Há almas eternas, outras imortais e talvez até mesmo outras confortavelmente emanentes sobre o Universo; cabe-nos a nós descobrir quais as que nós somos, por outras que andam por aí...
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segunda-feira, 11 de maio de 2020
O Perfeito Agente Secreto
COVID-19: o mais perfeito agente secreto ou inimigo invisível que se disfarça, espalha e transmuta de forma surpreendente deixando a comunidade biocientífica completamente estupefacta (mas não desistente!) perante tamanha camuflagem e metamorfose nas muitas mutações genéticas sofridas no SARS-CoV-2.
Em adaptação e evolução impressionantes nos seus hospedeiros humanos, este vírus que fez parar o mundo, dá-se agora a conhecer um pouco mais através de um estudo realizado pelos investigadores de University College London, no Reino Unido, que ao analisar os genomas de vírus de mais de 7.500 pessoas infectadas com COVID-19, caracterizaram padrões de diversidade do genoma do vírus SARS-CoV-2.
Esta identificação vem assim e de forma absolutamente credível, oferecer novas pistas para que de futuro se possa direccionar medicamentos e alvos de vacina, de acordo com o que foi divulgado na revista científica «Infection, Genetics and Evolution» de 5 de Maio de 2020.
Quando sentimos que tudo nos foi contado e revertido na mais pura síntese dos factos, relatos e acontecimentos surgidos devido ao COVID-19, a surpresa é sempre maior do que o esperado se tivermos em conta certas coincidências e, evidências, sobre o que ele nos espelha de toda a sua malignidade. As ocorrências são-nos reportadas mas as suas incongruências quase nunca.
Refiro-me ao que a ficção por vezes nos diz. A ficção científica. E que, não raras vezes, se deixa ultrapassar pela realidade em sentimento e em sofrimento, perante a monstruosidade que é, por vezes também, a mais crua verdade dos nossos dias que nos dita que a morte de ficção nada tem, sucintamente sentida como a mais indestrutível, corrosiva ou desprezível arma que, na sua magna força de letalidade e morbidade, nos derruba.
Foi o caso de «Contágio», o filme-fenómeno do ano de 2011 (estreado em 9 de Setembro desse ano nos EUA) - tendo na direcção Steven Soderbergh - que nos ilustra de forma exemplar mas assaz assustadora o grau efectivo de transmissibilidade ou contagiosidade e disseminação de um vírus mortal que teve como hospedeiro um morcego que o passou para um suíno - e posteriormente para os humanos, no ultrapassar da barreira das espécies que se viria a revelar uma pandemia global sem precedentes. Coincidência?... Talvez não.
Além do que este tela cinéfila ou videográfica nos mostra e reporta com uma exactidão quase tirada a papel químico (ou a mais exímia amostra em 3D da coisa) do que mais tarde viveríamos - e experienciaríamos de forma invulgar e inacreditavelmente absurda mas real como uma réplica ou fotocópia tirada deste filme - foi a amarga sensação, pior que fel, de sabermos estar a viver actualmente a mais idêntica e distópica situação passada em 2011...
Em agravo de tudo isso, tivemos ainda outras recordações em visceral entropia dos sentidos que nos diziam termos sido avisados e alertados para uma Futura Pandemia.
Nessa linha de pensamento e pouco discernimento (de todos nós), acrescentaram-se à época as vozes, as palestras, as profecias e as arrogações de alguns dos mais conceituados ícones mundiais (médicos, cientistas, professores, mas também homens e mulheres ligados ao mundo digital e das altas tecnologias) que nos disseram irmos vivenciar em futuro próximo uma quase «Idade das Trevas».
Realidade ou ficção, ambas se misturaram. E confundiram-nos. Passados que foram nove anos sobre este agora épico filme de todas as verdades (ou parte delas...), a população mundial experimentada mas não admoestada sobre teses e teorias conspirativas, ver-se-ia de novo enredada de um outro folhetim ou telenovela mundial de repercussões tão ou mais terríficas que as vividas em inícios do século XX devido à Gripe Espanhola, Influenza ou Pneumónica.
Previsibilidade que muitos possuíam (ou acreditavam possuir) e sentiam. E diziam-no. E reiteravam-no em vasta assembleia e púlpito supremo: Que o bio-terrorismo iria chegar finalmente. E que a bio-segurança nunca estaria tão em causa ou, a sofrer da mais caustica consequência de termos sido tão negligentes quanto ausentes na tomada de posições mais musculadas - ou mais conscientes - de tudo termos previsto e evitado sem adornos dourados de atavismos ou cumplicidades.
E tudo escoado e coalhado pela «sensata e cordata mão da biociência» na criação de uma arma biológica jamais pensada, jamais sonhada, em reprodução intemporal ainda mais devastadora do que qualquer bélica ou poderosa arma cósmica relatada nas escrituras sagradas do hinduísmo nos textos Vedas ou nos versos em sânscrito de Mahabharata.
E tudo isto, numa profética alquimia lançada aos ventos quase que à semelhança de um medieval Michel de Nostradamus - em plágio repugnantemente vergonhoso - de se apregoar ao mundo de que o grande perigo futuro seria não o de uma «Final e Grande Guerra Nuclear» mas, o de uma Pandemia Global. Outra coincidência...??? Bem, talvez seja. Ou não.
Colocando de lado todas estas menções que mais não são do que meras referências e aferências ou sibilares versus similares indicações ao que actualmente se vive de muitas contingências mas também urgências de se encontrar finalmente um ou mais tratamentos, vacinas ou antídotos que nos dêem a certeza da continuidade em saúde e bem-estar - transpostas que estão muitas outras questões de foro mais identificativo - há que sublevar que o mundo não pára e gira; com ou sem a Humanidade.
Já vivemos períodos muitos negros na História. Muito negros mesmo! Guerras, Pestes, Genocídios e Extinções. E sobrevivemos sempre; talvez desde há cerca de 200 a 300 mil anos ou mais; pelos 40 a 60 mil que nos dizem termos sido «aprimorados» em alta engenharia genética, alterada e manipulada, realizada pelos seres superiores do cosmos que nos queriam readaptados e evoluídos segundo a sua própria agenda interestelar. Tal como este vírus, este amaldiçoado COVID-19.
Hoje, a informação é global. E rápida; veloz como um raio. O acesso a todas as fontes de informação colocam-nos como detectives, agentes de uma autoridade sapiente que por vezes sentimos ser só nossa mas não o é. Estamos todos ligados, conectados numa só realidade (que muitos alegam de virtualidade) em resmas ou camadas de um saber que nunca é demais.
Os Cientistas não são excepção. Todos os dias, a todas as horas, vão-nos edificando esse grande edifício de investigação e desenvolvimento de novas técnicas, novas acções e práticas biomoleculares na descoberta de segredos - e confinados penedos - de outras tantas considerações que acabam sendo também muitas outras verdadeiras revelações para com este nosso mundo sempre em ebulição.
Não é fácil, nunca o foi. Mas sabemos agora mais. Sobre as bactérias e os vírus, as infecções e inflamações de toda a ordem. Procura-se o patógeno ou factor patogénico quase sempre irritantemente complexo, fugitivo e algumas vezes desconhecido.
Ou a molécula, a razão da sua existência, da sua vitalidade ou anomalia, da sua convergência ou divergência, ou muito desesperadamente da sua fórmula em combate e resistência perante um mundo virológico sempre em mutação, sempre em transformação.
Tal como os Genomas dos Vírus; deste em especial (ou de todos aqueles que de futuro nos estejam radicados e alapados como molusco na rocha); e isto, infelizmente há que o dizer, sobre toda a nossa impotência e infelicidade de ver morrer pessoas infectadas pelo COVID-19. Daí o estudo, a investigação e a colaboração a nível mundial de tantos cientistas que não desistem.
Foi o que fizeram os investigadores da Universidade Pública de Londres - University College London - num estudo liderado pelo Instituto de Genética da UCL que identificou cerca de 200 mutações genéticas recorrentes no vírus, destacando assim de como ele poderá se estar a adaptar mas também a evoluir nos seus hospedeiros humanos.
O COVID-19 poderá julgar-se então (se acaso fosse um ser pensante) o «perfeito agente secreto» no nosso organismo em disfarce permanente e subsequente transformação, em mutações constantes, camuflando a sua verdadeira origem e transmissão.
Todavia essa premissa, os investigadores descobriram agora que «Uma Grande Proporção da Diversidade Genética Global do SARS-CoV-2, é encontrada em todos os países mais atingidos, sugerindo-se assim que houve efectivamente uma extensa transmissão global desde o início da Pandemia, assim como a ausência de um único «Paciente-zero» na maioria dos países.
(Imagem microscópica do coronavírus): o estudo liderado pelo Instituto de Genética da UCL encontrou as respostas que procurava. Uma delas revela que o vírus se propagou em intensa e extensa transmissibilidade global desde o início da pandemia (no final de 2019); outra delas foi a ausência de um único «paciente-zero» na maioria dos países. As descobertas reveladas foram notavelmente publicadas na revista científica «Infection, Genetics and Evolution» no dia 5 de Maio de 2020.
Um Vírus Mutante!
De acordo com o que é estipulado pelo mundo científico e mais exactamente pelo que rege a circunstância académica das biociências, contempla-se que muitos vírus sofrem mutações.
Já não é novidade para o comum dos mortais essa analogia. No entanto, o que os investigadores agora descobriram foi de facto determinante.
Ao analisar os Genomas do Vírus de mais de 7.500 pessoas infectadas com o COVID-19, uma equipe de pesquisa liderada pela UCL caracterizou padrões de diversidade genómina do SARS-CoV-2 - o novo coronavírus que causa indefectivelmente o COVID-19 - revelando a identificação de 198 mutações que parecem ter ocorrido independentemente e mais de uma vez, sugestionando que tal possa conter preciosas e irrefutáveis pistas sobre de como o vírus se está a adaptar.
O principal co-autor e responsável por este estudo citado na «Infection, Genetics and Evolution» - o professor François Balloux (UCL Genetics Institute) - explica-nos em pormenor:
"Todos os vírus sofrem mutação natural. Mutações em si não são uma coisa ruim, e não há nada que sugira que o SARS-CoV-2 esteja a sofrer uma mutação mais rápida ou mais lenta do que o esperado. Até agora não posso dizer se o SARS-CoV-2 está se a tornar mais ou menos letal e contagioso."
As Pequenas Alterações Genéticas - ou Mutações - que foram identificadas, não foram distribuídas uniformemente pelo genoma do vírus. Como algumas partes do genoma tinham só algumas ou muito poucas mutações, os investigadores concluíram que, essas partes invariantes do vírus, poderiam ser melhores alvos para o desenvolvimento de medicamentos e vacinas.
"Um grande desafio para derrotar o vírus é que uma vacina ou medicamento pode não ser mais eficaz se o vírus sofrer mutação. Se concentramos os nossos esforços em partes do vírus com menor probabilidade de sofrer mutação, teremos uma chance maior de desenvolver drogas que serão eficazes a longo prazo. (Determina o professor Balloux)
"Precisamos desenvolver drogas e vacinas que não possam ser facilmente evitadas pelo vírus." Conclui o cientista, em acrescento ao que anteriormente afirmara de se ter de ser incisivo e parcelar em relação ao virus.
A co-autora do estudo, a digníssima Drª Lucy van Dorp - do Instituto de Genética da UCL - corroborando do que foi proferido e divulgado, acrescentou:
"Ainda existem muito poucas diferenças ou mutações genéticas entre vírus. Descobrimos de que algumas dessas diferenças ocorreram várias vezes, independentemente uma da outra durante o curso da Pandemia - precisamos continuar a monitorizar esses dados à medida que mais genomas se vão tornando disponíveis e se vão realizando pesquisas para entender exactamente o que eles fazem."
Os Resultados Aumentam a Evidência Crescente de que os vírus SARS-CoV-2 compartilham um ancestral comum a partir do final de 2019, sugerindo então que foi quando o vírus saltou de um hospedeiro animal anterior para as pessoas. Isto significa que «É Muito Improvável que o Vírus causador do COVID-19 estivesse em circulação humana por muito tempo antes de ser detectado pela primeira vez», segundo a perspectiva dos cientistas.
Em muitos países - incluíndo o Reino Unido - a diversidade de vírus que foi revelada foi quase a mesma encontrada em todo o mundo, idêntica portanto, o que significa que o vírus entrou no Reino Unido várias vezes de forma independente, e não através de qualquer caso de índice.
De acordo com os especialistas, a equipe de pesquisa desenvolveu um projecto que se traduziu num aplicativo on-line interactivo e de código aberto, para facilitar a que investigadores por todo o globo também pudessem ter acesso a esses genomas de vírus, revendo-os e conferindo-os; além de, futuramente, poderem estabelecer a aplicação dos mesmos em abordagens semelhantes para melhor se compreender a sua evolução.
A Drª Van Dorp afirmou ainda em jeito de conclusão: "Ser capaz de analisar um número tão extraordinário de genomas de vírus nos primeiros meses da Pandemia pode ser inestimável para os esforços no desenvolvimento de drogas, e mostra mesmo até que ponto a investigação ou pesquisa genómica chegou na última década. Estamos todos em prol ou em benefício de um tremendo esforço de centenas de investigadores em todo o mundo que sequenciaram Genomas de Vírus e os disponibilizaram on-line."
Há que registar de forma a elencar todo este esforço, empenho e envolvência dos implicados, de que este referido estudo foi conduzido pelos investigadores das Faculdades de Ciências da Vida e Ciências Médicas da UCL, ao lado de colegas da Cirad e da Université de la Réunion, da Universidade de Oxford e do Imperial College de Londres, tendo sido também apoiado pela Iniciativa NSFC do Newton Fund UK-China e pela Biotechnology e Conselho de Pesquisa em Ciências Biológicas (BBSRC)
Em Final: As Notícias Científicas que nos vão chegando dia-a-dia mostram-nos quão vigorante é ou poderá ser em linha ascendente, as muitas descobertas, as muitas investigações, todas elas fantásticas e assumidamente recheadas de sucesso que os seus intervenientes elegem como a aura de uma nova era: A Era da Ciência.
Seja no domínio da Biomedicina ou na Astrofísica - como relatam as mais recentes descobertas intituladas de «As Moléculas Orgânicas em Meteoritos Marcianos» (que contêm nitrogénio de 4 biliões de anos) ou « Instrumento ESO encontra o Buraco Negro mais próximo da Terra» - a espectacularidade da curiosidade e do saber alcança hoje mil fronteiras galácticas na dimensão do que o Homem quer, sonha e realiza.
Na Área da Medicina Molecular, Microbiologia e no fundo de todas as ciências biomédicas envolvidas, há que acrescentar estarmos a viver presentemente uma profunda revolução de efeitos jamais admitidos pelo que de momento se reproduz e, replica, numa imparável fusão e profusão de conhecimento e desenvolvimento incomensuráveis.
Em relação ao COVID-19 muitos são os estudos mas também as afinidades (ou nem tanto assim) com o que há muito sabemos - e sentimos - da poderosa acção dos anticorpos, da inegável eficácia dos mais recentes antivirais, ou mesmo do crucial papel que a Vitamina D tem ou parece desempenhar nas taxas de mortalidade do novo coronavírus.
E, em que os investigadores disseram agora reconhecer (sobre a Vitamina D), o fortalecimento da Imunidade Inata, evitando as respostas imunológicas hiperactivas. Tudo boas notícias portanto.
Não será hoje nem amanhã que veremos içada a bandeira da vitória sobre o COVID-19. Ainda não. Mas a meta está lá e cada vez mais perto. Por mais disfarçado que esteja, por mais transformado, alterado e modificado que este seja, nós iremos flagrá-lo, nós iremos em busca de toda a sua camuflagem, de toda a sua genómica diversificação, de toda a sua mutante revivificação. Um dia haveremos de desmascará-lo!
Por mais «Perfeito Agente Secreto» que ele se sinta ou se considere ser, um dia todos nós vamos poder vê-lo, em praça pública, despido e desnudo de todas as armações contra nós, humanos.
Um dia vamos poder dizer que o encontrámos, que também nós o espiámos e cerceámos, coarctando-lhe as funções e ambições, pois que nada é eterno ou sem solução, sendo que eternos serão sempre os caminhos que nos levam aos grandes desafios, às grandes batalhas, às grandes descobertas.
Um dia, ele será apenas e tão-só «o mais imperfeito vírus que nada mais de secreto esconde em si»; e nesse dia então ele será o nosso mais inefável refém (ou o nosso desdém), em estudo, análise, compreensão e dissecada composição ou, simplesmente vicissitude, de outros seus familiares que entretanto nos aprisionem também.
Um dia o COVID-19 será apenas uma lembrança, uma má lembrança da qual nada ficou, nem os lamentos nem os sofrimentos pelos quais tanto se passou; um dia...
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