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quinta-feira, 16 de maio de 2019

O Cerco à Parkinson

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Doença de Parkinson: os avanços e as conquistas que do mundo médico nos surgem no permanente combate a esta perturbação degenerativa crónica do sistema nervoso central. Os sintomas são inconfundíveis e o incómodo instalado evidente; de pacientes e médicos.

De acordo com os especialistas, não só em relação à doença de Parkinson mas no englobar de todas as doenças degenerativas, em 2030 estas doenças afectarão cerca de 100 milhões de pessoas. De que se estará à espera quando já não houver tempo de espera?!...

                                                         Uma Doença Perturbadora

"Não detenho os movimentos, os espasmos musculares que involuntariamente me arrepelam o corpo e o andamento. Não consigo mover-me; não facilmente. Dói-me tudo, até o respirar. Curvo-me perante uma vida que foi ágil e activa e agora me faz ver apenas as pedras da calçada ou as do soalho aqui de casa que já conheço de antemão, que já memorizei, mesmo de quando de tudo o resto me esqueci. Tremo e nada seguro em mim, nem a sensação de estar vivo, nem a emoção de ser feliz do que já fui e não fui, pois mais nada sei sobre esta névoa de confusão e destruição em que me assisto. Estou velho e sem utilidade. Sou um desperdício para a sociedade... que sociedade?... Sou o que já não sou e isso enfurece-me, faz-me perder as estribeiras. E o sono. E tudo o mais. Estou preso nas teias de uma doença que nem sei dizer o nome, que nem sei de onde vem, mas que me prende e mata lentamente, tão lentamente quanto as passadas que já não faço ou os sonhos que já não comando em mim e sobre mim... Quem me acode nesta dor....? Quem quer saber de mim???"


A Doença de Parkinson
Não é fácil. Ser paciente e ser o médico assistente destes casos. São mais normais do que se pensa e menos frívolos do que se sente. São o que são.

E, na impotência de uma cura ou de uma salvação, apenas a palavra clínica de conforto e segurança (por vezes nem sempre fácil ou real) de quem sabe ou sente saber de que apenas se lhes dá um paliativo - não só para as dores - mas para a continuação da vida, da sua vida que já foi próspera e altiva, bela e premissa, tão distante da que agora reproduz numa sociedade que por vezes lhe diz ter-se de si esquecido.

Em termos médico-científicos a doença de Parkinson é caracterizada clinicamente pela combinação de três sinais clássicos : Tremor de repouso, Bradicinesia (o sintoma mais importante a ser observado) e Rigidez. Mas também Acinesia, Micrografia e expressões faciais designadas como «máscara», instabilidade postural, alterações na marcha e postura encurvada para a frente.

(Os sintomas começam normalmente nas extremidades superiores, sendo normalmente unilaterais devido à assimetria da degeneração inicial no cérebro).

A Rigidez e Lentidão dos Movimentos, a perturbação cognitiva latente e toda uma confusão registada, fazem dos portadores desta doença, por vezes, os grandes reféns de um mundo que não compreendem.

A Depressão manifesta-se e a ansiedade torna-se uma constante. Está aberta assim uma espécie de «porta do Inferno», ou aquele estranho e mui tenebroso caminho para a mais profunda dor que se não vê mas sente - a da intolerância de todas as coisas perdidas...

Ocorrendo em geral sob a faixa etária dos mais idosos - em pessoas com idade superior a 60 anos, das quais cerca de 1% é afectada (sendo mais comum entre os homens do que em mulheres) - esta doença tem suscitado muitas campanhas de consciencialização numa atitude mais determinada sobre o que envolve ou não esta doença.

Atitude essa que, a nível planetário, se tenta fomentar e elucidar em dignidade mas também em maior conhecimento tal como sucede naquele que é «O Dia Mundial da Doença de Parkinson», realizado a 11 de Abril de cada ano na data de aniversário de James Parkinson - o médico britânico que publicou a primeira descrição detalhada sobre a doença, em 1817, de seu título «An Essay on the Shaking Palsy»

Numa cada vez mais ascendente estatística que nos remete para os 6 a 7 milhões de pessoas por todo o globo com esta doença (e que afecta também cerca de 18 mil portugueses), sendo que a taxa de morbidade/mortalidade também não dá mostras de estancar (rondando as quase 200 mil mortes em todo o mundo), há que fazer o «cerco».

Ou, na melhor das hipóteses, tentar travar a progressão da doença por parte da comunidade médico-científica numa incessante luta contra o tempo; tempo esse que por vezes escasseia por quem se vê tão limitado e debilitado por tão cruel e não-entendível doença...

Tal como no caso de outras idênticas doenças neurodegenerativas, a Parkinson revela-se de forma acintosamente incapacitante nos pacientes - respeitantes à motricidade humana (no conjunto de faculdades psicofísicas associadas à capacidade de executar movimentos de precisão) e ao poder cognitivo na ocorrência de problemas de raciocínio e comportamentais; e que, em estados avançados da doença, se reconhece frequentemente estar-se na presença de demência.

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Exames neuro-imagiológicos que servem para detectar e até identificar com maior precisão outras doenças, outros diagnósticos do foro neurológico. Em relação à doença de Parkinson, esta reporta-se como idiopática (doença primária de causa obscura).

Segundo os especialistas, existe Degeneração e Morte Celular dos neurónios produtores de Dopamina. A evolução da doença de Parkinson apresenta-se sob a forma de várias ou diferentes intensidades para cada paciente, seguindo alguns padrões de progressão que vai permitir assim avaliar os seus principais estádios.

A Escala de Hoehn e Lahr (baseada principalmente nos sintomas motores da doença) uniformiza o Exame Neurológico com critérios objectivos, dividindo a evolução dos sintomas em cinco estádios da doença de Parkinson. Em relação aos sintomas cognitivos, é utilizada a Escala Unificada de Avaliação de Doença de Parkinson («Unified Parkinson`s Disease Rating Scale»).

O Mal de Parkinson
É assim chamado aquando ocorre a morte de certos neurónios ou estes perdem a sua normal e activa capacidade, pelo que a comunidade médica estabelece de que o indivíduo portador de Parkinson sofrerá eventualmente e em escala gradual, a perda do equilíbrio e deglutição, assim como uma maior dificuldade em caminhar (devido à rigidez dos músculos) e aos tremores sentidos (movimentos involuntários) numa tremenda impotência e igual incapacidade de os controlar.

Desconhecendo-se ainda actualmente a exacta causa que leva à doença de Parkinson, os investigadores acreditam que ela possa estar envolvida ou relacionada por factores genéticos e ambientais.

Em relação aos genéticos, devido aos antecedentes familiares; em relação aos ambientais, por sequência e consequência na utilização de pesticidas/agrotóxicos que irão determinar nessas pessoas lesões ou danos por vezes irreparáveis.

Os sintomas a nível motor resultam de morte de células na Substância Negra (uma região do mesencéfalo que consiste numa porção heterogénea do mesencéfalo responsável pela produção de dopamina no cérebro).

Ainda que subsistam muitas dúvidas no foro científico sobre as verdadeiras causas desta morte celular, reconhecem contudo que haja o envolvimento da acumulação de proteínas nos corpos de Lewi nos neurónios.

Sabe-se que, a Doença de Parkinson, é uma enfermidade que está associada a uma degeneração na Substância Negra do Cérebro - como aqui foi já referido - mas que eventualmente pode ter a sua origem no Intestino.

Muitos pacientes de Parkinson apresentando queixas gastrointestinais, assim como sintomas associados, levaram a que os investigadores/cientistas sugerissem - e posteriormente efectuassem - alguns ensaios clínicos no sentido de se conhecer essa perturbação e influência sobre a doença de Parkinson.

Algo que foi investigado e desde logo denominado como «hipótese Braak» por vários especialistas (inclusive investigadores da Universidade de Lund, na Suécia), que afirmam agora (desde há alguns anos) possuírem provas concretas disso mesmo, dessa interligação, de que a doença é mesmo capaz de migrar do Intestino para o Cérebro; ou o que determina a «hipótese Braak» - o processo que leva à Doença de Parkinson que começa no trato digestivo e na área do cérebro responsável pelo processo olfactivo.

Não existe cura para a doença de Parkinson; no entanto, são muitos os esforços para se chegar a uma terapêutica mais eficaz e se possível mais segura - ou mesmo sem factuais sintomas sobre efeitos secundários indesejados.

Um longo caminho que se tem de percorrer, admite-se, sendo que muito desse caminho está a ser glorificadamente pontuado por muitos êxitos, o que se parabeniza desde já!

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(Janeiro de 2017): Intervenção Cirúrgica na doença de Parkinson do Hospital Neurológico/Hospital de Especialidades do Instituto de Neurologia de Goiânia, no Brasil.
(Nesta imagem está representada toda a equipa do Hospital Neurológico de Goiânia, no Brasil, liderada pelo doutor Osvaldo Vilela, sendo composta pelos doutores Romulo Marques, Vladimir Zaccariotti e Marcos Alexandre Alves)

Aqui bem visível, o empenho e a complementação cirúrgicas com que esta prestigiada equipa de neurocirurgiões brasileiros se dedicou numa cirurgia de Implante de Eléctrodo Cerebral profundo, na rigorosa explicação do procedimento/intervenção clínica do «Globo pálido interno bilateral para doença de Parkinson» com predomínio rígido-acinético com discinesia incapacitante.

Diagnóstico: Em princípio, o diagnóstico é feito principalmente pela clínica ou estabelecimento hospitalar em testes musculares e de reflexos. (Normalmente não há alterações na Tomografia Computorizada Cerebral realizada; Electroencefalograma, ou mesmo na composição do Líquido Cefalorraquidiano, sendo todos eles feitos no fundo para se descartar outras causas).Técnicas da Medicina Nuclear têm por base avaliar o metabolismo dos neurónios dos Núcleos Basais.

Parkinson em Portugal
A Realidade Portuguesa que se estima em cerca de 18 mil pessoas portadoras desta doença de Parkinson, alude a que haja uma entrega total na investida laboratorial no combate à mesma. Daí que estes últimos tempos nos sejam de novidade e algum esclarecimento sobre o que nesta área se tem feito. (Em Março de 2019 veio a público de que um Novo Fármaco poderá tratar doenças motoras assim como a doença de Parkinson).

É sabido de que o Tratamento Fisioterapêutico actua em todas as fases do Parkinson para melhorar as forças musculares, coordenação motora e equilíbrio. Tudo o que se pode fazer é amortizar a dor e estimular o que está deficitário (em particular nos pacientes acamados que geralmente sofrem ou estão mais sujeitos a graves infecções respiratórias, havendo a necessidade de uma maior ou mais actuante fisioterapia na manutenção da higiene brônquica).

Não existindo actualmente um tratamento para a perda das células cerebrais que trave a Progressão da Doença - esta inflamação crónica que faz com que os microgliócitos (as células imunitárias do cérebro) libertem metabolitos que por sua vez danificam os neurónios causando a morte dos mesmos - esta infira a dificuldade que é para a comunidade médica lidar com tão pungente inimigo.

Os Distúrbios Cognitivos, transtornos de humor e ansiedade, além a depressão nervosa que se verifica nestes casos e que causam geralmente graves prejuízos na qualidade de vida do paciente, originaram desde sempre na comunidade médica a necessidade urgente de uma maior intervenção.

Inicialmente a terapêutica circunscrevia-se aos modulares medicamentos psiquiátricos chamados de anti-depressivos - as fluoxetinas, que por vezes até podem agravar os sintomas do paciente - mas pontualmente e depois mais em abrangência, foi-se instaurando como opção de maior funcionalidade e eficácia, a Estimulação Magnética Transcraniana (outra opção ainda é a intervenção chamada Electroconvulsoterapia).

(Em nota de registo: Para apoio psicológico ao portador de Parkinson no Brasil: Associação Brasil Parkinson (ABRAZ); Em Portugal: Associação Portuguesa de Doentes de Parkinson)

Surgido o interesse e estimulados os estudos nesta área, uma equipa de investigadores na Alemanha conseguiu então através de uma substância que actua sobre os neurónios e sobre os microgliócitos, numa experiência realizada com ratos, aliviar as doenças motoras destes.

Caso esta nova abordagem se revele bem sucedida em ensaios posteriores, poderá passar para a fase dos ensaios clínicos.

Anja Schneider, a principal investigadora deste estudo realizado em uníssono por uma equipa de investigadores do Centro Alemão para as Doenças Degenerativas (e do Centro Médico Universitário de Goettingen, na Alemanha) proferiu em relação ao agora novo fármaco de nome «Emapunil»:

"Este composto consegue penetrar nos microgliócitos e, ligar, um interruptor molecular que atenua a reacção inflamatória. O fármaco já foi testado em humanos como possível cura para os distúrbios de ansiedade.

De registar que o fármaco Emapunil conseguiu assim aliviar os sintomas dos ratinhos com problemas de mobilidade causados por Morte Neuronal na denominada Substância Negra (aquela já mencionada área cerebral também afectada nos doentes com Parkinson).

"Os animais que receberam o fármaco ficaram com um melhor controlo da sua locomoção, em comparação com os animais não tratados do grupo de controle." (Afirmação do co-autor do estudo, o investigador português Tiago Outeiro.

O Professor Português Tiago Outeiro em trabalho e investigação na Alemanha, revelou-nos também do que a sua equipa em solo germânico descobriu «Que o composto actua directamente sobre os neurónios, reduzindo a chamada resposta às proteínas mal enoveladas que afecta directamente os neurónios, a qual pode causar morte celular», acrescentou em jeito de explicação.

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Travar a Progressão da Doença de Parkinson
«Para já, os primeiros resultados são muito promissores»: Quem o afirma é Tiago Outeiro, o investigador e professor português na Alemanha, mais exactamente o líder de um grupo de investigação na Universidade de Medicina de Goettingen, na Alemanha, para quem esta ultima experiência é um dado efectivo de grande sucesso!

Segundo nos conta o professor português Tiago Outeiro: "Sabe-se que uma característica da doença (Parkinson) é a acumulação de aglomerados proteicos no cérebro dos doentes, pelo que até agora se não tinha informação de como os remover. Nesse sentido, têm existido várias estratégias para interferir com este processo. Como, por exemplo, utilizar anticorpos; ou seja, usar o sistema imunitário para tentar remover estes aglomerados proteicos que nós pensamos que são nocivos para os doentes."

De acordo com Tiago Outeiro há mais a realçar numa outra estratégia que está a ser seguida igualmente pelos investigadores: "

"Há que reduzir a produção destas proteínas que depois formam os aglomerados. O que nós fazemos é interferir com a maquinaria celular onde estas proteínas são produzidas para tentar reduzir esta acumulação de lixo proteico que forma então os aglomerados. E isto está a ser testado através de «estratégias moleculares». Como reduzir os níveis da produção da proteína  ou, por outro lado, aumentar a taxa de remoção da proteína, activando certas vias celulares, que podem então ter este papel."

Este distinto professor português enaltece que, no fundo, são duas linhas de investigação que estão a ser elaboradas pelo mesmo grupo liderado por si na Alemanha «cujo objectivo é interferir com os aglomerados proteicos no sentido de reduzir  a sua acumulação e a sua toxicidade no cérebro».

Tiago Outeiro dirige este estudo na Alemanha, que engloba outros grupos de investigação em vários países, sendo que Portugal participa através do CEDOC - Centro de Estudos de Doenças Crónicas da Nova Medical School.

Em Portugal ainda não há ensaios clínicos, esclarece o professor ao DN em Março de 2019, apesar dele já ter integrado e ter sido um dos investigadores do Instituto de Medicina Molecular da Faculdade de Medicina de Lisboa, em Portugal.

Contudo, na Alemanha, na Dinamarca e também no Reino Unido (Inglaterra) estão já a decorrer ensaios clínicos. O professor explica: "Nestes países, há doentes que estão a participar nestes estudos, não directamente na doença de Parkinson, porque isso ainda está em fase laboratorial, mas com a mesma ideia noutras doenças, como a de Huntington, em que se acumulam proteínas no cérebro. O objectivo é tentar ver se se consegue obter efeitos pretendidos."

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Estimulação Eléctrica: os avanços, os estudos, as descobertas e finalmente a confiança de quem se entrega à sua equipa médica para que lhe sejam devolvidos os movimentos ou a agilidade perdida.

Em Abril de 2019 o mundo ficou a saber (após o que foi divulgado e processado anteriormente sobre esta matéria em 2017), sobre um novo tratamento que tem ajudado vários pacientes a recuperar as suas capacidades motoras através da Estimulação da Medula Espinhal.

(Parabéns desde já aos investigadores, cientistas e médicos, mas também aos seus pacientes. A esperança está renovada assim para os pacientes de Parkinson!)

Novos Tratamentos/Novas Terapêuticas
Um estudo apresentado no 21º Congresso Internacional da Doença de Parkinson e dos Distúrbios do Movimento, em 2017, sugeria que a Estimulação Eléctrica da Medula Espinhal poderia aumentar significativamente a possibilidade dos pacientes realizarem actividades diárias, ao mesmo tempo que se verificava uma diminuição dos episódios de congelamento da marcha.

Foi desenvolvido então ( e a partir daí) um tratamento-piloto por uma equipa de cientistas da Universidade de Western, em Ontário, no Canadá, tendo por objectivo e finalidade devolver a capacidade de movimentos a alguns pacientes que foram diagnosticados com Doença de Parkinson Crónica. Pelos vistos foi um sucesso, algo que foi igualmente noticiado (em 22 de Abril de 2019) com grande enfoque pela BBC.

"Os resultados do método nos pacientes vão além dos seus sonhos mais loucos" (A entusiasmada afirmação à BBC de Mandar Jog, o director da Fundação Nacional para o Parkinson no Centro de Ciências da Saúde de London, em Ontário, mas também como docente da Universidade de Western nessa mesma cidade do Canadá)

Ainda acrescentaria, efusivo que estava sobre este efectivo grande sucesso: " A maior parte dos nossos doentes tem a doença há 15 anos, e nunca caminhou com confiança. A evolução de estarem presos em casa e de apresentarem um grande risco de quedas até conseguirem viajar ou ir até ao shopping, é de facto notável!"

Mandar Jog acredita convictamente de que, a Doença de Parkinson, reduz os sinais que voltam ao cérebro quando a actividade está concluída, quebrando assim o ciclo de instruções e fazendo com que o paciente não consiga andar. O implante desenvolvido agora por esta sua equipa de investigadores amplia de facto esse sinal, permitindo assim que o paciente ande normalmente.

"Esta é uma terapia de reabilitação completamente diferente. Nós achávamos que os problemas de movimento ocorreriam em pacientes com Parkinson porque, os sinais do cérebro para as pernas não estavam a ser transmitidos; mas parece que são os sinais que deviam voltar para o cérebro que estão degradados." (A explicação de Mandar Jog)

De acordo com a Agência Noticiosa Reuters, o que a equipa concluiu então foi de que, depois de alguns meses de tratamento, é que, antes dos pacientes receberem os Estímulos Eléctricos, as áreas que controlavam o movimento não funcionavam adequadamente, mas depois de alguns meses essas áreas pareciam efectivamente restauradas.

"Todos melhoraram em diferentes níveis, mas a mudança ocorreu de forma imediata no laboratório." (O remate final em visível felicidade nas palavras de Mandar Jog)

Segundo a Reuters divulga ainda, e sobre esta mesma data, uma reputada Equipa de Cientistas Japoneses «reprogramaram» células estaminais para tratar a doença de Parkinson.

Afirmaram então à Imprensa Mundial (agência Reuters) ir iniciar os ensaios clínicos no mês seguinte (em Maio), transplantando Células Estaminais que foram «reprogramadas» para o cérebro dos pacientes, à procura de um avanço no tratamento deste problema neurodegenerativo.

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Doenças Neurodegenerativas: As doenças da solidão e da pouca compaixão que muitos relegam para segundo plano ou para plano nenhum, mesmo de quando estas doenças acercam os familiares ou parentes mais chegados. É preciso dar a mão, dar carinho; se possível dar todo o amor contido até aí, para que estes pacientes sintam de que não estão sós.

Por vezes, um simples afecto, uma simples carícia ou simplesmente uma só presença em sorriso e benemerência podem mudar o mundo; pelo menos aquele tão conturbado e obscurecido mundo de pacientes com Parkinson...

Mais Investigação ou mais afecto...?
Ambas são necessárias; ambas estão interligadas. E mesmo que o não compreendamos na totalidade, pelo que alguns cientistas são acusados de possuírem um altruísmo recatado e muitas vezes lacrado à divulgação pública e ao afecto directo que não comungam com quem sofre destas doenças degenerativas, eles têm um só pensamento: Encontrar uma cura!

Ou, não raras vezes, aliviar os males do mundo através da sua incessante investigação ou pesquisa no melhor tratamento, na melhor terapêutica encontrada. A cura é sempre a meta em conclusão que nunca precipitação sob escrutinados ensaios clínicos e, uma incansável demanda heróica de, finalmente, se ter dado luta a tantas destas terríveis patologias que enfermam e supostamente infernizam os pacientes.

Devemos-lhes muito. Tudo ou quase tudo. Passam horas, semanas, dias, anos e séculos também na perseguição da análise e da conclusão (farmacológica e laboratorial) para nos darem respostas.

Nem sempre é fácil, nem sempre é compreendido ou aceite por todos os desafios e as investidas com que se debatem; sobre vidas anuladas ou mesmo códigos de ética adulterados que por vezes se legitimam ou legalizam sem grande critério. Será injusto colocar tudo no mesmo saco...

Daí que haja afecto e empenho, nas palavras e nos actos. Mas também os temores ou receios de ver disseminadas ainda mais estas doenças degenerativas.

Tal como acrescenta o professor Tiago Outeiro - proferindo em quase temida profecia em Março deste ano à comunicação social portuguesa sobre o seu estudo na Alemanha mas também sobre as idênticas preocupações da comunidade médico-científica sobre a afectação nas pessoas e nos próximos anos das doenças degenerativas - «É muito provável que em 2030 estas doenças afectem mais de 100 milhões de pessoas!...»

Afere aliás, de que os cientistas ainda hoje desconhecem a maioria das causas destas doenças, o que explica a complexidade destes investigadores. O mundo neurológico ainda é um extenso ou enorme quebra-cabeças, que, mesmo definidas por vezes as causas, nem sempre se fazem revelar em exponencial êxito sobre as mesmas; no entanto, é nesse sentido que se trabalha, admitem todos eles acredita-se.

Um «Cerco» à Parkinson é o que se institui; desde sempre. Desde que o ser humano teve a percepção de que não poderia continuar sem ver sanadas ou minimamente debeladas as anomalias, deficiências ou limitações de que padece - ou assim se viu - ao longo dos séculos.

A doença não pode ser - nem deve ser nunca! - um motivo para se parar, para se não estudar ou ir mais longe, mais ambiciosamente à frente nas intenções e averiguações laboratoriais, pois só assim haverá sucesso e dignidade em quem pesquisa e, em quem, urgentemente, apela a que se encontre uma cura, uma terapêutica mais coordenada e se possível mais saudável.

O verdadeiro «Cerco à Doença» só se fará, seja ela a de Parkinson ou outra, quando todos soubermos e sentirmos (em nossas almas padecidas) que um dia também ela nos poderá bater à porta sem ser convidada... sem ser sequer mencionada, geneticamente e não só...

Temos todos o dever de a combater, se não pela arte do bisturi e do tubo de ensaio, que o seja pela palavra dada, pela mão que agarra e pelo amor que se entrega.

Aí, venceremos a doença, a enfermidade, a patologia apresentada, pois que a cura não é mais do que um cerco à doença tal planeamento ou ordenamento militar de uma guerra que se ganha sem ter havido sequer uma perdida batalha! Somos todos soldados da paz contra a doença. E só isso importa!

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