Há almas eternas, outras imortais e talvez até mesmo outras confortavelmente emanentes sobre o Universo; cabe-nos a nós descobrir quais as que nós somos, por outras que andam por aí...
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quarta-feira, 8 de abril de 2015
A Magia das Profundezas
Plataforma Petrolífera - Golfo do México
«Fogo e Água (esh e mayim), a região dos Astros, a região do Ar, onde os dois elementos se combinam no «shamayin», a «água espiritual ardente», que se derrama no orvalho sobre todas as coisas à superfície da Terra; a terra virgem, o ar subterrâneo e o centro rubro do núcleo de fogo.»
Georg von Welling (extraído da Opus Mago-Cabalisticum, Frankfurt, 1719)
Penetrar-se-à alguma vez nas profundezas do Homem, como nas da terra e na dos oceanos, que se vêem invasiva e deliberadamente esventrados, sem que para isso tenham sido devidamente autorizados? Neste imenso conluio de tráfico de influências sócio-políticas, sócio-económicas, poderá a Terra em seu núcleo interno suportar tamanha ferida aberta, jorrando óleo, jorrando o seu sangue coalhado que os homens fazem em si? Do Iraque ao México - e por todas as plataformas petrolíferas existentes - haverá a noção (ou visão prospectiva) de se atingir outras finalidades, outros objectivos sem ser a erradicação dos recursos naturais da Terra? Que galvanizante processo é este, que faz o Homem perder-se até de si, na louca ambição da procura, da extracção e de toda a envolvente industrial que o petróleo induz? Não nos irá ser - em futuro próximo - uma ilusão fatal, uma sedução que pagaremos caro, muito caro, se não nos virarmos para outras fontes de energia? Sendo uma espécie de «Magia das Profundezas», não estará o Homem hipnotizado, alucinado ou simplesmente macerado pela sua própria avidez desmesurada de encontrar esse diamante maior que tanto brilha como mata - densa e fulminantemente - ante os olhares do mundo em brevidade assumida? Haverá um retorno de tudo isso, ou será tarde de mais para o compreendermos então...?
Canalizar as Profundezas
(Como se extrai e distribui o Petróleo...)
A Plataforma Petrolífera Statfjord B, 270 metros acima do fundo do turbulento mar do Norte, é uma das maiores e mais extraordinárias estruturas jamais construídas. Esta construção de betão e aço - que chegou a superar o peso das duas famigeradas torres do World Trade Center de Nova Iorque juntas - alberga todo o equipamento necessário à Perfuração de Poços no fundo do mar e, à Extracção de 150.000 barris por dia.
As Plataformas de Produção - como a Statfjord e as suas primas terrestres - são o primeiro passo na longa viagem do Petróleo e dos seus produtos desde os remotos campos subterrâneos até ao consumidor.
O Processo em si
Quase todos os poços petrolíferos Comerciais e todos os poços de Gás Natural começam por ser Poços de Fluxo - poços em que existe pressão suficiente no subsolo para fazer subir os hidrocarbonetos à superfície. Isto significa que, em terra, a conversão de um Poço de Exploração em Poço de Produção é simples!
O Equipamento de Perfuração - ou Fiada - é retirado e, os lados do poço revestidos por uma cobertura protectora. Um conjunto de Válvulas, Manómetros e junções de Tubos, conhecido por «Árvore de Natal» é instalado no cimo do poço para verificar e, controlar, o fluxo de Petróleo.
Por fim, o peso da Lama de Perfuração - o fluido viscoso bombeado pelo poço abaixo durante a perfuração - é reduzido até que a pressão natural do Petróleo o faça subir para fora do poço. Após um período de Extracção, a pressão natural desce, e o Petróleo tem de ser então bombeado até à superfície, o que é muitas vezes feito por meio de bombas de balanceiro - os «burros de baloiço», que salpicam a paisagem do Texas e do Médio Oriente - sendo que, nalguns casos, a Pressão do Reservatório é mantida artificialmente, por meio da injecção de água - ou de gás comprimido - através de Poços de Injecção adjacentes.
Perfuração sob as Ondas
Cerca de um terço do Petróleo existente no mundo provém de campos situados ao largo, a maioria dos quais no golfo da Arábia, no mar do Norte e no golfo do México.
Com a Tecnologia Submarina actual, podem abrir-se poços em águas com mais de 1000 metros de profundidade, embora as Plataformas de Produção Fixas funcionem (de modo geral), em águas com menos de 400 metros.
As Plataformas Modernas podem prestar assistência a um máximo de 60 poços de produção - alguns deles directamente por baixo da plataforma - outros mais longe mas, ligados à Plataforma de Produção por oleodutos no fundo do mar.
Estes Poços-satélites permitem assim a exploração de pequenos campos petrolíferos adjacentes com um mínimo de despesa.
As novas técnicas de Perfuração Direccional também contribuíram para aumentar a eficiência da Extracção de Petróleo! Em vez de efectuarem simplesmente uma Perfuração na Vertical, os engenheiros podem agora «guiar» a broca de perfuração em direcção a um campo petrolífero-alvo a vários quilómetros da Plataforma.
A Perfuração Direccional não só requer menos plataformas, como aumenta, de facto, a quantidade de Petróleo recuperado! Isto deve-se ao facto de os Reservatórios de Petróleo Subterrâneos poderem ter vários quilómetros de largura, mas apenas alguns metros de profundidade, o que faz com que os Poços Horizontais tenham um contacto muito maior com o Petróleo, do que os furos verticais.
O Fluxo de Petróleo pode ser então melhorado, aumentando-se a permeabilidade da rocha em que está contido. Em tempos utilizaram-se explosivos para fracturar a Rocha de Armazenagem, mas actualmente esta tarefa é normalmente efectuada por bombagem de um fluído para baixo, para assim aumentar a pressão hidráulica no subsolo. Uma vez libertada a pressão, a rocha volta a fechar-se, e por isso bombeiam-se «Agentes de Sustentação», por exemplo, contas de vidro ou de plástico - para baixo - para manter abertas as fracturas na rocha.
Petroleiro Suezmax
Petróleo em Movimento
Na Plataforma de Produção, o Petróleo é separado da água e do gás - antes de ser transportado para uma Refinaria.
Nos primórdios desta Indústria (em seus primeiros tempos), o Petróleo-bruto era refinado perto do campo petrolífero, assim como os seus produtos distribuídos, mas com o aumento da procura de uma gama mais vasta de produtos petrolíferos, tornou-se então muito mais prático transportar o Petróleo-bruto por Oleoduto - ou por Petroleiro para uma Refinaria, situada mais perto dos centros populacionais.
Utilizam-se assim Oleodutos em terra ou, para atravessar curtas distâncias no mar. O mais impressionante é o Trans-Alaska Pipeline, que liga o campo petrolífero de Prudhoe Bay - 400 km a norte do Círculo Polar Árctico, ao porto de Valdez - livre de gelo, a 100 km de distância, na costa sul do Alaska.
Este Oleoduto, que pode transportar 2.000.000 de barris de Petróleo-bruto por dia, atravessa assim três cordilheiras de montanhas, mais de 800 rios - e ribeiros - e passa por três zonas sísmicas importantes. Para o transporte até distâncias maiores, os Petroleiros mostraram ser mais eficientes do que os Oleodutos. De facto, a utilização de Petroleiros está de tal modo generalizada que estes constituem mais de um terço da Frota Mercante do Mundo.
Os VLCC (very large crude oil carriers - grandes petroleiros) podem transportar 300.000 toneladas e alguns ULCC (ultra-large crude oil carriers - super-petroleiros) têm uma capacidade de 500.000 toneladas!
Águas Revoltas...
O aumento do Tráfego de Petróleo tem sido acompanhado de um crescente número de derrames. No mar utilizam-se barreiras flutuantes para conter o Petróleo, que é depois queimado, , recuperado, dispersado quimicamente ou digerido. Estas medidas ajudam assim a reduzir os danos ecológicos provocados.
Navio Prestige (Galiza-Espanha)
Os Danos Colaterais...
Por muito abnegados que sejam os esforços ou os empenhos de todos os que participam nesta mundana actividade sobre a terra e sobre o mar em transporte do precioso líquido, o certo e que já são por demais as ocorrências trágicas de derrames sobre os oceanos e mares envolvidos.
O maior desastre ambiental de Espanha - no ainda fatidicamente recordado Prestige - que a 13 de Novembro de 2002 derramaria 77 mil toneladas de petróleo sobre o mar - no transporte de Riga (Galiza) para Gibraltar (não chegando obviamente ao seu destino) - em que toda uma população costeira não só de Espanha como de Portugal, se viram a braços com mais uma tragédia da circum navegação petrolífera. O crude espalhado ao largo, o ecossistema em perigo e toda uma urgência de trabalhos e super-actividade e dinamismo imediatos de se tentar minimizar o crasso erro marítimo.
Os barcos da Guarda Marítima Espanhola tiveram de facto a lucidez e, a prontidão, de fazerem deslocar o navio para nordeste, tentando que o Petróleo não chegasse à sua costa marítima, tentando evitar desse modo as fatais consequências para com toda a vida aquática e mesmo económica dos pescadores da zona. Contudo, 24 horas passadas sobre o trágico acidente, a Mancha de Petróleo já atingia uns extensos 37 km e 200 metros de largura.
O que inicialmente se supôs de uma racionalidade eficaz, reverteria para uma ineficiência (ou revolta) do mar em face ao entulho negro e peganhento do inextinguível crude. Para além, de certas vozes deste lado (de todo um peninsular oeste costeiro de norte a sul de Portugal) que clamaria injustiça e mesmo alguma má-fé dos Espanhóis em tentarem livrar-se da viscosa substância, pelos subsequentes ventos e marés que este levassem até margens e território portugueses. Todavia, por obra e graça de uma Nossa Senhora de Fátima (para os cristãos) ou mais plausível ou cientificamente por obra de marés já há muito planeadas e ventos obreiros que não eram os nossos, este rumar de acontecimentos não sucedeu nas nossas praias e limítrofes portugueses. Uma bênção e, um milagre de facto, se tivermos em conta que já temos de sobra a nossa quota parte de situações trágico-marítimas mais que não seja pelos muitos marinheiros ou pescadores que outrora e actualmente o mar nos leva...! E, para não dizer que sou facciosa ou mesmo tendenciosa em relação aos meus amigos ou «nuestros hermanos» (não estando já nós de costas viradas mas em absoluta união de esforços do que nos rege como Península Ibérica que somos), há que referenciar que, pelos menos algo de «bom» - ou menos cruel ou negativo - esta ocorrência teve: foi o encontro, enlace e desenlaço para o feliz matrimónio da princesa (hoje rainha) Letícia Ortiz Rocasolano na mais bela e feliz consorte do príncipe (hoje rei) Filipe VI de Espanha. Nem tudo foi mau...«por supuesto».
Acção no terreno de forças especializadas para o efeito mas também de voluntários que se uniram nessa mesma causa ecológica na recolha e limpeza da tóxica substância (causa liderada por ambos os países, Espanha e Portugal) que deram literalmente as mãos no apoio, solidariedade e trabalhos a realizar para essa mesma causa, esse mesmo efeito na erradicação do mesmo.
As Internacionais Medidas
Em 2004, no âmbito da campanha da Repsol YPF "Prestige Recovery Project", que ocorreu de Junho a Outubro desse ano, foram recolhidas aproximadamente 95% do petróleo que restava, a uma profundidade de cerca de 400 metros.
Foram então utilizados nessa grande investidura marítima grandes Tanques Cilíndricos Submersíveis, funcionando como um vaivém, fabricados especialmente para esse fim.
Havendo a percepção de uma suja e empestada realidade nos nossos oceanos (que atingem vários sectores de actividade, assim como toda a fauna aí existente), houve que de facto liderar e impor maiores esforços ou compromissos internacionais no derrame e desastres ecológicos similares, tanto por vias de grandes petroleiros como por regras ou ordens desautorizadas de alguns que deste modo «esquecem» ou negligenciam medidas de segurança para esse mesmo eficaz e resoluto transporte de petróleo, sem invadir mares ou putrificar ainda mais as nossas águas; as águas de todos nós!
O «Efeito Borboleta»
Já muitos de nós ouviram falar do tal «efeito-borboleta» que, havendo um cataclismo ou singular ocorrência num dado ponto do globo, se pode fazer sentir idêntica e incisivamente numa outra ponta ou zona do globo. Não sei se tem ou não um correcto dado científico ou será «apenas» a lúdica amostragem quântica no nosso solo terrestre do quanto tudo está positivamente conectado. Pode ser.
Agora imaginem se isso estiver de facto correcto: o quanto tudo pode estar envolvido e sintomaticamente interligado, interagindo no mundo inteiro...é obra, de facto!
O Aquecimento do Planeta
O Aquecimento global, o efeito de estufa, o buraco de ozono e tantas mais vicissitudes actuais que numa contemporaneidade existente, nos reverterá (em breve) para uns peões assados, esturricados ou mesmo incinerados como salsichas em dias de festa. Só que o ingrediente do repasto dos infernos somos nós! Infelizmente! E por nossa própria culpa!
A Temperatura do solo do Alaska aumentou no século XX entre 2 a 5 graus Celsius e 9 estações do Árctico registaram subidas de temperatura de superfície da ordem dos 5ºC. O Aquecimento Global já provocou a desintegração de 5 novas plataformas de gelo existentes na Península Antárctida. A Gronelândia e o Planalto Tibetano registam fenómenos semelhantes, e lembre-se que não se está a referir que são epi-fenómenos mas realidades factuais!
As ondas do Atlântico-norte sobem hoje 50% mais alto do que na década de 1960! Talvez por essa mesma razão o prestigiado Garrett Mcnamara surpreendeu tudo e todos ao «escalar» aquela mágica Onda da Nazaré (já chamada o «canhão da Nazaré»), em sublime afronta a um mar indómito nas costas deste meu amado Portugal. Todavia, não se pode nem deve esquecer que tudo isto se resume praticamente a uma subida de temperatura, ou seja, a alterações subtis na temperatura da água.
Tem mesmo de se reflectir que, todas estas mudanças (climáticas e outras), compactuam alterações no equilíbrio global. O Midweste dos Estados Unidos - que tem sido o abundante celeiro da América - está em vias de se tornar um deserto! Nebraska, Wyoming, Montana ou Oklahoma serão zonas que sofrerão deste desgaste em colapso agrícola geral. O Estado da Califórnia está na iminência de se tornar um estado calamitoso não só devido aos intensos incêndios havidos mas, acima de tudo, pelas chuvas que não caiem e geram vida; o que perfaz um futuro no imediato muito obscuro e preocupante se tal ciclo não se inverter.
Quanto ao sul da Europa a perspectiva também não é melhor: as vagas de calor tornaram-se mais frequentes - e mais longas - e todo um processo de desertificação gradual já se encontra em curso. Itália, Grécia, Portugal e Espanha estão em vias de se tornarem um imenso e tórrido Sahara em terrenos não aráveis (ou provocados pousios de terrenos cada vez mais inférteis), produção de cereais escassos, portanto, extrema erosão e salinização dos solos que afectarão esta produção sem margem para dúvidas. Indubitavelmente! Nada de muito positivo se vislumbra no horizonte se não arrepiarmos caminho, ou seja, outros caminhos que não estes, na desertificação global e colapso total cerealífero. Uma tragédia!
Os Cientistas percepcionaram - através de largos estudos e investigação computadorizada - que a evaporação diminuirá, pela simples razão de que deixará de haver água no solo, o que concerne que sem água não há evaporação. A China e a Índia estão no epicentro desta catástrofe mundial também, pelo que os seus recursos ou despensa cerealífera também perecerá em campos de arroz, milho e trigo a cada dia que passa mais diminutos Será então a ruptura total e, a fome generalizada no planeta!
Urge de facto repensar-se com precisão e racionalismo (não sem algum afecto também) pelo que o nosso planeta Terra nos grita das suas entranhas de estarmos perante a iminência de um avassalador saco roto (ou saco vazio) da potencialidade abundante que até aqui esvaziámos - ou exaurimos até à última gota - em sentido oposto ao que a Humanidade por si (e em si) faz pertencer e merecer!
Quanto à «Magia das Profundezas» que estas nos sejam mais fartas e não tão celeremente nefastas (por nossas próprias e negligentes mãos) em progressão e não regressão, nem que para isso tenhamos todos de nos voltar para as energias ditas limpas ou pelo menos, menos sujas como até aqui. A Energia Eólica, a Hidráulica, a Hidroeléctrica, a da Biomassa, a Geotérmica e a Solar; entre outras em que descobriremos o seu potencial efectivo num futuro próximo.
O Papa Francisco remeteu há pouco: "Esta Economia...Mata!" Será que este Suma-Pontífice está certo na sua analogia litúrgica às massas? A ser verdade e, a ouvirmo-lo nós, só teremos de o seguir na profusão dos tempos - e da Humanidade - que se quer e deseja em processo contínuo e não o contrário! Salvé então pelos mares, rios e oceanos, pelas terras e por suas gentes, e...por toda a Humanidade, sem esquecer este planeta Terra que é o berço de todos nós!
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