ser punidas e até fatais (recorde-se de que este investigador científico está até ao momento desaparecido...) numa repercussão ilimitada por voz de quase toda a comunidade científica que contra si está. Nomeadamente, sobre o imprevisível futuro das bebés-gémeas que foram geneticamente manipuladas por Jiankui.

He Jiankui foi um privilegiado. Estudou nas Universidades Norte-Americanas de Rice e Stanford, obtendo assim o conhecimento técnico e científico do que presumivelmente já o seu cérebro congeminava. Nada a opor. No âmbito do Programa de Recrutamento «The Thousand Talents Plans», regressou à China onde colocou em prática então os seus conhecimentos.

Ainda que o resultado do seu tão polémico estudo não esteja divulgado em nenhuma revista científica do globo, nem tão-pouco confirmada ou negada por qualquer entidade independente, a sua história foi-nos contada pela agência noticiosa - Associated Press -  que falou com o investigador Jiankui (que detém um laboratório na Southern University of Science and Technology of China, na cidade de Shenzhen, sendo proprietário de duas empresas de genética).

Na equipa de investigação de He Jiankui esteve também agregado o professor norte-americano de Física e bio-engenharia Michael Deem que trabalhou com o cientista chinês na Universidade de Rice (Houston, EUA), antes de Jiankui ter regressado à China. Ou seja, Jiankui não esteve só neste percurso, sendo que toda a documentação sobre o estudo foi facultada à Associated Press.

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A Selecção da Espécie ou Eugenia. Por muita evolução científica que haja (sendo bom que assim seja) também conota perigos de alguma forma ainda não totalmente explícitos ou previsíveis no ser humano. Ser perfeito. Haver a devida selecção nos seres humanos com base nas suas características hereditárias com o objectivo de melhorar as gerações futuras. Mas desejaremos tanta perfeição...? Tanta selecção?... Não sei se saberemos a resposta correcta...

Eugenia de todos os perigos...
Muitos cientistas afirmam estarmos a seguir por um caminho errado ou tão melindroso que mais cedo ou mais tarde é muito provável que nos venhamos a arrepender dessa tomada de posição algo leviana de transformar e, seleccionar bebés, confinando o «seu melhor produto» à continuação da espécie humana.

Sem erros nem deformações, que humanos estaremos a gerar no futuro...??? Tão perfeitos ou tão saudáveis e incólumes que mais não seremos do que umas simples aberrações, na minha mais humilde opinião. Mas posso estar enganada.

O termo «Eugenia» é um termo científico consignado à Genética (na descrição da variação e hereditariedade) - e que anteriormente a esta consignação assim era chamado. Mas que ainda hoje nos assusta de algum modo, se nos lembrarmos das pretensões nazis aquando na célere e louca busca pelo ser humano perfeito.

A ideologia da «Pureza Racial» foi a mesma que nos colocou historicamente num dos seus períodos mais negros - na Segunda Grande Guerra na Europa - sob os auspícios do Holocausto numa Alemanha fria e insensível que ainda hoje nos amedronta de certo modo.

Desde o seu surgimento em 1883 por Francis Galton (1822-1911) este termo de Eugenia representava o «bem nascido». Galton definiu então Eugenia como « O estudo dos agentes sob o controlo social que podem melhorar ou empobrecer  as qualidades raciais das futuras gerações, seja física ou mentalmente.»

Claro está que isto nos traz mais dúvidas do que certezas, pois que o aprimoramento humano como agora se diz, nos pode trazer mais embustes do que propriamente o espelho da perfeição e evolução naturais.

Galton na época, já tinha sido influenciado pela obra do seu primo - Charles Darwin (na sua icónica obra «A Origem das Espécies») - onde aparece o conceito de Selecção Natural. Baseado neste, Galton propôs assim a Selecção Artificial para o tal aprimoramento da população humana sob os considerados critérios da época.

Foi também Galton quem lançou as bases da Genética Humana e cunhou o termo «Eugenia» para designar a melhoria de uma determinada espécie através da Selecção Artificial, na sua ilustre obra «Inquiries Into Human Faculty and Its Development (Pesquisas sobre as Faculdades Humanas e seu Desenvolvimento) de 1883. Por meados de 1870, a revista científica «Nature» divulgaria em largo rasgo um intenso elogio a esta reverencial obra de Francis Galton.

Mesmo tendo caído em desgraça e em desuso o termo «Eugenia« (pelas variadíssimas razões), a sua concepção base continua a vigorar nos meios histórico-científicos, uma vez que os seus métodos científicos foram incorporados - e talvez moldados - na teoria darwiniana de 1930, além de sintetizados com a genética mendeliana.

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(Foto: Oregon Healthe & Science University Handout) O que a Associated Press descobriu e, informou ao mundo, sobre esta alegada pretensão de He Jiankui ter criado pela primeira vez na História Humana (mas sob parâmetros científicos), bebés geneticamente modificados. Está aberta a porta para a selecção das espécies? Estará assim escancarada a mais inacreditável (ou inverosímil) versão da futura criação da raça humana versus fabricação industrial de bebés perfeitos...? Que se seguirá então???

"Isto é inconcebível. Uma experiência em seres humanos não é moral ou eticamente aceite." (Avaliação feita pelo investigador da Universidade da Pensilvânia, nos EUA, e editor de uma publicação científica sobre genética, o doutor Kiran Munsunuru)

A Controvérsia no Mundo
É sabido que a ferramenta de Alteração Genética em causa (CRISPR-cas9), permite, em teoria, acrescentar genes em falta ou então limitar um gene de um embrião que possa vir, eventualmente, a provocar danos ou problemas.

A Modificação de Genes é mais consensualmente aceite em adultos - como terapêutica ou método de tratamento essencial para doenças terminais - já que especificamente nestes casos, a mudança genética é confinada à pessoa que é alvo da alteração. Por exemplo: Quando se edita o ADN de esperma, óvulos ou embriões, essas alterações podem provocar um impacto posterior nos descendentes.

Na Europa, a alteração do património genético é proibida, assim como é proibido usar Fundos Europeus para fazer este tipo de investigação, dizem os especialistas deste velho continente.

(Pessoalmente acho muitas proibições. Uma coisa é sermos regidos pela ética e bioética legislativas e executivas mundiais, outra, é ser-nos imposto em obrigação e punição máximas que refreemos os impulsos científicos nesta área. Para tudo há que haver consenso e bom senso, como sempre afirmo.)

Recorde-se que já em 2015, uma equipa liderada por um outro investigador chinês - Junjiu Huang - tentou publicar uma sua elaborada investigação sobre Modificação Genética com Embriões, e as suas expectativas foram goradas.

Nenhuma reputada revista científica o fez, pensara-se de início (em que inclusive a «Nature» e a Science» o recusou mesmo), tendo sido excepção para a «Protein & Cell» que publicou esse seu artigo dando-lhe grande enfoque.

Por vezes, é preferível a revelação do que a contenção, pelo que o resto do mundo ficará a saber de todas as intenções e acções possíveis sobre uma área tão sensível quanto esta.

Daí que, este investigador chinês, tenha assim reivindicado para si a tentativa de Alterar os Embriões sobre os sete casais que realizaram à época intensos tratamentos de infertilidade, tendo Jiankui conseguido - segundo ele próprio garantiu ao mundo ainda antes de ter levado sumiço - uma gravidez bem sucedida! (Por uma outra, a terceira, que se encontra em fase inicial mas que augura um outro bebé geneticamente manipulado, segundo nos reportou também a CNN).

Todavia, e segundo nos conta a agência de notícias que com Jiankui privou, a Associated Press, este investigador chinês tinha como objectivo não a cura ou a prevenção de uma qualquer doença hereditária, mas sim «Tentar conferir um traço genético que poucas pessoas têm naturalmente; ou seja, uma capacidade de resistir a futuras infecções, com o vírus da SIDA (AIDS) VIH (HIV)».

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Casais que se submetem a rigorosos tratamentos de infertilidade e que, através desses métodos, procuram enfim a criança tão desejada e amada há muito. Mas, para além deste sonho concebido e por certo natural nos casais em dificuldade na fertilização/concepção de modo tradicional, subsistem muitas outras dúvidas e experiências, tratamentos e subsequentes estudos e dados científicos que arrogam existir uma outra realidade: os casais que são portadores do vírus VIH (HIV). Foi o que sucedeu nas experiências laboratoriais de Jiankui...

Modus Operandi
Sabe-se que, os casais que estiveram sob intensos testes e análises e sob a supervisão científica deste investigador chinês, estão também sob o mais criterioso sigilo em total opacidade sobre a sua identidade; assim como, o já tão comentado casal/progenitores das bebés-gémeas (Lulu e Nana) com o ADN (DNA) geneticamente modificado.

A equipa liderada por He Jiankui apenas se limitou a tornar público de que, todos os homens envolvidos nesta experiência e projecto, eram portadores do vírus VIH (HIV); ou seja, estavam infectados com este vírus à excepção das mulheres.

(De facto a experiência a ser bem sucedida, não terá como objectivo evitar que uma pessoa infectada possa transmitir o vírus a descendentes, uma vez que isso já é possível  sem envolver a modificação de genes de embriões, mas sim, permitir então aos casais em que pelo mesmo um está infectado com o vírus do VIH, ter um filho que esteja geneticamente protegido de um destino semelhante).

Jiankui alega ter praticado assim a Manipulação Genética em Ratos, Macacos e Embriões Humanos num manancial diversificado, convenhamos. E que segundo o próprio explicou «O fez durante muitos anos, até aplicar os seus métodos aos pacientes» acrescentou então este investigador chinês, fazendo referência aos anos de investigação em que ele se aplicou.

À Associated Press, He Jiankui admitiu ter utilizado, escolhido e introduzido uma limitação ao gene CCR5 - que permite a entrada do vírus nas células - para prevenir a futura infecção com o vírus do VIH dos embriões que viessem a nascer.

Explicou entretanto que, o gene CCR5, possui também efeitos benéficos na resistência a outras infecções - o que se torna um problema, evidenciou Jiankui - como inevitavelmente sucede com o vírus do Nilo ocidental e, a infecção com um vírus da gripe, com consequências ainda mais letais.

Jiankui garantiu também que, em duas gémeas recém-nascidas, a alteração do gene CCR5 verificou-se; e isto, sem que até ao momento se tivesse registado alguma prova de prejuízo para com os outros genes.

O investigador chinês referiu aliás, de que a alteração terá tido Impactos Diferentes nos dois bebés: Numa das gémeas, houve um sucesso parcial, já que esta poderá vir a ser infectada com o vírus do VIH futuramente (embora que, com a progressão mais lenta da doença); na outra, o sucesso foi garantido, devido a uma alteração completa; ou seja, com a garantia expressa de que jamais será infectada com o vírus do VIH.

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Modificar Embriões Humanos? Será correcto? Onde começa a liberdade individual ou conjectural científica e acaba a nossa própria identidade humana em genética e descendência, se tudo se inverter ou reverter segundo estes critérios científicos agora realizados e expostos em laboratório?!...

Quem fala verdade e quem não o faz; e como sentirmo-nos devidamente informados, se nada se obtém a não ser nesta grande confusão pública de muita desinformação e até sugestão de estarmos a ser também nós, de certa forma, algo manipulados...

Um projecto Inconsciente...?
Muitos cientistas da nossa praça, isto é, reputados investigadores e sumidades que não se cansam em exultar o que lhes vai na alma, aferem de que os ensaios ou testes até agora realizados e retratados como de grande sucesso, não têm a credibilidade devida nem outorgada por quem de direito.

Acrescentam também que, estas informações - e estes testes - se têm revelado insuficientes para aferir da sua veracidade que se diz de pleno êxito. Isto é, sem a fundamentada base para se dizer que essa modificação resultou ou que não terá efeitos prejudiciais a curto ou a longo prazo.

George Church e Kiran Musunuru afirmam-no em toda a linha. Ou seja, não corroboram desta tese de He Jiankui. Confrontados com os documentos e resultados cedidos pelo investigador chinês He Jiankui, referem que os documentos sugerem apenas que, as duas crianças, podem vir ainda a ser infectadas com o vírus do VIH «porque apenas algumas células terão sido alteradas.»

O especialista em genética e investigador da Universidade de Harvard (EUA) - George Church - e o especialista em modificação de genes da Universidade da Pensilvânia (EUA) - Kiran Musunuru - são categóricos:

"Naquela criança, não havia nada a ganhar em termos de protecção contra o vírus do VIH - porque há outros métodos para o fazer que não passam pela genética - e ainda assim, expuseram aquela criança a todos os riscos de segurança ainda por conhecer."

Registam com grande assertividade de que, o que os resultados parciais do Projecto de Modificação Genética de Embriões mostrarão de futuro, é que «O principal ênfase dos investigadores esteve em testar a modificação de genes em vez de estar na tentativa de protecção (dos embriões e futuros bebés) face à doença».

Arrogam por último: "Ainda que isso possa ser verdade, só o nascimento de bebés com ADN (DNA) geneticamente modificado - confirmando-se tal (alvitram ambos os cientistas norte-americanos) - seria uma notícia inesperada e com consequências éticas e científicas de grande alcance!" Musunuru dispara sem contemplações ainda: "É uma experiência em seres humanos que é inconsciente, e que não é moralmente nem eticamente defensável!"

Entretanto, correu já a notícia que a ninguém deixa indiferente, de que desde segunda-feira (3 de Dezembro de 2018), o cientista chinês - He Jiankui - está dado como desaparecido, avançou a Imprensa Internacional.

A Universidade de Ciências e Tecnologias de Shenzhen negou entretanto e, impetuosamente, as acusações de que o agora famoso cientista terá sido detido a mando do Governo da República Popular da China, recusando-se a dar mais esclarecimentos sobre o assunto.

Recorde-se que, além das duas gémeas agora mundialmente conhecidas através da divulgação do trabalho de Jiankui e que se chamam de Lulu e Nana, existe uma terceira gravidez em curso, isto é, um terceiro bebé geneticamente manipulado (segundo Jiankui referiu à CNN). E que, apesar de estar numa fase prematura, existe a possibilidade do seu nascimento - sem que contudo o investigador chinês refira a sua localização ou identidade para se não empolar mais ainda esta polémica.

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A Perigosa Selecção da Espécie: tudo o que se deve e não deve fazer meticulosamente e respeitando os acordos, as regras e as leis previamente definidas da Comissão Científica de Ética. Podemos ser melhorados, aprimorados e até embelezados; não podemos é, contrariar toda a nossa natureza humana em fazer reproduzir ou replicar seres humanos que jamais o serão se instituirmos (ou efectivamente institucionalizarmos) a «fábrica de bebés» geneticamente manipulados numa versão industrial e sem ética. Tem de haver um método a seguir.

Onde está He Jiankui???
Podemos não seguir estes investigadores que agora nos dizem tudo fazerem em nosso benefício. Ou fazê-lo em plena consciência. Temos o livre arbítrio de tal julgar. Podemos até nem corresponder cientificamente ao que a ciência hoje releva para primeiro plano de saúde e bem-estar no ser humano - ou mesmo de quando apela ao grande público ter descoberto uma certa «imortalidade» na continuidade que nos assiste.

A tudo temos de estar atentos, analisando e interpretando individualmente se isso nos será positivo ou negativo; e isso, sobre todas as descobertas científicas que o mundo nos dá.

Em suma: Só não podemos, é ficar indiferentes à pouca razoabilidade - ou implacabilidade - de quem se opondo, acaba por perseguir e até matar (em muitos casos) os condutores destas novas descobertas; sejam elas boas ou más, definidas com sucesso ou sem ele, realizadas e divulgadas com grande ênfase ou totalmente frustradas na sua aplicação.

Uma vez que se não sabe do paradeiro de He Jiankui (talvez em Portugal, quem sabe?), devemos estar preparados para o que aí vem, desejando que Jiankui esteja de saúde e bem. Por opção e acto voluntário de estar em local incerto, respeitamos isso. De contrário, será mais um atentado aos direitos humanos e civis de todos nós.

Penso que haverá quem saiba de Jiankui, mas o reserve para si. Era bom que Portugal o acolhesse, apesar dos erros, da polémica havida. Contudo, não acredito nisso, sabendo que existe sempre muito mais em conjuntura política e social do que à priori nos é mostrado e revelado.

Talvez que o Presidente da China o saiba mas não diga - ou não se pronuncie - o mais alto emissário da nação chinesa, o senhor Xi Jinping que chegou esta tarde a solo luso - dia 4 de Dezembro de 2018 - tendo como primazia o luxo e a franquia de ter pago cerca de 2 milhões de euros na reserva total do Hotel Ritz, em Lisboa, Portugal, para assim obter o máximo de privacidade e tranquilidade a si e a toda a sua afecta comitiva chinesa.

Onde está o «Wally»? (perdão, o senhor He Jiankui) perguntar-lhe-ia eu, se a si tivesse acesso - ao que o senhor Xi Jinping me não responderia certamente, pois que há temas e assuntos que jamais se devem abordar, mesmo que tenhamos a absoluta certeza de que existem verdades que se não devem contar e muito menos propagar aos sete ventos; neste meu caso português, sobre as minhas sete colinas de Lisboa que albergam hoje o Senhor Presidente da China.

Assim sendo, só me resta dizer: «HuãnYíng» Senhor Presidente, pois que a Perigosa Selecção da Espécie - da nossa espécie - jamais estará em risco; não, desde que se não ultrapassem leis, direitos e deveres da Comunidade/Comissão Científica de Ética. Só assim poderemos ficar sossegados...

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