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quarta-feira, 21 de abril de 2021

Previsões que Salvam!

 

COVID-19: a criação de um novo modelo que realiza com toda a precisão e eficácia a previsão das taxas de infecção por COVID-19 com duas a três semanas de antecedência. Estar um passo à frente e poder prever futuras infecções é o objectivo cimeiro desta investigação, levando a que as Organizações de Saúde espalhadas pelo mundo estejam assim preparadas e melhor apetrechadas para eventuais surtos e medidas a implementar.

                                                Previsão: A melhor arma de combate!

Feliz ou infelizmente ainda se fala de COVID-19; as suas maleitas, as suas mazelas e outras tantas sequelas por este deixadas em todos os que directa ou indirectamente sofreram com esta pandemia à escala global. Milhares de mortos e um sem número de padecimentos que o coronavírus SARS-CoV-2 rasurou e ultrajou nas pessoas em qualquer ponto do globo.

Nada nos aflige mais do que sentir que, após inúmeros e contextualizados tratamentos ou incisivas terapêuticas para o efeito, assim como o surgimento de várias vacinas que seguidamente fizeram o seu rumo e percurso com mais ou menos sucesso, registar-se também de que nem tudo foi devidamente aplicado ou com aquela segurança máxima de podermos ficar amplamente sossegados na lúcida consciência de termos erradicado o «bicho».

Ele ainda cá está e faz-se sentir. Em mordaça e quase devassa de tudo o que desejaríamos dele ter estudado, identificado e até mesmo golpeado nas suas mais irascíveis intenções de nos reduzir à mísera condição humana de seus reféns e vítimas.

No entanto, nada está perdido. As investigações continuam e, a acérrima perseguição a este COVID-19 também. Algo que os estudiosos da Texas A&M University (EUA) reiteram e ao mundo divulgam (em publicação científica na «PLOS ONE») de ter recentemente desenvolvido «Um Novo Modelo» para fazer projecções de curto prazo de casos diários de COVID-19.

Este Novo Modelo ou revolucionário método agora descoberto poderá ser facilmente usado e administrado por todos os Funcionários de Saúde Pública e outras organizações afectas ou que igualmente requeiram beneficiar do mesmo. 

Poder-se-à acrescentar então que se deu mais um passo em frente na meta há muito ambicionada de fazer estancar este vírus, ou refreá-lo, tal como uma espera ou uma mui bem orquestrada emboscada que se quer positivamente finalizada.

Liderados por Hongwei Zhao - professor de Bio-Estatística da Escola de Saúde Pública do Texas (Texas A&M University, uma universidade de pesquisa co-educacional pública, localizada em College Station, no Texas) - os investigadores utilizaram um método baseado na estrutura SEIR (estados susceptíveis, expostos, infectados e recuperados) para projectar a incidência de COVID-19 nas próximas duas a três semanas. E isto, tendo somente por base os casos de incidência observados.

Há que mencionar de forma absolutamente relevante de que, Este Modelo, assume uma mudança constante - ou pequena na taxa de transmissão do vírus que causa o COVID-19 - durante um curto período. Este modelo usa dados disponíveis publicamente sobre os novos casos relatados de COVID-19 no Texas (COVID-19 Data Repository) do Centro de Ciência e Engenharia de Sistemas da Universidade Johns Hopkins.

Os Investigadores da Texas A&M University usaram então esses dados sobre a incidência da doença localizada na região texana e, numa prévia selecção de condados, em que se incluíram também o campus da Texas A&M para estimar a taxa de transmissão por COVID-19.

O Professor Hongwei Zhao explica: "Os resultados indicam que este modelo pode ser usado para prever razoavelmente os casos de COVID-19 com duas a três semanas de antecedência, usando apenas os números de incidência actuais." E especifica: 

"A simplicidade deste modelo é um dos seus maiores pontos fortes, pois pode ser facilmente implementado por organizações com poucos recursos. As previsões deste modelo podem de facto ajudar as Organizações de Saúde a prepararem-se para eventuais surtos que surjam e, ajudar assim, as Autoridades de Saúde Pública a determinar se os mandatos na utilização das máscaras de protecção (ou outras políticas de execução) serão ou não necessárias."

(Em Registo: Esta investigação da Texas A&M University foi publicada na PLOS ONE, 2021, com o título «COVID-19: Modelo de Previsão de curto prazo usando dados de incidência diária». Os seus autores são:  Hongwei Zhao; Naveed N. Merchant; Alyssa McNulty; Tiffany A. Radcliff; Murray J. Cote; Rebecca SB Fischer; Huiyan Sang e Marcia G. Ory.)


Prevenir infecções futuras: o alvo! Mesmo que nem todas as vidas sejam salvas ou todas as almas socorridas de igual forma em prontidão e eficácia, existe a premissa de que, havendo a possibilidade efectiva de se prever com antecedência outros surtos, poder-se-à também minimizar os riscos e a letal evidência que se regista em certos casos. 

A Previsão que se diz fiável e confiável a longo prazo deste recente modelo estudado pelos investigadores da Texas A&M University, nos Estados Unidos, ajudará certamente muitas outras organizações de saúde instaladas no mundo inteiro que queiram igualmente utilizar este método. No fundo, a finalidade a que tudo se propõe é só uma: dar luta e combate ao COVID-19!

O Modelo a seguir!

Os Investigadores desta Universidade do Texas, nos EUA, previram então as infecções futuras com base em três cenários possíveis: 

No primeiro cenário, uma taxa de transmissão constante e sustentada; num outro e suposto segundo cenário, em que a taxa de transmissão é cerca de 5% mais alta do que os níveis actuais, reflectindo assim uma diminuição nas práticas para se prevenir a transmissão ou, um aumento nas condições que promovem a transmissão; e por fim um terceiro, em que a transmissão é 5 por cento menor.

Estimar a Taxa de Transmissão efectiva actual pode ser de facto complicado, aferem os investigadores, uma vez que as variações diárias nas Infecções e nos Relatórios podem com toda a certeza influenciar dramaticamente (ou drasticamente) essa estimativa.

Assim sendo, os investigadores buscaram uma outra alternativa: nada mais nem menos do que suavizar As Variações dos Relatórios Diários, usando para esse efeito uma média ponderada de três dias, pelo que realizaram por conseguinte, uma suavização adicional para contabilizar as anomalias de dados - como se verificou nos casos dos condados que relataram episódios de vários meses de uma só vez.

Os Investigadores propuseram-se então a comparar as suas projecções com a incidência relatada no Texas em quatro períodos distintos no ano de 2020: 15 de Abril, 15 de Junho, 15 de Agosto e 15 de Outubro. O que anotaram depois foi revelador:

O Número de Novos Casos de COVID-19 diários e relatados registou-se relativamente baixo em meados de Abril - quando muitas empresas estavam totalmente fechadas, começando a haver um registo de aumento no início de Maio - depois que se deu o reinício das actividades ainda por fases no Texas.

Os Números Aumentaram acentuadamente após o «Memorial Day» (em 25 de Maio de 2020, feriado nacional que acontece anualmente na última segunda-feira de Maio e que homenageia os militares americanos que morreram em combate). 

E, em seguida, diminuíram significativamente após ter-se ordenado e implementado nas massas um mandato de máscara, ou seja, a imposição legislativa e administrativa de Saúde Pública no uso desta ferramenta de protecção facial e respiratória em todo o Estado do Texas - algo que foi promulgado durante o Verão.

Após o «Labor Day» - Dia do Trabalho (que nos Estados Unidos se comemora na primeira segunda-feira de Setembro, diferentemente de muitas outras partes do mundo, inclusive no Brasil e em Portugal onde o Dia do Trabalhador se comemora no dia 1 de Maio) também se registou novamente que as infecções tinham aumentado de forma categórica; no entanto, pareceram estagnar até meados de Outubro, quando se verificou que a Taxa de Transmissão tinha aumentado drasticamente!

A Aplicação deste Modelo em todo o Estado do Texas mostrou aos investigadores que este teve um desempenho razoavelmente positivo, com apenas os dados da previsão do segundo período que se anotou desviarem-se da incidência real registada, talvez devido aos números que mudaram drasticamente no momento em que, Uma Grande Onda de COVID-19, ocorreu em torno do feriado «Memorial Day» (Dia Memorial ou da lembrança).

O Modelo estudado pelos especialistas teve um desempenho similar no nível municipal, embora a população menor (inserida nas faixas etárias juvenis) e as mudanças na população - como alunos a entrar e a sair da área durante o ano lectivo - tenham realmente influenciado a notificação de novos casos.

No entanto, referem os investigadores, o modelo é limitado pelos dados que usa. Testes locais, assim como tomadas políticas e recursos de relatórios, podem inclusive afectar a precisão dos dados e as suposições sobre a Taxa de Transmissão com base na Incidência Actual, pelo que têm menor probabilidade de serem precisas no futuro. 

Sendo que, há que referenciar, à medida que as pessoas contraem o COVID-19 e se recuperam - pelo método da vacinação e óbvia inoculação - a população susceptível vai mudando mostrando maior resistência e, muito possivelmente, afectando também a transmissão.

Apesar das limitações observadas, os investigadores admitiram que o modelo pode efectivamente ser uma Ferramenta Valiosa para as Unidades de Saúde e para os funcionários de Saúde Pública; especialmente, quando combinado com outras fontes de informação.

Todos sabemos que a Pandemia por COVID-19 ainda não acabou. Infelizmente. O que daqui se extrai em absoluto é que, É Mesmo Muito Importante, possuir em mãos uma ferramenta que possa fielmente determinar Quando e Onde outro pico ou surto pode ocorrer. 

Da mesma forma, os investigadores esperam poder utilizar essas novas ferramentas que neste momento são acessíveis e disponíveis para todos em face às necessidades futuras, com especial relevo para com as Doenças Infecciosas. 

Além disso, o modelo foi usado para criar um painel que fornece dados em tempo real sobre a disseminação por COVID-19 em todo o Estado Americano. Tem sido igualmente usado pelos Administradores Universitários e Funcionários de Saúde Pública.

Cada vez mais se intui que a informação é útil; seja em que sector for. Havendo partilha de dados e interesses comuns, então o resultado só poderá ser positivo e, extensível, a todos os que assim desejarem pactuar destes novos modelos, destes novos métodos e sistemas de aprendizagem, análise e contribuição para uma saúde pública mais benéfica.

Todos temos a ganhar com isso, ninguém duvide. Somos o que somos pelo que em comunidade e, em globalização, remetemos e revertemos. 

Mesmo com alguns deslizes, falhas e ainda algumas enviesadas brechas que nos desviam do que será porventura mais incisivo e mais direccionalmente correcto no vector que nos levará à erradicação do vírus, haverá sempre a perseverança ou graciosa teimosia de nos não deixarmos desistir.

Não só as vacinas nos salvam. As previsões também. Tal como as muitas investigações e outras tantas projecções que muitos e muitos investigadores mundiais persistentemente fazem - e farão certamente ao longo das suas profissionais carreiras e vidas - para que o COVID-19 e tantos outros vírus nos não sejam fatais. 

Fatalidade maior seria pensar - e impotentemente sentir! - que jamais o derrubaríamos ou compreenderíamos tanto que não teria por onde fugir... 

Se o pensamento é uma outra ferramenta que podemos aplicar (num idêntico modelo para se usar convenientemente), então nada nos contraria de afirmar que de facto «As Previsões Salvam!» 

Sejam pelo COVID-19, sejam em que circunstâncias forem há que aflorar essa consideração, até porque, é sempre a esperança que perdura e nunca morre segundo a crença popular. E é nisso que temos de acreditar! Hoje e Sempre!!!

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