Cerebelo: situado na fossa craniana posterior (fossas cerebelares do Occipital), sendo coberto superiormente pela tenda do cerebelo e representado anatomicamente numa forma quase ovóide e de borboleta, é a parte do Encéfalo responsável pela manutenção do equilíbrio, pelo controle do tónus muscular, assim como dos movimentos involuntários e de toda a aprendizagem motora.
Localizado posterior ao tronco encefálico e abaixo do cérebro - O Cerebelo (cerebellum) - possui um mecanismo tão próprio e tão magnânimo em termos do funcionamento cerebral que, sofrendo lesão ou qualquer anomalia detectada, poderá trazer-nos graves e irreversíveis danos versus patologias que vão desde a descoordenação de movimentos (ataxia) até aos distúrbios na fala.
Tido como insubstituível na forma como lidera os nossos movimentos, pondera o nosso equilíbrio e resume no fundo toda a sã e saudável postura humana, erecta e disponível para andar, correr e saltar sem qualquer problema, desde logo se infere que nenhuma liberdade nos seria dada e facultada se não tivesse havido a criação - e sequencial evolução gerada no ser humano - desta extraordinária massa do Encéfalo do nosso cérebro de aproximadamente 150 gramas (em peso médio no ser masculino).
Por conclusão (mesmo que no início do texto), o Cerebelo é Mesmo Muito Importante! Quem o reafirma agora é um estudo que vem toda essa designação consolidar e, fazer acrescentar de outros poderosos adjectivos, que endossam o cerebelo como uma das mais fundamentais ou elementares «peças» cerebrais no processo evolutivo do cérebro humano.
Recentemente, um artigo publicado na PLOS Genetics em 6 de Maio de 2021 - da responsabilidade de investigadores da Duke University, em Durham, na Carolina do Norte (EUA) - revelou ao grande público que, o cerebelo, pode indefectivelmente ter desempenhado um papel Muito Importante na Evolução do Cérebro Humano.
Este estudo agora divulgado por Elaine Guevara e seus colegas da Duke University, nos Estados Unidos, vem pôr a descoberto de forma absolutamente evidente as Mudanças Evolutivas pelas quais o cerebelo passou que poderão ter contribuído para a cultura humana, a linguagem e o uso de ferramentas. Ou seja, tornou-se imprescindível para que essa nossa evolução se desse!
Este estudo comparou assim as Modificações Epigenéticas de ADN / DNA no cerebelo de cérebros humanos mas também nos de chimpanzés e macacos, tentando encontrar deste modo as diferenças moleculares entre eles. Sem dúvida um trabalho de grande mérito, prestígio e consideração, uma vez que se reconhece nesse processo evolutivo os distintos caminhos de uns e outros.
E, por mais que se debata ainda hoje qual das teorias estará certa - Criacionismo (teoria baseada na fé da criação divina) e Evolucionismo (baseada em pesquisas científicas que surgiram com o ensaio científico de Oparin-Halden) - muito haverá certamente para nos debruçarmos efusivamente sobre as Origens da Vida.
Charles Darwin que publicou em 1859 «A Origem das Espécies» ainda hoje possui muitos seguidores e outros tantos opositores, pelo que afirma o Homem ser o resultado de «Uma Longa Evolução» que começou com os hominídeos até ao Homo sapiens na efectiva correspondência às nossas características actuais - e que nos definem até ao momento como Homem Moderno.
Darwin sugere então na sua perspectiva que, o Homem e o Macaco, teriam o mesmo ascendente em comum derivado das semelhanças biológicas, não significando contudo e de forma irrefutável que o Homem seja o descendente directo do Macaco...
Posta de lado esta questão, Darwin advogou que todos os seres vivos tiveram supostamente um ancestral comum, desenvolvendo segundo ele a alicerçada ideia da «Selecção Natural», na qual os seres vivos mais adaptados ao ambiente imposto poderiam sobreviver.
Ou seja, ou readaptaram-se ou morreram, permanecendo no planeta os mais fortes e hábeis nessa nova realidade, desenvolvendo-se em conformidade com o habitat e ecossistema existentes mesmo que em condições inóspitas de uma Natureza que lhes não facilitou a vida, fazendo assim a dita selecção das espécies baseada na teoria do mais forte. Injusto, dir-se-à. Talvez...
Obviamente nem todos comungam desta teoria. Muitos defendem acirradamente muitas outras teorias que acreditam que a Selecção Artificial é tão ou mais válida que a Selecção Natural numa constante, activa e exuberante evolução.
Actualmente, utilizando-se todas as ferramentas disponíveis, que vão da bio-geografia ao registo fóssil até aos métodos e processos da Biologia Molecular, poder-se-á chegar a muitas outras conclusões, identificando e datando as mutações que levaram a que diferentes espécies divergissem do seu antepassado comum, combinando o tempo e o seu registo fóssil.
Para rematar, há ainda que aludir à sempre questionável mas admissível teoria da Manipulação Genética das Espécies, algumas espécies, que por intervenção exterior de seres superiores do Cosmos, foram ao longo dos tempos sendo geneticamente modificadas e alteradas consoante os propósitos estabelecidos dessa estranha e enigmática agenda interestelar na Terra.
Por ora, há apenas que relatar as descobertas biológicas da sempre intensiva e absorvente investigação na área epigenética - desta mesma biologia evolucionária que estima várias espécies - para que, de futuro, possamos ser mais precisos e concisos com o que nos identifica em semelhança ou diferença em todo esse processo. Sejamos claros então e explicativos.
O Cerebelo - anteriormente conhecido como uma parte do cérebro principalmente reconhecida pelo seu papel na coordenação do movimento - vem agora dizer-nos que passou por relevantes mudanças evolutivas que muito terão contribuído para com toda a nossa cultura, tanto na linguagem como no uso de ferramentas que evolutivamente também soubemos criar e utilizar para nosso benefício.
Cerebelo: o grande responsável!
De facto, o cerebelo é hoje determinado e identificado como o «Grande Responsável pela Evolução do Cérebro Humano». Daí a sua importância latente.
Na Anatomia, o cerebelo classifica-se como a maior massa do Encéfalo que se encontra dorsal à Ponte e ao Bulbo raquidiano (ou medula oblonga), formando com essas estruturas a cavidade do quarto ventrículo. Situa-se abaixo do tentório do cerebelo na fossa superior do crânio, separado do cérebro por um folheto da «dura-máter». Constitui assim a maior parte do cérebro posterior, ficando posterior ao quarto ventrículo, à ponte e ao bulbo.
Consiste então em Dois Hemisférios Laterais unidos por uma parte média estreita (parte central) - o Vérmis. Podemos dividi-lo em substância branca (interior) e substância cinzenta (exterior). A primeira (substância branca) é constituída por fibras nervosas mielinizadas eferentes e aferentes. A segunda (substância cinzenta) pode ser subdividida em 3 camadas: Camada Molecular; Camada de Células de Purkinje e Camada Granular.
O Cerebelo, sendo a parte do cérebro responsável pela manutenção do Equilíbrio, pelo controle do Tónus Muscular, assim como dos Movimentos Involuntários e da Aprendizagem Motora, é através dele que dependemos para andar, correr, saltar, e mesmo andar de bicicleta devido ao esforço mantido nessa locomoção em andamento e equilíbrio.
Ao longo dos tempos os cientistas têm estudado de como os Seres Humanos desenvolveram a sua notável e hábil capacidade de pensar e, a constante aprendizagem que fazem, na surpreendente faculdade anatómica que se concentra no Córtex Pré-Frontal - uma parte vital do cérebro para as funções executivas - como o raciocínio moral e a tomada de decisões.
Todavia, e mui recentemente, o Cerebelo Humano começou a receber mais atenção por parte dos especialistas devido ao seu preponderante papel na Cognição Humana.
Elaine Guevara, a principal autora do estudo mais a sua equipe, investigaram com aprumo e dedicação a evolução do cerebelo e do córtex pré-frontal tentando encontrar então quais as diferenças moleculares entre os seres humanos, os chimpanzés e os macacos rhesus (Macaca mulatta, primata da família Cercopithecidae que habita as florestas temperadas da Índia, China e Afeganistão).
Especificamente, estes cientistas procuraram investigar e examinar de forma criteriosa os genomas dos dois tipos de tecido cerebral nestas três espécies referidas para encontrar diferenças epigenéticas.
Segundo a explicação dos cientistas, estas são modificações que não alteram a sequência do ADN (DNA) mas podem «falar» (ou afectar o nosso conhecimento) e dizer-nos assim quais os genes que são activados e desactivados, e que podem ser herdados pelas gerações futuras.
Comparados aos Chimpanzés e aos Macacos-Rhesus, os seres humanos revelaram maiores diferenças epigenéticas no Cerebelo do que no Córtex Pré-Frontal, destacando-se assim a importância do Cerebelo na Evolução do Cérebro Humano.
As Diferenças Epigenéticas mostraram-se especialmente aparentes nos genes envolvidos no desenvolvimento do cérebro, na inflamação cerebral, no metabolismo da gordura e na plasticidade sináptica - o fortalecimento ou enfraquecimento das conexões entre os neurónios dependendo da frequência com que são usados.
As Diferenças Epigenéticas Identificadas neste novo estudo são de facto muito relevantes para a compreensão de como o Cérebro Humano funciona, assim como a sua capacidade de se adaptar e fazer novas conexões.
Estas Diferenças Epigenéticas também podem estar envolvidas nos processos de envelhecimento e doenças.
De acordo com os cientistas, alguns anteriores estudos mostraram que as diferenças epigenéticas entre humanos e chimpanzés no córtex pré-frontal, estavam associadas a genes envolvidos em doenças do foro psiquiátrico e doenças neurodegenerativas (ou de efectiva neurodegeneração).
No geral, Este Novo Estudo Aponta e Afirma, a importância de se incluir o Cerebelo nas futuras investigações ou estudos que incidam na importância de um maior conhecimento sobre de como o cérebro humano efectivamente evoluiu.
A investigadora Elaine Guevara exalta de forma clara: "Os nossos resultados evidenciam e sustentam um papel importante para o cerebelo na evolução do Cérebro Humano; e sugerem, que as características epigenéticas previamente identificadas que distinguem o neocórtex humano, não são exclusivas do neocórtex!"
(Em Registo: o estudo publicado na PLOS Genetics, 2021 tem por título «A Análise Comparativa revela características epigenéticas distintas do Cerebelo Humano». Os seus dignos autores são: Elaine E. Guevara; William D. Hopkins; Patrick R. Hof; John J. Ely; Brenda J. Bradley e Chet C. Sherwood).
A Evolução do Cerebelo ou, o que distintamente a ele se alui em termos científicos de análise e conhecimento, vem dar azo assim a novas aferições e outras consignações sobre a verdadeira importância que este exerce no cérebro humano.
A Importância do Cerebelo é tanto maior quanto a sua total dimensão em termos de diagnosticada patologia, pois, uma vez lesado, terá repercussões evidentes. São elas:
Descoordenação de Movimentos (Ataxia); Perda do Equilíbrio; Diminuição do Tónus da Muscultaura Esquelética (Hipotonia); Dismetria (dificuldade para calcular o movimento); Decomposição (os movimentos são decompostos, realizados em etapas por cada articulação); Disdiadococinesia (dificuldade para realizar qualquer movimento rápida e alternadamente).
E ainda: Rechaço (flexão do cotovelo contra resistência); Tremor (que se acentua ao final do movimento chamado «tremor intencional»); Mudanças Posturais e Alteração da Marcha; Distúrbios no Movimento Ocular (Nistagmo ou ataxia dos músculos oculares; Movimento rítmico oscilatório dos olhos); Distúrbios na Fala (Disartria por ataxia dos músculos da laringe; Articulação irregular de palavras).
As Lesões Hemisféricas do Cerebelo manifestam-se em geral do mesmo lado afectado. Já a Lesão do Vérmis acarreta perda de equilíbrio com o alargamento da base de sustentação na posição bípede e marcha atáxica.
Existem estudos que estabelecem uma certa correlação entre o Cerebelo e o Autismo. Em termos científicos, a Involução do Vérmis e dos Hemisférios Cerebelares observadas em RM de autistas, sugerem que esta anormalidade ou visível anomalia possa ser responsável pelo Défice de Atenção, Modulação Sensorial, Motor e Comportamental tão característicos no Autismo.
Estudos Neuropatológicos em Autistas revelam: 1) Diminuição do número de células de Purkinje e células granulares no Vérmis e Hemisférios. 2) Perda de neurónios no Núcleo Fastigial podendo começar no período pré-natal.
Daí que o Cerebelo seja hoje de suma importância em estudo e maior aprofundamento científico para que, sabendo-se das irregularidades ou anomalias sofridas, se possa fazer um diagnóstico correcto e preventivo até de futuras doenças. E, havendo evolução deste no cérebro humano, termos a certeza da sua insubstituível e inegável mais-valia no bom funcionamento de todas as nossas humanas faculdades.
A Importância do Cerebelo na nossa anatomia é tão verdadeira quanto o sentirmos que toda e qualquer peça orgânica do nosso corpo é essencial à vida; como os pulmões, o coração e todo a restante composição neuronal e cerebral que nos assiste.
Tudo tem uma função e uma missão certamente. Tudo tem importância e afirmação, pelo que só nos compete regozijar de tão completos sermos. E por esse factor, sabermo-nos cuidar e apreciar a cada dia que passa, maravilhando-nos placidamente pela fluida magia genética de todo este ADN humano que, porventura em preexistente concepção da espécie, o nosso criador engendrou e realizou.
E processou na Terra. Se divino se estelar é algo que ainda não sabemos e, sabendo ou tentando chegar ao limiar dessa compreensão, ainda mais nos encanta e surpreende por tão presciente ter sido! Por tão veementemente nos ter concebido; na Terra ou fora dela...
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