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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

O Interruptor Molecular


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O «Interruptor» Molecular: a última grande e motivadora descoberta feita por cientistas da mui prestigiada Universidade da Califórnia, em Berkeley (EUA), num estudo que foi publicado na revista científica «Cell Metabolism» em 6 de Fevereiro de 2020.

Estudo este que divulga o que os seus autores resolutamente afirmam de ter encontrado uma forma de reverter a Inflamação Crónica - assim como o envelhecimento - através de um regulador molecular (a que apelidaram de «Switch» ou interruptor) na circunstância futura de poder interromper, reverter ou mesmo enganar o processo de envelhecimento, retardando a degeneração e doenças relacionadas com o envelhecimento.

A investigação esteve a cargo de vários autores de seu nome: Ming He, Hou-Hsien Chiang, Hanzhi Luo e Zhifang Zheng (da UC Berkeley, EUA); Qi Qiao, Li Wang e Hao Wu (da Harvard Medical School, em Boston, EUA); Mingdian Tang, Rika Ohkubo e Wei-Chieh Mu (da UC Berkeley, EUA); Shimin Zhao (da Universidade de Fudan,em Xangai, China) e Danica Chen, a digníssima autora-sénior do estudo, também ela pertencente à distinta UC Berkeley, onde a pesquisa foi realizada.

O estudo da revista «Cell Metabolism» ou Metabolismo Celular (em português) tem como título «Um Interruptor de Acetilação do inflamassoma NLRP3 regula a inflamação crónica associada ao envelhecimento e a resistência à Insulina».

Há que registar que estudos anteriormente efectuados por várias equipes de investigação espalhadas pelo globo se têm debruçado sobre como reverter estes processos, e mesmo sobre outras variantes, outras moléculas que, servindo de reguladoras de envelhecimento, contrariam os efeitos de distintas doenças ou patologias como as de Alzheimer e Parkinson, mas também nos casos oncológicos (cancro) e síndromes - em particular na Síndrome de Progeria de Hutchinson-Gilford.

Tanto nos casos diagnosticados de Progeria - uma doença genética rara, caracterizada por um envelhecimento acelerado - como nos de envelhecimento dito normal da fisiologia humana, os cientistas tentam actualizar o que então chamam das suas «mais poderosas ferramentas» (como esta mais recente descoberta do interruptor molecular).

As descobertas irrefutavelmente positivas no contexto não só de um maior conhecimento genético mas de todo um seu desenvolvimento no bem-estar humano, confluem para que se refreiem males (ou minimizem outros) na corrente desses processos de inflamações crónicas e outras doenças associadas ao envelhecimento.

Esta reiteração médica e científica infere também a sequência vital de novos e mais eficazes medicamentos que, testados laboratorialmente, possam no mínimo retardar esse processo em todos nós irreversível de uma velhice certa.

Ser velho não tem de ser obrigatoriamente um fardo pesado, uma pedra tumular que nos mata ainda em vida; apesar disso, existem patologias que muito nos fragilizam. E outras, que nos limitam a qualidade de vida.

Será sem dúvida por tudo isto que os cientistas não dormem e quando o fazem nos dizem: «Estamos alerta. Basta acreditar que existem por aí muitos outros interruptores ainda desconhecidos, os quais, só estão à espera que os descubramos!».

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Síndrome de Progeria ou síndrome de Huntchinson-Gilford. Uma doença genética extremamente rara que acelera o processo de envelhecimento em cerca de 7 vezes em relação à taxa normal. Na mais factual (ou cruel) evidência física, uma criança com 10 anos tem a visual aparência de uma de 70 anos; além da degeneração óbvia associada.

A expectativa média de vida de quem é portador desta terrível síndrome é de apenas de 14 a 16 anos, (sendo que estatisticamente se centra nos 13.4 anos), numa taxa de mortalidade que é provocada geralmente pelo Infarto do Miocárdio (ataque cardíaco), pelo que a comunidade científica não descura em encontrar uma cura, assim como o gene que está ligado a esta doença; genes estes que controlam a estrutura do núcleo das células.

A Síndrome de Progeria/Progéria
Esta síndrome, que também dá pelo nome de síndrome de Huntchinson-Gilford, foi identificada inicialmente por Jonathan Huntchinson em 1886 quando descreveu um caso de um paciente seu que apresentava ausência congénita de tufo capilar (cabelo) na infância. Posteriormente, em 1904,  Hastings Gilford  analisou outro caso com idênticas características. Existem até ao momento cerca de 100 casos registados de portadores desta síndrome.

A Progeria ou Progéria é assim uma síndrome rara de envelhecimento acelerado que se manifesta nos primeiros anos de vida (por volta dos 18 meses) começando a partir daí a desenvolverem-se sinais ou sintomas de envelhecimento precoce, levando consequentemente à Morte Prematura.

Cientificamente, a Progeria é-nos descrita pelos especialistas como sendo causada por uma mutação esporádica do gene LMNA que codifica uma proteína  (lâmina A) que prepara o Sequenciamento Molecular do núcleo da célula. Neste processo, as Proteínas Anómalas levam á instabilidade nuclear da divisão celular e morte precoce das células do corpo.

Em geral, os Sinais e Sintomas surgem até à idade dos dois anos e incluem um evidente Défice de Crescimento (ex: baixa estatura e erupção dentária retardada); Anormalidades Craniofaciais (ex: desproporção craniofacial, micrognatia, nariz adunco, macrocefalia e fontículos grandes, vulgo moleiras grandes); Mudanças Físicas de Envelhecimento (ex: pele seca, calvície, diminuição da amplitude de movimento articular, e pele grossa que se assemelha a esclerodermia).

As Causas que provocam a Morte são: Doença Arterial Coronariana e Cerebrovascular. Foi já referido o caso do Infarto do Miocárdio (que é a necrose de uma parte do músculo cardíaco causada pela falta de irrigação sanguínea ao coração), o qual se regista em muitos destes casos.

A Resistência à Insulina assim como o registo de aparecer Aterosclerose podem também desenvolver-se a um nível extremo. No entanto, outras patologias associadas ao envelhecimento normal (como por ex: artrite degenerativa ou cancro/câncer) não estão presentes.

Existem entretanto outras Síndromes Progeroides raras. São elas: A Síndrome de Werner que estabelece o envelhecimento prematuro após a puberdade (ex: cataratas, diabetes, osteoporose e aterosclerose); A Síndrome de Rothmund-Thomson, no envelhecimento prematuro com maior susceptibilidade a sofrer-se de cancro/câncer.

Há que registar que ambas as síndromes se devem a causas que têm origem nas Mutações Genéticas  que levam a helicases defeituosas RecQ do ADN, que normalmente são as que reparam o ADN/DNA.

(Helicase ou DNA helicase é uma enzima que promove a abertura da hélice de ADN, ou DNA na sigla inglesa, separando-o em duas fitas simples para que possa sofrer replicação)

Outra Síndrome Progeroide Rara: A Síndrome de Cockayne - uma doença autossómica recessiva causada por mutação no gene ERCC8 - que é muito importante como factor de reparação da excisão do ADN (DNA). Os sinais clínicos costumam apresentar um défice grave de crescimento, aparência caquética, retinopatia, hipertensão, insuficiência renal, fotossensibilidade cutânea e deficiência intelectual.

Existe ainda a Síndrome Progeroide Neonatal - síndrome de Wiedemann-Rautenstrauch - que se define como síndrome hereditária recessiva do envelhecimento e causa a morte no espaço temporal de dois anos. De referir também de que existem outras síndromes (ex. síndrome de Down ou Trissomia 21 e a síndrome de Ehlers-Danlos) que, ocasionalmente, possuem características progeroides.

Mesmo actualmente e, com todas as investigações realizadas e anotações averiguadas,  a causa da Síndrome de Progeria não é bem conhecida ainda hoje, embora muitos cientistas admitam que esta possa estar relacionada com a idade média paterna avançada, que pode eventualmente resultar numa Mutação Genética de uma doença autossómica dominante.

No mundo científico existem assim três teóricas identificações sobre a Progeria ou Progéria. São elas: A Teoria da Helicase; A Teoria dos Telómeros e a Teoria dos Genes Mutantes. Cabe agora à Ciência e aos mais digníssimos investigadores nesta área de procurarem uma resposta que cabalmente preencha esta lacuna médica que dá pelo nome de Síndrome de Hutchinson-Gilford.

Em Portugal, o Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra (UC), liderada por Cláudia Cavadas, tem vindo a estudar (com maior profundidade desde 2015), o estudo e investigação sobre a Síndrome da Progeria, esta ainda rara e incurável doença que provoca o envelhecimento precoce em crianças.

O grupo então financiado por duas instituições internacionais, propôs-se a investigar o potencial do Neuropeptídeo Y (NPY) - uma molécula que estimula uma «espécie» de reciclagem de partes envelhecidas das células, denominada de Autofagia.

(De registo: o apoio que a Fundação «The Progeria Research Foundation» averbou, assim como a organização Carly Cares, que financiaram durante dois anos a investigação do CNC)

Apoiada então sobre estudos realizados anteriormente (utilizando ratinhos), a equipe do CNC considerou já na altura esta molécula poder ser um perfeito «Regulador de Envelhecimento», contrariando de certa forma os efeitos desta tão terrível e fatal doença que todos os anos e, por todo o planeta, vitimiza crianças que morrem precocemente.

"Contrariar o Envelhecimento Acelerado nestas crianças e, quem sabe, atrasar o envelhecimento natural de todos nós...", foi o que admitiu na época a doutora Cláudia Cavadas, reforçando o benefício (ou vantagem) do financiamento concedido a esta causa e a toda a sua equipe envolvida na investigação. "Para que, no futuro, isso possa auxiliar ou vir a ser um meio poderoso na descoberta de uma estratégia terapêutica", sublinhou.

Um Grande Aplauso então para a Drª Cavadas da Universidade de Coimbra, em Portugal, assim como para todos aqueles que noutras áreas e noutros ramos se esforçam por encontrar soluções - ou melhores caminhos de maior acessibilidade e viabilidade - para se regular não só o envelhecimento mas todo o padecimento havido com quem é portador desta e outras doenças similares.

 Algo que os cientistas da Universidade da Califórnia, em Berkeley, também não esqueceram certamente! É disso que temos de falar agora.

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Retardar o Envelhecimento: a quimera que todos desejamos, se bem que com maior qualidade de vida e com melhores condições físicas, motoras e não só. A nível cognitivo também não queremos marcar passo, ou seja, sentirmos que, a nível neurológico, as coisas também já não funcionam bem, pelo que que tudo se enevoa, confunde ou limita, sem que nada possamos fazer para travar tal desmesura que vem com a idade, dizemos.

Assim sendo, «Enganar» o processo de envelhecimento ou a forma como encaramos o avançar da idade, é algo que nos sugere também o estarmos atentos, activos e não debilitados ou doentes, sendo que o trabalho dos cientistas é cimeiro nestes casos, levando a que haja de facto um grande empenho em retardar e, se possível, fazer andar para trás um relógio que nem sempre pára segundo os nossos desígnios ou critérios pessoais.

O «Interruptor» Molecular
Retardar o Envelhecimento. Ou mais exactamente o poder-se regular esse processo irreversível de degeneração a todos os níveis. Descobrir causas e encontrar soluções faz parte do que hoje os cientistas admitem ser um dos maiores desafios da ciência médica.

Neste caso, interromper ou até mesmo reverter muitas condicionantes relacionadas à idade, levou a que investigadores da Universidade da Universidade da Califórnia, em Berkeley (University of California, Berkeley, EUA), tivessem identificado agora um «interruptor» molecular que controla o mecanismo imunológico responsável pela inflamação crónica física.

De acordo com os investigadores e cientistas desta Universidade da Califórnia «Esta descoberta pode levar a novas formas/maneiras de interromper - ou até reverter - muitas condições relacionadas à idade, desde a doença de Alzheimer e Parkinson até a diabetes e ao cancro».

Inferindo-se que - A Inflamação Crónica - ocorre quando a velhice, o stress ou as toxinas ambientais mantêm o sistema imunológico sobrecarregado ou em excesso (o que desta forma contribui para uma variedade de doenças devastadoras), sinalizando-se assim os sintomas normais do envelhecimento, os cientistas procuraram então uma resposta que pudesse controlar o mecanismo imunológico responsável pela inflamação crónica no corpo. E descobriram-no!

" O meu laboratório está muito interessado em entender a reversibilidade do envelhecimento. No passado, mostrámos que as células-tronco envelhecidas podem ser rejuvenescidas. Agora perguntamos: Até que ponto o envelhecimento pode ser revertido?... E estamos a fazer isso observando as condições fisiológicas, como a inflamação e a resistência à insulina, que foram associadas com degeneração e doenças relacionadas ao envelhecimento."

         (As afirmações são da responsabilidade da autora-sénior Danica Chen, professora associada de Biologia Metabólica e Ciências Nutricionais e Toxicologia da UC Berkeley, EUA)

No estudo que foi publicado na «Cell Metabolism» de 6 de Fevereiro de 2020, a investigação exibe-se exímia e nitidamente reportada, pelo que a cientista Chen e a sua equipe revelam então sobre:

«Uma colecção volumosa de proteínas imunes denominada «Inflamassoma NLRP3» - responsável assim por detectar possíveis ameaças ao corpo e iniciar uma resposta à inflamação - e que pode ser essencialmente desactivada, removendo-se um pouco da matéria molecular num processo chamado Desacetilação».

A Super-activação do Inflamassoma NLRP3 tem sido associada a uma variedade de condições crónicas, incluindo a Esclerose Múltipla, o Cancro/Câncer, Diabetes e Demência.

Os Resultados da Professora Chen sugerem então que, os medicamentos direccionados à desacetilação ou desactivação desse inflamassoma NLRP3, podem efectivamente ajudar a prevenir ou tratar essas condições e, possivelmente, a degeneração relacionada à idade em geral.

"Essa acetilação pode servir como um interruptor. Então, quando é acetilado, esse inflamassoma está activado. Quando é desacetilado, o inflamassoma está desactivado." (Explica a Drª Chen)

(Acetilação ou etanoilação: descreve uma reacção que introduz um grupo funcional acetila num composto orgânico; Desacetilação ou deacetilação: é a remoção do grupo acetila)

Segundo nos revelam os investigadores, ao estudar camundongos (ratinhos) e células imunológicas chamadas macrófagos, a equipe descobriu que, uma proteína chamada SIRT2, é assim responsável pela desacetilação do inflamassoma NLRP3.

Os ratos que foram criados com uma mutação genética que os impediu de produzir SIRT2, mostraram mais sinais de inflamação na idade madura de 2 anos do que os seus colegas normais. Esses ratinhos ou camundongos também exibiram uma maior resistência à Insulina - uma condição associada ao diabetes tipo 2 e à Síndrome Metabólica.

A equipe também estudou camundongos mais velhos, cujos sistemas imunológicos haviam sido destruídos por radiação e depois reconstituídos com células-tronco sanguíneas que produziam a versão desacetilada - ou acetilada do inflamassoma NLRP3.

Aqueles que receberam a versão Desacetilada ou «desactivada» do inflamassoma melhoraram a resistência à Insulina após 6 semanas, indicando assim que desligar esse mecanismo imunológico pode realmente reverter o curso da doença metabólica.

"Acho que esse achado tem implicações muito importantes no tratamento de Grandes Doenças Crónicas Humanas. Também é uma pergunta oportuna, porque no ano passado, muitos ensaios promissores da doença de Alzheimer terminaram em fracasso. Uma possível explicação é que o tratamento começa muito tarde e chegou ao ponto de não-retorno. Então, acho que é mais urgente do que nunca para entender a reversibilidade das condições relacionadas ao envelhecimento, e usar esse conhecimento para ajudar no desenvolvimento de medicamentos para doenças relacionadas ao envelhecimento."

           (O explicativo e concludente resumo da Drª Danica Chen, autora-sénior do estudo)

De acordo com os dados revelados e reportados na Science Daily de 6 de Fevereiro de 2020: Esta criteriosa investigação foi apoiada em parte pelos Institutos Nacionais de Saúde, pelo Instituto Nacional de Alimentação e Agricultura; o Fundo France-Berkeley; uma bolsa Glenn-AFAR; a Drª James SY Soong Fellowship; a Bolsa de Estudos do Governo para Estudo no Exterior (GSSA) de Taiwan; a bolsa de estudos da ITO Foundation e a bolsa de estudos Honjo International.

Na impressionabilidade de tudo o que já foi dito e aqui ficou explícito na descoberta de todos estes «interruptores» moleculares ou veículos biológicos que trazem luz à já magnificente entrega de todos estes cientistas, o meu mais sincero «Obrigado», pois que nunca é demais dizê-lo ou afirmá-lo intemporalmente em benefício de quem tanto nos dá.

Daí que tenha somente para aqui deixar o meu apreço e o meu mais humilde agradecimento, não só pelo retardar do envelhecimento de todos nós mas, acima de tudo, pelo feliz encontro entre a eficácia, segurança e desenvolvimento desses novos medicamentos.

Medicamentos esses que, se nos não trouxerem a cura, pelo menos nos darão o amortecimento de tantas e tantas dores - as do corpo e da alma - de inflamações crónicas e padecimentos de uma vida inteira. Bem-hajam por cuidar de nós. E por não desistirem nunca de encontrar um outro mais «interruptor» que, à luz do conhecimento, nos dará mais longa e saudável vida. Bem-hajam todos vós!!!

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