Há almas eternas, outras imortais e talvez até mesmo outras confortavelmente emanentes sobre o Universo; cabe-nos a nós descobrir quais as que nós somos, por outras que andam por aí...
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terça-feira, 25 de setembro de 2018
No Mundo da Alzheimer
Alzheimer: As assassinas proteínas que, em função e objectivo grupal de partículas tóxicas, são as grandes responsáveis pela destruição das células cerebrais nos doentes de Alzheimer. Esta, a descoberta de um novo estudo sobre a doença de Alzheimer. E sobre quem padece dela, que dizer...??? Nada existe. Nada, a não ser a impaciência, a grosseria ou a maldade de quem lida indiferentemente com estes pacientes. No Mundo da Alzheimer tudo é permitido, até o silêncio dos inocentes que nem sequer sabem que os estão a maltratar...
Todos envelhecemos. Ninguém disso se pode escudar. A comunidade médica está atenta e tudo tem feito para o colmatar. Mas, em vulgar mas não menos rigorosa prosa do que se passará na imensidão obscura de um cérebro com Alzheimer, aqui fica uma pequena noção desse tão triste - e muitas vezes incompreendido - universo de quem sofre desta doença neurodegenerativa que tantas mortes colhe em todo o mundo.
- No Mundo da doença de Alzheimer -
«Imaginem-se num quarto escuro; não há luz, não há som nem cor... não há nada! É o bloqueio total! Não existe memória, saudade ou sentimento - ou sequer fingimento de um qualquer mais específico pensamento atempado num tempo, algo destemperado ou deturpado também, que se adiou ou atrasou (que importa isso se nada é conciso, se nada é preciso?!)»
«Há uma névoa por vezes; ligeira e sem rumo que até possui a perceptibilidade de se abrir em franca luz mas depois tudo e de novo escurece, assim... abrupta e entorpecidamente como num velho e puído conto de fadas em que só ficaram as teias de aranha, aquelas mesmas que nublam e enegrecem a alma de quem as vê. Nada é real. Tudo parece, ou é, tão fatal quanto este patológico destino de uma vida que não se recorda que já o foi - e ainda é! - mas se não sabe disso.»
«Tudo é um limbo. Nada é o que era. Tudo asperge numa mácula desgraçada que, degenerativamente, vai corroendo tudo em redor. O colapso é geral e o caos instala-se! Os movimentos, a locomoção, a sensação e a compreensão - tudo na emboscada perfeita do mais imperfeito que há no ser humano em doença neurodegenerativa.»
«Só se sente o terror. E muito! E depois o silêncio... de todos aqueles que, de tão inocentes e não-indigentes de toda a nossa sociedade, se vêem postos de lado, abatidos e por certo comprometidos com um deus menor que os não salvou da grande sucata humana em que finalmente se prostraram. Minhas Senhoras e Meus Senhores, é isto o Alzheimer!»
Implícita e dolorosamente, é isto a doença de Alzheimer. A sua nua e crua face interior de quem não pediu esta doença nem a entende por vezes como tal. E pior, quem a não entende por si!
A Doença de Alzheimer não selecciona nem se perde em muitos detalhes, desde que o campo lhe seja «fértil» na criação de depósitos nocivos que se agrupam como gangues opressores no cérebro.
E isto, mesmo para quem não compreende os detalhes de tão inextricável doença neurodegenerativa, é o irreverente «sumo» em proteínas rebeldes que matam as células nervosas saudáveis. Tal como patógenos malditos ou proteínas assassinas, estas vão-se apoderando de toda a comunidade celular, definhando-a, debilitando-a até esta morrer. É assim a Alzheimer.
Doença de Alzheimer: proteínas rebeldes que formam grupos e matam as células nervosas saudáveis ou ditas normais do nosso cérebro humano. Em regra, as proteínas precisam ligar-se numa estrutura específica para funcionar correctamente. Quando este processo falha, a célula apresenta um grave problema de «ligamento», formando grupos anormais de células (numa associação anómala) que cria por sua vez uma espécie de depósitos perigosos de proteínas.
O Cérebro Humano, perdendo capacidade para se desfazer desses depósitos perigosos ou nocivos para a saúde mental, vai provocar (deliberadamente) a variada sintomatologia tal como a tão conhecida demência; além as quebras pontuais - mas a cada dia mais frequentes ou regulares dessa enevoada memória - em espaços delimitados (e por vezes exíguos), não se sabendo como voltar para trás... como voltar a ser-se o que se era sem quebra de pensamentos...
A Sintomatologia versus sintomas associados...
A sintomatologia é variada e quase sempre portadora de muita perturbação cognitiva, confusão, instabilidade e desequilíbrio de todas as funções - motora e cerebral. Comummente acoplamos a esta doença neurodegenerativa, a chamada Demência. Em pungência e incidência sobre a faixa etária dos mais idosos, esta doença comporta muitas preocupações na comunidade médica: Há que combater, descobrir causas e consequências e, se possível, erradicá-la.
Não tem sido fácil, mas os esforços são muitos e, de certa forma ajustados, à actual realidade numa terrível estimativa - segundo dados da OMS que prevê que 47, 5 milhões de pessoas convivam com esta doença neurológica (ou algum tipo de demência, sendo a doença de Alzheimer, a responsável por cerca de 70% dos casos).
Em 2050, sob rigorosa previsão, admite-se já que esse universo possa atingir o alarmante número de 130 milhões de pacientes, geralmente invocado e, implementado, na população mais idosa ou na provecta mas bonita idade acima dos 65 anos.
Esta maldita e silenciosa doença neurológica degenerativa que se vai instalando aos poucos roubando a memória dos pacientes e várias outras funções cognitivas, é identificada por vários sintomas (sintomatologia) e que, embora não haja ainda cura para tal, pode-se travar a sua progressão, vigiando e controlando medicamentosamente esses sinais da doença. Como tal, há que estar atento a tudo isto:
Dificuldade em cumprir tarefas domésticas e profissionais; Sensação de ansiedade e sintomas próprios da depressão (com o aumento da sensação da ansiedade os níveis de beta-amiloide no cérebro também aumentam); Perda da noção do tempo e da própria localização; Percepção alterada de imagens e da relação entre espaços-objectos (dificuldade de leitura, concentração de texto, desfocagem na visão e não-distinção de cores); Linguagem e comunicação alteradas; Perda frequente de objectos e esquecimento na sequência das próprias acções;
Perda de interesse profissional, pelo lazer e pela vida social ou familiar (no desligar contínuo dessa acção até aí proactiva); Variação de humor e de comportamento; Dificuldade de decisão, planeamento e resolução em menor concentração; Dificuldade em emitir opiniões ou mesmo participar sobre elas em termo e comparação (não avaliando a causa-efeito ou pressupostas consequências dos seus actos, chegando mesmo a abandonar os seus básicos hábitos de higiene pessoal ou, até aí, normal vaidade com o que veste ou produz em si).
E, finalmente, numa analogia abrangente sobre esta terrível doença, os Lapsos de Memória (ou certas habilidades até aí praticadas por si numa vida activa normal), tal como ir ao ginásio, andar de bicicleta, conviver com amigos em vida social dita normal - ou apenas na simples interacção familiar de auxílio doméstico que, amiudada e descuidadamente vai descurando e limitando, acabando por ficar completamente inactivo em motricidade e poder cognitivo de fala, ou de diálogo, mesmo com os seus mais íntimos.
Tudo isto como se observa, vai criando a catástrofe humana óbvia não só de quem é portador de Alzheimer, como de quem priva com eles, os pacientes desta doença, uma vez que se torna de muito difícil comunicação quem sofre desta patologia mental e motora poder-se expressar - ficando em quase letargia e, em total alheamento, com o meio em que vive ou por quem o rodeia.
Antes de ser uma tragédia neurológica humana de consequências mais ou menos previsíveis (no domínio clínico), é antes de mais uma grande tristeza, o constatar-se a observação desse inegável declínio a que estes pacientes estão sujeitos. Daí que hajam cada vez mais estudos e, felizmente mais descobertas, sobre esta incapacitante doença que tantos prejuízos causam à saúde humana.
Alzheimer: a doença dos velhos?... Talvez. Mas não pensem que só nestas avançadas idades se sofre de tamanha perturbação que afecta impiedosamente os músculos e a mente. Nem pensar. A saúde pública regista-o, ainda que em menor número (e os seus dados estão aí para o confirmar). Apesar de estatisticamente assim se conotar, esta sociedade moderna em que vivemos está a trazer-nos mais dados e números que nos não deixam esquecer que, cada vez mais, a Alzheimer não tem fronteiras nem limites de idade. Dizem-nos os neurocientistas que:
«A Proteína que Provoca a doença de Alzheimer é a mesma que Protege o Cérebro»; ou seja, descobriu-se agora (em 2018) que, as infecções podem ser a raiz do problema, abrindo espaço desta feita para novos tratamentos, novas terapêuticas dignas de sucesso!
"É uma proteína muito antiga desempenhando uma função muito importante!" (Afirmação do eminente cientista e líder do estudo de investigação sobre o Alzheimer, Robert Moir, da Universidade Geral de Massachusetts, em Boston, nos Estados Unidos.) E isto, na senda da descoberta de que, uma certa sequência de aminoácidos, está presente em cerca de 70% dos vertebrados. - incluindo o Celacanto - uma espécie de peixe que existe há milhões de anos!
Proteínas: os estudos e as descobertas!
Estudos que se obrigam a dar-nos novidades sobre a doença de Alzheimer já são muitas, e ainda bem! Mesmo não havendo cura, é possível uma certa retracção que não progressão desta malfadada doença degenerativa que tantos estragos humanos faz.
De acordo com um estudo publicado já em 2018 sobre a Alzheimer da «Science Translational Medicine», a enfermidade/patologia está ligada a diferentes infecções. Havendo no cérebro humano um cúmulo de placas formadas pela proteína Beta-amilóide, insta-se que esta acumulação vá originar vários bloqueios.
Segundo o estudo, a Aglutinação de Beta-amilóide (fenómeno actualmente observado como patológico), pode ser, de facto, algo de crucial relevância na defesa do organismo.
Quando Vírus, Fungos ou Bactérias conseguem romper a barreira hematoencefálica - ou membrana protectora do Sistema Nervoso Central que se torna porosa com o avanço da idade - o sistema imunológico forma então «armadilhas» com a beta-amilóide. Mundana ou vulgarmente (na gíria popular) poderemos equipará-las a «teias de aranha», que capturam e matam os micróbios. As mesmas placas - características da Alzheimer - são reportadas como vestígios dessa batalha microbiológica.
"Precisamos identificar os micróbios capazes de invadir o cérebro com o avanço da idade; e de dar início aos depósitos. Depois, podemos tentar impedi-los." - A explicação de Rudolph Tanzi, outro reputado investigador da Escola de Medicina da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, co-autor deste estudo.
Os Investigadores criaram então uma espécie geneticamente modificada - derivada de um pequeno roedor da família dos murídeos (camundongo) - para desenvolver placas (numa experiência ainda não-humana mas que, futuramente, assim se vai elaborar), injectando bactérias de salmonelas no seu cérebro. O êxito da experiência foi propagada nas palavras de Tanzi:
"Da noite para o dia, as bactérias levaram à formação de placas." E acrescenta: " O Hipocampo ficou repleto de placas, e cada uma tinha bactérias no centro."
(Ainda que o pobre rato da experiência visada tenha morrido pela circunstância da infecção generalizada, a experiência emoldurou muito boas perspectivas, pelo que já havia sido confirmada uma outra sobre neurónios cultivados em placas de Petri, fungos, vermes e drosófilas.)
"O Próximo Passo, é realizar estas experiências em Seres Humanos!" - Afirmam-nos assim em larga determinação científica os investigadores deste estudo. Será um criterioso projecto que vai utilizar altas tecnologias de Sequenciamento Genético na busca de micróbios cerebrais (patógenos) de pessoas que tiveram a doença de Alzheimer, sobre outros que a não tiveram.
Os Investigadores, flamejantes cientistas e neurocientistas da nossa praça, vão também tentar encontrar vestígios de patógenos em placas de beta-amilóide encontradas em cérebros humanos.
Oxalá tudo lhes seja um sucesso, pois daí dependerá a saúde mental e de motricidade humanas (em menor escala ou de avanço sobre o estágio da doença) com que se encarará de futuro esta; pelo menos com mais esperança, acredito!
Doença de Alzheimer: dois cérebros na diferente realidade. É visível o que o investigador nos remete a olho nu. Estes terríveis patógenos, estas terríveis e grupais proteínas assassinas, reveladas no cérebro humano e aqui distintamente projectadas numa imagem que nos arrepia. Não é de facto bonito o «Mundo da Alzheimer!»
Todavia, e em simultâneo, faz-nos querer perseguir e, continuar, com todos estes estudos - estas agora inovadoras descobertas - que, cientificamente, nos vão dar as futuras alegrias do que até aqui nos enunciavam como morte inevitável. No entanto, o combate é feroz; nos depósitos acumulados desse lixo e não só...
Combate ao «lixo» do Cérebro!
Tal como o lixo tóxico no nosso planeta ou no Espaço, a nível cerebral a coisa é tão ou mais complicada, uma vez que essa aglutinação entre os neurónios impede a transmissão dos sinais, prejudicando taxativamente a actividade neural, como já se referiu.
Como consequência básica, levará inevitavelmente à degeneração da memória e da capacidade de aprendizagem, causando em término na morte do paciente. Ou seja, no trágico e elevado número de óbitos registados em nome da doença de Alzheimer!...
Estima-se que, em irrefutáveis dados da OMS - Organização Mundial de Saúde - por volta do ano de 2050, hajam 130 milhões de pacientes com esta doença degenerativa. Daí que a luta não tenha tréguas, ontem e hoje, sobre a Alzheimer.
Mas urge a explicação: Como se sabe - As Proteínas - são as unidades de construção das células e dos tecidos. Como tal, as proteínas precisam de ser continuamente substituídas.
Compõem-se de Aminoácidos - moléculas mais pequenas nas quais um grupo Amina (-NH2), um grupo Carboxilo (-COOH) e uma cadeia lateral (normalmente representada por R) estão ligados a um átomo de Carbono. Há cerca de 20 aminoácidos, que se podem combinar para produzir milhares de proteínas diferentes.
Os Aminoácidos combinam-se para formar Péptidos - e proteínas! - numa reacção de condensação durante a qual o grupo Carboxilo de um Aminoácido se liga a um grupo-Amina do aminoácido seguinte, libertando-se por sua vez uma molécula de água (daí nosso organismo ser constituído por este elemento).
As Proteínas podem conter mais de 4 mil aminoácidos! (Só por curiosidade: O «ATP», a principal molécula transportadora de energia, possui um núcleo rodeado de uma unidade trifosfato. O núcleo do AMP (monofosfato de adenosina), possui uma molécula de adenosina composta de dois anéis com carbono e azoto-adenina ligados a um açúcar com 5 átomos de carbono (ribose).
O Grupo Fosfato da unidade trifosfato está ligado entre si por ligações de alta energia. Esta, a médico-científica explicação para o que se desenvolve em nós. Se houver um processo disruptivo, ou de não-ligação, a velocidade a que se dá a cada uma destas reacções químicas (seja na respiração ou na combustão do ser humano) diminuirá, ficando desregulada e sem responder às necessidades.
Daí que, quando surgem estes nocivos depósitos que vão matar as células nervosas saudáveis (e por conseguinte as proteínas que nos defendem e estabilizam o organismo, neste caso, o cérebro, em que a célula apresenta um grave problema de ligamento formando grupos anormais de células e depósitos perigosos das proteínas), se constate o prejuízo evidente que estes vão fomentar, criando assim a perturbação cognitiva já referida.
Assim como todas as outras consequências também já aqui definidas sobre o paciente de Alzheimer. Estudos são necessários, mas descobertas também! É o que se tem legitimado com muito sucesso aliás, a acreditar em todos estes estudos e descobertas - induzidos e realizados pela comunidade médico-científica - o que vem trazer novas perspectivas e novas esperanças sobre tão crítica doença degenerativa.
Placas Amilóides que aparecem como cores quentes - vermelho e laranja. (PET scans; o crédito da imagem: Susan Landau e William Jagust). O que esta tomografia (método por computador) quer mostrar é que, poderá haver na prevenção uma melhoria dos sintomas, ou mesmo na maior qualidade de vida se registada a tempo esta doença degenerativa.
Vida saudável, se não se quiser ter Alzheimer....
Os Neurocientistas são exactos na demanda: Há que colocar em prática músculos e neurónios! Andar, correr, saltar, dançar ou outra coisa qualquer é necessário; mas também «puxar» pelo cérebro; e no exercício de boas práticas, manter-se activo cognitiva ou mentalmente sobre actividades dessa índole.
Que tal participar em eventos informáticos ou de informação tecnológica?! Ou na feliz contribuição, elaboração e continuação, do que profissionalmente se exerceu até aí?... Ou até na interacção com outros grupos, outras considerações, sem que se deixe alastrar esta vil proteína (beta-amilóide) em défice extensível sobre essa maior qualidade de vida?... Será preciso tanto esforço ou apenas um «empurrão» para que tenhamos seres humanos mais saudáveis e mais felizes?!...
Os Neurocientistas são peremptórios: tudo isso tem influência! Pessoas que se envolvam cognitivamente em actividades estimulantes toda a vida (ou grande parte dela), têm menos possibilidades de contrair Alzheimer; ou seja, de possuírem menos depósitos de Beta-amilóide, a tal destrutiva proteína causadora desta tão perturbadora doença degenerativa.
Daí que se imponha: Há que ter uma vida saudável e fazer por estar activo motora e cognitivamente! E, em todas as fases da nossa vida! Ser velho e infeliz, ou eternamente jovem e saudável numa felicidade sem limites, é consigo. A palavra está dada. A mensagem é clara!
A Explicação dos especialistas: Os Neurocientistas descobriram que quem possui uma vida activa mais exuberante possui níveis mais baixos da proteína-chave que determina (ou está ligada) à doença de Alzheimer. Nada menos que isto. Ficámos esclarecidos.
Desde 2012 - na descoberta dos investigadores da Universidade de Berkeley, na Califórnia (EUA) - que se encima através destes resultados (em suporte e fornecimento de futuras terapias cognitivas), poder haver esperança para estes pacientes, tendo em conta a possível prevenção no aparecimento desta tão debilitante doença. Oxalá assim seja.
Com ou sem Alzheimer, as diferenças fazem-se notar. Os cientistas/neurocientistas são unânimes: Há que combater esta praga da demência humana! Antes de serem homens da Ciência são homens e mulheres, aos quais, embora muitas vezes não afectando directamente, há sempre a afectação (social ou familiar) de quem está nestas circunstâncias tão melindrosas.
Tal como no caso do Cancro (ou das doenças oncológicas), esta doença degenerativa do foro neurológico tem de ser combatida e, afiançam os cientistas, compreendida sob muitos aspectos. Não pode nem deve haver pruridos em face ao que esta degenerativa doença reporta ou traz atrás de si; ou á frente. Estamos todos na intensa batalha em nome dos pacientes que possuem a doença de Alzheimer, acreditando todos (nessa luta conjunta) que assim é de facto.
Micróbios, vírus, patógenos e coisas assim...
Há quem lhes chame simplesmente «micróbios» como se redigiu acima no texto. Outros aferem tratar-se de Patógenos - pequenos grupos de proteínas conhecidas como Oligómeros; outros ainda, como no caso do mais recente estudo (em Junho de 2018), publicado pela revista científica «Neuron», reportar-se de outros alegados vírus (Herpesvírus), em que existe uma potencial ligação entre a doença de Alzheimer e a presença de dois tipos de Herpesvírus humanos (6A e 7) no cérebro!...
(Este estudo baseou-se em dados de sequenciação genética - ADN e ARN - de 622 dadores de cérebro com as características da doença de Alzheimer e de 322 dadores de cérebros normais ou não portadores desta doença, assim como em informação clínica sobre a evolução e, gravidade da patologia, antes dos pacientes falecerem.)
Todos os Neurocientistas estão particularmente atentos a todas as descobertas, a todas as vertentes, pois que se ruma numa só direcção em busca senão da cura, pelo menos da não-progressão desta doença. Foi o caso aqui revelado (em dados oficiais transcritos depois online pelo Jornal Médico de 22 de Junho de 2018).
Identificando assim elevados níveis desses dois tipos de Herpesvírus (6A e 7, aos quais a maioria das pessoas está exposta no início da vida, e que entram no organismo através do revestimento nasofaríngeo) em amostras de cérebro de pessoas que revelavam sinais da doença de Alzheimer, notou-se também que os níveis eram mais baixos em pessoas/cérebros saudáveis.
«A Abundância destes Vírus-chave em cérebros afectados pela Alzheimer pode mesmo levar à degradação e morte das células neuronais (células cerebrais conhecidas como neurónios) ou, agir de outra maneira», refere em comunicado a Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, responsável por este estudo.
Vai ainda mais longe ao referir por voz directa de um dos autores do estudo e professor de Genética e Ciências Genómicas da Universidade norte-americana, Joel Dudley:
" Não podemos dizer se os Herpesvírus são a principal causa da doença de Alzheimer mas o que é claro é que perturbam e participam nas redes directamente subjacentes na patofisiologia da Alzheimer."
(De notar que, tanto Dudley como os restantes investigadores desta equipa, exploraram a presença de herpesvírus em 6 regiões-chave do cérebro humano, conhecidas como muito vulneráveis a danos causados pela Alzheimer, e que precedem em várias décadas o diagnóstico da doença).
Ressonância Magnética do Cérebro (Crédito: Drª sandra Black/Sunnybrook, Centro de Ciências da Saúde). Como medida de prevenção ou para retardar esta doença degenerativa em pessoas geneticamente predispostas (como público ou paciente-alvo) a desenvolver esta doença em idade precoce, os cientistas descobriram algo surpreendente: Pode-se prevenir a Doença de Alzheimer em pessoas predispostas a desenvolver a doença.
Esta, a conclusão de um estudo de 2016 que teve a participação e o envolvimento de cientistas do Canadá (testando e desenvolvendo drogas experimentais chamadas «Solanezumabe e Gantenerumab), que visaram diminuir os níveis da substância orgânica que forma uma placa pegajosa no cérebro - e que os cientistas suspeitam ser o primeiro passo no desenvolvimento desta doença.
Ainda sobre o estudo de Alzheimer/Vírus no Cérebro...
Ainda em relação a este mais recente estudo de 2018 (publicado na «Neuron») - e de acordo com os investigadores - um dos vírus-chave (6ª), regula a expressão de alguns genes de risco da doença de Alzheimer, e os genes que regulam o Processamento da Proteína Amilóide.
Ou seja, um ingrediente muito importante nesta patologia neurodegenerativa (concentrações da proteína amilóide que formam placas no cérebro que são características na doença de Alzheimer).
Esta actual e primorosa informação obtida agora através deste estudo - sobre a função do Herpesvírus 6A (obtida a partir da análise do tecido cerebral dos pacientes) - foi complementada pela investigação/experiências envolvendo animais (neste caso, ratinhos).
Destas intervenções, os cientistas avaliaram o efeito da Redução da miR155 - uma molécula que regula o sistema imunitário.
Os Resultados destas Experiências vieram dar maior argumento ao que então se observou de haver em ratinhos com menos miR155, mais depósitos de Placas Amilóides no Cérebro, assim como alterações comportamentais.
O Herpesvírus 6A é conhecido na comunidade médico-científica como por diminuir a presença desta molécula, o que, de acordo com os cientistas, vem assim consubstanciar ou dar mais peso a esta tese no possível e futuro contributo dos Vírus para a Doença de Azheimer!
O Cérebro portador da doença de Alzheimer: Apesar da apurada tecnologia existente ou actualmente à disposição dos médicos e investigadores nesta área, a Doença de Alzheimer continua a não encerrar certos capítulos que ainda se mostram de certa forma ocultos ou até obscuros para a comunidade científica.
A misteriosa desordem do cérebro, a súbita ou alongada no tempo perturbação cognitiva, traz aos seus portadores e pacientes um mal-estar e uma confusão latentes de toda uma também disfunção que os remete para a mais pungente situação de dependência de outrem.
Falta de memória e demência são os mais comuns factores sintomáticos desta patologia; mas há outros, os da amorfa e contínua ou, descompensada realidade, que os coloca quase como numa outra dimensão que ninguém parece entender, que ninguém parece compreender...
- A Misteriosa Desordem do Cérebro -
Um grupo de cientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, anunciou a descoberta de Uma Nova Estratégia de combate à doença de Alzheimer! Nem mais!
Ou seja, uma luta incessante e não quebrantável em face às tais partículas nocivas (que muitos apelam de tóxicas), responsáveis pela destruição das células cerebrais nos doentes de Alzheimer, segundo um estudo publicado no dia 24 de Setembro de 2018 pela revista PNAS «Proceedings of The National Academy of Sciences» (em criteriosos dados da agência Lusa).
"É a primeira vez que se propõe um método sistemático para atacar os patógenos - a causa da doença de Alzheimer - que foram identificados recentemente como pequenos grupos de proteínas conhecidas como Oligómeros." (explicação do investigador principal, Michele Vendruscolo)
Oscilando entre os 44 milhões de portadores deste doença degenerativa e os 47,5 milhões - em números radicais da OMS que não distingue esta doença e até a cumula de outros factores ou outras patologias associadas - estima-se que em breve muitos outros milhões de pessoas possam vir a padecer e a morrer desta tão fatídica doença.
No entanto, esta descoberta, vem dar novo ânimo aos investigadores sobre o potencial de se revelarem em breve Novos Medicamentos. Ou novos fármacos, que nos crie a esperança de travar uma outra e nova luta em face a quem sofre e padece desta doença degenerativa..
Na Europa, os números são referenciais mas também no continente asiático. O Japão encabeça a lista, ou seja, está no topo da mesma, com um número assaz perturbante de 23.3 casos por mil habitantes.
Em face a esta nova estratégia conhecida, os cientistas acreditam que estes Novos Medicamentos possam surgir no mercado oficial daqui a sensivelmente dois anos.
Daí que se tenha a quase certeza do grande sucesso desta descoberta, pelo que se observou destas proteínas rebeldes que, em grupo, rodeiam e matam as células nervosas cerebrais.
David Reynolds - director cientifico do Centro de Investigação de Alzheimer, no Reino Unido - considerou de que, estudos como os de hoje, nesta presente data de 24 de Setembro de 2018, são vitais para aprimorar os progressos no descobrimento de fármacos, acelerando assim os novos tratamentos para estes doentes.
Cristopher Dobson - outro dos principais autores deste estudo da Universidade de Cambridge - revela-nos que este estudo mostra que: " É possível não apenas encontrar compostos que se dirijam directamente aos Oligómeros tóxicos, que causam transtornos degenerativos, como aumentar a sua potência de forma racional.
Daí que hajam motivos para sorrir, que não esquecer, depreciar ou minimizar todos os esforços agora adquiridos e conseguidos através destas fabulosas descobertas.
Como tal, em Portugal, não se querendo ficar atrás na já célebre cauda da Europa (como muitos pessimistas e pouco altruístas consignam), a Associação Alzheimer lançou uma campanha em Julho deste ano no sentido de aumentar a compreensão sobre a Demência - no activo compromisso de uma melhor percepção, aceitação e auxílio a quem desta doença degenerativa padece.
Esta iniciativa portuguesa integrada numa outra em movimento global "Dementia Friends" (Amigos da Demência), implementada em 17 países, vem assim dar voz a quem não tem voz, dar cor a quem não tem cor, ou um melhor sentido para a vida mesmo sendo portador da doença de Alzheimer.
Demonstra-se assim que é possível viver melhor e com mais qualidade de vida - com demência ou sem ela, indiscriminada e ilimitadamente - sendo que a pessoa que possui demência, é muito mais para além da própria patologia da qual sofre. Esta, uma referência explícita no comunicado da Associação Alzheimer.
"Combater o desconhecimento e o estigma associados à demência é fundamental, assim como aumentar o nível de consciencialização sobre a demência em Portugal. A iniciativa pretende ajudar os portugueses a compreenderem como é que a demência afecta as pessoas, e contribuir para alterar comportamentos que tornem a sociedade a ser mais amiga das pessoas com demência."
Este, o comunicado do presidente da Alzheimer Portugal - José Carreira - em honra e defesa de quem sofre. E lastima-se que ainda haja tanta ignorância, de muitos, de tantos ainda, que não entendem o porquê ou do tanto que se sofre e, suporta, em face a uma das doenças degenerativas não só das mais incompreendidas, como, das mais negligenciadas sobre os seus familiares e sociedade em geral.
Se todos o explicarmos, o motivarmos, e o reportarmos como «apenas» uma doença que se tem de amortizar ou através da melhor terapêutica amenizar, que seja também e tão-só através de um sorriso que se alcance essa tranquilidade, essa paz nos pacientes. E nunca por nunca, através de qualquer estigma ou ostracismos imponderáveis (quiçá intoleráveis para alguns), fazer-nos abster ou reprimir de dar essa confiança, essa esperança a quem depende de nós, porque um dia, quem sabe, poderemos ser nós a ter a Alzheimer...
Temos de saber conviver com os nossos pacientes, com os nossos familiares e com o restante desta sociedade moderna em que vivemos - com ou sem a doença de Alzheimer, pois que a carência de afectos é muitas das vezes superior a qualquer outra doença. Eles estão vivos e querem fazer-se ver, ouvir e sentir, apenas isso!
Sejam felizes e olhem à vossa volta... A Alzheimer existe mas não resiste. Não, se formos nós a não lhe darmos tréguas, aceitando com toda a generosidade possível e, alguma veemência, quem se vê ao espelho diferente do que era sem se reconhecer nele, sem ele lhe dar mais respostas que não seja: Estás vivo, ainda que no Mundo da Alzheimer, apenas isso!...
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