Há almas eternas, outras imortais e talvez até mesmo outras confortavelmente emanentes sobre o Universo; cabe-nos a nós descobrir quais as que nós somos, por outras que andam por aí...
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segunda-feira, 18 de maio de 2020
Um Planeta em Asfixia
Planeta Terra: o nosso bem-amado berço planetário que de tão descuidado ser, se tornou a nossa previsível mortalha em sepultura aberta. Respiramos com ele e com ele nos deixámos asfixiar, numa agonia infinita que só pelos avanços e desmandos do COVID-19 nos deu tréguas na poluição havida e na contaminação sentida por entre todos os nossos poros.
Uma investigação recente realizada pela União Geofísica Americana resume em anúncio público de que, dois dos principais poluentes do ar, foram drasticamente reduzidos desde o início dos bloqueios ou isolamento das populações em resposta à pandemia do COVID-19, ainda que um poluente secundário (Ozono) tenha aumentado em registo observado na China.
E mesmo qu sejam precipitas as sempre intrigantes questões, há que fazê-las e estimulá-las pois delas poderá nascer a orientação e um novo caminho, tal como bússola ou sextante de coordenação geográfica dos corajosos navegantes de outros tempos:
Poderemos ainda ir a tempo de tudo isso reverter...? Poderemos recuperar essa intensa e congénita emergência de uma atmosfera pura e saudável para todos nós...? Do Oriente para Ocidente e vice-versa? Poderemos almejar um céu limpo e puro como no início dos tempos...? E podendo, matê-lo-emos nós além esses outros tempos que já não veremos???
Dizer que sim seria abuso; negá-lo de imediato seria suicídio e, de acordo com os mais entendidos, renegar essa evidência uma cobardia sem limites de não reconhecer que, matando o planeta, morreremos nós também. E isto, na mais caridosa e genuína verdade de La Palisse que dói como tudo, em ferida aberta, em chaga encarniçada na qual se colocou não o unguento da cura mas o sal da fritura. E isto é só começo...
Ainda o COVID-19: Enquanto a OMS se esforça no empenho mundial de se fazer seguir em regras e princípios básicos ou laterais de manter unidos os povos em segurança sanitária inviolável - admitindo agora que se passará da fase pandémica para a fase endémica (que por momentos pensei aferirem de «anémica» devido ao confinamento forçado que nos privou a todos da preciosa Vitamina D instada pela nossa estrela-mãe, o Sol) - os cientistas apregoam de que, esse bloqueio, afectou significativamente e de forma positiva a qualidade do ar global.
(Em ressalva: A Vitamina D3 ou Colecalciferol e a Vitamina D2 ou Ergocalciferol são fundamentais para um estilo de vida saudável no normal funcionamento do nosso organismo; as quais desempenham, segundo os especialistas, uma importante função no nosso organismo, contribuindo de forma absolutamente natural - mas para muitos de nós a assumpção magnânima - para a normal manutenção dos ossos e da função muscular)
E se é benéfica esta alusão, por estudos ciosamente estruturados de verdade e razão, haverão outros menos optimistas mas igualmente realistas que nos endossam o voraz conhecimento de sabermos que «Combinações potencialmente fatais de Humidade e Calor estão a surgir por todo o Planeta» em condições tais que devastarão, provavelmente, toda e qualquer economia, fazendo inclusive ultrapassar todos os limites fisiológicos da sobrevivência humana.
Estamos assim perante a maior de todas as agonias, a maior de todas as asfixias sem qualquer deslumbramento ou encantamento feérico de toda uma triste e mui singela verdade: Estamos a deixar de respirar. Nós e o planeta.
Se ele se libertou de nós - por instantes covidianos que a todos embrenhou num imposto e impiedoso cárcere ou por facciosos momentos ao melhor estilo Kafkiano (para quem leu a metamorfose de Franz Kafka sabe do que estou a falar) - também reunirá forças e consciência para dignificar não só a pessoa que é, com todos os seus direitos universais, como, identicamente aferir e inferir de todos os seus deveres para com a Natureza e a Terra-mãe.
Se assim não for, algo de muito errado se está a passar; e dessa errática prenunciação nascerá então e muito possivelmente, uma outra tumescência que nos ditará o fim de tudo, pois que quando nada se faz para evitar o estrangulamento, a asfixia pela toxicidade havida, o colapso respiratório planetário além o humano, os momentos que se avizinham mais do que agonia serão de entropia de se não ter tido a veleidade ou, a coragem necessária, de se criar essa disrupção. Ou pelo menos essa interrupção, do enorme garrote que nos tolhe, esgana e reprime. E aí, somos todos culpados!
Poluição nos céus da China: mais do que um problema, será a futura catástrofe se nada se fizer para se evitar e voltar a esses incríveis índices de poluição nas cidades chinesas. Dois novos estudos realizados recentemente vêm agora apaziguar-nos esses receios, por ora, sendo de facto optimistas e muito promissores, anotando que se poderá reverter talvez essa anterior situação. Contudo, existe uma sombra a pairar sobre a China: um poluente secundário - o Ozono ou Ozônio (no nível do solo) - que aumentou drasticamente, segundo uma nova investigação.
Estes estudos foram publicados esta semana (11 de Maio de 2020) na revista da AGU «Geophysical Research Letters» onde se afirma os cientistas do Instituto da Terra da Universidade de Columbia (The Earth Institute Columbia University) terem descoberto que a poluição por Dióxido de Nitrogénio (NO2) no norte da China - mas também na Europa Ocidental e nos Estados Unidos - diminuiu em até 60% no início de 2020 em comparação com a mesma época do ano passado.
(Autores do estudo: M. Bauwens; S. Compernolle; T. Stavrakou; J-F Müller; J. Gent; H. Eskes; PF Levelt; R. A; JP Veefkind; J. Vlietinck; Huan Yu e C. Zehner)
Diminuição de Poluição
Inacreditavelmente, uma das poucas coisas que o COVID-19 nos trouxe de favorável (ou menos depreciativo) foi de facto a diminuição dos índices de poluição nas cidades devido ao isolamento social, ao confinamento imposto pelas autoridades oficiais de cada país, ou quarentena exigida a todos nós em face ao terrorista-mor do SARS-Cov-2 que despoletou no agora tão tristemente conhecido COVID-19.
Enquanto se vai discutindo e esbracejando muitas das novas medidas sobre a «Imunidade de Grupo Adquirida» ou a haver futuramente, o poder dos Anticorpos neutralizantes e dos Antivirais eficazes nas terapêuticas a aplicar ou nas vacinas a firmar no acérrimo combate a este novo coronavírus - tendo por base o conhecimento agora maior do que se estabelece no sequenciamento do genoma do vírus nas suas mui variantes de mutação impressionante - a nível geofísico e meteorológico as mudanças também se efectuam. E são estrondosas!
O estudo «Impacto do surto de coronavírus de poluição de NO2 avaliada usando observações TROPOMI e OMI». Cartas de Pesquisa Geofísica, 2020, sugere que houve de facto uma diminuição em cerca de 60% dos índices de poluição no início do ano de 2020 em comparação com a mesma época do ano passado, ou seja, do ano de 2019.
Sabe-se que o NO2 ou dióxido de nitrogénio, é um gás altamente reactivo - produzido durante a combustão - que provoca efeitos acentuadamente nocivos nos pulmões. Normalmente, este gás costuma entrar na atmosfera através das expulsas emissões dos veículos, das centrais (usinas) de energia e também das muitas e diversas actividades industriais como é do conhecimento geral.
Um destes novos estudos constatou que, além deste maléfico NO2, a poluição por partículas - em partículas menores que 2,5 mícrons (o micrómetro é uma unidade de comprimento do Sistema Internacional de Unidades definido como um milionésimo de metro e equivalente à milésima parte do milímetro) - diminuiu cerca de 35% no norte da China.
Há que referir que, o material de partículas mencionado, é composto de partículas sólidas e gotículas de líquido que são pequenas o suficiente para penetrar profundamente nos pulmões e causar danos irreversíveis. E isso, sendo um facto, é algo assustador.
(Em referência): Os dois novos artigos expostos agora ao mundo fazem parte de uma colecção especial de investigações em periódicos ou divulgações científicas da AGU relacionadas à pandemia actual.
Jenny Stavrakou, cientista na área atmosférica do Instituto Real Belga de Aeronáutica Espacial em Bruxelas (UE) e co-autora de alguns artigos relacionados, afirma:
"Uma queda tão significativa nas emissões é sem precedentes, desde o início da monitorização da qualidade do ar registada pelos satélites nos anos 90".
A cientista relata também que, os únicos outros eventos comparáveis, são as reduções de curto prazo nas emissões da China devido a regulamentos rígidos durante determinados eventos tais como os Jogos Olímpicos de Pequim em 2008.
(Imagem da NASA): a evidência da diminuição de poluição na China. Observação e análise que não deverão ser descuradas ou negligenciadas pelos investigadores que, incentivados por este registo nunca antes apresentado, tentam agora vislumbrar de como será a qualidade do ar no futuro. Regulamentar as emissões nunca foi tão necessário e objectivo como agora, legitimam, mas será que o conseguem...? Esperemos que sim, a bem de todos nós!...
Um Planeta Limpo
Poderá ser uma quimera, um sonho tantas vezes adiado o projectar-se de facto um planeta mais limpo e por conseguinte livre de toda e qualquer punção atmosférica nociva aos humanos que dá pelo nome de poluição. Segundo os cientistas, esta melhoria de ar poderá ser, provavelmente, uma situação temporária - o que nos entristece, há que o dizer.
Sejamos práticos: nunca como agora vimos ou observámos quão distintos e mesmo favoráveis são esses desígnios perante um planeta em agonia constante de fluxo e refluxo poluidores que o sufocam e estrangulam. A ele e a nós. Se o seu pulmão está ferido de morte, tal como se sofresse de Embolia ou Enfisema Pulmonar, também nós sofremos perecendo com ele, acreditem! Há que mudar o estigma mas acima de tudo o comportamento, pois só assim sobreviveremos.
"Talvez esta experiência ou ensaio não-intencional possa ser usado para entender melhor os regulamentos de emissões. São algumas notícias positivas numa situação muito trágica", afere a cientista atmosférica Jenny Stavrakou.
No entanto, a queda registada na poluição por Dióxido de Nitrogénio causou um aumento dos níveis de Ozono na superfície da China, de acordo com um dos novos estudos já referenciados. Sabe-se que o Ozono é considerado um poluente secundário formado quando a Luz Solar e a Alta Temperatura catalisam reacções químicas na atmosfera mais baixa.
Infelizmente, constata-se de que o Ozono é efectivamente prejudicial para o ser humano; em particular no nível do solo (à superfície), causando de forma inegável doenças graves, tais como doenças cardíacas e pulmonares.
De acordo com a concepção científica dos que estudam estas matérias «Em Áreas Altamente Poluídas - principalmente no Inverno - o Ozono/Ozônio de Superfície pode ser destruído por óxidos de nitrogénio». E isto, de um modo a que os níveis de ozono possam ser aumentados quando a poluição por Dióxido de Nitrogénio diminui.
Conclui-se que, embora a qualidade do ar tenha melhorado bastante em muitas regiões do globo, o Ozono de Superfície ainda pode ser um problema, segundo alegam os cientistas, em particular Guy Brasseur, cientista atmosférico do Instituto de Meteorologia Max Planck em Hamburgo, na Alemanha (UE) e principal autor de um destes novos estudos.
"Isto significa que, apenas reduzindo o dióxido de nitrogénio (NO2) e as partículas, você não resolverá o problema do Ozono." (Remata de forma taxativa o cientista Guy Brasseur)
(Imagem da NASA): o efeito COVID-19. O que se registou então na diminuição efectiva dos níveis dos dois principais poluentes do ar que se revelaram drasticamente reduzidos desde o início do bloqueio e confinamento da população chinesa provocados pelo novo coronavírus. Este isolamento social e sanitário das populações fez com que, de forma quase magistral, o planeta se regenerasse.
Novamente se institui as sempre pertinentes questões: Poderá voltar tudo atrás e esquecer-se de novo o céu azul em favor do embaciamento poluente de outrora...? Existirá a partir daqui uma ou mais medidas urgentes e universais que regule de forma exemplar e eficaz as emissões tóxicas, ou tudo será banido como se nada tivesse acontecido?...Oxalá que não desejamos todos nós, ou de nada valeram estes estudos, estas premissas de ainda irmos a tempo de nos curarmos, a nós, e ao nosso belo planeta azul, quero acreditar...
Emissões Mundiais
Neste primeiro estudo, a cientista atmosférica Jenny Stavrakou e os seus colegas ou companheiros de investigação, usaram as Medições de Satélite da Qualidade do Ar para assim poderem estimar as mudanças registadas na poluição por dióxido de nitrogénio (NO2) nos principais epicentros do surto: China, Coreia do Sul, Itália, Espanha, França, Alemanha, Irão e Estados Unidos.
O que os Investigadores deste Estudo descobriram foi surpreendente: Que a poluição realizada por dióxido de nitrogénio (NO2) diminuiu de forma evidente numa média de 40% nas grandes cidades chinesas e cerca de 20 a 38% na Europa Ocidental e nos Estados Unidos durante o grande e global bloqueio de 2020 (motivado pelo COVID-19), em comparação com o mesmo período de 2019.
No entanto, o estudo constatou que a Poluição por Dióxido de Nitrogénio não diminuiu sobre a nação iraniana (Irão), um dos países tidos como um dos mais antigos e por conseguinte um dos mais atingidos, pelo que mesmo em sequência da pandemia nada se alterou.
Os Autores deste Estudo sublinham que talvez isso tenha ocorrido porque os bloqueios completos (ou isolamento total da população) só entraram em vigor a partir dos finais de Março, e antes disso, os pedidos de permanência ou de ficarem em casa foram amplamente ignorados.
Os envolvidos neste estudo observaram então uma significativa quebra nas emissões durante o feriado do Ano Novo Iraniano - após o dia 20 de Março - algo que é geralmente observado em queda, todos os anos, nesse período de celebração.
A Qualidade do Ar na China: O segundo estudo analisou as mudanças na qualidade do ar no norte da China, onde o maldito vírus foi relatado pela primeira vez e onde, segundo os especialistas, os bloqueios foram mais rigorosos.
Brasseur analisou então os níveis de Dióxido de Nitrogénio e vários outros tipos de poluição do ar, medidos e analisados por 800 estações de monitorização da Qualidade do Ar no nível do solo no norte da China.
Guy P. Brasseur e outro seu colega - o cientista Xiaoqin Shi - descobriram que a poluição por partículas diminuiu em média 35% , sendo que se verificou o dióxido de nitrogénio ter diminuído cerca de 60% após o início dos bloqueios ou isolamentos sociais registados em medidas governamentais e estatais estabelecidas em 23 de Janeiro de 2020.
No entanto, eles também descobriram que «A Concentração Média de Ozono na Superfície» tinha identicamente aumentado num factor de 1,5-2 no mesmo período.
De acordo com os cientistas, no nível do solo - o Ozono - forma-se a partir de reacções complexas envolvendo para isso o dióxido de nitrogénio e outros compostos orgânicos voláteis (COV), gases emitidos por uma variedade de produtos domésticos e industriais, sendo que os níveis de ozono também podem ser afectados pelas condições climáticas e outros factores.
Este segundo estudo é da autoria de: Xiaoqin Shi e Guy P. Brasseur, tendo como título «A Resposta da Qualidade do Ar à redução das actividades económicas chinesas 1 durante o surto de COVID-19». Cartas de Pesquisa Geofísica, 2020.
O Futuro do Planeta Terra: que futuro? E que planeta deixaremos para as futuras gerações, para a nossa humana descendência se tudo fizemos em contrário ao suposto, ao correcto, e ao admissível perante quem tão bem nos acolheu há já duas ou três centenas de milhares de anos, ainda que o aperfeiçoamento tenha sido há escassos 50, 60 ou 70 mil anos...?!
Que futuro lhes deixaremos se porventura nada revertermos no planeta Terra, nada readaptarmos a esta nova realidade de se poder respirar em paz sem tóxicos, sem poluentes, sem as emissões de gases que a todos afecta...? Que se escreverá na nossa lápide civilizacional de um povo que não soube ser povo, de uma história que não soube ser escrita ou reescrita, de uma missão que não soube ser seguida e conseguida...?
Que lhes diremos a eles, aos que nos sucederem, àqueles que inocentes são de tudo o que de mal lhes fizemos... Que ficará por ser dito...? Que restará do que nunca por nós foi admitido e muito menos transmitido...???
Reeditar um Planeta
Por vezes temos de reescrever toda uma história, toda uma nova epopeia que só nós sabemos quão dura foi, quão difícil se nos tornou por tão resistentes e indulgentes termos sido nessa espécie de revolução adaptativa e, selectiva, de termos de escolher e fazer um outro caminho de solução e resolução de todos os nossos desígnios. Não o fazer é condenarmo-nos à morte adiada mas jamais anulada que o planeta colherá em nós pelos tantos desvios praticados.
De acordo com um estudo publicado esta semana na revista científica «Science Advances» (e que a Science Daily reportou no dia 8 de Maio de 2020 através da divulgação do Instituto da Terra da Universidade de Columbia em Nova Iorque, nos EUA), os cientistas projectaram que, no final do século e em certas partes dos trópicos e dos sub-trópicos, o aquecimento do clima ir-se-à intensificar; e, de tal maneira, que poderá mesmo dar-nos uma sentença de juízo final.
Ou seja, «O Aquecimento do Clima» poderá fazer com que o calor e a humidade combinados atinjam (naquela que é a máxima probabilidade de tal suceder), níveis nunca anteriormente experimentados - ou raramente experienciados - pela espécie humana.
Quer isto dizer que, nada de bom se perspectiva em final feliz se tais observações e anotações destes cientistas estiverem certas. Este estudo identifica assim milhares de ataques ou episódios de calor e humidade extremos - anteriormente registados como muito raros - ou sem precedentes na Ásia, África, Austrália, América do Sul e América do Norte, inclusive na região da Costa do Golfo dos EUA.
Ao longo do Golfo Pérsico, os investigadores descobriram então mais de uma dúzia de breves surtos recentes que ultrapassaram o limite teórico da sobrevivência humana. Para quem não conseguir fazer um retrato fiel segundo esta nova consideração realizada pelos cientistas deste estudo, imagine-se a viver em pleno Deserto de Atacama, no Chile. Terrífico não é?!
Talvez assim já se possa avaliar ou reavaliar o que eles nos estão a dizer; ou seja, a realidade futura do planeta da Terra (e da nossa própria civilização) perante este Aquecimento Climático que poderá de forma absolutamente imparável e, avassaladora, vir a ditar os nossos destinos acaso se cumpra o que agora os investigadores do Instituto da Terra da Universidade de Columbia registaram neste seu estudo.
Florestas tropicais: o idílico paraíso verde ou simplesmente a falsa demagogia urbanística que quer a todo o custo dar ou recriar uma imagem muito mais condizente com o que os novos tempos apregoam?...Não se sabe, ainda que a ideia seja boa.
Nos telhados, nos pátios, nas varandas ou terraços, ou mesmo em todos os recintos onde esta atitude e corporação arbóreas possam começar a florescer numa vertiginosa síndrome de se procurar estabelecer o quilíbrio ou a harmonia florestal que há tanto o Homem esqueceu. Será utopia?... Nem tanto assim, se quisermos de facto resolver alguns dos muitos problemas que hoje enfrentamos na abstinência e afastamento do que outrora nos foi cedido e concedido pelo planeta Terra.
Entre o Céu e o Inferno...
Temos de escolher. Temos de optar e em boa consciência decidir em qual deles queremos e desejamos viver ou sobreviver.
Não há tempo a perder, é o que nos dizem hoje muitos dos cientistas que estudam este nosso berço planetário que está em risco de se tornar uma fornalha e não um paraíso à beira-mar plantado como é o caso do meu país que, na Primavera, em amena atmosfera se dispõe emanar por todos os seus lusos cantos um doce aroma de amêndoa e sabor a mar. Perder isso é perder toda a alma ou parte dela.
Se Portugal, Espanha, Itália ou qualquer outro país europeu, asiático ou americano perder as suas faixas costeiras de mar e oceano, lagos e riachos e tudo em nome de um açambarcamento próprio e cíclico do que lhe foi retirado anteriormente, aquiescemos e dizemos que é a natural origem das coisas.
Mas, se pelo que territorialmente conhecemos como fértil, abastado e verdejante observarmos um deserto árido e sem esperança, isso não consolidará ou fomentará a bonança de tudo que nos foi retirado, pelo que a seca instalará e a fome grassará, alastrando por todo o mundo. E esse futuro sem futuro ninguém quer.
Sobreviver nas mais ímpias condições climáticas não só é uma tarefa difícil como inconcebível, se as temperaturas se elevarem e secarem o que resta dos nossos lagos, mares e oceanos. Uma tragédia anunciada, dir-se-à.
Os investigadores admitem entretanto que esses surtos de calor e humidade foram ou estiveram confinados a áreas localizadas, durando apenas algumas horas; todavia, registam os cientistas, estes surtos têm tendência a aumentar, estando efectivamente já a aumentar em frequência e intensidade.
"Estudos anteriores projectavam que isso aconteceria daqui a várias décadas, mas isto mostra que está a acontecer agora! Os tempos (ou duração) em que esses eventos duram estão a aumentar, e as áreas que afectam, crescerão em correlação directa com o Aquecimento Global." (A afirmação do principal autor deste estudo, Colin Raymond, que fez a investigação como PhD., sendo aluno do Observatório da Terra de Lamont-Doherty da Columbia University)
Investigando directamente os dados horários de 7.877 estações meteorológicas individuais, eles permitiram que se identificassem os episódios de vida mais curta que afectavam áreas menores, ao invés do que anteriormente se tinha estudado analisando as médias de calor e humidade medidas em grandes áreas por várias horas. Mas o que quer isto dizer...? É fácil: o ser humano sucumbe!
É reconhecido por todos (mesmo sem ser obviamente ou unicamente em termos científicos) de que, a Humidade, piora os efeitos do calor porque, os seres humanos, resfriam o seu corpo exsudando, no que vulgarmente se aplica ao suor ou à transpiração humanas. Assim sendo, a água expelida pela pele remove o excesso de calor do corpo e, quando evapora, retira esse calor.
Este processo funciona bem em desertos, mas já não tão bem em regiões consideradas húmidas ou muito húmidas, onde o ar já por si está carregado de intensa e densa humidade - ou em demasia - para poder absorver algo mais. É então que a evaporação do suor diminui.
Nos casos mais extremos esse processo metabólico pode parar. Sem ar-condicionado que o possa fazer baixar a temperatura corporal e resfriar portanto, o núcleo do corpo aquece muito para além dessa sua estreita faixa de sobrevivência e os órgãos começam a falhar.
Mesmo uma pessoa que apresentasse uma boa constituição de forte compleição e em saudável forma física e mental que procurasse refúgio debaixo ou encoberto por uma qualquer sombra despido de roupas e acesso ilimitado à água potável, sucumbiria em poucas horas. O ser humano não está preparado nem adaptado a estas condições.
Uma Investigação realizada no ano passado (2019) e publicitada pelo site «InsideClimate News» revelou que os casos de Insolação ou exaustão de calor havido e sentido pelas tropas norte-americanas em bases domésticas, haviam crescido cerca de 60% entre o ano de 2008 e o de 2018. Na altura soube-se que 17 soldados tinham falecido, quase todos na abafada e sufocante região sudeste dos Estados Unidos.
As Ondas de Calor de Alta Humidade na Rússia e na Europa (onde nem todas as pessoas usufruem das favoráveis condições que os ar-condicionados prodigalizam em ar refrescado ou refrigerado), o índice de mortalidade foi registado em elevado número de dezenas de milhares de pessoas que, infelizmente, não tiveram ou não puderam ter acesso a melhores condições que os livrassem dessas tortuosas ocorrências climáticas.
Numa óptica ecológica mais acirrada não existe uma grande compreensão sobre estas poderosas e mui eficientes tecnologias do fresco e do bem-estar de saúde pública na casa de cada um de nós - em referência óbvia ao que de mal estes ar-condicionados poderão fazer ao meio ambiente.
E, tal como numa faca de dois gumes, se por um lado o ser humano beneficia com estes, por outro, acaba por prejudicar o planeta; talvez que em breve haja uma solução mais razoável para que não comprometamos nem uns nem outros, neste caso, o nosso amado planeta Terra.
"Podemos estar mais próximos de um ponto de inflexão real do que à priori pensamos." Esta, a afirmação convicta de Radley Horton, cientista de pesquisa de Lamony-Doherty e co-autor do artigo em questão, mencionando ainda que, se as pessoas forem cada vez mais forçadas a ficar em ambientes fechados por longos períodos de tempo, muitas actividades poderão de facto colapsar.
Acrescenta ainda de que, a Agricultura, o Comércio e muitas outras actividades poderão liminar e potencialmente parar, mesmo em países considerados ricos e desenvolvidos - uma lição sobejamente conhecida e consciente em todos nós - devido ao factor COVID-19 que fez colapsar toda e qualquer economia no mundo diante deste novo inimigo que se chama de coronavírus.
Muitos países pobres nem sequer têm a possibilidade de inserir a electricidade em favor dos seus povos, espalhando-a e tornando-a acessível como sucede nos países ricos, admite Horton. Uma agricultura pobre e de subsistência (em que a força braçal é rainha, onde se exige mão de obra pesada diária) levará a que, indubitavelmente também, vá tornar inabitáveis certas zonas e regiões afectadas.
Kristina Dahl, climatologista da Union of Concerned Scientists, que liderou um estudo no ano passado alertando para o calor e para o aumento de humidade no futuro e em particular nos Estados Unidos, afirmou peremptoriamente:" O novo artigo mostra quão próximas as comunidades ao redor do mundo estão dos seus limites."
Dahl acrescentou ainda que, algumas localidades, já podem mesmo estar a assistir a condições piores do que as que o estudo sugere e pormenoriza, porque, refere ela «As Estações Meteorológicas nem sempre captam os pontos quentes nos densos bairros das cidades, construidos com concreto e pavimento, ambos fontes de retenção de calor».
Steven Sherwood - climatologista da Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália - disse por sua vez: "Essas medidas implicam que algumas áreas da Terra estão muito mais próximas do que o esperado de atingir um calor intolerável e insustentável também. Dantes, acreditava-se que tínhamos uma margem de segurança muito maior."
Este estudo teve também como co-autor Tom Matthews, professor de Ciências Climáticas na Universidade de Loughborough, no Reino Unido; enquanto Colin Raymond se identifica agora como investigador de pós-doutorado no Jet Propulsion Laboratory (JPL) da NASA.
Parabéns então a todos os envolvidos; deste e de todos os já referidos estudos na busca de uma maior compreensão e resolução para muitos destes problemas que de futuro (e já hoje) o ser humano enfrenta em face às alterações climáticas, ao aquecimento global e a todas estas transformações que o planeta atravessa.
Continuaremos a caminhada; esta e outras, em missão quase divina de nos encontrarmos um dia com todas as respostas possíveis e jamais imaginadas que um dia pudemos ter ou haver em nós.
Um Planeta em Asfixia amedronta-nos. Revolta-nos. E Pior que tudo, ensandece-nos perante a impotência revelada e dormência registada em muitos de nós que acreditam displicentemente que o planeta não está nem nunca estará em perigo. Assim como a Humanidade. É falso! Completamente falso!!!
Temos de usar de todas as armas, de todas as técnicas, de todos os conhecimentos e até de todos os inventos ou mesmo desalentos (pois por detrás de um grande sucesso não raras vezes estão muitos outros fracassos...).
Não desistiremos, por muito que nos façam fraquejar e abandonar outras forças que nos dizem para parar, para sermos mais maleáveis ou manipuláveis, trocando os ecossistemas naturais pelos interesses internacionais das grandes economias que, inexoravelmente também, acabam por colapsar.
E se estamos vulneráveis, na condição humana que agora tanto nos tem colocado à prova, tudo o resto também, sem que nos afundemos nesse outro lodaçal ou escuro pantanal de uma terra de ninguém, como se viu (e ainda vê infelizmente) na enxurrada pandémica que vai passar a ser endémica, de acordo com a OMS/WHO.
Acredito que vamos seguir em frente. Que vamos libertar o planeta, começando por nós próprios, por nos libertarmos de todas as amarras, as coleiras ou açaimes que nos debitaram ao longo de todos estes séculos e milénios que a memória não capta mas ainda assim revigora aquando nos entimos perdidos e órfãos sem saber se, a nossa Terra-mãe, é mesmo nossa por direito. E não o sendo, mais deveres temos para com ela.
Sejamos dignos. Sejamos libertadores. «Um Planeta em Asfixia» matar-nos-à primeiro, antes que demos conta de que somos sua pertença. Sejamos merecedores e o planeta esse, reconhecer-nos-à em toda a plenitude de vivermos nele; de contrário, o fim estará perto e muitos sabem disso.
Elon Musk disse um dia (no que deixou em vídeo para a posteridade): "It`s already too late!" E até pode ser. Mas continuo a acreditar que ele e outros talvez possam estar errados na sua maior verdade. A estarem certos, Deus nos ajude. Para quem Nele não acredita, então o melhor mesmo é arregaçar mangas e começar a trabalhar num planeta melhor... muito melhor...
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