Há almas eternas, outras imortais e talvez até mesmo outras confortavelmente emanentes sobre o Universo; cabe-nos a nós descobrir quais as que nós somos, por outras que andam por aí...
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segunda-feira, 7 de agosto de 2017
Memórias do Mar (IV)
Imagem em 3 D (em processo de fotogrametria) de navios naufragados, no Mar Negro. Esta descoberta de mais de 40 naufrágios, realizou-se através do Projecto de Arqueologia Marítima no Mar Negro e da intensa pesquisa efectuada pela Universidade de Southampton, no Reino Unido.
Impérios soterrados no mar...
Na profundidade subaquática que roça os 1800 metros na captura e deslumbramento de descobertas praticadas a partir do navio Stril Explorer (na costa da Bulgária) e, com a metodologia associada, a revelação foi triunfal e surpreendentemente magnífica na perfeição adquirida.
Usando desta forma as mais recentes técnicas de imagem, esta revelação (por meados de 2016 sobre o Mar Morto) veio catapultar para o mundo à superfície, o que tantos impérios reverberaram em séculos distantes mas não errantes do que se lhes tenta, hoje, recobrar...
Navios naufragados, escondidos sob o manto aquático que os protege, envoltos em mistério e admiração - hoje descobertos e alvo de todas as atenções - dizem-nos que há cinco ou seis séculos, ou o dobro destes, o mundo era tão fantástico e supremo quanto indissociável dessa outra magia de terem sido únicos na mestria da navegação e união entre os povos.
Mas mais longe se irá, nessa descoberta ou nessa ainda tão indesvendável certeza do grande enigma que reveste os tantos achados no mar: A dúvida e, muitas vezes, a mui inexplicável situação de Navios-fantasma que voltam sem contarem a sua verdadeira história; por outros que nunca voltam...
Da berçária tríade misteriosa do Triângulo das Bermudas, à mais profunda cova oceânica e atlântica dos Açores (além o que agora se descobriu, em 2016, e o Mar Negro nos expõe de cerca de 40 navios naufragados e agora encontrados em extensa pesquisa geofísica, segundo Jon Adams, arqueólogo da Universidade de Southampton, no Reino Unido), os mistérios permanecem.
Não raras vezes inatingíveis ou incompreensíveis para o comum dos mortais, sê-lo-ão também para os investigadores do mundo subaquático, como é o caso agora revelado do navio quinhentista descoberto em Esposende (Viana do Castelo, Portugal) que, desde 2014 até à data, se tem revelado na urgente inconfidência de um navio «praticamente intocado» ou violado, podendo-se assim mergulhar, a fundo, na História!
(Imagem DR/J. Sexton). Nas profundezas do mar de Esposende (Viana do Castelo, Portugal) esconde-se um tesouro, um grande tesouro histórico, ainda mais hermético e inultrapassável do que a inoperância do Estado Português, segundo alguns, que o acusam de falta de objectividade e acção, no cumprimento da Convenção sobre a Protecção do Património Subaquático, da UNESCO.
O Maior Achado!
Praia de Belinho, em Esposende: o mar-chão não denunciaria o que nele se deitaria em carga e franquia, em artefactos ou breve simulação de um passado distante; mas não tão distante assim que não desse para perceber, historicamente, do que se trataria.
Objectos de carga e madeira de embarcação deram à costa. A comunidade arqueológica ficou atenta e o que seguiu foi digno de um verdadeiro Indiana Jones português ramificado por várias entidades e elementos afectos aos salvados portugueses e mesmo à Comunidade Científica Internacional que já considerou o achado como um dos mais importantes para a arqueologia naval. Trata-se então, resumidamente, de um navio ibérico (provavelmente) e, do século XVI (1520-1580?). Possui 30 metros de comprimento e está protegido por uma camada de sedimentos.
"Estamos perante o primeiro naufrágio quinhentista em águas portuguesas a ser encontrado praticamente intocado desde a sua perda!" - Quem o afirma é o prestigiado arqueólogo Alexandre Monteiro à revista Al-Madan de Julho de 2017, um dos quatro intervenientes que lideram esta investigação (na que se inclui Ana Almeida, arqueóloga, e Ivone Magalhães, investigadora - ambas da Câmara de Esposende, em Portugal - e Filipe Vieira Castro, o celebérrimo arqueólogo de longa data e que lidera o ShipLab, da Universidade do Texas, nos EUA).
E tudo isto na sequência directa do que já em 2014 foi sendo instaurado de mais de três dezenas de outros investigadores de outros países, participantes de um projecto europeu - 4SeaDiscovery ou FourSea Discovery (do qual faz parte Alexandre Monteiro desde 2015) - aquando a tempestade Hércules se fez sentir, dando à luz, ou seja, à praia de Belinho, vários objectos tais como várias ânforas, 21 pelouros (balas de canhão), 52 objectos de liga de cobre, 244 em estanho (pratos), 56 folhas de chumbo e pedra e demais peças de alto valor histórico.
Praia de Belinho (foto da RTP), em Viana do Castelo, Portugal: as evidências deixadas na areia após a tempestade, em 2014, que enunciariam o que, em 2017, se afirma agora com maior convicção, análise e estudo dos investigadores, arqueólogos e demais historiadores que se debruçam sobre estes achados - magníficos todos eles! Aqui, os pratos de estanho que deram à costa portuguesa.
Descobertas de mergulhadores...
Na época (em 2014), o achador, o mergulhador e escultor - João Sá - tornou-se então no guardião-mor deste tesouro. Ainda que, inicialmente, se tenha servido de um pelouro de pedra, utilizando-o numa obra sua, sem saber do que se trataria eventualmente este precioso ornamento histórico...
Todavia, há que se fazer justiça a tão nobre gesto de João Sá que, ao saber do que constava este achado, depressa se dirigiu a quem de direito. E mais não se lhe exigia. A partir dai, investigadores nas diversas áreas: Historiadores, conservadores-Arqueólogos, especialistas em Dendrocronologia, Engenheiros florestais, entre outros, assumiram então a investigação disponibilizada pela 4SeaDiscovery. Mas, em 2017, haveria mais a comentar e a pontuar:
"A ser ibérico, tratar-se-à de mais de um dos complexos sítios desta tipologia e cronologia a ser encontrado a nível mundial!" - Esta, a inquestionável aferição de Filipe Vieira Castro, arqueólogo de formação e que lidera o ShipLab da Universidade do Texas, A&M (EUA).
Antigo responsável do Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática (CNANS), é um dos seniores da equipa desde 2014 (a par de Nigel Nayling, da Universidade de Trinity Saint Davies, em Gales).
A perícia forense ou análises químicas entretanto subjectivadas nos destroços de madeira encontrados, assim como a sua posterior digitalização e composição de fotografia tridimensional, vieram dar maior consistência sobre os achados, segundo Adolfo Miguel Martins, do CNANS, que desde 2014 também deu o seu contributo na melhor ou mais correcta informação sobre os mesmos.
Em Viana do Castelo todos são peremptórios do que observam e reza a História: Estamos perante um inolvidável achado! Mas, e para quando o Museu dos Descobrimentos Portugueses e Expansão...???
Um Museu no fundo do mar...
Alexandre Monteiro não tem papas na língua; ou como em bom português se assume, e este confidenciou ao jornal Público, defrontando (ou enfrentando!) altos emissários políticos e de cimeira responsabilidade política - mas também civil e histórica - argumentou:
"O Grande Museu dos Descobrimentos Português e da Expansão - e que ainda não está feito - está todo no fundo do mar!"
Concorda-se. Plenamente! Alexandre Monteiro está correctíssimo na sua estóica afirmação de quem não se dá por vencido; entre outros que igualmente assim pensam.
Alexandre Monteiro, sendo um reputado investigador do Instituto de Arqueologia e Paleociências da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade de Lisboa (Portugal), assim como um sério envolvido nos vários projectos subsequentes da Arqueologia Subaquática, identificou parte do costado deste navio, desde 4 canhões, em ferro e em bronze, até a uma âncora; outros fragmentos terão sido também arremessados, de entre eles os idênticos aos achados de 2014.
Alexandre Monteiro, Filipe Vieira Castro e agora John Sexton, criaram a verdadeira tríade-maravilha dos três magníficos, ou seja, através deste terceiro elemento, experiente e exímio Instrutor de Mergulho e Fotógrafo Subaquático (a viver já há alguns anos em Portugal), cimentaria em objectiva e captação as maravilhosas imagens do local. Não sem antes se referir este, o local, estar de novo tapado pelas areias, o que fornece todavia uma maior segurança devido ao saque que poderia entretanto vir a sofrer o navio agora descoberto, admitem.
Alexandre Monteiro, homem destemido mas um ser humano como todos os outros (ainda que ostente um chapéu à Indiana Jones e se identifique com o personagem), viu-se em dificuldades, não burocráticas desta vez mas, da terrível agitação daquele mar do Norte de Portugal que quase o esmagaria de encontro às rochas, não fosse um outro ainda mais destemido e presente mergulhador - o escultor João Sá - e não o teríamos por cá mais; o que se lamentaria por todas as razões.
O seu filho, o designer gráfico Alexandre Sá segue-lhe as pesadas de, tal pai tal filho, o que é bem visto por todos. Mais uma vez, a herança genética de bons homens, homens a sério, na solidariedade alada à boa venturança, prevalece, dando sempre (ou algumas vezes) excelentes frutos...
De referir ainda, de que toda esta investigação sobre os destroços do navio supostamente do século XVI se não realizaria de forma tão eficaz e resolúvel sem os esforços e todo o apoio prestados da tecnologia do Laboratório de Sistemas e Tecnologia Subaquática (LSTS) da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, em Portugal.
A saber, o frutuoso e inexcedível trabalho do LSTS, tão profícuo e árduo até agora, tem sido tão ovacionado pelas entidades competentes que, Filipe Vieira Castro, o distinto director português do ShipLab, no Texas (EUA), já encetou conversações e analogias para uma futura parceria com o grupo da FEUP (que é considerada pela Universidade do Texas a melhor no mundo, ou, dos melhores elementos do mundo no que fazem), atribuindo assim os louros a esta Faculdade do Norte na exuberância, no entendimento, e nos requintes subaquáticos da mestria tecnológica em que está envolvida). Parabéns desde já a todos os intervenientes. Bem-hajam!
Havendo cooperação futura, haverá supostamente também evolução e continuidade, prosperando desta forma todos os avanços e descobertas nesta área. Ou noutras que entretanto se desenvolvam a partir daqui e com o indissociável empenho de todos. Assim seja!
O Eterno Mistério do Triângulo das Bermudas: O que o distingue de razões esotéricas ou científicas entre o que podem ser terríficas tempestades magnéticas ou eventuais outros eventos de intolerância terrestre ou extraterrestre...???
Mistérios que o Império Planetário tece...
Tantos os mistérios são no seio planetário do mundo subaquático, que quase se ouvem os rugidos do deus-Neptuno, deus dos mares de outrora. Ouvem-se, mas não se observam, sob o manto de um outro silêncio, um outro obscuro sentimento de nada estar seguro nas cavernas subterrâneas deste Atlântico de hoje e sempre.
E se não fosse tenebroso, dir-se-ia lamentável - e impenetrável! - o não sabermos ainda que Golias nos engole, nos devora ou simplesmente nos transfere para a mais exótica das realidades de outros mundos tridimensionais que nem imaginamos haver...
Os Desaparecimentos, a falta de explicação e a total ausência de um argumento que nos convença que não foi tudo premeditação dos homens ou dos deuses, no que a questão permanece e a suspeita se impõe na lacónica resposta de muitos de nós: « Não sabemos onde estão ou para onde fora...».
Engolidos pelo mar, sugados por uma força maior inexplicável ou talvez inatingível para muitos de nós que, ainda hoje nos perguntamos, que almas eram essas, que almas foram embora para não mais voltar...? Que diriam se voltassem...? Que sentiriam ao voltar ao local de onde partiram...???
«Navios que desaparecem sem deixar rasto, passageiros e tripulantes que se esfumam no ar, histórias de náufragos e piratas, escravos livres e monstros marinhos engolidos pelo mar. Mistérios que os oceanos teimam em guardar...». - Mónica Bello, no livro Enigmas: Costa dos Tesouros -
O Triângulo Maldito!
Já muito se falou deste triângulo maldito e muito mais se falará, certamente, se acaso surgirem novos dados (cientificamente ou não) sobre o que escondem estes mares, esta confluência oceânica demoníaca que engole homens e navios, aviões e tudo o que se lhe abeire, enfim.
São às centenas e porventura aos milhares no cômputo geral de uma disseminada reportagem sobre a existência que deixou de o ser, sobre o número de desaparecidos nos mares do planeta.
Sem deixar destroços ou sobreviventes. Sem deixar rasto, como se tivessem sido engolidos por alguma força desconhecida. Ao contrário do que se poderia pensar, estes desaparecimentos não se referem apenas a barcos de pequeno porte ou aos tempos em que o radar - ou as comunicações via rádio - não passavam de ficção científica.
Uma das zonas do globo mais conhecidas pela ocorrência de estranhos acontecimentos de navios - e até aviões - é certamente o Triângulo das Bermudas! Uma área do Atlântico que varia entre o meio milhão e o milhão e meio de milhas quadradas, conforme os autores que, ao longo dos anos a referenciaram, e que se estende entre a costa Norte-Americana do Estado da Florida, o arquipélago das Bermudas e, a ilha de Porto-Rico.
No Triângulo do Diabo ou Cemitério dos Desaparecidos, como também lhe chamam, deixaram este mundo, sem rasto ou lamento - e nos últimos cem anos, segundo algumas fontes credíveis, mais de 50 navios e 20 aviões. Um susto!
A demonstração geográfica do Triângulo das Bermudas. Uma zona de intensa actividade atmosférica de ciclones, furacões, tempestades magnéticas, além um corrupio marítimo incessante de navios, no que a imaginação alastra mas o bom senso reverte para que se não negligencie o que por aqui se passa de desaparecimentos inexplicáveis...
Vórtices da Terra...
O silêncio é total. Mesmo com rádios a bordo, nenhuma chamada se efectivou. Em nenhum dos casos já registados e apresentados na já longa lista dos desaparecidos naquela zona do «diabo», espichou algo, algum ruído. Nenhuma chamada de socorro nem sequer qualquer destroço encontrado que levasse a mais buscas no local das tantas que foram entretanto efectuadas sobre um manto de silêncio e nada. Nem dos bombardeiros «Avenger» da marinha norte-americana que levantaram voo de Fort Lauderdale, na Florida (EUA), para nunca mais voltarem. Sabe-se de um temporal e até de outro avião que, na busca destes, teve sumiço também, esfumando-se no ar...
Das milhares de teorias explicando o fenómeno aqui registado em tantas nefastas ocorrências sem rasto possível, levou a que os cientistas se interrogassem se não se estaria perante uma espécie de vórtice temporal ou portal estelar de circunstâncias astronómicas ainda inexplicáveis e, infindáveis, para o conhecimento humano. Ficcionais ou não, essas teorias permanecem; tal como o mistério...
As múltiplas teorias revezam-se quase sempre incoerentes ou pouco persistentes mas que, ao longo do tempo, vão criando maior consistência nos que admitem tratar-se de algo verdadeiramente tenebroso. Do intenso tráfego de navios, às tempestades magnéticas, ataques de monstros marinhos (espécies ainda desconhecidas ou manipuladas geneticamente, deste ou doutros mundos?), sequestros perpetrados por fantasmas (ou espíritos no limbo aprisionados?), abduções por extraterrestres e um sem fim de fenómenos que tais, vão perseguindo o imaginário de quem por lá não quer passar; nunca!
E de outras dimensões, tridimensões ou percursos espaço-tempo que nem Einstein conseguiria equacionar, poder-se-à estar perante, de facto, outras realidades que o ser humano ainda não atingiu. Essa passagem sem deixar rasto ou sombra, registos escritos, sonoros ou algo que a identificasse, é simplesmente a áurea morta do que ainda não ressuscitámos ou glorificámos em saber, em conhecer ou em especificar sobre o nosso próprio território marítimo mas também celestial...
Lago Fuxian: o que submerso se evidencia de uma pirâmide que muitos clamam de existência pré-diluviana e outros, a idêntica circunstância subaquática ao largo do Japão (a nipónica pirâmide submersa na ilha de Yonaguni, descoberta em 1995)), ou a dos Açores (a pirâmide submersa a sudoeste da ilha Terceira e que tem 60 metros de altura e uma base maior que um estádio de futebol, ou seja, 8 mil metros quadrados) no Ocidente.
Que civilizações eram ou são estas...? Para que efeito existiram...? Por que continuam no segredo dos deuses e dos homens que parece nada fazerem para desmistificar este grande conhecimento submerso???
Os Mistérios de Fuxian...
Uma das mui raras fotos captadas, no lago Fuxian, na China, em que se observa nitidamente uma pirâmide; submersa esta, no mesmo local onde há duas testemunhas oculares sobre um Osni, em 1991. Concentração energética, alucinação pontual destas testemunhas ou simplesmente a actividade dita normal, segundo os que praticam a teoria dos Antigos Astronautas, de cidades estelares submersas, bases cósmicas de outras civilizações e outros conhecimentos, no nosso mundo subaquático?!
Daí que não se fique por aqui o fenómeno. Tal como o Ocidente fala no seu Triângulo das Bermudas, também o Oriente tem o seu «Mar do Diabo», assim baptizado por Japoneses e Filipinos, onde se diz que as agulhas magnéticas, ao contrário das outras regiões do globo, apontam sempre o Norte verdadeiro.
Esta Mar Demoníaco é igualmente conhecido por fazer desaparecer embarcações e homens. De facto, as autoridades nipónicas consideram a zona assaz perigosa. e por razões compreensíveis: a área é conhecida pela ocorrência mais ou menos regular dos temíveis Tsunamis, ondas gigantes provocadas por tremores de terra subaquáticos.
Não será de somenos importância ou, relevância, o ter-se aqui focado a já registada ocorrência em 1991, na China, - a Oriente portanto, e sobre o lago Fuxian em fenómeno designado por «Osni» - ou seja, um objecto submersível/subaquático não-identificado. Acontecimento este, em que um modesto pescador e o seu filho menor (tomados de um susto de morte!) se viram quase ejectados da barcaça onde estavam placidamente a pescar, quase levados pelo violento arremesso de uma nave vinda do lago, ascendendo esta a alta velocidade aos céus desaparecendo de seguida.
O brigue Mary Celeste abandonado no Atlântico - entre os Açores e a costa portuguesa - tal como terá sido avistado pela tripulação do «Dei Gratia». Ou, o Navio-fantasma, do qual se contam e recontam milhares de histórias nem sempre verdadeiras nem sempre falsas, do auge ao declínio, do que então observou mas jamais revelou do que eventualmente sucedeu aos seus passageiros e tripulação...
Navios-fantasma: O Mistério por desvendar...
Talvez o mais celebérrimo navio, navio assombrado para muitos, e que, repousando hoje aos pés de Neptuno sob terras e mares de um recife no Haiti (desde 1884), o Mary Celeste é, actualmente, a mais surpreendente e misteriosa embarcação que faz todos os investigadores corarem de vergonha, humilhação ou «simples» impotência, sobre as verdadeiras razões do destino dado a toda a tripulação do navio em questão.
A celeuma não é para menos: Estamos perante um dos mais enigmáticos acontecimentos dos últimos dois séculos! Vamos rever ou talvez simular o que se terá passado naquela estranha e ainda hoje mui irregular tarde de navegação no Mary Celeste, avistado pelo capitão do «Dei Gratia»:
Naquele princípio da tarde do dia 4 de Dezembro de 1872, David Reed Morehouse, capitão do bergantim britânico «Dei Gratia», encontra-se de vigia com três dos seus homens. Há três semanas que saíram de Nova Iorque (EUA), com uma carga de petróleo, rumo a Gibraltar.
Encontram-se entre os Açores e a costa de Portugal continental, na posição 38º20`N, 17º15`W, ainda com cerca de 600 milhas de caminho até chegarem ao seu destino.
A foto familiar - individual mas propositadamente conjunta - recortada de um álbum de recordações inédito, em memórias que não ficaram, em mar que nada revelou e, na mágoa de quem ficou, em terra, sobre uma descendência órfã (Arthur Briggs que não está nesta foto) e que tão poucas respostas obteve sobre este fatal incidente marítimo que tantos levou...
Na imagem acima referida, encontram-se, o capitão Benjamim Spooner Briggs, a sua mulher Sarah Briggs e a filha mais nova de ambos, Sophia Briggs que também teve o mesmo destino dos pais, supõe-se. Ficaria Arthur, para quem as respostas nunca teriam sido verdadeiras, ou reais, de tudo o que efectivamente se passou no Mary Celeste...
Voltando à descrição de Morehouse...
Passa pouco da 1 da tarde quando avistam um veleiro por bombordo: «Devia estar aí a umas 4 a 6 milhas de distância», pronunciou-se Morehouse já mais tarde, não no deleite mas na introspecção do que então observou deste estranho navio à deriva.
De binóculos em punho, o capitão estranha o estado do brigue: tem quase todas as velas arriadas, parece desgovernado e não se vê ninguém no convés. Decide aproximar-se, não vão os do veleiro precisar de ajuda. É lançado um bote à água e três homens ultrapassam a remos a distância que separa os dois navios. Dois sobem a bordo, regressando todos, meia hora mais tarde, ao Dei Gratia.
São 3 da tarde quando fazem o relato das suas descobertas ao seu capitão: o navio chama-se Mary Celeste e parece ter sido abandonado à pressa. As bombas indiciam pouco mais de 1 metro de água a bordo, quantidade insuficiente para causar preocupações; o bote desapareceu e bússola encontra-se destruída, assim como duas das velas foram levadas pelo vento. Mas a descrição continua.
Não havia comida nem bebidas sobre a mesa, mas os mantimentos armazenados dariam para que se sobrevivesse mais de seis meses no mar e, a reserva de água doce, era de sobra, ao que se observou então. Pelas roupas na cabine do comandante, houve a percepção de que iriam embarcadas uma mulher e uma criança. Alguns apetrechos náuticos e documentos; no entanto, tinham desaparecido entre eles, o sextante, o cronómetro, o livro de navegação e o registo do navio. No Mary Celeste, os homens encontraram apenas o Diário de Bordo.
A foto para a posteridade que, neste triste caso, apenas o foi para a eternidade do que ainda se não conhece sobre o Mary Celeste. Sarah Briggs, mulher do capitão do navio Mary Celeste e o filho de ambos, Arthur Stanley Briggs, o único membro da família que ficou em terra (The story of Mary celeste, de Charles Edey Fay).
Acção rápida no Dei Gratia
No Dei Gratia discutiu-se rapidamente o que fazer. Com uma tripulação de 7 homens, Morehouse não tinha grande margem de segurança para levar os dois navios sãos e salvos até Gibraltar. O prémio pelos salvados, no entanto, era tentador, já que a bordo do Mary Celeste seguiam 177 barris de álcool, que deviam valer bom dinheiro. A perspectiva de lucro fácil acabou por ser decisiva e 3 homens passaram para o Mary Celeste, o navio-fantasma agora.
Era já noite quando o brigue ficou pronto a navegar e as duas embarcações chegaram a Gibraltar nos meados de Dezembro, ficando o Mary Celeste, de imediato, entregue ao tribunal do vice-almirantado britânico. A este coube investigar as circunstâncias do achado e, decidir, a quem pertenciam os salvados.
O brigue Mary Celeste largara do cais 50 em East River, Nova Iorque, na manhã de 5 de Novembro de 1872. Ancorado frente a Staten Island, esperou dois dias por ventos favoráveis para se lançar na travessia oceânica até Génova, onde deveria entregar uma carga de álcool. A bordo iam por comandante o capitão Benjamim Spooner Briggs, 38 anos de idade, proprietário de parte do navio, a sua mulher, Sarah Elisabeth Briggs, de 29 anos, uma filha de ambos, Sophia Matild, de 2 anos e sete tripulantes.
A viagem sendo longa, levou a que Sarah Elisabeth tivesse levado consigo a máquina de costura, um pequeno acordeão e os livros de música para ajudarem a passar mais depressa os dias no mar. Tudo para trás deixado, que se terá passado então...?
Os despojos do Mary Celeste, no Haiti. A sua última morada seria localizada em Agosto de 2001, por uma equipa liderada por Clive Cussler, fundador e presidente da National Underwater & Marine Agency, uma fundação norte-americana sem fins lucrativos.
Memórias de algo que se esfumou...
Se os escombros deixados no mar pelos navios naufragados ou tristemente desmembrados de mesuras e recordações, alegrias ou maldições, como gengivas descarnadas, pútridas e cariadas, perdidos para sempre os uivos e os sentimentos sem qualquer hipótese de alicerçar uma resposta ou reabilitação, cabe aos homens e mulheres destes destinos fazerem-se ouvir; fazerem-se assumir.
Se os escombros deixados à morte no mar, mesmo que revestidos de plâncton e essência de vida na morada de novos habitantes, novas espécies marinhas, na reciclagem subaquática do que as espécies lhes instauram, em nada se poderá esquecer e também deixar morrer, as histórias dos navios desertos de vidas e de almas dentro sem que o paradeiro ou descaminho se saiba. Ou o que verdadeiramente aconteceu naquele fatídico dia de fins de Novembro...
25 de Novembro de 1872
A última inscrição no Diário de Bordo do capitão Briggs situa-os à vista da ponta Castelo, na ilha açoriana de Santa Maria, pelas 8 horas da manhã do dia 25 de Novembro de 1872.
Depois disso, a folha mantém-se impecável mas absurdamente branca!
Mais de 200 anos depois, o estranho caso do Mary Celeste continua por explicar. À época circularam várias teses onde se falava de motim, bebida a mais, até da hipótese de fraude para receber os valores segurados. Mas nada de concreto se conseguiu apurar então e, hoje, tal como ontem (desde há dois séculos), as provas e as razões continuam tão misteriosas quanto inexplicáveis do que terá levado o capitão Briggs e a sua família, assim como à restante tripulação afecta ao Mary Celeste (e todos, em geral, de muito boa reputação e experiência de mar), a abandonar tão apressadamente o navio Mary Celeste. Uma enorme interrogação que ficará para a eternidade da situação então vivida.
Na jazida de mar que lhe foi imposto, ao navio Mary Celeste, repousam agora outras contas, outras desditas e talvez porém outras almas - aquelas que também ainda não sabemos lá muito bem explicar ou clarificar na alma de todos nós, que hajam outras, iluminadas, endeusadas ou simplesmente supersonicamente inteligentes que nos escapam e nos medeiam outros pensamentos. Não o sabemos, especulamos apenas.
O último lamento nos mares do Haiti. Mas também o último pensamento, a última memória e homenagem a quem, um dia, com o Mary Celeste se cruzou se não nesta noutra vida qualquer em que só o mar e o vento, alados e em cumprimento celestial, nos confessam que há memórias que se não inventam ou jamais quebram no tempo que passa...
A Última Jazida
Em relação ainda à sua mortalha marítima, o Mary Celeste jaz para sempre num recife do Haiti (no que em 1884, doze anos depois de ser encontrado à deriva e levado depois pela tripulação do Dei Gratia, foi esse o seu destino fatal), encalhado e afundado propositadamente - essa sim, a inevitável concretização de se amealhar algo mais - para receber o valor dos bens seguros.
Localizado em 2001 pela National Underwater & Marine Agency, uma fundação norte-americana sem fins lucrativos, no que agora se expõe ao comum dos mortais que somos todos nós, reflecte-se o que sobra deste navio assombrado em belíssimas fotografias e captação marinha através de prestigiados e funcionais mergulhadores subaquáticos, profissionais nestas lides e noutras, em último silêncio, última homenagem post-mortem, a quem por ali pisou e deixou a alma talvez...
Mary Celeste repousa então para todo o sempre no que, não sejas de todo também recordado como navio-fantasma de mistérios ainda por desvendar; se levados por vontade própria, se contrariados ou até estimulados no encontrou ou reencontro, de outras vidas, outras almas do «Além»...
Navios naufragados, hoje descobertos em frota e em dormência, nas profundidades do Mar Morto; mas podia ter sido outro o mar, aquele mesmo mar-confessor ou talvez delator do que um dia sobre si ocorreu.
Impérios que morrem com as naus...
Navios que um dia foram casas, armazéns, passagem de alegria e tristeza, suor e lágrimas, mas também a esperança de novos portos, novas vidas e bens. Navios que se deixam encontrar, no Mar Morto, ao largo dos Açores, ao largo da Florida, ao largo do mundo... sem que se ouça, profunda e concisamente, todos os sons, todas as agonias de quem se não recorda jamais das glórias passadas, das marés endemoninhadas ou das ocorrências estranhas em que muitos foram levados e jamais voltaram para contar como foi...
Impérios que foram grandes e hoje pequenos, tão pequenos que quase não há memórias deles. O Bizantino, o Veneziano, o Otomano e outros tantos que não reza a história pois que a documentação e os escritos antigos se perderam na fala dos homens ou daqueles que só querem esquecer que um dia foram Império.
Dez séculos de distância (séculos 9-19) ou apenas um, século ou segundo, em pleno século XXI na descoberta, no enfoque ou na fantasia de mergulhadores e entendedores, fabricantes de sonhos de História, de outras histórias, outros contos, e tudo, assim, de uma assentada só, só para sentirmos que afinal valeu a pena termos percorrido tantas léguas, tanto mar e tanta terra, só para nos conhecermos melhor...
Revoltas, batalhas, guerras; por terra e por mar e não por ar, porque os deuses não deixaram. Valeu-lhes a primazia de serem pioneiros ou alvitreiros no suporte das coisas boas, das coisas comerciáveis e transitárias para outros portos, outras cercanias em rotas comerciais tão benfazejas e tão abençoadas que não havia quem as parasse; a todas.
E de todas as mensagens por terra, mar e ar, email ou carta registada, ou qualquer outra via terrestre, marítima, aérea e até espacial, o Homem é um pouco Deus, se há Deus; e nós, humanos, podemos ser como Ele e voar, e nadar, e sentir que somos, em parte, o seu melhor legado, na Terra!
Descobrindo o Mundo, descobrimos quem somos!
E nada teria sentido algum sobre as mortes havidas no mar, das deixadas em terra que também faleceram de dor e de desgosto, ou de tantas outras que nem se lhes sabe o nome ou o berço, se não rumássemos a outros ventos, a outras culturas e a fizéssemos nossas, tingindo as nossas almas de cor e sabor, a açafrão e a pimenta - e Deus queira para todo o sempre - ao sabor de outras gentes!
Ou ao sabor a sal do mar, a açúcar das terras quentes e ao néctar puro da seiva das árvores ou das vinhas mediterrânicas, aquelas que são como sangue e gemem ao nascerem nos bagos das suas uvas, amarelas e pretas, como se de cacau se tratasse das roças dos descobridores, do chão dos sofredores ou da eira sempre fértil, sempre aberta a novos inventores que nelas tudo dá, basta querer, basta amar e já está!
E a cultura espalhou-se, essa outra de letras que não de sementes, em inculques de pão doado, em sementeiras de erva doce, erva prazenteira, e ramificou-se como peçonha boa, se é que tal há. E desenvolveu-se; e alastrou-se. Ainda mais. Pelo mar e pela terra e agora pelo ar, pelo espaço que não tem travão, limite ou condição que o refreie, os homens continuam a desvendar, a analisar e por fim a cogitar o que Deus se há Deus lhes deu em forte anunciação de sermos todos uma bênção e uma feérica jubilação ou requintada rejubilação - Dele.
E Dele nos veio os ecos do Universo, as rodilhas do entendimento ou desentendimentos nos homens, certos homens e mulheres que não querem compreender e aceitar que o Uno somos nós e tudo nos pode ser dado e ofertado, só por termos, finalmente, descoberto que somos o passado, o presente e o futuro numa mesma malga de vida que vai e vem e acaba por nos fazer recordar. Ou não.
E, para os eleitos, os conhecedores, os abertos ao mundo sobre outros mundos, a perfeita assumpção da sabedoria e do conhecimento - ou mesmo da génica avença como embrionária massa farinhenta, de que todos somos feitos em luz e energia e seres, tantos seres, no que somos todos peixes, aves, mamíferos ou herbívoros, sementeiras e plantação, bactérias e protecção molecular de um destino e um Universo em que todos cabem e todos são mas não lembram, não recordam. E Deus, se há Deus, recorda-nos então disso.
E então voltamos ao mar, voltamos às terras, dentro e fora da Terra, e somos, infalível e indiscriminadamente, a ascensão de outros povos - outras humanidades - em que a História, a Arqueologia (marítima e terrestre ou mesmo espacial) se fazem sem contingências ou indigências de espécie alguma.
E então conseguimos o Éden. O clímax de todas as coisas como uma poderosa e estouvada festa orgásmica dos sentidos, dos que ainda não estão perdidos, no mar ou na terra, ou no espaço, e se vêem envolvidos nesta doce aventura de se descobrir esse passado e esse futuro em que o presente nos dá, de sabermos e reconhecermos que fomos nós, esses, os que foram mas voltaram...
E assim continuará a ser ad aeternum... até que Deus, se há Deus, o queira... e nós, humanos, o sublimemos além os tempos de outros mares, outras terras e outros mundos que nem Deus sabe de sua pertença... mas um dia nos dirá: À Terra voltarás!!!
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