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terça-feira, 12 de dezembro de 2017

A «Morte» a Oriente...

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China: a grande incógnita do passado e do presente - na vida ou na morte. Da ancestralidade à actualidade, a idêntica nostalgia mas correcta simetria (ou talvez paralelismo) com o que «A Grande Unidade» ou Tai Yi, fomentou na Terra no seu auge evolutivo. Pelo Mandato Celestial a China cumpriu a sua História, no que, ainda hoje, tenta conseguir em bênção e em legitimidade nos seus sucessores... E, do mundo dos mortos sobre os vivos, pela China ou pelo resto do mundo, todos eles nos concedem em prestígio ou desamor...

«Os Mortos não querem muitas roupas. As pessoas pensam que envolver oferendas em palha branca as tornam auspiciosas, mas os espíritos acham que as oferendas são auspiciosas, independentemente da forma como são embrulhadas. Contudo, todos aqueles que oferecem sacrifícios não devem cuspir. Se cuspirem, os espíritos fogem assustados.»

                        - Relato de Dan, um espírito algo perturbado mas recompensado num voltar à vida, após lhe ter sido permitido essa ascensão (ou retorno físico) após a sua morte por suicídio ter sido considerada prematura. Daí que Dan tenha falado sobre alguns dos gostos e aversões dos mortos (em texto extraído de um túmulo descoberto em Fangmatan, na província ocidental chinesa de Gansu).

Os ossos falam. Falam para a História dos homens e das mulheres que na Terra singram. E dizem-nos que os Mortos têm influência no mundo dos vivos. Espíritos malignos ou benignos que residem no Céu, e que vêm sempre mas sempre, confluir e corrigir, alterar ou apenas confundir quem na Terra está. E disso, ninguém foge. E disso, ninguém fala...

Saberemos lidar com isso...? Saberemos estar à altura desses nossos mortos? Saberemos compreendê-los? E se, tal como no Budismo ou no Tauismo que descrevem as vidas após a morte expiatórias - completadas com juízes e carcereiros que puniam os mortos pelos pecados cometidos durante as suas vidas - alimentarmos esses «espíritos famintos»?! É esse o purgatório dos vivos, alimentar os vícios e as sevícias dos que já se foram...?

A dinastia Shang admite-o (nas inscrições em ossos oraculares), tal como as inscrições em bronze da dinastia Zhou que confirmam a influência que o mundo dos mortos tem sobre o dos vivos; acreditando nisso, a sociedade ocidental, poderá ter em conta a maior consideração sobre os que já partiram, ou incumbir-se-à de exorcizar todos e quaisquer espíritos que nos rodeiam???

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Vida e Morte; criação e extinção. Benéficos ou maléficos os espíritos de outrora, alados aos mais recentes na capacidade de intervenção (ou interferência) sobre quem vive, audazes assim na supremacia e na urgência (tal como Di, o deus supremo dos Shang), no que providenciam em auxílio com as colheitas, com a construção de cidades e com as campanhas militares, entre outras iniciativas estatais. Tanto na Antiguidade como na actualidade, os deuses espreitam e os espíritos rondam... para o bem e para o mal...

O Céu, a Terra e o mundo dos Mortos
Na longa jornada da vida até ao céu - na fervorosa indicação da crença chinesa pré-budista, na ascensão da alma após a morte - os Chineses confiam, desde tempos imemoriais, que as almas se libertam do corpo e voam até ao Além; até às estrelas. E das estrelas outras vêm, na mais bela criação do mundo que povoa a Terra.

Mais audazes a Oriente que a Ocidente, que terão estes povos sabido e, conhecido então, que do Cosmos à Terra se sublevou, se identificou e legitimou, para que a Criação do Mundo não tenha sido apenas uma ocasião ou uma simples simulação que acabou por se fazer vida e morte?!

Da Antiguidade até aos nossos dias, o povo chinês mantém vivas as tradições e as aferições dos seus antepassados como inalterados e mesmo inquestionáveis seguimentos.

Que ventos ou que marés lhes sussurram essas brisas, essa espuma do mar que lhes dita e lhes aufere a maior de todas as certezas: a sua gente e o seu território como a personificação da Grande Unidade em sangue e em sémen espalhados pelos rios e pelos mares, pelos quatro cantos do mundo e, pelo Sol e pela Lua.

Quem pode duvidar disso então...? Ou quem o poderá contradizer, quando ao se aproximarem da morte os seus corpos explodem como supernovas (tal como Pangu ou Pan Ku)) em que a sua respiração se transformou no vento, o seu olho esquerdo no Sol e o seu olho direito na Lua...?!

E será contraditório, porém insistente e determinante, que, na mitologia inerente sobre a criação do género humano, se refira que os piolhos da sua pele (de Pangu) foram tocados pelo vento e assim transformados em pessoas dando origem à espécie humana?! Sabemos que sim, em parte. Piolhos ou células? Piolhos, ou processo microbiológico em concepção e replicação...?!

Da tradição ao relato mitológico e posteriormente à identificação científica, os dados estão sempre lançados, sendo que, de um lado ou de outro, haverá sempre a explicação para o que foi e, indelevelmente será, na Terra ou no Céu...

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A Criação do Mundo:tradição e contemporaneidade. Mitos que contam batalhas entre os deuses, que parecem ter resultado na diferenciação do tempo. Do Imperador Amarelo até aos nossos dias, a  evolução chinesa incomparavelmente súbita e exponencial que nos reflecte (e insinua!) o quanto este povo é árduo e forte, mas também cúmplice e devoto de um Cosmos-progenitor...

A Origem/A Criação do Mundo
Segundo as fontes filosóficas chinesas clássicas, as Origens do Mundo são um estado sem estado ou diferenciações: sem luz, sem escuridão; sem altos e sem baixos e toda a matéria está combinada numa bolsa húmida, semelhante a uma bolha. Segundo ainda uma destas fontes, fora deste estado indiferenciado, chamado Tai Yi - ou Grande Unidade - nasceu a água. Da mistura entre a água e a Grande Unidade nasceu o Céu, unindo-se este por sua vez à Grande Unidade a fim de criar a Terra.

Do Céu e da Terra havendo destes a união - na concepção cósmica e telúrica de ambos - foram dados à luz os espíritos e os luminares (o yin e o yang) que produziriam as seguintes quatro estações. Destas surgiram o calor e o frio, que criaram a humidade e a secura (o ano e o tempo em geral), no conceptualizado Auge da Evolução.

As Tradições: Nüwa - aquela a quem foi atribuída a criação da raça/espécie humana. Há a narrativa histórica  de que ela utilizou o barro da terra para moldar as pessoas - para os nobres usou o amarelo e para os inferiores uma cor mais escura. Outra história revela-nos ainda de que ela se uniu ao seu irmão Fuxi - a única pessoa viva além dela (Adão e Eva do Oriente...?) e juntos tiveram filhos. Como se vê ou intui, a realidade da génese é sempre idêntica ou paralela à que no Ocidente se implanta.

Esses relatos dos primórdios do mundo imbuem-se de mais pormenores dizendo-nos: Quando os progenitores do mundo não estavam a copular (ou a terem relações sexuais), encontravam-se ocupados a combater.

Muitos mitos chineses falam sobre batalhas entre os deuses que parecem ter resultado na diferenciação do tempo, ou seja, à presunção hoje actualizada de, cada vez mais, se instaurar a ideia de que terão havido batalhas cósmicas entre si (mesmo entre as várias civilizações galácticas e sobre a Terra) havendo a possível manipulação ou certa orquestração do tempo daí derivados.

Chi You e Huangdi: a mais conhecida batalha na China entre Chi You, um monstro réptil (um ser reptiliano?) e Huangdi, o Imperador Amarelo que, ao que consta pelos relatos mitológicos chineses, se impulsionava como deus, ou ser vindo das estrelas, em supremacia cósmica. Este último levando a melhor sobre Chi You, matou-o. Chi You transformar-se-ia depois num cometa - uma estrela inconstante.
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Uma admirável fotografia de Yuri Pustovoy apresentando a lide piscatória nocturna dos seus rurais habitantes sobre o lago Yangshuo, na China. Sabe-se dizer hoje com toda a certeza quem foi exactamente o antigo povo chinês...? Pensa-se que não. De origens múltiplas, a civilização chinesa disseminou-se na coexistência de inúmeras culturas locais.

A China e o seu Povo
O território chinês compreende a maior parte da massa terrestre da Ásia do Leste, incluindo quase todos os aspectos climatéricos e topográficos que se possa imaginar. Contudo, apesar de a China actual se estender desde os desertos da Ásia Central até aos pastos da Mongólia - e desde os altaneiros Himalaias até à ilha tropical de Hainan, ao sul - em geral estima-se que a China da Antiguidade foi talhada na curvatura do rio Amarelo.

Há uma ou duas gerações pensava-se que, a Arqueologia, daria prontamente a resposta sobre quem era exactamente o antigo povo chinês, havendo a simples percepção de que as civilizações mais antigas da China provinham das culturas neolíticas de Yangshao e Longshan (localizadas nos prolongamentos ocidental e oriental do vale do rio Amarelo).

A concepção da origem exibia-se na teoria predominante de então sobre o desenvolvimento histórico de que, a civilização chinesa se disseminara, a partir desta origem bipolar. No entanto, sabe-se hoje que esta mesma civilização chinesa possui múltiplas origens, por vezes em contacto com outras culturas e muitas delas isoladas numa saudável coexistência entre todas.

Diz-se muitas vezes que a China se gaba de possuir a civilização contínua mais longa do mundo, sendo certamente verdade que os antepassados do Povo Chinês já viviam em comunidades estabelecidas na área que é hoje conhecida como a Grande China por volta do ano 5000 AEC (antes da era comum).

Ao longo dos milénios foram-se acumulando sucessivos estratos históricos, em geral soterrando os estratos anteriores sem deixar grandes vestígios. Mas já no início do século III AEC, ossos de elefante descobertos em escavações, levaram os investigadores a imaginar de como teria sido a forma desses elefantes em vida.

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Os Soldados de Terracota. A maravilhosa descoberta em incansável escavação sobre o túmulo de Qin Shi Huang Di Xi`an. O poderoso exército que consigo compunha a passagem da vida para a morte, ou seja, na inolvidável esperança de ressurgimento dessa inominável força e poder combativos face a um posterior inimigo para além da vida...

As Descobertas Arqueológicas
No início da década de 1970, após várias décadas de ruína devido à agressão estrangeira, à guerra civil e depois aos tumultos internos, o desenvolvimento da arqueologia chinesa alcançou novos patamares. Num período muito curto registaram-se três descobertas notáveis que atraíram a atracção mundial.

Entre 1972 e 1973 foram descobertos três túmulos através de escavações realizadas num local denominado Mawangdui, no coração da moderna cidade de Changasha, na província de Hunan. Os túmulos pertenciam a Li Cang, senhor do reino local de Dai (morreu em AEC), à sua esposa (data da morte desconhecida) e a um dos seus filhos (morreu em 168 AEC).

O corpo da Dama Dai foi encontrado quase perfeitamente preservado no seu túmulo, ao passo que no túmulo do seu filho descobriu-se uma extensa biblioteca de textos, muitos deles escritos em seda.

No ano seguinte - em 1974 - os agricultores que cultivavam um campo perto do túmulo de Qin Shihuangdi - o Primeiro Imperador - mesmo às portas de Xi`an, na província de Shaanxi, desenterraram um exército subterrâneo de guerreiros em terracota, concebidos para protegerem o Primeiro Imperador na vida após a morte.

Depois, um ano mais tarde, em Anyang, e por intermédio de escavações, os arqueólogos descobriram o túmulo intacto da Dama Hao, uma das consortes do rei Wu Ding, da dinastia Shang, e uma personagem já famosa devido às inúmeras inscrições em ossos oraculares sobre ela.

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A perfeição em escultura e quase emoção. Na vida e na morte, a mesma condição: servir ao seu senhor, ao Grande Imperador, além todas as coisas. Retratados fielmente, que almas viventes, quiçá pungentes, teriam sido eles...? Que almas vagueantes teriam em si concebido além os tempos...? Ou o que sentiram, vendo-se espelhados e longe do mundo, do mundo dos vivos, mas para sempre recordados na pedra e na glória do que lhes fez ser vitória mesmo na morte?!

Em Memória dos Mortos
Não se sabe qual a razão plena para que o tenham feito, o tenham erguido na pedra em tão poderoso e garboso exército. No entanto, as descobertas, revelando inicialmente a ponta do iceberg, vieram acumular de certezas do que, em particular nestas últimas décadas, se cumpriu em dar luz e mostrar ao mundo tão fluente memória da história chinesa sobre tão magistral revelação.

E cada vez mais se tornaram notáveis em toda a linha as descobertas: Cerâmica e Jade de locais neolíticos em toda a China Central, assim como de áreas tão periféricas como Liangzhu, no Sudeste, e Hongshan, no Nordeste; inúmeros bronzes assombrosos, incluindo os mais antigos jamais descobertos - em Yanshi Erlitou, perto de Luoyang, na província de Henan.

Daqui se extraiu o extraordinário conjunto de 64 sinos do túmulo do Senhor Yi de Zeng (morreu em 433 AEC), as estátuas e máscaras exóticas de Sanxingdui, além de inúmeros bronzes de lugares mais tradicionais como Xingan, em Jiangsu, Zhouyuan, em Shaanxi, Sanmenxia, em Henan, e Tianma Qucun, em Shanxi.

De todos estes locais se evidenciaram os artefactos, muitos em laca, provenientes de túmulos de todo o Sul da China; muitos mais textos escritos em ripas de bambu que requereram um novo campo de estudo, e primorosos murais nas paredes dos túmulos da dinastia Tang, ao longo do Norte da China. Muitos mais foram entretanto sendo descobertos como é do domínio e conhecimento internacionais.

No total, um batalhão espectacular de magníficos artefactos feitos e utilizados pelo povo da antiga China, e que podem hoje em dia complementar os registos escritos a fim de nos ajudarem a entender quem foi realmente este povo.

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O Cosmos na insondável Via Láctea por onde Tay Yi, a divindade astral andou e consigo levou outros que a Terra não mereceram. Muito conhecida também a história do Boeiro mortal e da divina Fiandeira (representados pelas estrelas Vega e Altair), cujo romance ofendeu as autoridades celestiais. Foram condenados a encontrarem-se apenas uma vez por ano, no sétimo dia do sétimo mês, quando se formava uma ponte de pombas por cima do rio Han - a Via Láctea. O dragão, o símbolo da sabedoria e do imperador só faz as suas aparições no céu nocturno.

O Mandato Celestial
A China gaba-se de possuir a História ininterrupta mais longa de todas as grandiosas civilizações do mundo, com registos escritos datados da dinastia Shang (cerca de 1550-1045 AEC).
Ao longo de todo o período antigo da China, as dinastias ocorreram uma após outra numa sucessão irregular, algumas delas durando séculos, outras mal conseguindo sobreviver aos seus fundadores.

Já por alturas do início da dinastia Zhou (1045-256 AEC), o problema da sucessão dera origem ao princípio governamental mais importante da China - O Mandato Celestial - segundo o qual o Céu confere a sua bênção e, por conseguinte, a legitimidade, apenas aos virtuosos.

O horizonte espelhando a sua crença cósmica e a sua História, conta-nos hoje que vida e morte são a mesma criação do mundo, num eterno Mandato Celestial de cordata bênção com os céus.

Mas sobre os céus há mais que contar, no que a lenda ou a pura essência jamais revelada acabou por ser relatada através dos tempos: Os irmãos rivais Shishen e Yanbo, deuses dos povos Xia e Shang, não suportavam olhar um para o outro. O pai de ambos, o imperador Gao Xin, baniu-os por isso para o Céu, onde aparecem agora como as estrelas Oríon e as Plêiades; uma ergue-a a Oriente e a outra põe-se a Ocidente. Uma vez mais, o fabuloso Cosmos está presente.

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A Morte no conceito chinês. Não uma mas duas almas que se sublevam ante todas as expectativas etéreas... na imortal generosidade de «Po» e «Hun», as duas vertentes que, separadamente, dão vida e morte, impiedosamente também...

A Morte: As Duas Almas!
O conceito popular do corpo humano na antiga China - em oposição ao conceito médico da elite - era de que este era composto por dois tipos diferentes de elementos ou almas. Um deles, chamado «Po», era viscoso e material; o outro, chamado «Hun», era vaporoso e etéreo. Pensava-se que a convergência destes dois tipos de almas dava origem à vida e que, a sua dispersão, causava a morte.

As Almas «Hun», sendo mais leves e propensas a abandonar o corpo (coisa que faziam durante o sono profundo, sendo as suas deambulações a causa dos sonhos), eram as primeiras a partir no momento da morte. Imediatamente após a morte aparente de uma pessoa, o seu filho subia ao telhado da casa para «invocar» as almas Hun a regressarem. Só quando este ritual não conseguia ressuscitar a pessoa, era esta definitivamente declarada como estando «morta».

O Falecido era então preparado para o túmulo e tomavam-se previdências para preservar o corpo. No mínimo, inseria-se Jade - a mais bela de todas as pedras! - na boca, para assim impedir o processo de decomposição. Em outros casos, o cadáver era vestido com uma mortalha completa de peças de jade.

Numa notável descoberta arqueológica em 1971, o corpo da Dama Dai (morreu cerca de 165 AEC), esposa do rei de Changsha, nos primeiros anos da dinastia Han, foi encontrado em estado de conservação quase perfeito no seu túmulo, em Mawangdui, aparentemente como resultado de um processo deliberado de mumificação.

Contudo, para a maioria das pessoas, estava implícito que a morte implicava a decomposição do corpo. É por essa mesma razão que os túmulos eram escavados no solo, perto das Fontes Amarelas subterrâneas - a morada dos mortos! A substância material do corpo era transportada para aí quando as almas viscosas - «Po» - abandonavam o corpo e, escoavam através do solo.

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Xi`an (mausoléu subterrâneo do Primeiro Imperador da China, o Imperador Quinshihuang): as descobertas, as fascinantes revelações ao mundo através das escavações dos arqueólogos chineses que recentemente (em 2015) descobriram mais de 1400 soldados de argila que datam de cerca de 200 a. C. (Fonte: China News Service). Escavações anteriores (em 1974) no local da província de Shaaxi, já tinham posto a descoberto mais de 7000 guerreiros e outros tantos cavalos de terracota.

Equipados para o Futuro!
A Arqueologia da China é esmagadoramente mortuária por natureza, sendo muito provável que o seja ainda mais do que em qualquer outra civilização. Numa terra onde quase todos os edifícios eram construídos em madeira e, a maioria deles fora ocupada de forma ininterrupta desde a época do Neolítico, poucas são as estruturas acima do solo que sobreviveram às devastações do tempo e do Homem. Lastimável, sem dúvida!

Felizmente, apesar das censuras em diversos textos antigos contra os gastos exorbitantes com os enterros, muitas das dezenas de milhares de túmulos que os arqueólogos chineses descobriram através de escavações efectuadas no século passado, foram guarnecidas com grande profusão de objectos. Devemos a maior parte dos nossos progressos, no que diz respeito à compreensão da antiga China, à estrutura e ao conteúdo desses túmulos.

A prática funerária passou por mudanças consideráveis no decorrer da Antiguidade, na China. Durante os períodos Shang e Zhou do Oeste, os túmulos consistiam essencialmente em covas verticais escavadas no solo. É evidente que eram diferenciados, consoante o seu tamanho e adereços.

Todos os túmulos dos reis Shang de Anyang foram pilhados na Antiguidade, provavelmente pouco depois da conquista dos Zhou, e os túmulos dos reis Zhou nunca foram encontrados (muito embora os relatórios mais recentes sugiram que em breve isso possa vir a mudar). No entanto, o túmulo de Fu Hao (morreu cerca de 1195 AEC), uma das consortes do rei Wu Ding (cerca de 1200 AEC), da dinastia Shang, dá-nos alguma ideia do que poderiam ter contido.

Apesar do túmulo ser modesto em termos de tamanho (segundo os padrões reais dos Shang), quando foi descoberto, em escavações realizadas em 1975, revelou mais de 440 bronzes, 590 esculturas de jade, quase 7000 conchas de cauril e vestígios de 16 seres humanos que foram sacrificados em sua honra. Uma nobreza de acto e gesto que não poderiam recusar...

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A colossal esquadra do poderoso imperador: a indubitável franquia de seguir na morte o que em vida se lhe propôs. No Céu tal como na Terra, a bem-aventurança do imensurável exército que o seguiria naquela que seria a próxima vida para lá das portas de Xi`an. Tê-lo-ão conseguido?...

Mudanças Arquitectónicas
Por alturas do início dos Estados Guerreiros, surgiram os primeiros indícios do que viria a ser uma mudança completa na Arquitectura Funerária.

O Túmulo do senhor Yi de Zeng (morreu em 433 AEC) continuava a ser uma cova essencialmente vertical, se bem que fosse muito grande; mas pela primeira vez, para além da câmara do ataúde, o túmulo incluía também duas câmaras laterais guarnecidas com equipamento a fim de garantir que ele continuaria a desfrutar na vida além da morte dos inúmeros prazeres a que se acostumara na Terra.

Por volta da dinastia Han, os túmulos das classes mais elevadas transformaram-se em verdadeiros microcosmos do Universo. Muitos deles incluíam agora múltiplas câmaras, construídas com paredes de tijolo ou de pedra. Alguns exibiam tectos abobadados, onde se pintavam o Sol e a Lua, as estrelas e os planetas. As paredes eram esculpidas com cenas exortativas da História, sugerindo a virtude do defunto por associação.

Por volta da dinastia Tang, estas esculturas de pedra deram lugar a pinturas murais de tamanho natural, representando então a opulência da vida dos Tang, assim como a perícia dos pintores da antiga China. Uma ostentação sem paralelo!

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A Morte espreita, a vida enjeita e a alma ensandece. Não há mão ensanguentada, corpo vilipendiado ou alma enguiçada que não se reveja nestes tempos mais endiabrados de zombies, almas penadas de mortos-vivos ou, somente, almas que perderam o rumo, o caminho que lhes era destinado...

Vida e Morte: a Oriente e a Ocidente...
Nada do que se possa dizer levará a que qualquer de nós tenha a certeza para onde vai ou de onde veio, por muitas questões que já tenham sido resolvidas ou bem decididas em explicações científicas (e outras históricas, religiosas ou de teor teológico) que nos fornecem todo o entendimento necessário para se não temerem nem uma nem outra. Mas temem-se. Continuamente.

As teorias da reencarnação e subsequente formatação da alma que no Oriente se fundamentam na vertente de Buda (concretamente no hinduismo) revertendo essa mesma alma aos céus, faz com que os indivíduos mais sensíveis possam ter a percepção de que nada acaba aqui, ou se possa ter um fim sem que haja seguimento algum.

Não sendo apenas uma questão religiosa - mesmo para os cépticos ou agnósticos que não acreditam em nada disso - há sempre a determinante da regressão por hipnose que instaura a consciência (escondida algures e no subconsciente de todos nós) em memórias exactas sobre vidas passadas.

Tal como o autor/escritor de vários livros, o famosíssimo Paulo Coelho escreveu um dia: «A vida é o comboio, e não a estação», no abrangente conceito de todos já termos vivido em algum lado, em alguma época - e em paz ou em guerra - mas sempre com a mesma alma.

A experiência vivida na primeira pessoa é sempre única. Assim como, o poder-se relembrar essa mesma experiência ou ter objectivamente a noção e, de certa forma empatia desse processo, de se recuperar em parte uma boa soma de uma ampliada consciência. O que fará de nós, todos, ou os que assim quiserem pensar e sentir, que, o mundo espiritual poderá enriquecer o nosso mundo, o mundo dos vivos.

Estimulando o subconsciente, rapidamente apaziguaremos outras dores, outros traumas ou talvez outras reminiscências nocivas que entretanto também tenham vindo à tona sem que o possamos explicar ou sequer afastar.

Seja em Buda, Alá ou Deus, a natureza de todos eles - que são um só! - permeia todo um Universo, existindo aqui e agora. Somos todos sencientes; somos todos seres fantásticos, de uma energética e concepção realizadas através de todo um processo molecular ainda mais fantástico e, surpreendente, que de Oriente a Ocidente, ou em todo o nosso global planeta sentimos e referencialmente possuímos.

Excruciante será a dor, se nos limitarmos a acreditar que o vazio ou o vácuo do Universo irá ser a nossa tumba cósmica, o nosso túmulo sacrificial e não, a sequencial e cíclica rampa para outros voos, outras vidas; aqui ou lá fora; na Terra ou fora dela.

Saber que há muitas portas ainda por abrir é um meio-caminho... saber que há outras tantas que nos estão fechadas, um incentivo, um eterno desafio a sabermos superar, a sabermos melhorar nessa nossa condição de indigência ou simplesmente preguiça para que, de Oriente a Ocidente, em vida ou em morte, todas as portas se nos não neguem a abrir... ininterrupta e eternamente. Assim seja e Deus o bafeje; a Oriente e a Ocidente...

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