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sexta-feira, 22 de abril de 2016

A Imortalidade de Prince...


Nebulosa de Caranguejo (Imagem da NASA em homenagem a Prince). Imagem gentilmente concedida pela NASA através do Telescópio Espacial Hubble e do Observatório Espacial Herschel, da ESA (agência espacial europeia).

Desde que a Terra iniciou a sua existência, outras estrelas e seus planetas terão há muito chegado ao fim das suas vidas activas. Algo que possivelmente sucederá também em relação ao nosso sistema solar. E, provavelmente - na mais lata hipótese cósmica - a todos nós. Eclosão e extinção, nascimento e morte, vida e solvência de tudo e de nada, que seremos nós, seres humanos, senão esta mesma força energética, espontânea, eloquente e deveras mágica da surpreendente música que da Terra provém de seus filhos, seus descendentes?!

Sendo Prince, o príncipe perfeito de todas as envolvências terrenas (mesmo que em loucura, devaneio psicadélico ou puro heroísmo musical motivado por psicotrópicos), Prince não sendo imortal em espaço físico, sê-lo-à em memória e cumprimento terrestre de quem jamais o esquecerá, na estrela mais brilhante, na galáxia mais distante ou, como tão bem a NASA invocou, inserido no ventre materno da esfuziante e maravilhosa Nebulosa do Caranguejo.


A Magia de um Príncipe, de um Rei, ou simplesmente de quem possuía dotes musicais divinos que na Terra apelidou de fantasia, misticismo e alguma incúria, porque ser-se um «deus» dá de facto muito trabalho...!

E que mais se lhe pode pedir a ele, a um comum mortal, que fez música além as estrelas, além o que os próprios deuses nos consignaram na Terra, podendo este ir apenas em avanço e consolidação com o que neste planeta nos é devido ou permitido!? Sabê-lo-à agora Prince...? Sabê-lo-emos nós...?
Penso que sim e, em nome de todos nós também, configuremos esta singela mas simultaneamente brutal figura humana, que apenas se limitou estar um passo à frente - ou um passo em frente - do que todos nós brevemente saberemos. Quem duvidará disso...?

Há estrelas imortais, mesmo as que se dissipam no Cosmos. Há estrelas que na Terra implantam as suas raízes, os seus genes ou as suas vozes, como foi o caso de Prince. Agora, mais perto do que já tão longe se estatiza, a cerca de 6523 anos-luz de distância da Terra (estando a sua estrutura em torno de uma remanescente de Supernova - uma estrela brilhante já morta - na constelação de Touro), Prince advoga a sua imortalidade em consciência e razão não alucinógena do que na Terra (inversamente) radicalizou em si. E, profanou, talvez. Ou endeusou. Não se sabe.

Prince Rogers Nelson (1958-2016) de nascimento e morte em Minneapolis, nos EUA, nado e criado agora de dentro dessa nebulosa de vento de pulsar (ou em qualquer outra da dimensão estelar) faz-te «viver», faz-te sentir, perante essa igual imensidão de brilho, estrela e canção que o Universo te ouve; que o Universo te concede. Explora-O e encanta-O, como tão bem o fazias na Terra.
Que vivas então eternamente, Prince, na imortalidade dos nossos dias e das nossas noites que, ao som do extasiante Purple Rain (entre tantos outros teus êxitos musicais), dançámos, rodopiámos e alcançámos outros mundos, outras estrelas além a tua que, se na Terra brilhou em ti, agora se te exultará na fulgurante Nebulosa do Caranguejo que te verá dançar, cantar e rejubilar para nós. Que vivas para sempre, Prince, em nossos corações e em nossas almas - que imortais ou idênticas à tua - em breve a ti se juntarão. «Requiescat in pace» (Repousa em Paz) Prince.

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