Há almas eternas, outras imortais e talvez até mesmo outras confortavelmente emanentes sobre o Universo; cabe-nos a nós descobrir quais as que nós somos, por outras que andam por aí...
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quinta-feira, 30 de abril de 2015
A Impressionante Cultura do Lixo
Aterro de Fresh Kills, Staten Island - Nova Iorque (EUA)
O que leva a que uma imensa densidade populacional se regule - quase em exclusividade - por um comportamento indiferente ou mesmo indigente em relação ao lixo? Porque razão tudo se move em direcção a um caminho incorrecto e, negligente, na consciência que todos deveríamos ter em face às toneladas de lixo, resíduos e despojos quotidianos que se avolumam nos aterros urbanos? Não querendo assumir uma suja e pouco ortodoxa realidade que se acumula dia a dia nesses aterros, não estaremos a provocar a nossa própria erosão planetária em subterrâneas crateras de um lixo que leva dezenas ou centenas de anos para se decompor? Emergindo essa poluição, esses fluidos que, não sendo os solos bem impermeabilizados, verterão para as nossas veias, para os nosso pulmões (um dia), se não tivermos em conta o reanalisar desses aterros, desse nosso lixo diário? Poderá a população mundial iniciar uma Nova Era de reciclagem, transformação de conteúdos e mesmo consciências? Ou...continuando como até aqui, autistas, cegos, surdos e mudos sobre todo um consumo desatinado - revertido em póstumo lixo - não estaremos a reiniciar uma igual (e nossa) sepultura a céu aberto? Poderemos fechar os olhos, a consciência (e até a alma) ao que se reporta a olho nu nestes aterros? Iremos a tempo (ainda...) de revolver espaços, consignações e determinações numa outra atitude ambiental que não fira mais o planeta Terra, que não dissemine mais veneno nas suas entranhas, mais veneno em todos nós? Perdoar-nos-à algum dia o planeta pelo mal que lhe fizemos???
A «Cultura» do Lixo
(De que modo a sociedade trata os Resíduos que produz...)
Todos os anos, cada homem, mulher e criança dos Estados Unidos produz cerca de 20 vezes o seu próprio peso em lixo - num total aproximado (em escala sempre ascendente) de 300 milhões de toneladas por ano!
Embora uma pequena parte seja de facto reciclada, o Grosso destes Resíduos é tratado por incineração ou enterrado em escavações gigantescas, como o Aterro de Fresh Kills, en Staten Island, na cidade de Nova Iorque. Entre outros iguais exemplos - urbanos ou citadinos - pelo mundo todo. Sem obviamente esquecer os de índole rural numa idêntica e crescente preocupação.
Neste caso em particular, com uma massa da ordem dos 90 milhões de toneladas, assim como um volume de 10 milhões de metros cúbicos, o Aterro de Fresh Kills conta-se entre as maiores estruturas feitas pelo Homem, na América do Norte.
A Realidade em Resíduos
Cerca de 50% dos Resíduos Sólidos produzidos por uma sociedade moderna são de origem agrícola, compreendendo estrume animal e Resíduos de Colheitas.
Grande parte destes resíduos é Reciclada para o solo nas quintas onde é produzida, tendo deste modo grande importância - e relevância - como adubo e, estabilizador do solo. Outros 40% provêm do processamento de metais - resíduos mineiros e escórias de fundição, por exemplo, os que são normalmente armazenados no lugar onde são produzidos.
Os Resíduos Industriais correspondem a 5%, que, conforme a sua toxicidade, são Enterrados, Reciclados ou tratados para os tornar menos prejudiciais. Todavia, são os 5% - lixos domésticos e comerciais - que atraem mais a atenção do público, porque afectam mais directamente a nossa vida, e também porque temos mais controlo sobre o seu destino.
Aterro de Fresh Kills (até há pouco considerada a maior lixeira do mundo...)
Limpeza Verde
Os Três Principais Métodos de tratar o lixo municipal são: a Reciclagem, o Enterramento e...a Queima. De todos eles, a Reciclagem é normalmente a melhor alternativa. Pode fazer então diminuir o volume de Resíduos para tratamento em até 50%, reduzindo o volume de poluentes libertados para a Atmosfera, fazendo também ainda diminuir a procura de matérias-primas e de energia.
Por exemplo, produzir Alumínio a partir de sucata em vez dos seu minério - a Bauxite - provoca uma poupança de energia de mais de 90%, sendo que, a Reciclagem do Plástico para produzir garrafas, pode efectivamente fazer baixar a conta de energia do produtor...para metade!
Apesar destas vantagens, a Reciclagem ainda desempenha um papel relativamente pequeno na Gestão de Resíduos - correspondendo assim e apenas a 11% dos Resíduos nos Estados Unidos, assim como a 15% na Alemanha, como exemplo.
Longe da Vista...longe do Coração!?
Na maioria dos países, a Principal Maneira de Tratar os Resíduos continua a ser enterrá-los, no que para esse efeito se nutre os Gigantescos Aterros situados à volta de quase todas as cidades americanas - e europeias - que assim engolem até 80% dos Resíduos Municipais.
Os Aterros Actuais são mais do que simples buracos no solo; são cuidadosamente planeados de modo a evitarem a Infiltração (para o solo e para a água subterrânea), de lixiviantes tóxicos tais como o Amoníaco, a Matéria Orgânica e outros tantos Produtos Químicos Poluentes.
Tubos Enterrados levam então o Metano, que é emitido pelo lixo em decomposição (para a superfície) - onde pode ser de seguida queimado em segurança.
Durante os últimos 50/70 anos, os Aterros têm sido uma opção prática e barata. Contudo, a subida efectiva do valor dos terrenos e, uma legislação ambiental cada vez mais restritiva, fizeram assim aumentar o custo de Deposição em Aterros, sendo que além disso, as autoridades responsáveis começaram a voltar-se cada vez mais para a Incineração.
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Aterro (alvo fácil na proliferação de aves em busca de despojos orgânicos...)
Uma Questão Escaldante...
Os Incineradores de Resíduos podem queimar a gama diversa de materiais que constituem o Lixo Doméstico. A Energia Calórica Libertada pode ser utilizada para gerar Electricidade ou para aquecer os edifícios locais.
No Interior do Incinerador, utilizam-se fornos rotativos ou de agitação para assim estimular a Queima; injecta-se ar por cima do fogo para manter temperaturas de, pelo menos, 800ºC durante 15 segundos para então destruir os produtos de Combustão, alguns dos quais são Tóxicos!
A Queima destrói quase todo o lixo, mas cerca de 20% (aproximadamente) do volume original, permanece sob a forma de Cinza - que é normalmente enviada para um Aterro.
A Cinza de Fundo, os restos calcinados de grandes objectos e o material não queimado são, em geral, despejados em Aterros, do mesmo modo que...o Lixo Doméstico.
A Cinza Fina, que contém concentrações mais elevadas de Metais Pesados e de outros Poluentes, deveria ser tratada com mais cuidado em Aterros Seguros, embora na prática quase todos os Incineradores misturem a Cinza de Fundo com a Cinza Fina para remoção.
Trabalhos na Lixeira ou Aterro de Fresh Kills após o 11 de Setembro de 2011 (para onde foram levados muitos resíduos das torres-gémeas após colapso de ambas)
Própria para beber...(um longo processo...)
Uma Família (média) Europeia produz mais de 400 litros de água residual por dia. Esta Água, vai assim para o sistema de esgotos, correndo ao longo de canalizações subterrâneas até uma Estação de Tratamento de Esgotos, onde é então purificada antes de ser descarregada de novo para os rios e ribeiros. Quando o esgoto entra na Estação de Tratamento, uma série de dispositivos mecânicos retira-lhe partículas cada vez mais pequenas de impurezas.
O Processo é deste modo: Filtros grosseiros removem então os Sólidos maiores, por exemplo, os trapos. A Água passa em seguida (lentamente), através de tanques de sedimentação. Deslocando-se a baixa velocidade (3 m/s), as Partículas de Saibro e Areia com mais de 0,2 mm afundam-se, caindo para uma correia transportadora; esta leva então as partículas para uma cuba, de onde são removidas por um elevador. A Água é então bombeada para tanques de sedimentação, onde permanece cerca de 90 minutos. Aqui, até os mais finos sólidos em suspensão (conhecidos por lamas brutas) têm tempo de descer até ao fundo do tanque, de onde são removidos por Raspadoras Eléctricas - ou de flutuarem e serem removidos por Escumadeiras.
Sistema de Tratamento de Água
Processo final
A Água está agora muito mais límpida, mas tem de ser biologicamente tratada para remover quaisquer Compostos Orgânicos potencialmente perigosos.
No Tanque de Arejamento, os dejectos são misturados com uma mescla de Bactérias Aeróbicas. Enquanto o oxigénio borbulha através da mistura, estas bactérias decompõem a Matéria Orgânica e convertem-na em Sais Minerais, Gases e Água inofensivos!
São precisas cerca de 8 horas para converter grande parte dos...Dejectos! Outros Tanques de Sedimentação removem as bactérias usadas e o Efluente é então sujeito a microdetecção. A Água entra para um tambor rotativo formado por um filtro extremamente fino, que côa quaisquer sólidos remanescentes.
A Água Purificada pode agora ser descarregada num rio, num lago ou...num mar. As Lamas Brutas provenientes dos Tanques de Sedimentação são tratadas em Tanques de Digestão de lamas. Ali, as bactérias «comem» as lamas, produzindo Metano, que pode então ser queimado para gerar Electricidade. Após uma segunda Digestão, os depósitos podem por conseguinte ser utilizados como adubo! O que se verifica depois ser de facto útil nessa reutilização e todo este longo processo de transformação. Algo que nos faz lembrar Antoine Lavoisier no seu estudo sobre a matéria:
« na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma...»,
Indubitável é a certeza de todos os esforços no sentido de se «purificar» ou tentar minimizar toda a toxicidade ou anomalias bacteriológicas que eventualmente possam surgir (em nocividade também) para o ser humano, neste ou noutros processos de idêntica complexidade de reciclagem, transformação ou tratamentos efectivos que nos são necessários à sobrevivência.
Inquestionável é também a prerrogativa instituída de que, nestes tempos modernos, todos temos de fazer igualmente um esforço maior para não enfatizar ainda mais este grande problema da sociedade actual em proliferação ou propagação de mais lixo ainda, no que todos devemos de ter essa mesma limpa consciência de estarmos a reciclar também (um pouco...) este nosso mundo em maior ou melhor qualidade de vida - até para nós próprios!
Se todos ajudarmos um pouco que seja, haverá mais espaço verde, mais ar puro respirável ou aquela singela constatação de estarmos também nós, a construir um futuro melhor para nós e, para os nossos descendentes. Se tivermos isso em conta, será talvez, o melhor legado em herança e registo contributivo que toda a Humanidade dá, ao seu lindo planeta azul (ou verde...?) numa sincera e interactiva influência positiva sobre este; a nossa amada Terra! E quem a quer ver feia, suja, degradada tal como sem-abrigo que espelha a nossa própria mendicidade e, leviandade, de nos deixarmos corromper por objectos (que mais tarde serão dejectos...) numa promíscua e visceral amplitude da qual já não conseguimos sair, por muito boa vontade que tenhamos? Poderá ser tarde, então. Quereremos isso...? Desejá-lo-emos para os nossos herdeiros de carne e sangue, para os nossos descendentes de corpo e alma sãos...? Penso que não. Então...só teremos de abraçar esta causa-efeito de uma melhor contemplação e, aferição, de não seguirmos mais por essa tão inescrupulosa via do entulho que fizemos de nossas vidas. Ou morreremos também nós nesse mesmo entulho; há que reflectir!
Sejamos mais Limpos, mais Puros e mais Honestos com esta mesma causa e efeito de uma Terra que é de todos nós em cumplicidade e coabitação. A Humanidade depende disso! E «Eles» sabem disso. Já há muito nos avisaram; já há muito nos visionaram. Há muito também...o alertaram, sem que o ouvíssemos ou tivéssemos essa mesma consciência de um planeta que não suporta mais os nossos dislates intemporais - e não ocasionais - que nos levam a deitar tudo por terra.
Oxalá ainda haja tempo...naquele tempo que sobra de um espaço perdido, de décadas e séculos perdidos de tanta ignorância ou imbecil permissividade de não considerarmos o meio ambiente planetário como a nossa casa-mãe; aquela que todos devemos de ter limpas, tal como o corpo físico; tal como a alma; tal como tudo na vida! E a Humanidade sabe disso ou...devê-lo-ia saber. No que «Eles» há muito o sabem também...
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