Há almas eternas, outras imortais e talvez até mesmo outras confortavelmente emanentes sobre o Universo; cabe-nos a nós descobrir quais as que nós somos, por outras que andam por aí...
Translate
sábado, 30 de março de 2019
quinta-feira, 28 de março de 2019
Morte Encefálica
Morte Encefálica/ME (morte cerebral/Brain Death): o fisiopatológico conhecimento actual que determina, fiscaliza e certifica em termos clínicos, a Morte. Somente determinada aquando ocorre a irremediável lesão do Encéfalo - na representação de um estado clínico irreversível, em que as funções cerebrais (telencéfalo e diencéfalo) e do tronco encefálico estão indefectivelmente comprometidas - é então declarada a Morte Encefálica.
"A Morte, essa que todos havemos de viver um dia, a que fere os nossos próximos ou os nossos amigos, talvez seja o que nos leva a não nos contentarmos em viver à superfície das coisas e dos seres, o que nos move a penetrar na sua intimidade e na sua profundeza."
(M. Hennezel - «Diálogo com a Morte», 1997)
Vivemos numa sociedade intensamente necrófoba, alicerçada e rodeada por todas as acumulações materiais - e por vezes ficcionais - de títulos e honras, medalhas e préstimos sem préstimo algum se encarados pela morte. E que não raras vezes se juntam numa inorgânica profusão em asséptica mistura que nos gera também alguma confusão de não sermos «nada» - ou não levarmos nada connosco - quando o poder da morte se nos abeira e arranca aos tropeções os folguedos da vida.
Não somos imortais. Não fisicamente. E isso aflige-nos, se endossarmos a certeza de sermos belos, perfeitos e incólumes em toda essa performance biológica e anatómica digna de deuses. Mas nem sempre é assim. Há quem se sinta feliz e condignamente ressuscitado em resplandecência e alguma luminescência se, de acordo com a lei da reencarnação, tudo voltar à vida sobre um outro corpo, uma outra vida e uma «mesma alma».
Em termos filosóficos tudo isto pode ser questionável; em termos religiosos também. Fica-nos então o que a Medicina descodifica - e identifica - com os seus códigos deontológicos e aparatos técnico-científicos de se considerar um indivíduo morto ou não.
O contexto institucional da Morte nas sociedades modernas é tão mórbido quanto o acto de morrer. Só ou acompanhado, a morte não distingue a sofisticação ou a depauperação do leito e da classe, a sabedoria da ignorância, o génio do insano, o feio do bonito, o exemplar ou cristão do profano.
A Morte é sombria. E fria. Lúgubre e pérfida e, tal como proferiu um dia António de Lobo Antunes, o psiquiatra e escritor português de grande relevo: "A Morte é uma Puta!"
Morte Encefálica (cintolografia/cintigrafia/gamagrafia): o actual e eficaz método de diagnóstico por imagem da Medicina Nuclear. Estes exames de imagem têm por objectivo a identificação dos vários diagnósticos sugeridos, tais como: tumores, metástases ou mesmo a progressão da doença inserida no paciente. A tecnologia envolvida e, desenvolvida por este meio, veio conquistar assim um campo maior sobre a certeza do diagnóstico requerido, compondo um rastreio que se impõe mais rigoroso.
Interditar a Morte: o impossível!
Sendo um dos mais antigos mistérios da Humanidade - a Morte - é-nos dada a conhecer como uma fase terminal de todos os nossos sinais vitais em anunciada meta da qual ninguém pode fugir ou escapar. Daí que embora algo desconfortáveis, tenhamos todos a conformável acessibilidade a aceitá-la (ou talvez e apenas a tentar compreendê-la), se envolta na subjectividade racional e científica e não, em carência ou emocional inflexibilidade, rejeitá-la taxativamente como se tal fosse possível.
Em termos clínicos, os investigadores e especialistas aferem de que a Morte Encefálica é hoje uma clara evidência desse estado, na irreversível e irremediável constatação da lesão central nervosa que efectiva a Morte legal, clínica e/ou social.
Para definir a morte são necessários três pré-requisitos: Estado de Coma (com causa conhecida e irreversível); Ausência de Hipotermia; Hipotensão ou distúrbio metabólico grave; Exclusão de Intoxicação Exógena ou efeitos de medicamentos psicotrópicos.
A Morte Encefálica baseia-se na concomitante presença do estado comatoso sem resposta ao estímulo externo, segundo referem os médicos. Mas também na inexistência de Reflexos do Tronco Encefálico e Apneia.
O Diagnóstico é assim composto e estabelecido por dois exames clínicos, com um intervalo de no mínimo 6 horas entre eles (por protocolo hospitalar com a referência de serem realizados por profissionais diferentes e não vinculados à equipa de transplantes). Os médicos neurologistas têm a última palavra na sequência e após os exames realizados e de todos os protocolos realizados.
Segundo estabelecem estes cânones profissionais, é obrigatória a comprovação - por intermédio de exames complementares - que se registe a ausência no Sistema Nervoso Central de perfusão ou actividade eléctrica; e ainda do metabolismo.
Morte Encefálica significa «morte» tanto em termos legais como científicos. É essencial, prioritário e mesmo eticamente estabelecido de que, todo o Profissional de Saúde (especialmente o médico assistente), esteja familiarizado com o conceito de «Morte Encefálica», para que a aplicação da tecnologia na sustentação da vida seja benéfica.
Sustentação de vida essa - individual e socialmente comprometida - e não somente como indiciadora ou motivadora de uma qualquer intervenção inadequada, extensão do sofrimento e angústia familiar; ou mesmo o prolongamento inútil e artificial da vida.
De referir ainda de que - O Exame Clínico Neurológico - é universalmente a base do diagnóstico de ME (morte encefálica). O paciente sob suspeita de ME deve ser - sempre! - examinado de forma precisa, seguindo uma rotina invariável. O neurologista deve cumprir o protocolo estabelecido e requerer através dos exames realizados a conclusão aferida sobre o paciente.
O Estado de Coma e Morte Encefálica: dois temas diferentes! No primeiro caso este estado pode ser reversível no paciente; no segundo caso não. A ventilação mecânica instituída nos anos 50 do século XX - associada ao suporte básico e avançado de vida - veio dar ânimo e acordo científico a um maior prolongamento de vida; ou seja, permitiu-se de forma mais abrangente e eficaz a capacidade de se expandirem os cuidados de saúde aos pacientes mais graves.
Diferenças entre a Morte e a Vida...
O surgimento do método científico observacional e a sua utilização na construção racional da explicação médica do «Ethos» (meio), da «Vitae» (vida) e, consequentemente, do fim da vida (morte), foram essenciais e marcantes no desenvolvimento da Ciência Ocidental. Quem o afirma é o neurocirurgião Eric Grossi Morato, do Serviço de Neurocirurgia do Hospital das Clínicas UFMG, de Belo Horizonte, no Brasil.
O Doutor Morato (também instrutor do ATLS - «Advanced Trauma Life Support») afirma de modo peremptório de que, a nível histórico, essa referência institui-se como «Essa herança helénica que permanece na concepção do real e do possível. A mesma explicação simples, autonómica, simpática e aristotélica, que atrelava as emoções humanas a um músculo involuntário torácico, continua hoje enraizada no conceito da morte definida pela cessação das funções cardiopulmonares.»
As Diferenças: O Estado de Coma é caracterizado pela ausência de consciência, provocado ou causado por uma mui grave perturbação do funcionamento cerebral reversível ou irreversível, devido a traumas, acidentes vasculares cerebrais, distúrbios metabólicos, envenenamento ou asfixia. O Coma Induzido é geralmente administrado pelo médico sob condições estritamente específicas através de rigorosa medicação.
O Prognóstico de um Paciente que se encontre em Coma depende em muito das causas e da duração da enfermidade/patologia ou agente/factor patogénico que o provocou. A idade do paciente assim como a sua ficha clínica de antecedentes também exercem influência neste estado. Existindo vários níveis (escala) de consciência, o paciente pode oscilar entre estes níveis ou a morte encefálica.
Pode inclusive permanecer num Estado Vegetativo persistente (de larga duração), no qual o cérebro mantém as suas funções automáticas mas nenhuma actividade voluntária por parte do paciente.
Um paciente em Coma pode respirar mesmo depois do ventilador que o assiste lhe ser retirado, verificando-se a actividade cerebral e o fluxo sanguíneo no cérebro.
Em termos vulgares (para um melhor entendimento no cidadão comum), no estado comatoso o paciente pode então respirar sem o auxílio do ventilador e/ou ter actividade cerebral e fluxo sanguíneo no cérebro; no caso de morte cerebral, mesmo havendo batimentos cardíacos e os movimentos respiratórios se observarem presentes (assim como a temperatura corporal que se mantém regular), nada é indicador de que o paciente esteja de facto vivo.
Todo este estado inalterado no paciente conduz muitas vezes a uma enorme infelicidade e, sofrimento, mas por parte dos familiares que nem sempre compreendem esta situação; em particular de quando esta se verifica arrastada no tempo.
(De facto, nunca ninguém nos prepara para a visualização da morte... nem tão-pouco para o que ela se traduz em total despojamento ou consideração para com a nossa dor...)
ME/Morte Encefálica: a completa e irreversível perda das funções encefálicas. Em seguimento e procedimento instituídos após essa declarada morte cerebral, cumpre-se então um protocolo específico - determinado por legislativa assumpção que é singular em cada país - significando a morte do indivíduo na concepção ética, social, religiosa e científica.
Em Portugal, seguindo-se o estabelecido no Reino Unido (que reconhece dois exames clínicos alinhados), pratica-se um protocolo específico (Lei nº 22 de 29 de Junho de 2007, na directriz da Lei análoga do Parlamento Europeu) que determina legalmente a morte do indivíduo.
"A Morte Encefálica é a perda da função do cérebro e do tronco encefálico, resultando em Coma, ausência de respiração espontânea e de todos os reflexos do tronco encefálico. Os reflexos medulares, incluindo os reflexos tendinosos profundos, de flexão plantada e retirada, podem estar preservados. Não ocorre recuperação." (Kenneth Maiese, chefe de serviço do Departamento de Neurologia e Neurociências, da Rutgers University, em New Jersey, nos EUA)
Morte Encefálica
De acordo com o doutor Kenneth Maiese o conceito de morte cerebral evoluiu porque: "Os ventiladores e as drogas podem manter indefinidamente as funções cardiopulmonares e outras funções corporais, apesar da interrupção completa da função cerebral. Portanto, a definição de Morte Cerebral (e a interrupção total da função cerebral integrada, especialmente a do tronco encefálico), tem sido amplamente aceite - do ponto de vista legal e social - na maior parte do mundo."
Diagnóstico: Determinação (em série) dos critérios clínicos; teste de apneia; EEG (algumas vezes) e/ou exames de imagem de AVC - acidentes vasculares cerebrais; Hipotermia (-35º) que deve ser aumentada lentamente para 36 graus positivos. E, se houver suspeita de estado epiléptico, deve ser feito EEG. (Testes sucessivos por 6 a 24 horas são tipicamente feitos nas directrizes, para determinação de Morte Cerebral em pacientes com mais de 1 ano de idade).
De registar que por vezes, o EEG ou testes de Perfusão Cerebral, são usados para confirmar a ausência de de actividade cerebral - ou fluxo sanguíneo cerebral - e assim, fornecerem as evidências adicionais aos membros da família do paciente em causa.
Em geral este exame ao paciente inclui: Avaliação da Reactividade da Pupila; Avaliação dos Reflexos Oculovestibulares, Oculocefálicos e Corneanos.; Teste de Apneia; (às vezes) EEG ou Testes de Perfusão Cerebral.
Prognóstico: Segundo o doutor Maiese "Após a confirmação da Morte Cerebral, todos os tratamentos de suporte cardíaco e respiratório são encerrados. A suspensão do suporte ventilatório resulta em arritmias terminais. Podem ocorrer reflexos motores medulares durante a apneia terminal; incluem arqueamento do dorso, rotação do pescoço, enrijecimento dos membros inferiores, e flexão dos membros superiores - conhecida como «sinal de Lázaro»."
(Emocionalmente pode ser um espectáculo avassalador e por demais aterrorizador, sem contudo infligir dor no paciente em morte encefálica. Para os entes queridos que assistam a esta última cena hospitalar, o que se pede é que mantenham a compreensão devida para o acto, mantendo-se calmos. Evidentemente que nem sempre isso sucede, o que é compreensível, na minha opinião)
O Doutor Kenneth Maiese costuma alertar para o seguinte facto: «Os familiares que desejam estar presentes durante o desligar do ventilador, devem ser obviamente alertados para a ocorrência desses movimentos e reflexos» (Kenneth Maiese, MD, Member and Adviser, Biotechnology and Venture Capital Development, Office of Translational Alliances and Coordination, National Heart, Lung and Blood Institute; Past Professor Chair, and Chief of Service, Department of Neurology and Neurosciences, Rutgers University, EUA.
ME (morte encefálica ou cerebral): as possíveis causas. São muitas. Todos os dias os acidentes, as diversas situações quotidianas com que nos deparamos, acontecem. Existem e preenchem os hospitais (por vezes) como a última morada de quem mais nada tem do que um corpo ligado às máquinas sem essência de vida alguma - nem mesmo o despudor do lancinante estertor da morte!...
E é aí que tudo se observa: Tudo o que existencialmente já foi e não é mais; por esse tudo (ou algo) que cerebralmente impossibilita a expansibilidade do crânio, causando compressão e diminuindo a actividade cerebral em factor acrescido e evidente no registo de danos no Sistema Nervoso Central.
Na irreversibilidade desses danos, fica sentenciada a nossa condenação à morte que já ocorreu mas, apenas os médicos sabem, depois de aferidos os testes corrigidos...
As causas que levam a esse último e agreste caminho são várias: Traumatismo craniano; Falta de oxigénio no cérebro; Paragem cardiorrespiratória; Hemorragia/derrame cerebral ou Acidente Vascular Cerebral (AVC); Edema ou Inchaço cerebral; Aumento da pressão intracraniana; Carência de glicose no sangue; Tumores; e não raras vezes também por Overdose (por excessiva adição de psicotrópicos/estupefacientes)
A Morte Hospitalar
Nascemos e morremos. Em grosso modo é isto. Quase sempre num hospital, que, muitas das vezes, é o nosso último reduto que nos vê como seres vivos em despedida dessa mesma vida.
Por muito impessoal, mecanizado, desumanizado e medonho que seja essa instância hospitalar ou mesmo interdita guarita onde nenhum de nós se quer refugiar, a nossa incapacidade é total para tal contrariarmos ou demovermos quem quer que seja para nos acudir; para nos fazer fugir dessa nossa desgraça pessoal de não termos forças nem para gritar a nossa última vontade.
Segundo Bayard escreveu em 1993 no seu livro «Les sens caché des rites mortuaires - Mourir est-il mourir?», é a vida que dá sentido à morte; é a morte que culmina uma história e glorifica a vida. Diz ele: «A Morte é um tempo de paragem (ou decisão) num infinito ciclo de evolução e faz parte da ordem natural. Nós humanos, não somos mais do que um instante da vida eterna»
E assim é. Pelo que, hipoteticamente, todos podemos vir a ser considerados pacientes em risco ou nessa tão crítica plataforma clínica de nos serem observados os sinais vitais - e todas as já referidas e anteriores diligências de exames reais que se fazem segundo o que foi previamente estabelecido - para se saber se se está ou não em morte cerebral.
Ninguém está isento nem ausente sobre este protocolo; e a vida mais não é do que uma morte anunciada desde o dia em que nascemos!...
O término: depois de verificada a Morte Cerebral ou Morte Encefálica o que resta? As doações de órgãos, se a legislação permitir e o corpo não rejeitar - o dos vivos. O processo de doação de órgãos nem sempre é fácil ou de acordo com a ideologia religiosa de cada um. Eticamente existe um protocolo que é estabelecido de acordo com o que cada país remete e reverte sobre essa questão.
(Depois de mortos somos espoliados dos órgãos sãos. Altruísmo ou somente a exigente vontade na urgência de órgãos para transplante...? Seja como for, acredito sempre que será por altruísmo!)
Em Portugal - segundo especifica um relatório dedicado ao tema sobre a doação de órgãos do Serviço Nacional de Saúde Português - «Podem ser dadores de órgãos todos os cidadãos que não se inscrevam no Registo Nacional de Não-dadores (RENNDA).»
Afirma-se também neste registo do SNS de Portugal que, nem todos poderemos ser dadores, estando esta causa relacionada com o local e a disponibilidade técnica na recolha de órgãos, uma vez que para tal será necessário que a «morte do paciente» se circunscreva a uma qualquer Unidade de Cuidados Intensivos de um qualquer hospital.
Ou seja, seremos todos eventuais dadores se porventura «morrermos» numa destas prestigiadas unidades hospitalares pelo imperativo factor - humano e clínico - de que só estas unidades podem preservar os órgãos (e as provas necessárias) para a correcta avaliação de cada potencial dador.
O Processo de Doação
Este processo revela-se sempre como um gesto de grande altruísmo. Mas nem sempre é assim. Para isso, a Lei Portuguesa remeteu que só os que o negassem, se dignassem a assinar e a registarem-se como não-dadores. Nada a comentar.
Segundo o «meu» SNS (de Portugal) reporta, existe uma longa lista de espera sobre quem espera e desespera por um Transplante; ou seja, uma doação de órgãos - e tecidos - que são quase sempre a inevitabilidade de uma futura cirurgia e prolongamento de vida.
Nem sempre havendo compatibilidade ou disponibilidade de órgãos para esse efeito (para mais na agravada situação da população portuguesa ser uma das mais envelhecidas da Europa), ser urgente que se tomem medidas no sentido disso reverter.
Nesta sucessão e sobre a reputada legislação Portuguesa todos somos potenciais dadores. Assim sendo, os órgãos e tecidos que podem ser doados são: Os Rins, Fígado, Coração, Pâncreas e Pulmões. Refere-se de que, de um Dador de Órgãos, também podem ser colhidos tecidos osteotendinosos (como osso, tendão, e outras estruturas osteotendinosas); córneas, válvulas cardíacas, segmentos vasculares e pele.
Dadores em Vida: A doação em vida só é possível se se cumprirem todas as condições ou requisitos instituídos para essa prática. E, estabelecidos nesta legislação. O dador tem obrigatoriamente de ser maior de idade (a partir dos 18 anos) e gozar de boa saúde física e mental.
Todos os envolvidos e participantes - do dador-receptor até à Entidade Verificadora da Admissibilidade para Transplante - têm de garantir os direitos havidos de ambas as partes (dador-receptor). Tudo passa por um crivo especializado e uniformizado com o que se pretende: que a doação ou transplante seja um caso de sucesso!
Da morte se faz vida e da vida uma outra que todos esperam em boa receptividade (que não rejeição) e longevidade. Assim seja sempre!
O Reconhecimento da Finitude da Vida: algo que poucos de nós enfrentamos com a coragem e a desinibição devidas (ou adquiridas) pelo tempo que nos resta ou por aquela maior sensibilidade de sentirmos que não somos afinal imortais. Poderemos sê-lo, mas segundo outras circunstâncias filosóficas e metafísicas que ainda nos transcendem ou não entendemos na totalidade...
«Escondemos a Morte como se ela fosse vergonhosa e suja. Vemos nela apenas horror, absurdo, sofrimento inútil e penoso, escândalo insuportável, conquanto ela seja o momento culminante da nossa vida, o seu coroamento, o que lhe confere sentido e valor» (M. Hennezel, «Diálogo com a Morte», 1997, pag.11)
Vencer a Morte
Segundo o autor português Abílio Oliveira no seu livro «O Desafio da Morte: A Morte tornou-se na ímpia invasora que assola a nossa cruzada terrena. Admitimos que só aos outros acontecem contrariedades, mas a indizível expõe-nos sinais, práticas, rituais. O desconhecido desperta-nos curiosidade mas também nos assusta, ao imaginarmos o pior para lá do véu. Pensar em símbolos é bem diferente de dar à Morte um rosto amado - que pode ser o nosso. Ela expressa-se continuamente, mas o nosso olhar distrai-se noutras direcções»
Que dizer de tudo isto...? Talvez só mesmo o doutor e neurocirurgião Eric Grossi Morato (Brasil) para nos fazer voltar à Terra, na sua máxima sapiência da mais inacreditável neurociência para nos também fazer reflectir sobre o «Reconhecimento da Finitude da Vida» ao acrescentar:
"O Reconhecimento da Finitude da Vida significa, naturalmente, o término de todas as medidas técnicas e tecnológicas aplicadas em sua sustentação. Isto representa redução da Distanásia, da angústia que envolve os familiares dos pacientes nessa situação, de gastos com recursos aplicados indevidamente na manutenção artificial da vida, além de possibilitar o aumento da Doação Humanitária de Órgãos (e tecidos) para as pessoas que aguardam nas intermináveis filas por novo órgão."
O Doutor Morato refere ainda com toda a clareza possível de que «A maioria das pessoas entende a ausência de incursões ventilatórias pulmonares ou de batimentos cardíacos, de forma cartesiana, como a iminência da morte. Porém, o que nos faz humanos, é a actividade vigorosa e incessante de triliões de neurónios localizados no Encéfalo. Logicamente, a cessação irreversível dessa actividade encefálica determina a morte humana»
Ainda que existam situações ou condições físicas que determinem a Mimetização de ME (morte encefálica), tais como o Síndrome de Encarceramento (locked-in); O Síndrome de Guillain Barré; A Intoxicação Exógena ou ainda a Hipotermia, estas nunca poderão (ou deverão) mimetizar completamente a ME - a morte encefálica.
Quem assim o afirma é o neurocientista de Belo Horizonte, o doutor Morato que assevera sem contemplações: «Porque o primeiro e mais importante pré-requisito para esse diagnóstico, é reconhecer e documentar a causa do Coma, além de se constatar a sua irreversibilidade»
Sugere ainda de que o Diagnóstico de ME tem de ser levado muito a sério por todos os países e profissionais de saúde envolvidos, sendo fundamental que seja discutido obrigatoriamente em todo o curriculum médico. Em jeito de conclusão o doutor Morato remata:
"A possibilidade de doação de órgãos e tecidos representa, paradoxalmente, diante da angústia e tristeza da morte, a perspectiva de que outras pessoas possam recomeçar e buscar nova vida com qualidade. Por isso, é necessária a familiaridade com os conceitos da ME, na sua correcta e rigorosa identificação. A participação ética de todos os médicos nessa árdua missão, possibilitará o aumento substancial de doações para o Transplante de Órgãos e Tecido!"
Finalizando este já longo texto, apraz-me aqui revelar um «Milagre da ME» ou, o que se poderá chamar de uma espécie de bênção de Deus (para quem é crente); ou mais exactamente um outro facto inédito na Medicina (que a cada dia deixa de ser assim tão inédito ou invulgar) como o nascimento de crianças em mães consideradas e, declaradas, em Morte Cerebral ou morte encefálica.
O nascimento de Lourenço, apelidado de «bebé-milagre» foi um feito inédito em Portugal. Lourenço Salvador trouxe-nos a esperança de uma nova vida por outra que nos deixou. A sua mãe morta manteve-o durante 15 semanas. Lourenço nasceu a 6 de Junho de 2016, no Hospital de São José, em Lisboa, Portugal. A notícia correu mundo e o mundo ficou mais belo por esta esperança de vida. Hoje, dia 28 de Março de 2019 outro milagre aconteceu: nasceu o Salvador!
Bebés-Milagre
Salvador - o mais recente bebé-milagre de Portugal - que nasceu hoje (quinta-feira, dia 28 de Março de 2019) com 31 semanas e seis dias de gestação e vida de uma mãe que esteve 56 dias em morte cerebral. É assim o segundo caso registado em Portugal de uma mulher em morte cerebral a dar à luz.
Lourenço nasceu a 7 de Junho de 2016, no Hospital de São José, em Lisboa, prematuro e com o peso de 2.350 kg. Permaneceu 15 semanas dentro do ventre materno da mãe considerada morta e após o óbito dela ter sido declarado pelas entidades competentes. A progenitora manteve uma gravidez até às 32 semanas.
Em 4 de Julho de 2016, com apenas 29 dias de vida, Lourenço Salvador teve alta da Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais da MAC (Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa) para onde havia sido transferido aquando o seu nascimento hospitalar. Quase como que «Nascido a 4 de Julho» poder-se-à acrescentar....
Quanto ao Salvador, as últimas notícias divulgadas pelos média é a de que se encontra bem «dentro do quadro da prematuridade», segundo o hospital, podendo vir a ter alta dentro de três semanas a um mês.
Ao nascer, Salvador apresentou algumas dificuldades respiratórias que justificaram apoio ventilatório, mas a perspectiva era que pudesse ser extubado a qualquer momento; momento esse que deve ter sido ultrapassado verificando-se agora e a cada instante o processo evolutivo do bebé, segundo os médicos.
"Acreditamos que ele vai ficar bem, mas os médicos ainda não conseguem perceber se o bebé terá algum tipo de sequelas a nível cerebral", as palavras de uma familiar próximo que se mantém cauteloso (segundo o que os próprios médicos lhe confidenciam).
(Confiemos então na Ciência e na destreza médica que rodeia o Salvador; isso, e o seu tão abençoado nome que nos faz sentir que um «Novo Salvador» chegou à Terra com todas as graças do mundo...)
Salvador, é assim o segundo bebé a nascer de uma mãe em morte cerebral como já se referiu. Mede 40 centímetros e pesa 1700 gramas de peso «pelo que são «adequados à sua idade gestacional», segundo informou a directora do Serviço de Neonatologia do Hospital de São José (HSJ), no Porto - Hercília Guimarães.
" A sua evolução é favorável dentro do contexto de prematuridade", registou o director clínico do HSJ, Carlos Lima Alves, numa conferência de imprensa. E ditou ainda: "Esta mãe, mãe do Salvador, não só lhe deu vida como também doou dois órgãos seus para transplante"
Uma equipa multidisciplinar falou então das questões éticas que se levantam sempre nestes casos de uma certa «intervenção sobre um cadáver». Neste particular caso nada se lhe opunha, determinaram.
"Esta mãe nunca se declarou como não-dadora - que seria a única razão que poderia impedir esta intervenção. O pai do bebé queria, a família mais alargada também queria; mas, se a determinada altura tivéssemos descoberto alguma patologia no bebé, não teria sido legítimo continuar com a intervenção, sob pena de incorrermos naquilo a que chamamos «distanásia»." (Afirmações ao Público de Filipe Almeida, o actual Presidente da Comissão de Ética do Centro Hospitalar de São João, no Porto, Portugal)
Nada mais a não ser: «Bem-vindos bebés-milagre!» e que a vida lhes sorria, apesar de irem saber um dia que as suas mães lhes deram a vida; literalmente! Talvez que um dia se lhes juntem e lhes agradeçam tanta devoção, entrega e redenção num tempo que não existe e é apenas uma ilusão, tal como um grande filósofo cristão da actualidade o disse da seguinte forma:
«O tempo não existe. É uma ilusão. Porque mesmo para nós, que estamos no tempo, de uma certa forma estamos também na eternidade. A Vida é já a eternidade que começa. Para Deus, o que existe é o presente, o eterno presente (...) tudo o que não é presente é uma ilusão. A verdade profunda é que o passado, o presente e o futuro formam um só instante» (Guitton, 1995)
Morte Encefálica?... Não. Apenas a científica distinção (ou criativa dissociação do corpo pela alma) que também subleva a Ciência mas a detém igualmente na eternidade do que encontraremos além a vida, além a morte. Para estes bebés-milagre (e para muitos de nós) não há morte encefálica; apenas vida eterna, só isso!
terça-feira, 26 de março de 2019
domingo, 24 de março de 2019
sexta-feira, 22 de março de 2019
quinta-feira, 21 de março de 2019
Porquê Marte...?
Imagem captada pelo veículo robótico Curiosity Rover, da NASA, em Marte (2019). A 142 milhões de milhas do Sol (cerca de 228,526848 milhões de quilómetros) do astro-rei do nosso sistema solar, e a 93 milhões de milhas de distância da Terra (cerca de 149,668992 milhões de quilómetros), o planeta Marte distingue-se por ser o nosso mais próximo vizinho no seio do sistema solar.
Daí que a NASA se empenhe na sua exploração devido a, simplesmente, ser para já a nossa única porta de entrada, fronteira e possível concessão de expansão e colonização se quisermos sobreviver e continuar como Humanidade que somos em florescência civilizacional - e direccional - em rumo a outras esferas planetárias...
Marte: o irmão ressuscitado
Nunca se falou tanto de Marte como agora. Dando azo à imaginação mas exemplarmente também à continuação dos esforços científicos da NASA em complementar essa fruída apelação ao planeta vermelho, a Humanidade vê de alguma forma entusiasmada, o que esta agência espacial norte-americana nos conta e revela em pormenor sobre este nosso irmão apodrecido.
A sua geologia espanta-nos; o meteorito ALH 84001 está aí para o mostrar em toda a linha. Com cerca de 4,1 biliões de anos, esta preciosidade marciana descoberta na Antárctida, no pólo sul da Terra, deu-nos a revelação do seu tipo de rocha (ortopiroxenito).
Segundo a NASA nos diz, a maioria dos meteoritos de Marte são rochas ígneas conhecidas como Basalto. A sua matéria mineral foi então formada há cerca de 3,9 biliões de anos, pelo que os mais antigos minerais de Marte são conhecidos por Zircões de há aproximadamente 4,4 biliões de anos (devido ao conhecimento extraído sobre um meteorito de 2,1 biliões de anos conhecido como «NWH 7034»).
A Atmosfera de Marte como é já do conhecimento geral, é essencialmente composta por dióxido de carbono (cerca de 96% de CO2) com outros gases em menores quantidades, tais como o Argónio ou Argão (Ar) e o Nitrogénio ou Azoto (N). Apesar de exalar uma atmosfera muito fina, há a registar que a Pressão Atmosférica na superfície marciana é de apenas 0,6% em relação à da Terra (101 mil pascais).
Os cientistas entretanto têm-nos expressado em sua convicção científica de que este planeta vermelho possa ter possuído uma atmosfera mais densa na sua ancestral história planetária (em anotação registada pela missão MAVEN). E que Marte terá perdido possivelmente - em substancial quantidade - grande parte dessa atmosfera ao longo do tempo. Assim sendo - O Vento Solar - será o grande culpado dessa perda, segundo os especialistas.
(Imagem do Curisoity Rover da NASA, em 2012) A mais expressiva revelação - nesta última década - sobre o que os solos marcianos então nos ditavam em irrefutável evidência: Existiu água em Marte!
Há biliões de anos a água fluiu em largo curso aquífero, tendo sido detectável duas linhas tangenciais dessa evidência; as imagens recolhidas então pelo robô Curiosity deram-nos a conhecer os afloramentos rochosos (com pequenos seixos e rochas presas dentro de uma matriz conhecida como «conglomerado»). Daí a questão: Que terá sucedido para tudo se ter evaporado...?
A Astrobiologia
O mundo mudou. O nosso mundo. E com ele, toda a panóplia análoga a vários campos científicos que se dividem - ou mais exactamente se ramificam - sobre outras temáticas. Daí que tenhamos várias disciplinas (a Astronomia, a Biologia, a Geologia, a Física, etc.) que convergente e interligadamente trabalham para se compreender o potencial da existência da Vida além a Terra.
Segundo a NASA nos relata, a Exploração de Marte foi e continuará a ser (ou a estar, segundo os cientistas admitem) referencialmente interligada também com a busca desta agência espacial norte-americana em encontrar as Origens da Vida - onde tudo começou e porque findou; neste caso sobre Marte. Muito similar à Terra, porque se deixou morrer o planeta vermelho...???
Nas muitas questões continuamente persistentes sobre o que ainda não detemos em conhecimento total sobre o que aconteceu com Marte (por muito que hoje se enuncie este ter sofrido um dilúvio autêntico de meteoritos ou acirrado bombardeio de causas e eventos exteriores) nada se compadece com uma verdade absoluta sobre os destinos que fizeram de Marte o que ele hoje é.
Daí que a NASA queira respostas. As sonoplastas gémeas Vikings (1976) foram as primeiras a tentar detectar vida; ou seja, foi a primeira missão da NASA a desejar confrontar-se com esse poder original da criação, sem contudo ter existido desde logo essa confirmação (nas iniciais observações das amostras de regolitos marcianos). Mais tarde então suscitaria a dúvida e, novamente também, a negação de poder existir uma «certa» vida microbiana, pelo que se constatou dessa não-existência em experiências terrestres.
(De mencionar que os cientistas da NASA do Ames Research Center, na Califórnia (EUA), que em 2018 viajaram para o deserto de Atacama, no Chile - o lugar mais seco e inóspito da Terra e só comparável a Marte - fizeram quase o impossível, tentando assim dar uma resposta mais digna em conformidade e identidade com o que se pode passar nesse outro planeta).
Foi então que descobriram pistas sobre a habitabilidade deste planeta vermelho - e se depararam com a triste conclusão de não haver qualquer sustentabilidade de vida alienígena microbiana. No entanto, houve paralelamente a afirmação de já ter havido vida alienígena na pretensão molecular suscitada.
O Campo da Astrobiologia viu assim um ressurgimento devido à controvérsia em volta da possível vida fóssil, não só em relação ao meteorito ALH 84001 mas, acima de tudo, pela recente perspectiva de vida biológica escondida nos lagos congelados de Marte.
Por muito dura que seja a realidade microbiana na superfície de Marte (que pode inclusive levar milhares de anos a se projectar sem estar efectivamente morta), há a noção exacta de que muitos mistérios ainda se encobrem para lá desta.
Moléculas em Marte: a incessante perseguição por parte dos cientistas na indelével aferição de se encontrar vida em Marte. O que as moléculas revelaram foi surpreendente: Houve «Vida Alienígena» no planeta vermelho!
Vida Alienígena em Marte...?
A pergunta que vale um milhão de dólares. Ou euros, como queiram. E que, segundo nos reportam as muitas publicações que divulgam estes feitos, estas descobertas sobre Marte, nos dão o enfoque máximo de sabermos quais as verdadeiras razões pelas quais lutamos tanto pela exploração de Marte.
Em 7 de Junho de 2018, a NASA anunciou a descoberta de Material Orgânico em amostras de rochas marcianas exploradas pelo rover remoto Curiosity. Embora a presença das chamadas moléculas «duras» não tenha sido imediatamente reconhecida como evidência de vida passada ou presente neste planeta vermelho, a descoberta foi assim um passo monumental para se poder desvendar finalmente a Mais Antiga História de Marte!
Quem o afirma é Thomas Zurbuchen, o administrador associado da Directoria de Missões Científicas da NASA que acrescentou: "Com essas novas descobertas, Marte diz-nos para continuarmos em curso e continuar assim a procurar evidências de vida."
Mesmo colocando-se restrições sobre o potencial de existência de vida na superfície de Marte, os cientistas não estão pessimistas, ainda que reconheçam um crescimento microbiano mínimo (in situ, mesmo nos solos mais secos do deserto de Atacama, que, segundo contam, qualquer actividade metabólica será provavelmente basal e somente para reparo e manutenção celulares).
Da Terra para Marte: as conclusões não sendo animadoras também não nos desmotivam. Há que buscar mais e saber mais, sem contudo se diminuir ou preterir as conclusões encontradas em Atacama, no deserto chileno.
Os cientistas aferem de que estes novos dados recentemente obtidos em Atacama, no Chile, vêm referenciar contudo um conjunto de evidências de que os solos mais secos da superfície do deserto de Atacama, representam um limite para a habitabilidade a longo prazo; e por lógica, colocarão assim restrições sobre o potencial de vida existente na superfície de Marte, que é de 100 a 1000 vezes mais seca do que as regiões mais secas de Atacama. Mas, e se os cientistas estiverem enganados???
(Representação: /INAF/USGS Astrogeology Science Center/Arizona State University)) Lago subterrâneo em Marte: a feliz descoberta de um lago subterrâneo no pólo sul marciano - efectuado pela sonda Mars Express, da ESA - que sugere assim a existência de vida biológica. Esta descoberta veio comprovar de forma taxativa a insistência de alguns teóricos que defendem a possibilidade de poder existir vida (na evidência de se encontrar microrganismos) sobre Marte. Estamos assim perante um lago de probabilidades de podermos acreditar que ali se faz vida...
"Esta é uma descoberta de extraordinária importância e aumentará a especulação sobre a presença de organismos vivos sobre o planeta vermelho." (Afirmação de Fred Watson, do Observatório Astronómico da Austrália)
Água em Marte
Investigadores italianos descobriram há pouco (em divulgação no ano de 2018) um imenso lago subterrâneo, ou seja, um manto de suposta água líquida encoberta pelo gelo, e que está distintamente localizado abaixo de uma consistente camada gelada que se sobrepõe à superfície - o lago tem então aproximadamente 20 quilómetros de largura, segundo a divulgação relatada na publicação da revista Science por meados de Julho de 2018.
Foi descoberto assim nada menos nem mais do que «O Maior Corpo de Água Líquida» no planeta vermelho. Um sucesso dizemos nós, que não somos astrónomos mas nos engalanamos com tão prestigioso feito. Quente e húmido há cerca de 3600 milhões de anos, Marte exibiria muita água líquida em seus frondosos lagos; algo que só em memória retardada podemos imaginar...
O resultado desta descoberta sugeriu então que «A água em Marte não é um fluxo temporário (como foi revelado em descobertas anteriores), mas um corpo de água persistente que cria condições para a vida durante longos períodos de tempo», na convicta afirmação de Alan Duffy, professor da Universidade de Swinburne, na Austrália, em corroborado elogio e acordo sobre esta descoberta.
A ESA está então de parabéns, pelo que a sua sonda Mars Express realizou (desde que foi lançada em 2003), na sua mais que credenciada ferramenta chamada «MARSIS» - Radar Avançado para a Pesquisa da Ionosfera e Sub-superfície de Marte - projectada para encontrar águas subterrâneas, enviando impulsos de radar que penetram a superfície e as camadas de gelo.
Um total de 29 séries de amostragens de radar mostrou assim aos cientistas uma «radical mudança» ou uma abrupta mudança no seu sinal de radar associado, pelo que permitiu a que todos os envolvidos neste projecto pudessem mapear os contornos do lago. De referir que tudo isto se assemelha, segundo os especialistas, aos lagos de água líquida sob os lençóis de gelo da Antárctida e da Gronelândia do planeta Terra.
Apesar de todas estas evidências o debate persiste: Se existe ou não formas de vida microbiana, uma vez que, neste particular caso do lago recentemente encontrado, a sua água poder não ser potável. Note-se que esta água líquida está localizada a cerca de 1,5 quilómetros de profundidade da superfície gelada; e isto, num ambiente perfeitamente hostil e frio.
Mesmo que não-salubre (salobra, portanto), muito fria e consequentemente contendo uma grande dose de sais e minerais marcianos dissolvidos nessa sua água que muitos cépticos clamam de imprópria para a vida humana, este lago compõe já uma ressonância efectiva de probabilidades quanto ao futuro deste planeta vermelho.
Em essência líquida devido à presença de Magnésio, Cálcio e Sódio, esta água permanecerá assim até que mais descobertas nos elucidem dessa sua insalubridade - ou até patogenia (no modo como os agentes etiopatogénicos agridem o nosso organismo e os sistemas naturais de defesa do nosso sistema imunológico) - caso se venha a notificar a presença de outros microrganismos.
Microrganismos esses que eventualmente nos seriam nocivos à condição humana (algo a ter em conta e em esmerada atenção do que também está associado e se verificou nas águas subterrâneas de Antárctida), o que faz os cientistas estarem muito cautelosos ante todas estas prerrogativas morfológicas marcianas.
Cratera Jezero, em Marte (Imagem da NASA): a mais que viável região marciana onde a NASA, na sua próxima expedição científica, se supõe aterrar - em 2020 - na impressionante e ávida busca de vida em Marte. Este belo local marciano de 45 quilómetros de extensão, foi o seleccionado de entre os possíveis 60 outros locais para o efeito em pouso na superfície do planeta vermelho. 2020 será assim o ano de todas as coisas plausíveis em Marte; sonhar é possível e concretizar esse sonho também, basta apenas acreditar!...
"Este lugar é muito importante, porque nos poderá responder a questões importantes em Evolução Planetária e Astrobiologia. Obter algumas amostras da cratera, revolucionará o que conhecemos até agora de Marte, assim como a sua capacidade de realizar vida." (Thomas Zurbuchen)
Presente e Futuro
Há a consciência da NASA ser (e ter) uma organização muito ponderada. Assume-se como deveras meticulosa e em certa medida algo comedida com os avanços e descobertas que se têm realizado sobre Marte. Não nos cabe julgar apenas registar essa determinação.
Resume-se que não deve ser entusiasta em demasia nem retrógrada ao ponto de tudo negar, pelo que se considera passível de certa compreensão esta grande cautela (sobre todos os envolvidos nestes projectos e missões a Marte) que não podem ou não devem exceder emoções e responsabilidades sobre o que vão descobrindo e reflectindo sobre Marte.
É conhecido por todos que o ambiente marciano não é de todo o mais apreciado ou invejado para se viver ou suportar a vida humana tal como a conhecemos na Terra. A NASA descreve-a mesmo como um ambiente hostil e inóspito - frio, seco e estéril - pelo que se sabe de uma sua atmosfera fina e impregnada de dióxido de carbono; além de uma intensa projecção de radiação ultravioleta e muitas outras formas de radiação que banham a superfície marciana.
Sem Campo Magnético activo para nos proteger dessas radiações, é comum ouvir-se dizer que poucos segundos viveríamos (ou sobreviveríamos) a essa radical imputação sobre os nossos frágeis organismos humanos.
(Daí que não seja já em 2020 que possamos aterrar de malas e bagagens sobre a superfície de Marte; no entanto, perspectivam-se grandes avanços sobre essas hipotéticas viagens futuras sobre este planeta. E tudo isso numa missão infindavelmente ambiciosa e precursora de outras tantas viagens orbitais e quiçá interestelares se o futuro nos for promissor).
Daí e também que a NASA nos refreie os impulsos ou excitações imediatas sobre uma possível e desenfreada colonização sobre este planeta vermelho, pelo que conhece sobejamente dele em termos geológicos primários que modelam actualmente a sua superfície. São eles: Crateras de Impacto; Transporte de Sedimentos movidos pelo vento; Condensação/Sublimação de água e gelo de dióxido de carbono e Deslizamentos de terras.
Os Perigos espreitam a cada esquina, temos essa noção. Seja à superfície seja no subsolo, Marte é-nos ainda um grande mistério e uma grande submissão se não quisermos correr riscos. A NASA informa-nos de que em relação à actividade vulcanológica marciana a coisa não é de todo um mar de rosas, ou seja, a presença de grandes vulcões na superfície marciana, induz a que os especialistas pensem de que Marte se livrou do calor ou dessa energia térmica impulsionada por estes ao longo do tempo.
Ainda não se sabe quão quente é o interior de Marte. Como age e reage a sua crosta interna. Há actividade sísmica em Marte (Marsquakes)? Existe vida extraterrestre em Marte hoje?... Ou um poder microbiológico ainda não detectado?...
São estas as grandes questões que a NASA impõe mas igualmente nos cria a perseguição de termos de saber mais, conhecer mais, pelo que é imparável esta sequência de expedição sobre Marte.
Segundo nos confidencia a NASA, Isidis Planitia é para já o pouso em Marte - uma gigantesca bacia de impacto, localizado no norte do equador marciano. 2020 é o ano da «salvação», e nós expectantes em vê-lo chegar com agrado. De uma riqueza geológica ímpar (através dos seus 3600 milhões de anos) esta região marciana - a cratera Jezera - vai certamente revelar-nos o muito de si que ainda nos está oculto ou secretamente guardado do que possui em seu redor.
Os investigadores acreditam piamente que Jezero já reteve vida, tendo sido o lar e o leito (delta) de um antigo rio, que poderá reter em si - em preservação e ostentação - antigas moléculas orgânicas e muitos outros potenciais sinais de vida microbiana. O desafio está lançado: 2020 em Marte!
Seres Humanos em Marte é possível? A NASA diz que sim. Possível e credível talvez lá para o ano de 2035, se entretanto não houver mais surpresas, mais descobertas e quiçá mais «embelezamentos» sobre Marte. A esperança de uma futura colonização é tanta, que nos esquecemos que Marte já foi como a Terra, e agora é apenas, tudo aquilo que nós não desejamos que aconteça em nosso berço planetário!...
Mas assim é, ou assim flui, pois que o encantamento é tanto que nem por vezes nos deixamos tocar por toda essa inadaptabilidade e negativa habitabilidade primária com que somos atingidos caso fôssemos de corpo feito e nenhuma apreensão até este nosso quarto irmão planetário (o quarto a contar do Sol) em total despojamento, negligência ou displicência científicas até lá...
O Futuro que começa em 2020...
Em 2018 a NASA lançou a Insigh Mission (missão InSigh) com toda a certificada pujança de se ir alcançar o sucesso. Os primeiros passos estavam dados e todos nós o observámos em igual entrega e deslumbramento. O seu propósito foi (e continua a ser) o de iniciar um processo de escavação e recolha de dados geológicos para informação terrestre.
Os aplausos, os abraços e só depois as verificações de que tudo tinha corrido bem e estava de pleno uso das suas faculdades técnicas sobre o solo marciano. Parecia que a Terra estava lá, de tão perto que nos sentíamos ou ali nos víamos em assinatura individual de juntarmos dois «irmãos» desavindos. Foi assim que o senti e absorvi.
Preparados para a Exploração Humana (a NASA e todos nós um pouco, convenhamos...) fomos vendo realçada essa sofisticada tecnologia terrestre que agora até pousava em Marte.
E assim foi, pelo que jubilosamente considerámos (e exortámos) sob uma extensa e devassada alegria, de quem parecia estar envolvido ou em perfeita colaboração e harmonia com todos os engenheiros e técnicos associados nesta grande causa interplanetária. (Sim, a Internet faz maravilhas, na percepção de sermos todos parte integrante de um igual projecto, ainda que à distância de um clique...)
Estudando o interior de Marte, as suas entranhas e até as suas «vísceras» planetárias, saberemos com o que lidamos; se eventual e futuramente este planeta nos irá servir de refúgio, libertação ou simples continuação da Humanidade em si. Ou nada disso, e a soberba matou-nos à partida qualquer desejo de exploração. Apesar de tudo, mesmo com muitas fragilidades ou debilidades que enfrentemos pela frente, não desistamos do sonho marciano; sejamos optimistas.
A NASA completa-nos o sonho então, reformulando esperanças e cativas promessas sobre Marte, dizendo que, pela «Primeira Vez na História do Homem», se conseguiu uma sofisticada medição geológica sobre o interior de Marte (incluindo o fluxo de calor e medição da sua actividade sísmica). Tal como uma radiografia geológica, Marte será exposto perante toda a comunidade científica.
Da Mars InSigh (2018) para a Mars 2020 Rover foi um pequeno passo. Em 2020, a missão da NASA Mars 2020 conjuntamente com o veículo robótico Curiosity Rover, farão a prospecção territorial marciana com afinco. (Esperemos em êxtase; como sempre, aliás!)
Irão registar se a região da cratera de Jezero, na Isidis Planitia terá sido ou não habitável, assim como alguma evidência (ou qualquer sinal) da existência de vida microbiana ancestral. Haverá ainda a recolha de amostras do solo marciano que, posteriormente, serão «armazenadas» num esconderijo na superfície do planeta (em parte recolhido ou talvez mais protegido das terríveis tempestades de Marte), sendo depois recuperadas e trazidas de volta à Terra.
O estudo sobre Marte jamais terminará, afiança-nos a NASA. Reitera de forma institucional de que também outros países se lhe juntam nesse mesmo afã; assim como muitas outras empresas privadas que, como é do conhecimento público, estão nessa igual caminhada em empenho e recíproco fervor de uma conjunta exploração sobre Marte.
(Ao que se sabe, só para 2020 está já programado o envio de 5 naves espaciais, o que perfaz a certeza da assertiva ambição do Homem em procurar mais, saber mais, e expandir-se mais sobre outras terras, outros domínios fora da Terra).
Alguns exemplos dessa compleição espacial para Marte: A missão da ExoMars rover, da ESA, a «Hope Orbiter», dos Emirados Árabes Unidos, a «Mars Orbiter Mission» da ISRO, da Organização Indiana de Pesquisa Espacial, ou da JAXA, a agência espacial japonesa.
O histórico espacial: Em 26 de Novembro de 2011 a NASA lançou em direcção a Marte a sonda Mars Science Laboratory, levando consigo um sofisticado veículo explorador denominado «Curiosity». (Muitos chamam-lhe astromóvel ou um carro-médio destinado a explorar a superfície de Marte como parte da missão da Mars Science Laboratory).
Em 6 de Agosto de 2012, esse veículo realizou então uma aterragem perfeita na superfície de Marte, mais exactamente na Cratera Gale - sendo esse mesmo veículo ou instrumento no terreno marciano de seu nome Curiosity, que mais tarde haveria de fazer todas as nossas terrenas delícias devido à captação de surpreendentes imagens de Marte.
Até aqui tudo bem. Mas fala-se agora de viagens tripuladas que, como se sabe, tem riscos e suporta um maior financiamento geral, além da componente humana que obviamente nos inspira uma maior consideração, trato e preocupação se tivermos em conta a duração da viagem.
A Grande Vedeta: Curiosity Rover, da NASA - o robotizado veículo que continua a sua missão de inspeccionar Marte (2354 sols em Marte, após o que a Opportunity deixou a sua missão em 13 de Fevereiro de 2019, participando em 5388 sols em Marte). Mas falemos da Curiosity: A famosa anfitriã que sob os áridos solos marcianos nos vai dando a informação a cada dia mais volumosa sobre este planeta vermelho. Na antecipação do envio de seres humanos para Marte, a NASA vai recolhendo assim e desta forma mais dados informativos sobre este planeta.
Nada é ao acaso, sendo que os Recursos Naturais de Marte são essenciais à vida humana, pelo que a Curiosity irá continuar na busca dos mesmos. Água e Oxigénio são cruciais para essa vida mas, também, a certeza de que não haverá mais tarde ocorrências estranhas sobre um provável e escondido mundo microbiológico que nos possa ser fatal...
O Programa Espacial da NASA explica-nos de que a ciência e a tecnologia estão ambas habilitadas para nos desvendar todos (ou parte) dos grandes mistérios dos sistemas planetários; tais como a formação e evolução de Marte como planeta, a história dos processos biológicos e climáticos por que passou, ou que moldaram Marte ao longo do tempo, e ainda, a percepção do potencial de Marte ter hospedado vida (no seu potencial biológico).
Contudo existe uma outra questão: Terá Marte sustentado vida em tempos idos?... É certo que sim, mas por que razão ela se «evaporou»???
Viajar para Marte: ilusão ou realidade?...
Nada nos poderá fazer parar. Marte é o caminho e a NASA sabe disso. Mas impõem-se as distâncias e as concomitantes situações que podem surgir em caso de alguma anormalidade ou realidade mais sombria em face ao que detemos hoje em tecnologia e assumo espaciais.
Assim sendo, elucida-se que da Terra a Marte a distância pode mediar em cerca de 55, 76 milhões de quilómetros (o que se registou em 2003, na menor distância havida), em 75,3 milhões de quilómetros em 2016, ou aproximadamente 57,6 milhões em 2018. Há que referir ainda de que Marte poderá distar da Terra até 400 milhões de quilómetros, o que nos não convém nada certamente para uma maior aproximação e abordagem a este nosso foragido irmão planetário.
Estudando os Alinhamentos que nos serão benéficos nessa missão tripulada - que diste uma maior aproximação entre a Terra e Marte - incluir-se-ão inevitavelmente os riscos associados a tão prolongada viagem que poderá levar cerca de 150 a 300 dias, dependendo da velocidade do lançamento e mesmo da limitação de combustível.
Todavia, há que consignar ainda as condições da nave espacial (que neste momento estão a ser lideradas pela Space X em conjunto com a NASA), e todos os procedimentos inerentes à melhor condição de sustentabilidade deste percurso não só em relação à nave, mas também, aos seus tripulantes em comodidade e segurança efectuados.
(Por curiosidade): A Primeira Viagem de Terra a Marte realizada por uma nave espacial foi a Mariner 4 da NASA que foi lançada no dia 28 de Novembro de 1964, chegando a Marte em 14 de Julho de 1965. O tempo total de voo da Mariner 4 foi de 228 dias. Surpreendeu-nos então com 21 belíssimas imagens que captou do planeta vermelho.
Outras se lhe seguiram com igual sucesso em maior ou menor equilíbrio de tempo de voo, reportando ao Homem de que Marte afinal, está ali tão perto....
Por muito imbecil, desnecessária ou até em parte jocosa que possa ser a Grande Questão «Porquê Marte?» na verdade a razão mais óbvia ou pertinente para quem se ilude nestas questiúnculas de menor acervo, é de que Marte é talvez a nossa única salvação em fronteira planetária de rampa, acesso e abrigo, caso algo de catastrófica iminência venha a surgir no nosso planeta Terra.
A NASA afirma-nos de que existem várias razões estratégicas, práticas e científicas para os seres humanos explorarem Marte. Mais acessível por ser o mais perto mas nem por isso muito amistoso para a vida humana, é aquele que temos de assegurar pela nossa continuidade como civilização que somos de um planeta chamado Terra.
Diz-nos também que - Explorar Marte - nos oferece a oportunidade de possivelmente responder à Origem e à Evolução das questões da Vida, podendo inclusive ser um dia o destino para a sobrevivência da Humanidade. Penso que estamos todos de acordo.
Em relação à especificidade nacionalista, a NASA arroga-se no direito universal de defender a sua pátria e honra de que «No sentido estratégico, a exploração de Marte demonstra a nossa liderança política e económica como nação, melhora a qualidade de vida na Terra, ajuda-nos a aprender sobre o nosso planeta natal, e expande a liderança dos EUA na exploração pacífica e internacional do Espaço.» Acreditamos que sim.
O Programada de Exploração de Marte investe nas suas próprias tecnologias, refere-nos o site da NASA que, engalanada e enfaticamente, nos sugere de grande relevância todo este empenho espacial e aeroespacial norte-americanos.
Tecnologias de propulsão e orientação na sobrevivência da viagem a Marte assim como a segurança, sustentação e permanência dos seres humanos no planeta vermelho, é algo que esta agência espacial norte-americana não descura. Delas dependerá o Homem seguramente também, há que afirmar.
«Why Mars?...» Talvez o porquê não seja um tema de conversa muito interessante, preponderante e fanaticamente popular - ou até imperativo - nas mesas de café e seus participantes sobre as grandes questões da Humanidade. Há outros assuntos por resolver, admitimos. Mas, no meio da intolerabilidade e da ignorância, surgem os que continuam a afirmar que a Terra é plana e que aquela coisa do «Homem ter ido à Lua» é tudo um chorrilho de mentiras....
E assim seria ou não fossem os audazes, os aventureiros e os que querem saber por que razão, estão então as perspectivas tão em alta na disruptiva acomodação (ou falso cepticismo) criado até aqui sobre as futuras viagens e hospedagens de seres humanos em Marte. «É coisa de malucos», relatam uns; por outros que dão a vida para que se chegue a Marte. Enfim, são ópticas e filosofias de vida. Aos cientistas cabe «apenas» descobrir o mundo de uns e outros ainda que fora do nosso planeta...
Talvez que o porquê não seja tão interessante quanto o como, quando ou onde vamos aterrar e viver finalmente neste pouco simpático planeta-irmão deficiente que só nos traz preocupações mas que é, simultaneamente, a nossa única muleta de suporte; pelo menos até ao momento. Se Marte nos for a alcova perfeita na sua total imperfeição de formação e evolução, então que talvez também tenhamos de nos formatar - e adaptar - e não pensar apenas na terraformação de Marte.
A água líquida pode ser potencialmente extraída do gelo moído (ou enterrado sob a superfície) da atmosfera; ou ainda dos minerais hidratados do planeta vermelho através de recursos tecnológicos apropriados, assim como o oxigénio pode eventualmente ser gerado através do CO2 (dióxido de carbono) que compõe a maior parte de Marte.
Tudo pode ser convertido e revertido a nosso belo prazer humano de coexistente habitabilidade, pois pode. Mas poderemos nós algum dia sermos identificados como «Marcianos»???
Possivelmente construiremos em Marte uma atmosfera grossa. Obesa! E só nossa! (O gáudio é nosso, pois se tanto nos empenhámos, havemos de sentir!) Aquecêmo-la e emprenhamo-la numa estouvada ebulição de gases de efeito de estufa, aprisionando a tão terrível radiação solar marciana como monstro destruidor que jamais verá a luz solar; não a nossa.
Iremos readquirir o prazer de respirar um oxigénio puro e não radioactivo e tão nocivo para nós, humanos. Edificaremos as muralhas humanas dessa sustentabilidade física e moral em que nos depomos e compomos, tal como na Terra.
Haverá um grande sucesso ambiental, vegetal e orgânico, em majestoso triunfalismo de ecossistema único, feito à nossa maneira, e que jamais deixaremos retroceder, contrair ou morrer ante tamanhas expectativas garrafais dessa tão louca terraformação marciana. Tudo será geneticamente alterado, modificado e diversificado numa aposta ganha de um «Mundo Novo» sem limites; em todos os recursos e sob todos os recursos - até os humanos!
Venceremos a dura batalha planetária de sermos grãos de areia terrestres que o cosmos colocou no caminho de outros grãos de areia mas, desta vez, sob Marte. Somos da Terra e somos de Marte ou não somos de lado nenhum???
É muito difícil responder-se a isto. Um dia. Ou fomos ou seremos marcianos. Ou fomos ou seremos terrestres. Ou jamais nos identificaremos, pelo que só o futuro nos ditará em consonância e na mais pura idiossincrasia legítima se acaso formos postos à prova.
À parte filosofias estranhas e nada coincidentes com o que desejamos alcançar, há que afirmar também de que nós, terrestres, somos e seremos sempre (em união de concílio institucional e governamental em poder legislativo, executivo e quiçá judicial, além um planeta, além uma galáxia) a mais resiliente civilização que em evolução e continuação se fez pertencer e ser! Seja na Terra seja em Marte! Porquê Marte...? Porque é já ali....
sábado, 16 de março de 2019
quinta-feira, 14 de março de 2019
A Máquina do Tempo
(Foto: Flickr Creative Commons) A Máquina do Tempo: invertendo o tempo ou mais exactamente revertendo o «normal» movimento atómico desafiando todas as Leis da Física, os cientistas veriam confirmadas as suspeitas de ter descoberto a fórmula mágica para um «Regresso ao Futuro».
Utilizando a sabedoria de um computador quântico assim como a mestria teórica da complexa e mui distinta mecânica quântica, o nosso mundo ficou agora a saber de quão perto está de, em breve, poder dar uma saltada a esse outro mundo que ainda não conhece através desta poderosa máquina do tempo.
«De Génio e Louco todo mundo tem um pouco!»
Deve-se sempre reconhecer a genialidade das práticas, inovações e múltiplas investigações que dão azo a fantásticas descobertas que têm por inevitável consequência a evolução humana na Terra. Até aqui tudo bem. A partir daqui talvez a questão seja mesmo: «Até onde o Homem irá no sonho e na demanda desse tal salto quântico ao realizar e consolidar todos os conhecimentos adquiridos»?...
Para já o que se sabe é que os cientistas estão enfaticamente selvagens (no bom sentido) de, pela primeira vez, poderem gritar ao mundo de terem finalmente criado/construído com grande sucesso uma espécie de Máquina do Tempo depois de muitas experiências efectuadas.
Uma delas concretizou o inesperado, segundo a legítima referência do investigador-chefe, o venerável Dr. Gordey Lesovik - director do Laboratório de Física de Informação Quântica do Instituto de Física e Tecnologia de Moscovo, na Rússia - que nos diz de modo a que tudo pareça simplificado:
"Criámos artificialmente um estado que evolui numa direcção oposta àquela da flecha termodinâmica de Tempo. (...) Ao serem colocados os electrões espalhados de volta à sua forma original, eles efectivamente criaram um estado que ia contra a direcção do tempo."
Dir-se-à com toda a certeza então de que 2019 não será um ano morno ou isento de surpresas. Algo que o «pai» da Microsoft - Bill Gates - corrobora, assumindo desde logo em liderança e, por certo confiança, de que para este ano teremos em grande expectativa as mais incríveis inovações tecnológicas.
Inovações essas que vão desde as vacinas personalizadas contra o cancro até às utilitárias (e evidentemente necessárias) sanitas ecológicas que tratam «in situ» os dejectos humanos.
Tecnologicamente estamos no caminho certo, ao que parece. Mas que mais se nos apraz dizer então sobre esta revolucionária locomotiva do tempo que, em caos ou em esperança, nos irá dar a maior prova do saber dos deuses...? E que, vá-se lá saber porquê, nos permitiu chegar até aqui...
«Time Travel» ou viagem no tempo. Sabe-se que no bizarro mundo da mecânica quântica tudo é possível; até a imaginação ou estupefacção de se verem os ponteiros a andar em processo retrógrado, ou seja, ao contrário do que estamos habituados. Segundo nos informou o boletim informativo «The Sun», ainda haverá um longo caminho a percorrer para que qualquer um de nós possa entrar aleatoriamente nessa subatómica «Máquina do Tempo». Mas será mesmo???
Sonhando com «Viagens no Tempo...»
Imaginem a repercussão em toda a linha. Sejamos claros: Quem não gostaria de voltar atrás no tempo e estatizar aquela idade ou jovialidade perdida?... Quem não desejaria modificar acções e procedimentos alterando o normal circuito de vida...? E se o fizesse, que consequências teria?! Talvez que nem tudo fosse perfeito em viagem ao passado, mas em relação ao futuro?... Voltaríamos?... E voltando, modificar-se-ia comportamentos e processamentos lógicos do que então saberíamos em maior desenvolvimento e aferição?!...
De modo ostensivo mas ainda que precipitado, todas estas questões podem ser relevantes. Ou idiotas, nunca o saberemos. Se alterarmos o nosso percurso de vida, o nosso destino na Terra, poderemos atentar contra todas as leis; se não físicas talvez metafísicas numa base de maior espiritualidade ou até filosofia contrária à que hoje ponderamos.
Todavia, o que hoje se debate é se todo este processo, hipoteticamente já na Terra instituído, se poderá desenvolver a nível militar - que não civil - na solução e incessante procura de tantas perguntas ainda sem resposta.
Desde as experiências de Remote Viewing (visão remota no relevo da parapsicologia) que se testa a capacidade sensorial e extra-sensorial nos indivíduos; e de como através destas sensitivas armas se poderá ir mais longe na potencialidade das mesmas.
Nesta medida, está o que o Dr. Gordey Lesovik descobriu e agora revelou ao mundo sobre a sua tão enfática experiência: "Criámos artificialmente um estado que evolui numa direcção oposta àquela da flecha termodinâmica do tempo." Ou seja, Lesovik usando a mecânica quântica, fez com que a sua experiência desafiasse a segunda lei da termodinâmica que governa a direcção da «flecha do tempo» do passado para o futuro...
Segundo o próprio, a sua equipa usou um Computador Quântico rudimentar composto de qubits (unidade básica de informação quântica) de electrões (partícula subatómica que circunda o núcleo atómico) - que prodigaliza a sua capacidade no transporte de informações sobre partículas subatómicas.
De realçar que é deste modo que Lesovik tem esperança em que, nas futuras descobertas, haja um melhor poder de processamento. Ter o controlo e a sapiência mas acima de tudo a demanda de «Reverter o Tempo» com um computador quântico, é neste exacto momento a grande perseguição científica, intui-se.
A Máquina do Tempo descrita na revista científica «Scientific Reports» é baseada num computador quântico que realiza cálculos usando elementos básicos conhecidos como «qubits» supercondutores.
LHC (Large Hadron Collider, CERN). O Super-acelerador de partículas (Grande Colisor electrão-positrão) ou, como é mundialmente conhecido «O Maior Acelerador de Partículas do Mundo», que tem o propósito de recriar uma espécie de Big Bang recriando as similares condições às que existiam logo após este evento cósmico.
Evidenciado por muitos como a mais expectável primeira «Máquina do Tempo» que os cientistas tentam manobrar até o conseguir, deu agora lugar a esta outra máquina. Especulação ou falsa verdade científica, o certo é que muitos continuam a temer o que por Genebra (Suíça) se faz, em quase incomensurável poder dos deuses na criação ou eliminação de outros mundos ou dimensões...
A Experiência (do caos à ordem)
Para que haja um maior esclarecimento sobre a ainda tão propalada «Máquina do Tempo» que os investigadores moscovitas descobriram, há a registar que esta só foi possível devido à experiência que se realizou e fez converter o Movimento de um Número de Átomos - equivalente ao de um distorcido ou quebrado rack de bolas de bilhar - em assumida reorganização mas numa pequena escala.
(As «bolas» espalhadas inicialmente, e que de acordo com as Leis da Física se deveriam ter dividido aleatoriamente, acabaram por se reorganizar voltando à forma original; ou seja, como se estivessem voltando no tempo, segundo o entendimento dos cientistas)
Analogia experimental: 1 - Order (ordem) 2 - Degradation (degradação) 3 - Time Reversal (inversão de tempo) 4 - Regeneration (regeneração) A sequência passa pela fase (1; ordem) depois pela External Disturbance (perturbação externa da fase 2 e 3) e acaba na fase (4; ou regeneração).
1 - Electron is localized (Electrão está localizado) 2 - Electron becomes smeared (Electrão fica espalhado 3 - Fluctuation of background radiation (Flutuação da radiação de fundo) 4 - Electron becomes localized (Electrão fica (ou volta a estar) localizado.
Há que anotar que, na verdade, esta Máquina do Tempo é tão-só ( ou não) um rudimentar computador quântico composto por qubits de electrões. Um qubit é a unidade básica de informação quântica - uma unidade que representa um (1) zero e um (0 e 1 e 0 ao mesmo tempo, numa sobreposição de ambos os estados).
Os investigadores executaram assim um «Programa de Evolução» que fez com que os qubits entrassem num complexo padrão de mudança de zeros e uns. E, durante esse processo, a ordem foi perdida (tal como se faz de início, num jogo de snooker). Um programa separado, em seguida, modificou o estado desse computador quântico para que este evoluísse para trás, retornando assim do caos à ordem. Isso fez com que os qubits retornassem ao ponto inicial original.
Os Cientistas conseguiram então realizar esta denominada «Inversão de Tempo» com um sucesso estimado em 85% do tempo com 2 qubits; tendo por conseguinte uma taxa de sucesso de cerca de 50% com 3 qubits.
Esta experiência pode efectivamente vir a produzir resultados muito positivos em relação aos computadores quânticos, pelo que esta experiência veio focar e assim futuramente perspectivar em aplicação prática no desenvolvimento destes computadores, afiançam os cientistas.
"O nosso algoritmo pode ser actualizado e, usado, para testar programas escritos para computadores quânticos e assim eliminar ruídos e erros." (Afirmação do Dr. Lesovik)
Os Mágicos Super-computadores. Ou, como é do conhecimento geral, o cada vez mais exigente e imponente dispositivo de armazenamento de informação que eles retêm na capacidade e eficácia do processamento de dados. Como por exemplo, os super-computadores da IBM e Nvidia de alta performance na área da computação. Mas saberemos mesmo do que compõe toda esta informação?...
(Na experiência do Dr. Gordey Lesovik foi usado o computador quântico experimental «Q-Experience» da IBM, cujos circuitos mimetizam o estranho comportamento das partículas subatómicas)
No Mundo da Computação Quântica
É óbvio que não se vai aqui expor toda a vertente computacional em esquema informático; até porque seria desnecessário. No entanto, será razoável que se dêem umas luzes sobre o assunto. Falar de Computação Quântica para leigos na matéria não é tarefa fácil; todavia, o que aqui se pretende é talvez elucidar do que se trata (nem que seja pela rama) certas designações em relação ao tema.
Os especialistas aferem-nos de que a Computação Quântica está neste momento num processo evolutivo de grande dimensão (veja-se o exemplo dos super-computadores actuais); e que inclusive, poderão futuramente utilizar fotões interactivos, sem que se explique na totalidade toda essa demais e intrínseca complexidade computacional.
(Dizem-nos inclusive de que os chips dos computadores actuais estão a ficar a cada dia mais pequenos e mais rápidos, ou seja, estrondosamente mais eficazes!)
Na Computação Quântica a diversidade complementa também a particularidade não só da exiguidade mas também da quase perfeição, na base em que utiliza partículas minúsculas (numa nova versão nanotecnológica) que podem existir em múltiplos «estados» aleatórios a qualquer momento. E que Bits quânticos (ou qubits) num computador quântico se podem revezar em uns e zeros ao mesmo tempo numa frondosa performance de agilizado processamento.
Um qubit (afirmam os cientistas) pode mesmo ter o dom da ubiquidade, pois pode estar factual e eventualmente em qualquer ponto do planeta - e em todos os pontos do planeta - em qualquer momento.
Isto significa assim que um qubit pode armazenar grandes quantidades de informação porque possui milhões de possíveis «estados». Assustador...? Um pouco. Mas não há volta a dar nem retrocesso para todo este processo incontestavelmente imparável sobre estas novas tecnologias!
Significa também que, um Computador Quântico, será provavelmente capaz de realizar tarefas de alta complexidade numa forma que se revela extremamente rápida na utilização de qubits. Apesar disto tudo há o entrave de ainda não estarem a trabalhar a 100% num processo algo caprichoso e, ainda, não totalmente expansivo como se desejaria, segundo referenciam os entendidos.
Todavia, não quer isto dizer que não haja evolução neste campo, muito pelo contrário, pelo que os cientistas admitem contudo, o poder-se utilizar partículas minúsculas (fotões) neste novo processo; as quais irão ser muito úteis na pesquisa ou investigação científica no respeitante à computação quântica. Esperemos então que se faça luz neste domínio.
(Back to the Future/Delorean Time Machine) ou «Regresso ao Futuro» (em português): A evasão cinéfila de 1985 que concretizaria o sonho de muitos em se fazerem levitar ou mais propriamente transportar para uma outra época, uma outra distinta data em relógio acelerado (mas também atrasado), numa saga de viagens e retornos também ao passado. Relembrá-lo é eterno, como eternos são sempre os nossos sonhos de quebrar esta rotina presente de podermos ir descomprometida e dulcifluamente a qualquer um dos lados temporais...
Viajando no tempo...
Haver portais estelares e vórtices que se unem num espaço-tempo intemporal já não é novidade para ninguém; pelo menos no mundo da Internet e dos cibernautas que lêem e procuram avidamente por mais e mais testemunhos de pessoas que se dizem viajantes no tempo, recobrando memórias e admitindo outras sobre épocas e locais diferentes aos vividos até aí.
É assim que o Homem evolui. Nasce, cresce e aprende que mesmo sem saber ou poder voar por si, poderá ter outros meios que não os conhecidos ou pré-concebidos até aqui, para se fazer vencer e transportar numa futura deslocação para outros mundos, outras dimensões.
A exploração aeroespacial está em bom ritmo mas nada que se pareça a estarmos já de malas aviadas para irmos até ali, ao futuro. No entanto, dando azo às polémicas de quem defende que nos circuitos militares de certos países civilizados e desenvolvidos essas viagens já se efectuam (através do tais wormholes), fica-nos a sensação de sermos sempre os últimos a saber das novidades. Até porque, viajar-se no tempo nem sempre poderá trazer benefícios acrescidos...
No caso dos nossos especialistas a ideia final era a obtenção de mais respostas ou simplesmente captar um maior entendimento sobre o que, por testes já efectuados, se elaboraria em compreensão e teoria. Teoria esta de saber se o tempo se reverteria - pelo menos para uma única partícula por uma fracção de segundo.
Há que acrescentar que, quando os cientistas observam um electrão, eles não conseguem descobrir a sua posição exacta, mas podem determinar onde é que ele está localizado. E, além do mais, com o tempo, vai-se tornando ainda mais difícil saber onde está esse electrão, porque a região do espaço que o contém «se espalha» também. Ou melhor, torna-se mais caótico.
Isso faz com que aumente ainda mais a incerteza da posição do electrão - um princípio central da equação de Schrodinger. O que esta prestigiosa equipa de cientistas russos fez, foi a de calcular a probabilidade de um «espalhado» electrão poder de forma espontânea se localizar de volta ou em retorno ao seu passado recente, viajando no tempo de facto!
Por mera curiosidade: Se nós observarmos 10 biliões de electrões recém-localizados a cada segundo durante 13,7 biliões de anos, penso que poderíamos ver isso suceder apenas uma única vez. E, mesmo assim, o electrão não viajaria mais do que 10 biliões de segundos no passado. E isto obviamente que não é ideal, uma vez que não possibilita a capacidade de prever a Reversão do Tempo, tornando o sistema inútil para os cientistas.
É por este facto (e muitos outros que nos vão sendo explicados amiudada e cuidadosamente), que é tão importante que os cientistas consigam «Reverter o Tempo» sob a demanda e orquestração de uma Inteligência Artificial computorizada; ou seja, sob a leitura e lógica de um Computador Quântico.
Dar o salto quântico é que talvez já não seja tão fácil, em permanência e objectividade, referência e continuidade, se errarmos cálculos ou a verdadeira sabedoria matemática versus algoritmos e processamentos se não quisermos ser transladados para o desconhecido - ou algo a que mais tarde nos viéssemos a arrepender...
Os avanços tecnológicos são necessários, preciosos e sempre mui bem-vindos. Quem o diz é Bill Gates, o filantropo e multi-milionário norte-americano do mundo da Microsoft que elege algumas das inovações tecnológicas como as mais apreciadas pérolas deste nosso mundo sempre em intrépida viagem de evolução e criação. A tecnologia impõe-se e nós dispomos dela - não sem antes reflectirmos um pouco até onde ela nos levará...
Gates confia. Acredita piamente que neste ano de 2019 se cumprirão certos desígnios - e fascínios! - sobre a destreza robótica em vários campos. Potencia o enorme esforço criado por parte dos envolvidos e granjeia-lhes grandes eventos e, outras tantas oportunidades que a tecnologia vai debutando, tal como o feliz espectáculo primaveril de pétalas a abrirem por cada flor semeada neste nosso mundo científico.
Daí que tenha mencionado com grande ênfase então os Programas de IA (inteligência artificial) de conversação; a energia produzida por Fusão e Fissão Nuclear; as máquinas que capturam CO2 (dióxido de carbono) mas também os avanços na área da Hematologia sobre os testes sanguíneos de diagnóstico na prevenção de se evitarem nascimentos de bebés prematuros; ou ainda na reversão da quimioterapia pelas vacinas personalizadas contra o cancro que se estimam estar activas e no mercado livre para breve segundo o acordo da OMS.
Quanto às Máquinas do Tempo não sabemos se as vamos ter; para já. Mas lá chegaremos, estou em crer. Para tudo na vida há que ter paciência e empenho, investimento e regulamentação, e possivelmente um respeitável cumprimento do que nos é devido em favor do ser humano e de toda a Humanidade. De nós para nós, deverá ser o lema.
É nisso que temos de apostar, e acreditar, pois se não houverem Máquinas do Tempo que nos salvem, talvez seja este o tempo de considerarmos, visualizarmos e conceptualizarmos que é chegado o tempo de sermos mais humanos que máquinas, mesmo que sejam estas a superiorizarem-nos, a dizerem-nos que já não temos tempo para as alcançar!... Mas desistiremos...? Jamais! A Máquina do Tempo não nos dá tempo para isso...
quarta-feira, 13 de março de 2019
terça-feira, 12 de março de 2019
sábado, 9 de março de 2019
terça-feira, 5 de março de 2019
Na Caça às Origens
(Crédito da Imagem: JAXA) Superfície do asteróide Ryugu. Missão: Observação, vigília e captação do asteróide Ryugu pela sonda japonesa Hayabusa 2 da JAXA em rumo, destino e objectivo final sobre este asteróide na recolha e envio de amostras (que em retorno à Terra se catapultará no ano de 2020) para que haja uma maior clarificação e entendimento científicos sobre este poderoso corpo celeste.
Na Caça aos Asteróides
Está oficialmente aberta a «Caça ao Cosmos». Desde a década de 40 do século XX até aos dias de hoje. E por todos aqueles que vêem na exploração espacial o seu shangri-la de um futuro que almejam conhecer muito antes do tempo; ou além deste, pois que o tempo talvez seja uma forma de diversão para quem tão exíguo espaço tem (para se validar ou até equilibrar) nestas andanças de um Universo rico em mudanças e mistérios. Muitos! Ou tantos e tão deliciosamente emaranhados que jamais saberemos de tudo o que nele se investe...
Estamos à caça de asteróides; do que eles são, formam ou reproduzem em si. Identificados como uma potencial fonte cósmica de vida ou, o que esta transporta em si nos elementos que ainda não conhecemos na totalidade, eles são-nos a exigência fetal de um cosmos que também julgamos nosso.
Assustam-nos. Pela dimensão, órbita ou direcção que possam tomar ou fazer colidir com os planetas; neste caso, o nosso. São enormes, consequentes e absolutamente indigentes se acaso não possuirmos tecnologia necessária para os direccionar numa outra órbita, numa outra trajectória.
No entanto, a comunidade científica está alerta e como tal nada a temer, a não ser que nos enganemos e não seja um asteróide que venha contra nós, mas algo impiamente desconhecido e de forma altamente inteligível - ou com determinado propósito, para o qual não haverá qualquer tecnologia terrestre possível de abate ou neutralidade...
A Sonda espacial Hayabusa 2 observada e visualizada pelos cientistas após o pouso ou aterragem na superfície do asteróide Ryugu. A JAXA está de parabéns, pelo que o mundo suspeita começar agora a grande descoberta sobre este tipo de asteróides. E, eventualmente, de saber como e através das pistas que ele nos dará, de como surgiu a vida na Terra. Entre o que ele reporta e ainda em si oculta, que mais mistérios haverão, se acaso se descobrir algo intransponível ou até inadmissível da nossa humana compreensão???
O Asteróide Ryugu
Por sequência e desenvolvimento da exploração espacial ou aeroespacial japonesa que dá pelo nome de JAXA, o mundo ficou a saber de mais uma missão; desta vez de origem nipónica. O objectivo da missão era o asteróide Ryugu em prospecção e conhecimento com a pretensão da sonda japonesa Hayabusa 2 aí poder aterrar. Assim foi projectado e assim se realizou de facto.
Em Junho do ano passado, a sonda japonesa Hayabusa 2 atingiu finalmente o tão esperado objectivo de se aproximar do asteróide visado a uma distância de 20 quilómetros. Tudo correu como planeado e devidamente projectado.
O que a sonda japonesa nos mostrou então não pacificaria receios mas anunciaria abertas todas as portas para uma recolha de dados e informações prestigiosas sobre ele. Uma superfície rugosa - altamente rochosa - e nada amistosa foi o que se detectou. Mas as expectativas estavam altas. E ele, não nos decepcionou. (Há sensivelmente quatro anos que os cientistas esperavam por isto).
Os cientistas não desmotivaram antes ecoaram tratar-se de algo majestoso que possuía cerca de 900 metros de diâmetro, localizando-se a cerca de 340 milhões de quilómetros do nosso planeta. Rico em carbono - este corpo celeste que se terá desviado da sua posição original na cintura de asteróides - é considerado pelos cientistas hoje como uma autêntica relíquia do período de formação do Sistema Solar.
E isso, consagrar-se-à nas pistas que entretanto ele dará sobre a presença do nosso mais precioso líquido terrestre (a água) e mesmo das moléculas orgânicas que se exibem no nosso seio planetário, na Terra; de onde vieram e como vieram...
Foi assim que do país do sol nascente veio a divulgação do que se estava a passar com a intervenção da sonda Hayabusa 2 no asteróide Ryugu - deixando o mundo boquiaberto por, finalmente, se ir desvendar o que esta classe de objectos mais antigos do Sistema Solar esconderia em si, reportando-nos quiçá, um melhor conhecimento das nossas origens, da nossa génese extraterrestre.
Depois de quase quatro longos anos de viagem e numa distância de pouco mais de três centenas de milhões de quilómetros da Terra, a sonda Hayabusa 2 da JAXA (Agência Japonesa de Exploração Espacial) exultar-nos-ia a curiosidade e algum suspense através das centenas de imagens que nos enviou de Agosto a Dezembro de 2018.
Todas elas surpreendentes e efectivamente muito dignas e de grande entusiasmo por parte dos especialistas envolvidos neste projecto ao asteróide Ryugu, do que a sonda japonesa Hayabusa 2 nos revelou de si...
(Imagem: JAXA) Superfície do asteróide Ryugu: Uma das muitas fotografias e belíssimas imagens que a sonda japonesa Hayabusa 2 enviou para a Terra. Cerca de 200 admiráveis imagens de Ryugu foram assim observadas na mais pura contemplação do que existencialmente formata este asteróide.
Asteróides «irmãos» (Ryugu e Bennu)
Inicialmente, os cientistas admitindo de que o asteróide Ryugu possuía uma gravidade fraca demais para segurar um veículo com rodas (em particular os robôs no terreno que aí pousaram para a subsequente exploração do Ryugu) viria prejudicar enormemente o trabalho deste. Esses receios tiveram fundamento, uma vez que dos dois robôs aí estabelecidos para a recolha de imagens, um deles tenha sucumbido.
Presumindo-se então que ambos tenham percorrido a distância de aproximadamente 300 metros recolhendo estas preciosas imagens - e isso numa deslocação algo «saltitante» devido ao factor gravidade - um deles se tenha estatizado ao fim de 10 dias mandando apenas 40 imagens do que obteve até aí.
Mas nem tudo foi azar. Takashi Kubota - membro do projecto na JAXA - referiu em 2018 de que a temperatura artificial do asteróide (menor do que a esperada), pode ter efectivamente ajudado a retardar a deterioração dos veículos. Daí que o outro robô tenha executado a tarefa em perfeitas condições enviando estas magníficas imagens de Ryugu para a Terra.
Existiu entretanto a referência de que Ryugu (à semelhança de Bennu, o asteróide que a NASA está a estudar, na missão OSIRIS-REx) possa ser identicamente húmido e cheio de pedras. Ambas as agências são unânimes em relação a este factor, determinando que ambos os asteróides têm de facto muitas semelhanças, tal como «irmãos» na igual formação.
A NASA afiança inclusive de que Bennu tem (ou já teve) água líquida na sua superfície, pelo que observaram dele. Havendo essa perspectiva sobre esse elemento vital para a vida, é natural que o ênfase dado a estas questões esteja também em alta, uma vez que sugere em termos biológicos a hipótese de vida microbiana.
De registar ainda de que, a Órbita de Ryugu, passa perto das órbitas da Terra e de Marte, o que cria a esperança nos cientistas de que vestígios de água e matéria orgânica possam então ser encontrados na sua superfície, reafirmando o que anteriormente se disse.
Acredita-se assim de que desde a missão Rosetta da NASA, ao cometa 67P, em 2004, que estes corpos celestes poderão ter transportado para o nosso planeta Terra os componentes necessários à formação da vida.
Quem duvida agora de que somos todos provenientes dos corpos cósmicos, das imbuídas matérias orgânicas desses corpos e dessa elementar substância panspérmica que a todos nos determina e classifica como iguais???
(Reprodução: Akihiro Ikeshita) Recentemente a sonda Hayabusa 2 gravou novos dados e transmitiu-os para os cientistas da Terra. A informação que nos foi prestada legitima uma maior intervenção da sonda Hayabusa 2 sobre Ryugu. A sonda disparou assim uma bala de tântalo (um metal considerado particularmente duro) contra o corpo celeste do asteróide, na acção mais eficaz de poder recolher depois as amostras desses fragmentos de rocha. Esperemos então que Ryugu não se «sinta» estuprado em seu seio, fornecendo-nos mais detalhes sobre si...
Um «Míssil» contra Ryugu
Será mal interpretado se dissermos que foi um míssil e não apenas em sentido metafórico, sendo que a invasão é óbvia. No entanto, sabe-se que não foi um míssil nem nada parecido, apenas uma intervenção que se pressupõe ter sido necessária para desbloquear o que estava à superfície. O que, em finais de Fevereiro de 2019 foi obtido com muito sucesso, segundo os especialistas.
(A sonda pousou no local designado como LO8E1, ejectando um projéctil, uma bala de tântalo de 5 gramas contra a superfície de Ryugu)
"Os nossos dados actuais mostram que recolhemos uma quantidade de material suficiente durante a manobra anterior. A conclusão bem-sucedida do primeiro pouso, significa que a segunda da Hayabusa 2 será realizado após o ensaio que prevê a formação de uma cratera na sua superfície - perto ou dentro dela - se as condições permitirem." (Declaração dos cientistas da JAXA)
A segunda tarefa incluída nesta missão, será a de executar na superfície do asteróide Ryugu uma explosão efectivamente mais potente para se poder recolher amostras maiores, estudando-as de seguida, de acordo com a estimativa dos cientistas.
Essa fase da Missão Espacial Japonesa (JAXA) está prevista para meados de Abril deste ano; possivelmente para os primeiros dias deste mês em 2019. Entre Maio e Junho suceder-se-à o segundo pouso (se tal for possível em termos de segurança para a sonda). Em Novembro, a sonda Hayabusa 2 iniciará a sua viagem de regresso à Terra, finalmente. Bem-vinda seja então!
(Imagem de Jean Pierre Luminet) Simulação/ilustração de como seria um Buraco Negro. Tal feito tem as honras e o préstimo elaborados pelo astrofísico Jean Pierre Luminet com um computador IBM 7040 na década de 60 do século XX. Sentindo que se pode vislumbrar ou visualizar algo que nos é completamente indistinto (e invisível), Luminet deu-nos aquela parte do sonho cósmico de sabermos de como será indefectivelmente um buraco negro em toda a sua evocativa magia, ainda que hajam outros (astrofísicos) que revelam agora ter encontrado um «buraco negro invisível»...
Na vencibilidade do Invisível...
Ilustrando de como um «Horizonte de Eventos» poderá ser, o admirável astrofísico Jean Pierre Luminet deu-nos acima de tudo a perceptibilidade fotográfica de um buraco negro.
Literalmente invisíveis (em que a força de gravidade é tanta que nada escapa, incluindo a radiação electromagnética, como raios-X, infravermelho, luz e ondas de rádio) nada permite a detecção do objecto. Todavia, uma equipa de astrónomos conseguiu detectar recentemente um Buraco Negro Furtivo.
Sabe-se que, os Buracos Negros, são incapazes de libertar qualquer forma de luz; daí que os astrónomos necessitem frequentemente de observar os objectos celestes em redor, verificando se eles são afectados de alguma forma pela influência do buraco negro.
Nesse pressuposto, uma Eminente Equipa de Astrónomos do Japão conseguiu recentemente localizar uma diferenciada nuvem de gás que estava próxima do centro da Via Láctea - a mais de 25 mil anos-luz de distância da Terra. Um feito inédito!
Esta nuvem foi precisamente localizada na constelação de Sagitário, sendo de tal forma interessante esta descoberta que de imediato se tornou justificativa a nível científico para novas averiguações e investigações.
(No entanto, os cientistas afirmam de que se não pode desmesurar a compreensão do Buraco Negro Massivo que empreende em si 5 vezes a massa do nosso Sol - no caso de um buraco negro regular, a mais de um milhão de massa solar, tratando-se de Buracos Negros Supermassivos)
Após a análise cuidada do objecto que parecia de facto invisível, chegou-se à conclusão de que aquele Misterioso Objecto era sem margem para dúvidas um Buraco Negro Furtivo! Ou Fugitivo, pelo que desaparecia de seguida. Com esta descoberta, a equipa espera encontrar futuramente Muitos Outros Buracos Negros, uma vez que existem milhares deles escondidos por toda a Via Láctea!
Esta mui fantástica descoberta dos Astrónomos Japoneses veio assim demonstrar ao mundo (ao nosso mundo), a eficiência de um novo método que poderá tornar o processo de descoberta de outros buracos negros (de um modo que se complementa também como algo revolucionário) consideravelmente mais fácil e mais eficaz. Estão de parabéns então os astrónomos nipónicos!
Os Cientistas dão assim o alerta sobre a existência de Milhões de Buracos Negros - potencialmente mortais! - que povoam todo o Universo. Além da evidência incessantemente divulgada a nível científico do que os astrónomos têm recolhido em ascendente informação sobre as estrelas, que se julgam coesas e munidas de outras verdades.
Uma delas em particular, é que se pode estar na iminência de reportar uma «mega-estrutura alienígena» que tem vindo a ser sistemática e minuciosamente analisada na detecção de sinais de vida extraterrestre.
Mais do que simples demagogia ou psicologia de cartilha, os cientistas sabem bem a delicada situação do que podem ter de vir a enfrentar e, consequentemente, a divulgar ao mundo - sendo que esse mundo (o nosso mundo) poderá não estar de todo preparado para isso...
Na Caça às Origens sobre asteróides, buracos negros e enfim todos os corpos celestes inseridos no surpreendente contexto cósmico do qual todos fazemos parte, é apenas e somente (na óptica dos homens e mulheres da Ciência) o natural passo de um já longo caminho da Humanidade para se saber, finalmente, toda a verdade sobre as nossas origens. Será pedir muito?... Penso que não.
Subscrever:
Mensagens (Atom)