Genes-Zombie: a surpreendente revelação da estrutural ressuscitação (ou mais exactamente reanimação) por que passam alguns genes no cérebro humano após a morte. Uma recente pesquisa mostra que alguns genes «ganham vida após a morte» e que, contra todas as expectativas, até aumentam a sua actividade no processo a que se dá o nome de «Expressão Genética».
E se «morte» for apenas um conceito que o ser humano encontrou para determinar a falência orgânica de todo o seu estado físico (após o óbito, falecimento ou desencarne) no irreversível processo de cessamento das actividades biológicas necessárias à caracterização e manutenção da vida, então estão escancaradas as portas de todas as realidades se, encaradas ou adoptadas, sob uma nova perspectiva de que a «morte» é apenas o início de um outro e novo ciclo, uma outra e quiçá extraordinária barreira tridimensional que só após a morte encontraremos!
- Vida além a Morte -
Executando uma maratona filosófica entre o que das origens vem e o que posteriormente se abrirá para uma nova identidade e uma nova busca de outra verdade, vai um longo e espinhoso caminho de dúvidas, suspeições e muitas investigações, aladas em simultâneo com um sapiente trilho, que nos augura em certa conceptualidade mística (ou reiterada pela realização de práticas hipnóticas do foro psiquiátrico) uma aura de que a morte poderá apenas ser um outro início.
Nada estando fora da razão, mesmo em termos meramente biológicos, os cientistas advogam a existência de inegáveis alterações «Post-mortem» que irão eventualmente e, a partir de agora, lançar uma nova luz sobre importantíssimos estudos em torno do cérebro humano.
Investigadores da Universidade de Illinois, em Chicago, nos Estados Unidos, descobriram recentemente - através da análise realizada sobre a expressão genética ou génica em tecido cerebral fresco (logo após o óbito ter sido anotado) de que, a expressão genética de algumas células, se tinha desenvolvido e até dimensionado num considerável aumento após ter-se verificado a morte.
(Estudo publicado na revista «Scientific Reports», 2021, com o título «Mudanças selectivas dependentes do tempo na actividade e na expressão de genes específicos de células no cérebro humano pós-morte.»
É do conhecimento geral muitos os casos em que se detecta por vezes nos cadáveres exumados - e mesmo nos sepultados há vários anos em que a decomposição se não efectua (devido a vários factores naturais dos solos e/ou pontuais dos féretros em questão) - estes apresentarem uma aparência algo bizarra devido ao crescimento dos cabelos e unhas.
Nos tempos antigos acreditava-se que estes corpos possuíam uma mágica ou abençoada faculdade divina para tal lhes ser permitido (corpo incorrupto, no qual o cadáver se mantém em bom estado de conservação e se sugestiona emanar por vezes odores florais e agradáveis). Nestes casos, o Fenómeno da Incorruptibilidade inspira também nos mais crentes a versão de santidade ou poder miraculoso que certos desses corpos mantêm em se fazer vigorar.
O que a Ciência explica tem por base muitas outras aplicações e determinações que se não coadunam com estas considerações de índole religiosa; no entanto, nem sempre a Ciência explica de facto tudo, como por exemplo a existencial temática de aceso debate ainda hoje sobre o sangue de Cristo, o Santo Sudário de Turim exposto em Itália ou, a incorruptibilidade do corpo da Santa Bernadette Soubirous, a vidente de Lourdes (França) ou de Sor Maria de Jesús em Tenerife (Espanha) onde os corpos apesar de exumados e estudados se encontram em relativamente bom estado de conservação.
Todavia e, por muito que se divague, a Investigação Científica consegue na maioria das vezes explicar e identificar algumas dessas particularidades, específica e unicamente (no caso do crescimento capilar e de unhas) ao facto de que as células continuam vivas mesmo depois do indivíduo falecido.
Morte Cerebral ou Paragem Cardíaca não significam de todo paragem ou morte celular. De acordo com os médicos legistas e patologistas, algumas horas depois de morrermos, certas células do corpo humano ainda estão activas. Toda a comunidade médica o sabe, uma vez que é nesse espaço de tempo precioso que se efectua a recolha de órgãos (extracção de órgãos do doador para o receptor).
Segundo os analistas científicos «Longe de estar "morto" um corpo em decomposição está repleto de vida». Há quem afirme inclusive que são muitos já os cientistas que olham para um corpo em decomposição como a pedra angular de um vasto e complexo ecossistema biológico - e que surge depois da morte, que prospera e evolui à medida que a decomposição se desenrola.
A Decomposição: Esta fase tem o seu início alguns segundos após a morte do indivíduo num processo designado «Autólise» ou «Autodigestão». Pouco tempo depois o coração deixa de bater, as células são privadas de oxigénio e, a sua acidez, aumenta à medida que os subprodutos tóxicos das reacções químicas se acumulam no seu interior.
As Enzimas começam então por digerir as membranas das células e abandonam assim o espaço intracelular, enquanto se processa a sua destruição. Este processo sucede inicial e geralmente no fígado, que é rico em enzimas, e no cérebro - devido ao seu elevado teor de água.
Contudo, todos os outros tecidos e órgãos acabam por deteriorar-se desta igual forma. Com o auxílio natural da gravidade, os vasos sanguíneos começam então a derramar células danificadas, fixando-se nos capilares e nas veias mais pequenas, o que vai provocar a descoloração da pele.
A Maior Parte dos Órgãos são desprovidos de micróbios quando estão vivos. Contudo, pouco tempo depois da morte, o sistema imunitário deixa de funcionar, deixando-os proliferar livremente pelo corpo agora inerte.
Assim sendo, a temperatura corporal também começa a descer, até se aclimatizar ao meio ambiente. Depois, instala-se o «rigor mortis» (a rigidez da morte), começando nas pálpebras, no queixo, e nos músculos do pescoço antes ainda de avançar para o tronco e para os membros.
Em Vida, as Células dos Músculos contraem e relaxam devido à acção de duas proteínas filamentosas (a Actina e a Miosina) que deslizam uma ao longo da outra. Depois da morte, esgota-se a fonte de energia das células e os filamentos proteicos são bloqueados. Isto faz os músculos ficarem rígidos e nessa sucessão prender as articulações.
Nestes Estágios Iniciais, o ecossistema cadavérico consiste, maioritariamente, nas bactérias que vivem dentro e à superfície do corpo humano. Os nossos corpos albergam um grande número de bactérias; cada superfície e cada canto do corpo físico proporcionam um próprio habitat para uma comunidade microbiana especializada.
De todas essas comunidades, a maior reside nos Intestinos - que servem por conseguinte de morada a biliões de bactérias de centenas, ou talvez milhares, de espécies diferentes.
O Microbioma Intestinal é um dos temas mais populares da Biologia, de acordo com os especialistas, pois desempenha várias funções na saúde humana, estando relacionado com um grande conjunto de doenças ou patologias e tantas outras complicações médicas tais como o Autismo, a Depressão, a Síndrome do Intestino Irritável ou mesmo a Obesidade.
É sabido que um corpo em decomposição liberta gases; ou seja, o corpo entra em putrefacção libertando os gases e tecidos liquefeitos no seu interior - passando a estar exposto ao meio que o rodeia. Nesta fase, o ecossistema cadavérico torna-se realmente independente: um centro de actividade para micróbios, insectos e necrófagos.
Segundo os cientistas, o nível de decomposição varia de indivíduo para indivíduo, diferindo também nos vários órgãos do corpo. Admitem entretanto fazer novas averiguações - realizando por método as sequenciações - e utilizar a bioinformática de última geração para ultimar qual o melhor órgão a estimar.
Para findar este capítulo há que acrescentar somente uma frase que talvez já se tenha tornado épica ao afirmar-se «Os corpos são, no fim de contas, simplesmente formas de energia, presas por pedaços de matéria, à espera de serem libertadas para um universo mais amplo!...».
Expressão Genética: a descoberta de genes-zombie! Algumas horas após a morte do ser humano, certas células do seu cérebro ainda se mantêm activas, dizem os cientistas. E nós acreditamos, até porque, morrer é apenas uma passagem asseveram os mais eruditos.Cientificamente, algumas células até aumentam a sua actividade e crescem em proporções gigantescas, de acordo com uma nova pesquisa realizada e divulgada por reputados investigadores da UIC (University of Illinois at Chicago), nos EUA.
Os Genes-Zombie
Tudo existe por alguma razão; e quando deixa de existir é provavelmente porque vai ter uma outra função - ou missão adquirida. Segundo as leis da termodinâmica, a energia não pode ser criada ou destruída, mas apenas convertida numa forma ou noutra.
Ou seja, as coisas destroem-se e, durante ou sob esse processo, convertem a sua massa em energia, tal como carcaça ou pele que se despe para dar lugar a uma orla ou alvéolo de luz, como uma estrela.
A decomposição corporal e física é no fundo uma evocação e, mórbida, de que toda a matéria no Universo tem que seguir rigorosamente estas leis fundamentais - em processo constante de reinício e convergência que muitos apelidam de ciclo de reencarnação.
Mas isso são outras questões... Somos destruídos para ser de novo construídos, equilibrando a nossa matéria corporal com aquilo que nos rodeia, reciclando-a para o benefício de outros seres vivos ou, de nosso próprio benefício em aperfeiçoamento do que alguém clama e designa por «Alma».
Metafísica à parte, voltemos ao texto inicial que nos fala da nossa corpórea longevidade em termos genéticos mesmo após a morte.
Num recente estudo publicado na revista «Scientific Reports», investigadores da UIC (University of Illinois at Chicago) reportaram a sua feliz descoberta realizada sobre a análise da Expressão Genética - em tecido cerebral fresco (que foi recolhido durante uma cirurgia cerebral de rotina) - diversas vezes após a remoção, para desta forma se poder simular o intervalo de post-mortem e a morte.
Estes valorosos investigadores descobriram então que «A Expressão do Gene» referenciada sobre algumas células tinha substancialmente aumentado após a morte.
Há que dizer que a Expressão Genética ou Génica é o processo pelo qual a informação hereditária contida num gene - tal como a sequência de ADN/DNA - é utilizada de modo a formar um produto génico funcional, tal como as proteínas ou o ARN/RNA.
Esses Genes-Zombie (ou zumbis) - aqueles que aumentaram a expressão após o intervalo post-mortem - eram específicos para um tipo de célula: células inflamatórias chamadas Células Gliais.
Os Investigadores da UIC observaram então que estas células gliais cresciam e germinavam sob a forma de longos apêndices - semelhantes a braços - durante longas horas após se ter verificado a morte.
O Dr. Jeffrey Loeb, professor da John S. Garvin e Chefe da Neurologia e Reabilitação na UIC College of Medicine e correspondente autor deste já citado artigo, afirma:
"O aumento das células gliais após a morte não é muito surpreendente, visto que são inflamatórias e o seu trabalho é limpar as coisas após as lesões cerebrais como no caso de privação de oxigénio ou de derrame." E explica sucintamente:
"O que é significativo, são as implicações desta descoberta - a maioria dos estudos de pesquisa que usam tecidos cerebrais humanos post-mortem para encontrar tratamentos e curas potenciais para as doenças como o Autismo, a Esquizofrenia e a doença de Alzheimer, não são responsáveis pela expressão do gene post-mortem ou actividade celular." E especifica mais uma vez:
A maioria dos estudos pressupõe que tudo no cérebro pára quando o coração deixa de bater, mas não é assim. Estas nossas descobertas serão de futuro muito necessárias para se poder interpretar a investigação realizada sobre os tecidos cerebrais humanos. Nós apenas não quantificámos essas mudanças até agora."
O Dr. Loeb e a sua equipe notaram então que o Padrão Global de Expressão Genética em tecido cerebral humano fresco não correspondia a nenhum dos relatórios já publicados sobre Expressão Genética Cerebral Pós-Morte de pessoas sem distúrbios neurológicos - ou de pessoas com uma ampla variedade de distúrbios neurológicos - variando do Autismo para Alzheimer.
"Decidimos realizar um ensaio experimental de morte simulada observando a expressão de todos os genes humanos, em pontos de tempo de 0 a 24 horas, a partir de um grande bloco de tecidos cerebrais recolhidos recentemente, que foram mantidos numa temperatura ambiente para se poder replicar esse intervalo de pós-morte ", disse ainda Loeb.
Segundo nos é dado compreender, o Dr. Loeb e a sua especializada equipe têm uma vantagem especial quando se trata de estudar o tecido cerebral.
Loeb é director do UI NeuroRepository - um banco de tecidos cerebrais humanos de pacientes com distúrbios neurológicos - que consentiram nessa recolha e armazenagem de amostras de tecido cerebral para pesquisa, depois da sua morte ou mesmo durante a realização dessa cirurgia-padrão para tratar distúrbios como a Epilepsia.
Por exemplo, durante a intervenção de certas cirurgias para tratar a Epilepsia, o tecido cerebral epiléptico é removido para ajudar a eliminar as convulsões.
De acordo com os investigadores, nem todo o tecido é necessário para se fazer o Diagnóstico Patológico; portanto, alguns podem inclusive ser usados para investigação. Este, é então o tecido que o Dr. Loeb e os seus colegas criteriosamente analisaram para a sua investigação.
Nesta sequência, descobriram de forma clara que cerca de 80% dos genes analisados permaneciam relativamente estáveis por 24 horas - a sua expressão não mudara muito, concluíram.
Estes Genes Incluídos - frequentemente referidos como genes de manutenção que fornecem funções celulares básicas - são comummente usados em estudos de pesquisa para assim se mostrar a qualidade do tecido.
Outro Grupo de Genes, conhecido por estar presente em neurónios e ter demonstrado estar intrinsecamente envolvido na actividade cerebral humana - como Memória, Pensamento e Actividade Convulsiva - degradou-se rapidamente nas horas seguintes, ou seja, após a morte.
"Estes genes são Muito Importantes para os investigadores que estudam doenças como a Esquizofrenia ou a doença de Alzheimer", cita Loeb.
Mas há mais: um terceiro grupo de genes - os Genes-Zombie - em que se verificou um aumento da sua actividade ao mesmo tempo que os genes neuronais estavam diminuindo. O padrão de mudanças post-mortem atingiu o pico em cerca de 12 horas.
O Dr. Jeffrey Loeb remata de forma peremptória: "Estas nossas descobertas não significam que devemos descartar os programas de pesquisa de tecido humano, apenas significa que os investigadores precisam levar em consideração essas mudanças genéticas e celulares, e reduzir assim o intervalo post-mortem tanto quanto possível para reduzir a magnitude dessas mudanças." E cita ainda:
"A boa notícia destas nossas descobertas é que agora sabemos quais os genes e os tipos de células que são estáveis, assim como, quais os que se degradam e quais os que aumentam com o tempo para que os resultados dos estudos cerebrais post-mortem possam ser melhor compreendidos."
(Em Registo: O estudo publicado na revista «Scientific Reports», 2021, com o título «Mudanças selectivas dependentes do tempo na actividade e na expressão de genes específicos de células no cérebro humano pós-morte» tem como autores responsáveis: Fabien Dachet; James B. Brown; Tibor Valyi-Nagy; Kunwar D. Narayan; Anna Serafini; Nathan Boley; Thomas R. Gingeras; Susan E. Celniker; Gayatry Mohapatra e Jeffrey A. Loeb.)
Dachet, Valyi-Nagy, Narayan, Serafini e Mohapatra da UIC; Brown e Celniker do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley; Boley, da Universidade da Califórnia, Berkeley; e Gingeras do Cold Spring Harbor Laboratory são co-autores do artigo. Esta pesquisa foi financiada por doações do National Institutes of Health.
Munidos de todas as defesas contra todos os ataques biológicos e não só, estaremos mais seguros e mais firmes na decisão do que nos fará ser também mais saudáveis e mais resistentes numa vida e sobrevida que enfrentará possivelmente muitos outros desafios. Cá estaremos para os defrontar. Ou confrontar com outras realidades.
Poderá haver Genes-Zombie mas jamais haverá condescendentes seres de igual identidade e pouca sumptuosidade de idêntica e infinitamente consorte - à semelhança dessas pútridas e estereotipadas criaturas ou escanzeladas figuras de cadáveres reanimados - e nos arrastarmos em padecimento e apodrecimento sobre males que não vencemos.
Somos seres admiráveis! Com genes não menos admiráveis e absolutamente indescritíveis em toda a assumpção e acepção da palavra e concepção. Vivemos e morremos. E tornamos a nascer e a viver. E tudo isso num ciclo interminável de fluxo de matéria e energia, escuridão e luz e tanto mais que só aos deuses cabe decifrar. Não somos zombies! Nunca o fomos nem seremos, deixando-o apenas para os genes que se esqueceram de morrer... ou talvez não!...
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