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segunda-feira, 13 de março de 2017

A Indomável Ira Oceânica!

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Impiedosos os destinos da Humanidade na submersão total de cidades e povos, na inclemência dos mares e oceanos, titânicas tempestades e todo o tipo ou contingência de extremos desastres meteorológicos - que tudo devassarão - na incontestável alteração climática do planeta Terra, que se faz já sentir.

Não será extrapolação ou mera alusão dos factos em si, o referir-se a Indomável Ira Oceânica acoplada de tantas outras super-tempestades sobre o nosso planeta Terra, se recorrermos ao que os cientistas hoje nos admitem este se estar a revoltar, debelando-se em erosão mas, acima de tudo, em invasão dos espaços ou do impacto que produz na subida do nível do mar. Já não é novidade. Mas preocupante será, o que o Homem não domina e a Natureza em terraformação se autentica, determina e identifica.

Poderá o Homem inverter esse ciclo de uma eventual Paragem de Circulação Oceânica (que muitos investigadores assumem já estar a abrandar, nesse processo de correntes oceânicas frias e quentes) na subsequente e calamitosa transformação do clima global...?

Poder-se-à negar a evidência destes fenómenos ou desta funesta Mudança Climática estar já a suceder em aluimentos de terras, erupções constantes, tornados ou furacões impressionantes, ventos ciclónicos ininterruptos ou monções que se alteram criando inundações num lado e seca noutro...?

Poderemos sossegar as nossas almas em continuidade e, descendência, numa sociedade sustentável e não desmoronada, ante o que os mares nos engolem e as terras nos abatem, sobre os estilhaços de todas as incertezas, de todos os infortúnios...?!

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A imagem que nos aterroriza: A Estátua da Liberdade (EUA) em símbolo do Homem livre mas aqui, em subversiva verdade climática na destituição de todos os poderes planetários: a certeza de se estar perante o mais impiedoso impacte da subida do nível do mar ou do aumento do nível global dos oceanos. Ou, nos glaciares que derretem (no pólo sul, se acaso se desse a tal paragem de circulação oceânica, entre outras nefandas ocorrências cataclísmicas, tais como a chuva de meteoritos, invasão cometária, colisão planetária, etc.).

Os Oceanos: amigos ou inimigos, eis a questão...
Sabe-se que o potencial das ondas do mar é extraordinário. A ocorrer algo de anormal ou anómalo sobre estas, talvez não tivéssemos oportunidade de o observar em vagas enormes de 20 ou 30 metros (ou mais ainda) sobre a faixa litoral ou costeira das nossas cidades.

Pode-se aludir ser especulação ou mera ficção científica diabólica o termos de lidar, em futuro próximo, com a invasão dos mares e oceanos, rios e lagoas - e tudo espraiado sem dó nem piedade pelas cidades e pelas aldeias do nosso mundo; mas, a ser verdade, espera-nos uma realidade mais inimiga do que obreira, se tudo nos inundar a civilização perdida que um dia também seremos...

A Acção Hidráulica das Ondas é tanta, que chega a atacar as fracturas e as debilidades das arribas e grutas circundantes, no seu estado dito normal. A registar-se uma ou mais super-tempestades a nível global, pode-se então imaginar o que não seria de facto a turbulência e magnânima força orquestradas sobre as costas territoriais afectas ao mar.

A Erosão manifestada que já hoje se coloca em muitas zonas costeiras, leva-nos a debitar opiniões e temores que, antes de mais, são um alerta geral para as populações locais. Os Hamptons, em Long Island, nos EUA, região de veraneio e laser dos mais endinheirados, poder-se-à legitimar, de futuro, como uma nesga de nada, submersa no mar, sem reversibilidade. Mas mais haverá: o Brasil, em toda a sua extensa linha de costa marítima em face ao Atlântico sofrerá essa mesma tragédia.

Como ficará Amesterdão...? Sobreviverá esta e outras cidades da Holanda/Países Baixos, na Europa...? E Londres...? Ou Veneza...? E tantas outras cidades...? Que dizer da «minha» Lisboa (Portugal) então, que quase se vê nadar sobre este mesmo oceano do outro lado do seu país irmão (Brasil), sem essa igual protecção, sem essa igual salvação...???

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Outra arrepiante imagem que só viveremos nos nossos piores pesadelos: O Cristo Redentor (Brasil) rodeado pelas indómitas águas invasivas do seu espaço, em húmido abraço à Humanidade...

Poder-se-à fingir que a Mudança Climática não existe...?
A Mudança Climática no Mundo está já a acontecer! As intempéries disso falam; as secas pronunciam-se e as temperaturas gélidas confirmam-se, por outras de largo aquecimento em recrudescimento. O Mundo está a mudar...
Sem querer roçar o protagonismo individual ou, a antagonizar quem sempre fala do «Fim do Mundo», há que ter a consciência plena de se estar invocado e, interinamente ligado, ao que esta reproduz; e o Homem nada poder fazer para o impedir.

Tendo influenciado negativamente o planeta pelo que sobejamente se conhece das alarvidades cometidas sobre ele, há que ter em conta o que o próprio planeta se induz também sem escolha possível. A registar-se um arrefecimento brusco no norte do Atlântico (nas correntes oceânicas observadas) e, um brutal aquecimento no sul, será de prever a migração em massa das populações. Daí que nos questionemos então:

Iremos ser, todos (ou em grande parte), refugiados dentro em  breve...??? Iremos ser trasladados ainda em vida - e supostamente em alma, para quem nisso acredite - num êxodo semelhante à inversão dos pólos em atitude, comportamento e transformação completa do ser humano no que apenas busca a sua sobrevivência...?

Todas as Cidades Costeiras do Mundo estarão em perigo e nós, comuns cidadãos deste igual mundo agora às avessas, assim estaremos sem recurso ou apelo de tal nos ser revogado...? Existirão infraestruturas necessárias ou, a coberto de todos estes infortúnios planetários, em futuro próximo, se tais fenómenos se estabelecerem em profundidade e extensa calamidade...?

Derrubaremos este próximo e mui receoso flagelo da Humanidade em caos e morte de todos nós...?! Teremos forças para resistir, para combater ou sequer para nos fazermos sobreviver a tão desprestigiante alegoria de todo um alucinado e louco sistema meteorológico adverso à vida...? Oxalá que sim, a bem de todos os seres vivos do planeta Terra, ou aos que ainda persistem (e insistem!) no doce pensamento de que vale a pena salvar a Humanidade...

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A revolta do mar: quando nem o farol escapa à fúria ou imparável ira de todas as forças oceânicas...

O que a Ciência nos diz...
Sendo motivo de grande preocupação a constante erosão das costas ou de largas faixas costeiras do nosso mundo, há que sublevar, segundo os especialistas, de nada estar fixo, ou ser irredutível de uma latente transformação planetária. Por vezes constata-se a nível geológico, de que, o que existia hoje amanhã já não poder lá estar; ou seja, a erosão faz mossa e por vezes elimina até certas estruturas que se distinguiram na Terra desde há milhares de anos. Com os oceanos e as suas ondas não é muito diferente. Analisemos então:

Costas e Oceanos: Em redor dos Oceanos do Mundo, estendem-se centenas de milhares de quilómetros de linhas de costa, sendo que certos países poderão sofrer mais do que outros da erosão por estes provocada, se se tiver em conta a influência dos seus mares sobre as suas costas, como é óbvio.

Portugal, na sua aventura geográfica atlântica está entre esses países, numa embocadura marítima ocidental que não deixa margem para dúvidas. A sua orla marítima ronda os 943 quilómetros de extensão (em Portugal continental), 667 nos Açores e 250 na ilha da Madeira.

Só por curiosidade, há a registar que no Brasil, uma das maiores faixas costeiras do mundo, a sua linha costeira abrange cerca de 8000 quilómetros de extensão, o que por si, já demonstra a grande atenção e preocupação dos geógrafos sobre esta costa ou, do que futuramente os cientistas terão de empreender para que não haja surpresas desagradáveis...

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Irlanda (Europa). A força das ondas que se abatem de encontro às Arribas da Costa Atlântica da Irlanda, provoca a erosão das faces rochosas da arriba, escavando espaços e criando escolhos - rochas livres no meio das águas (um grande problema para os homens do mar, no que provocou inúmeros náufragos no passado...). As ondas médias do Atlântico - no Inverno - exercem uma pressão hidráulica de 10 toneladas por metro quadrado. Numa tempestade, esta pressão pode observar-se três vezes maior.

Linhas de Costa
Falando-se destas Linhas de Costa, há que dizer que foram moldadas por forças associadas ao mar que actuaram sobre rochas de idade e resiliência variada.
O Recorte das Linhas de Costa é quebrado pela embocadura dos rios, que transportam sedimentos do interior dos Continentes para os Oceanos, construindo muitas vezes extensos deltas na sua foz.

A Acção das Ondas e das Correntes pode redistribuir assim a proporção destes sedimentos ao longo das costas vizinhas por Deriva Litoral.

Algumas Linhas de Costa estão a desenvolver-se ao longo de margens continentais em levantamento. O ajustamento Isostático - ou o reequilíbrio que ocorreu após o recuo dos glaciares (da Idade Glaciar) pode ter de facto provocado uma parte do Levantamento dos Continentes; as Margens também podem ter emergido dos Oceanos, em consequência de Movimentos Tectónicos.

As Linhas de Costa de Emergência apresentam erosão activa como Arribas resultantes do indomável ataque das ondas e praias levantadas ou Terraços litorais - os vestígios das antigas Linhas de Costa, agora situadas acima do nível do mar, em frente de... Arribas Fósseis.

Inversamente, Linhas de Costa de Submergência, ocorrem quando a terra se afunda em relação ao mar. Encontram-se, por exemplo, ao longo da costa sudeste da Grã-Bretanha. As planícies costeiras podem ser inundadas, transformando cristas e colinas em ilhas próximas da costa.

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Paisagem Natural do Vulcão dos Capelinhos, na ilha do Faial, Açores (Portugal). Localizado na Ponta dos Capelinhos (freguesia do Capelo, no Faial), insere-se - geologicamente - no Complexo Vulcânico do Capelo, constituído por cerca de 20 cones de escórias e respectivos derrames lávicos (de lava), ao longo de um alinhamento Vulcano-Tectónico de orientação geral WNW-ESE. Actualmente, esta paisagem integra a Rede Natura 2000, classificada como Paisagem Protegida de elevado interesse geológico e biológico.

Acção Hidráulica das Ondas
Sabe-se no geral que, o potencial das ondas é imenso! A Acção Hidráulica das Ondas que atacam as fracturas e as debilidades das Arribas tem a incomensurável capacidade de as desagregar; sabe-se que as ondas podem abater o tecto das grutas. Esta acção destruidora torna-se ainda mais potente pelos detritos que se acumulam na Plataforma de Abrasão - a junção entre a terra e o mar.
Durante as Tempestades e vagas excepcionalmente altas, o mar e a gravilha aumentam o efeito erosivo das ondas e, a abrasão das costas.

Os Sedimentos das Praias devem-se em parte aos rios e aos seus deltas, mas também provêem da Erosão das Arribas. Quando as arribas se compõem de rochas macias, como as argilas, é muito comum verificar-se o desmoronamento das mesmas, assim como a erosão rápida e a remoção do material relativamente depressa.

Algo que se regista também no Algarve, na costa Atlântica e Mediterrânea do sul de Portugal, onde as arribas têm estado em permanente vigilância, uma vez que se têm também registado alguns aluimentos - ou derrocadas - como no caso ocorrido na praia Maria Luísa, em Albufeira, Algarve (Portugal), no ano de 2009 e posteriormente em 2016, em consequência geo-dinâmica dessas arribas.

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Derrocada de Falésia/Arriba, na paria Maria Luísa, em Albufeira (Algarve - Portugal). Na época, em 2009, a tragédia não se fez anunciar, ainda que os avisos não tivessem sido cumpridos, no que perfez cinco vítimas mortais e uma maior atenção sobre as arribas portuguesas, no Algarve.

Em 2016 não houve nada a registar em perdas humanas, felizmente por se ter dado o abatimento de noite, no que as autoridades afectas ao Ministério do Ambiente têm vindo a não subestimar, tendo já um plano de intervenção, visualizando a requalificação ambiental do Litoral Algarvio.

O que o Mar nos nos deixa...
Há a registar que, as Plataformas de Abrasão formadas pela acção das ondas (à medida que as ondas atacam as arribas), estas desmoronam-se e os detritos são transportados, como já se referiu. Esta, é uma evidência que se pode verificar nas rochas jurássicas de Lock Slapin, em Skye, na Ecócia (UE).
Forma-se aí uma Plataforma de Abrasão na base da arriba. A quebra do pendor entre a plataforma e a arriba situa-se geralmente a um metro acima do nível atingido pelas ondas maiores.

Em relação às Marés, estas tendem a transportar para o largo pequenos grãos, antes de os depositarem. As Rochas Mais Rijas são assim mais resistentes ao ataque e tendem a formar cabos.
Os Seixos e a Areia produzidos por essas rochas permanecem junto à base da arriba, formando praias.
As Praias em terraços litorais protegem as arribas da erosão, porque absorvem grande parte da energia das ondas.

As Margens dos Continentes apresentam então um pendor suave quando entram nas águas dos oceanos, formando assim as ditas Plataformas Continentais. Nas Latitudes Tropicais, se essas condições prevalecerem, a plataforma proporciona o ambiente ideal para o desenvolvimento de corais que podem formar orlas de recifes. Por vezes, o Crescimento de Corais numa ilha imersa dá origem a um Atol - ou recife de Coral Circular.

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A mil quilómetros - a sul de Tóquio - formou-se uma ilha derivada de erupções vulcânicas subterrâneas (fenómeno registado em 2013).

Regiões Instáveis...
Tem de se registar que, o mar interior do Japão, é um braço estreito do Pacífico que se estende entre Xicoco e Quiuxu - duas das quatro ilhas principais do arquipélago japonês. A maior parte desta área sofre subsidência, tanto o próprio mar como a linha de costa de Quiuxu. à medida que a terra abateu e foi inundada pelo oceano, as colinas transformaram-se em numerosas ilhotas. As falhas situam-se nas margens das ilhotas rochosas e das baías. Estão em formação em planos nos lugares onde se depositam sedimentos.

Em Regiões Instáveis, os sedimentos continentais que se acumularam nas margens das Plataformas Continentais podem deslocar-se devido a Abalos Sísmicos, que geram subsequentemente torrentes de areia, lama e água, chamadas: Correntes de Turbidez. Estas descem pelo talude continental até às planícies abissais que se estendem na direcção do oceano, depositando rochas sedimentares, chamadas: Turbidites.

As Correntes de Turbidez - ao largo da costa da Terra Nova, no Atlântico Norte, quebraram os cabos telefónicos submarinos várias vezes; a sua actividade também pode contribuir para escavar desfiladeiros profundos ao longo das margens continentais.

Registe-se que, em 1929, um Sismo Submarino ocorreu ao largo dos grandes bancos da Terra Nova, no Canadá, provocando então o desmoronamento de sedimentos para o largo, formando fortes Correntes de Turbidez. As suspensões relativamente densas impediram então a mistura com a água que as rodeava e, os sedimentos, espalharam-se pelos Fundos Oceânicos a velocidades que atingiram 70 quilómetros por hora, cortando os cabos telegráficos transatlânticos em muitos sítios. O tempo de cada corte marcou assim o avanço da corrente.

Em jeito de conclusão, há que dizer que, no Leito Profundo dos Oceanos, longe das terras emersas, os únicos sedimentos que se acumulam são Oozes orgânicos produzidos por algas e, Diatomáceas marinhas. A estes sedimentos juntam-se as Poeiras Vulcânicas que caem da Atmosfera e, se vão afundando lentamente até assentarem nas planícies abissais.

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Imagem da época, nos Açores: Erupção Submarina (entre 12 de Setembro de 1957 e 24 de Outubro de 1958 manteve-se a actividade vulcânica durante 13 meses).

A Erupção dos Capelinhos (no tão comentado à época, «Mistério dos Capelinhos») no que terá sido uma sobreposição de duas erupções distintas (a primeira, a 27 de Setembro, e a segunda, a 14 de Maio de 1958). A 25 de Outubro de 1958, o Vulcão repousou finalmente; embora que, na óptica da análise vulcanológica, este vulcão seja ainda considerado um vulcão activo!

O «Mistério» dos Capelinhos...
No dia 28 de Setembro de 1957, o jornal português - Diário de Notícias - exultava de forma enfática o que então as populações à época viveram em medonho susto e alarme generalizado: "Onde a população, alarmada, dormiu ao ar livre..."
A tragédia revelada - ou Fim do Mundo - para muitos, ocorrida no dia 27 de Setembro de 1957 pelas 6 horas e 45 minutos locais e, a 100 metros a nordeste dos ilhéus dos Capelinhos, na ilha do Faial, Açores (arquipélago autónomo mas de pertença e solo portugueses) deixou a população mortificada por tal fenómeno. E não era para menos.

Aparte a humildade ou extrema pobreza - verificadas e vivenciadas ambas nos habitantes e residentes locais - que se revezavam entre rezas, credos e orações cristãs (para além da completa estupefacção do que lhes estava a suceder em fuga precipitada e grandes medos havidos pelo que lhes caia em cima de susto e de cinza) tudo deixaram para trás, por mais parcos haveres que tivessem...

Esta, à época, a maior tragédia insular ocorrida e agora recordada pelos sobreviventes, exilados, muitos deles, por terras do Tio Sam. E que hoje, à luz de novos acontecimentos, juram a pés juntos, nunca mais viver tal coisa...!

O terror era muito, segredaram alguns. As Explosões do Vulcão dos Capelinhos com extensas colunas de vapor de água e gases a 200 metros de altura, sob a forma de cogumelos atómicos (algo só comparável mas não observável por estas pobres gentes, muito longe do sucedido em Hiroshima e Nagasaki em fenómeno bélico e não natural como neste caso), suscitou o pior dos receios: O Fim do Mundo vinha aí!

E isto não se medeia nem remedeia, segundo ainda outros que, já longe destas ocorrências do Demo ou do Divino, auguram ainda hoje que se tratou de algo muito tenebroso.

«O Povo andava assustado há já algum tempo; admitiram. E não era para menos: a terra estrebuchava, abanava e cuspia um ronco que só parecia ser do Diabo, homessa!»

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A Imagem possível de então, em 1957: a ruralidade associada à quase imoralidade dos seus governantes que em nada entenderam nem deram a conhecer às suas gentes, sobre o perigo que corriam.

Sem meios de comunicação eficazes, a tragédia poderia ter sido maior. Ficaram os bens e, a certeza, de rumar a um destino e a uma sorte maiores do que os deixados para trás... A América foi então o sonho doirado para muitos...

A Debandada...
E assim, a debandada foi geral, devido a um fenómeno que já se preconizava devido à sequência registada de uma crise sísmica em que centenas de abalos de terra ou pequenos terramotos foram sendo sentidos na ilha ao longo das semanas.

O Vulcão dos Capelinhos, em intensa actividade, entraria desta feita em vasta erupção, expelindo escórias a vários metros de altura nas freguesias do Capelo, Praia do Norte e Cedros onde se registaram vários sismos que antecederam a grande tragédia vulcanológica, obrigando as populações a moverem-se, a abandonarem as suas casas e pastagens.

Entre a Fé Cristã numa religiosidade ímpar e, a paupérrima condição destas populações (além a enorme iliteracia e também a pouca ou nenhuma informação corrente que não fossem os rádios, para quem os tinha, uma vez que a televisão só chegou às ilhas por volta de 1975), a interpretação do fenómeno foi tido como uma fúria divina ou indomável ira do fundo do mar, do fundo das entranhas daquele oceano que se revolta, enfim, nas suas gentes, no seu ganha-pão.

Entre Deus e o Diabo, essas gentes açorianas, refugiando-se nas igrejas e na fé que lhes não faltava, apelaram - convictamente e em lata misericórdia - ao seu Divino Espírito Santo que lhes valesse...
A debandada foi geral, depois. Por muito fiéis e cristãos que se designassem e consignassem, nunca poderiam esquecer aquele manto de fumo e guerra dos mares (e em guerra de fogo) que lhes cobriu os pastos de negro e de dor.

 A Emigração pontuou-se então na única vertente a seguir de um futuro por cumprir. Entre 1957 e 1960, a migração desta população foi a única saída para o desgosto de ver tudo perdido. Os povos destas localidades afectadas - de pastos perdidos e terras agora inférteis - nada mais tinham a fazer do que partir; partir dali e, assim, ter dado azo ao maior movimento de massas em deslocação para o estrangeiro; em particular para a América do Norte que os recebeu de braços abertos, pois são gente de bem, são gente de trabalho e isso, ninguém lhes tira!

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Imagem do Vulcão em erupção, no mar dos Açores: Eupção Surtseyana ou Capeliniana...? A questão permanece no que, segundo alguns, se deve única e exclusivamente à adopção precipitada e pouco recomendada dos que a patentiaram em primeiro como: Erupção Surtseyana (em 1963), aquando uma ocorrência/erupção idêntica, no sul da Islândia.

A Explicação Científica
Ainda que haja uma certa polémica devido à terminologia científica correcta ser ou não uma erupção Surtseyana ou Capeliniana, acaba sendo um fenómeno vulcanológico que convém estudar-se, sem guerrilhas ou aferições mais eruditas que as distingam. Sendo iguais ou idênticas do que se lhes observou, há a mencionar que terá de haver (e há, com toda a certeza possível) um interesse maior a nível geológico e mesmo biológico por parte dos especialistas.

Segundo Andrea Porteiro - geóloga - e que estudou em pormenor este fenómeno no mar dos Açores registado em 1957 e que, actualmente, dispondo de mais verdade científica, nos vem augurar que este surgiu no mar, a 20-60 metros de profundidade com a emissão de vapor de água, como já se referiu e, gases.

Regista a erupção como sendo do tipo Surtseiano (Surtseyano), no que se prolongou por 7 meses e meio. Revela então que, durante esta fase, se sucederam grandes explosões com a emissão de jactos pontiagudos de cinzas negras e densas nuvens de vapor de água - devido ao contacto da lava incandescente com a água fria do mar.

Advoga esta geóloga que se formou então uma ilhota, baptizada de «Ilha Nova» que atingiu cerca de 100 metros de altitude. O Vulcão observou-se na época incerto e, os períodos de maior actividade, alternavam com outros de acalmia. Durante os abrandamentos da erupção, corriam Afundamentos das Vertentes do Cone, levando à submersão da Ilha Nova. Todavia, as frequentes emissões de cinza criaram novas ilhas que acabaram por se ligar à costa da antiga ilha do Faial, através de um Istmo.

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A distância que o tempo não apaga, na dor ou recordação do que já foi e talvez, quem sabe, ainda poderá ser... no adormecido, agora, Vulcão dos Capelinhos. Na rota dos que se não perdem mas sabem, ainda, por onde andam os seus antepassados...

Da Fase Eruptiva ao adormecimento...
A Fase Eruptiva do Vulcão deu-se entre 16 a 27 de Novembro de 1957, com a crise sísmica que se evidenciaria em mais de 200 sismos. Uma apreensão certamente para as suas gentes...

De intensidade não superior a grau 5, da escala de Mercalli, há o registo de, no dia 23 de Setembro de 1957, em que a água começou a fervilhar; três dias depois, a actividade aumentou intensamente, nas tais grandes emissões de jactos negros (cinzas vulcânicas), como aferiu Andrea Porteiro. Cinzas estas, com cerca de 1000 metros de altura, atingindo a altura máxima de 1400 metros numa nuvem de vapor de água que subia por vezes, a mais de 4000 metros, segundo testemunhas oculares entendidas nesta matéria.

Segundo ainda Porteiro, em Dezembro ocorreu uma efémera fase sub-aérea efusiva. Na Parte Leste do Cone abriu-se então uma fractura onde surgiram sete refluxos de lava incandescente que subiram até 10/15 metros de altura, passando posteriormente a concentrar-se em três chaminés onde as Explosões Estrombolianas se sucediam com intervalos de alguns segundos, acabando por voltar a apresentar características submarinas até Maio de 1958.

De Maio a Outubro desse ano, 1958, o vulcão tornou-se exclusivamente sub-aéreo (terrestre) com características estrombolianas. Na noite de 12 para 13 de Maio ocorreram então cerca de 450 abalos de terra, registados intensivamente pela passagem da Fase Submarina para a Terrestre, marcada por uma forte crise sísmica!

A Erupção apresentava períodos de grande explosividade com projecções de fragmentos de lava incandescente a mais de 500 metros de altura (acompanhado por um estrondoso ruído), intercalados por outros episódios de carácter efusivo, emitindo escoadas de lava de viscosidade variável.

Em Setembro de 1958, a erupção diminui de intensidade, perdendo força. Isto registou-se a 24 de Outubro desse ano. Com a actividade vulcânica diminuída consideravelmente, assistiu-se assim à última emissão de lavas. Após impressionantes 13 meses de actividade, o vulcão adormeceu por fim.

No Final da Erupção, o cone principal ostentou 160 metros de altura, em que o volume de materiais emitidos, atingiu cerca de 174 milhões metros cúbicos e, ao que se observou posteriormente, a ilha cresceu 2.4 quilómetros quadrados; ou seja, houve efectivamente a distensão da ilha do Faial!

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Quando cidades inteiras são engolidas por rios e mares, lagoas e barragens desvirtuados e trespassados das suas margens, arribas ou colinas que os segurem, nada está a salvo, nem mesmo a nosso dignidade humana de nos fazermos sobreviver noutras e melhores condições...

O Fim do Mundo ou somente a nossa ignorância...?
Será somente ignorância, alheamento do que nos faz ser de facto felizes e adaptáveis ou mesmo insubstituíveis, o facto também, de estarmos a criar bolsas contínuas de águas devassadas de seus leitos e aquíferos, de levadas e riachos sem cumprimento e autenticidade, no que já foram grandes e absolutamente indissociáveis da nossa sobrevivência...?!

Cada vez mais se propaga ou dissemina a proliferação de todos os recursos naturais do nosso planeta sem tentar, pelo menos, conseguir a razoável distinção entre o que nos faz falta ou sobra de antemão.
O desperdício de produtos e sub-produtos contagia-nos como a mais febril condição de uma urgência de vida que só nos faz ser, em muitos casos, obsoletos do que não necessitamos de todo ou, infalivelmente destruímos; um desses casos, é a água potável, mas haverá outros...

Se nos não demitirmos dessa responsabilização ou desse volte-face planetário, em breve estaremos sufragados pela contínua convulsão dos espaços; ou seja, o Colapso da Humanidade surgirá sem que dele nos apercebamos. Mas, há contudo transformações, climáticas e não só, que nos não darão descanso nem motivos para as socializar ou reajustar às mesmas. No caso específico da Paragem de Circulação Oceânica, o fenómeno em si ser-nos-ia trágico. Todos o sabemos.

As Correntes Oceânicas influenciam todo o sistema meteorológico no mundo, o nosso mundo. Mas cada vez mais, vamos assistindo ao desmembramento planetário em que, por vias de super-tempestades, furacões, tornados ou gravosas e vastas inundações, tudo perece sem nada se poder fazer de contrário.

Ondas gigantes de mais de 18 a 30 (ou mais) metros em intensidade e fulgor, debatendo-se em perfurar aldeias e cidades, ventos ciclónicos que rugem a 255 quilómetros por hora devastando tudo à sua passagem, deslizamentos de terras, aluimentos de outras, temperaturas tórridas no sul e gélidas no norte num desnorte completo, será assim o nosso futuro no planeta em confrangente situação de calamidade ostensiva!

Se os glaciares derreterem nos pólos, se o aumento do nível global dos oceanos se registar, assim como o brutal impacte da subida dos mares se observar, tal não deixará ninguém de fora; ninguém mesmo! Todos os seres vivos morrerão.

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As Migrações das Populações indefesas e não imunes, seja às doenças, seja a outros factores externos com que, os países ditos civilizados, também se debatem. Fome, Guerra e Doença: o perfil perfeito para o fim da nossa espécie.

Mudar é necessário!
As doenças virulentas ou derivadas de agentes patogénicos crescerão (Febre Amarela, Tifo, Cólera, vírus Ébola, Zika e outros entretanto descobertos); ou seja, haverão mais vírus e bactérias multi-resistentes ou mesmo insensíveis ao seu combate no que exterminarão a Humanidade, na Terra, em contaminação bacteriológica fatal. Disseminadas em pandemia por todo o globo, será fácil admitir o desfecho. Antídotos e vacinas que criem anticorpos nessa injusta luta de dor, sofrimento e morte são ainda uma miragem.

Por muito que as farmacêuticas e seus laboratórios persigam essa quimera numa luta sem tréguas, os vírus e bactérias não-desistentes no nosso sistema imunitário, continuarão a fabricar morte numa devassa hemorrágica dolorosa e, impiedosa, que não escolhe rico ou pobre, bonito ou feio, inteligente ou ignorante; estamos todos num comprido e solitário corredor da morte do qual ninguém escapa! Nada nem ninguém está a salvo! Temos de nos proteger, até mesmo de nós próprios...
A nada se fazer, o futuro é tão ou mais negro do que as cinzas de todos os vulcões da Terra - disso não haja a mais pequena dúvida.

Temos de estar lúcidos e conscientes desta outra realidade de uma terraformação em vias de se consolidar não-neutral ou sequer sensibilizada para a subsistência e sobrevivência humanas. Somos só Humanidade, se o soubermos entender, se o soubermos recolher em nós como semente aplicada e semeada nos campos e não desflorada, dissecada ou mal-amada, em oportunismos imediatos de cimeiras e feiras de vaidade e luxúria que só comprazem quem nelas participa sem o maior dos objectivos: Preservar a Terra, preservando o Homem de continuar a existir nela.

Com ou sem a anuência ou determinação de poder haver um ou mais distúrbios planetários, há que saber reconhecer o erro e a ganância e, reciclar, reutilizar e reestruturar tudo o que se possa sem mácula ou estigma de se ser pobrezinho ou desvairado dos grandes mas não inesgotáveis recursos do planeta.

Mais do que a Indomável Ira Oceânica, será, porventura, a Indomesticável Fúria dos Deuses que nos não deixarão cometer mais dislates ou despojados disparates sobre uma terra que não soubemos merecer na mais indomável ira de todas as coisas: A Pobreza de Espírito; e esta, sobre um planeta menor que o não é! De todo!!!

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