Há almas eternas, outras imortais e talvez até mesmo outras confortavelmente emanentes sobre o Universo; cabe-nos a nós descobrir quais as que nós somos, por outras que andam por aí...
Translate
quarta-feira, 31 de março de 2021
terça-feira, 30 de março de 2021
Os Genes-Zombie
Genes-Zombie: a surpreendente revelação da estrutural ressuscitação (ou mais exactamente reanimação) por que passam alguns genes no cérebro humano após a morte. Uma recente pesquisa mostra que alguns genes «ganham vida após a morte» e que, contra todas as expectativas, até aumentam a sua actividade no processo a que se dá o nome de «Expressão Genética».
E se «morte» for apenas um conceito que o ser humano encontrou para determinar a falência orgânica de todo o seu estado físico (após o óbito, falecimento ou desencarne) no irreversível processo de cessamento das actividades biológicas necessárias à caracterização e manutenção da vida, então estão escancaradas as portas de todas as realidades se, encaradas ou adoptadas, sob uma nova perspectiva de que a «morte» é apenas o início de um outro e novo ciclo, uma outra e quiçá extraordinária barreira tridimensional que só após a morte encontraremos!
- Vida além a Morte -
Executando uma maratona filosófica entre o que das origens vem e o que posteriormente se abrirá para uma nova identidade e uma nova busca de outra verdade, vai um longo e espinhoso caminho de dúvidas, suspeições e muitas investigações, aladas em simultâneo com um sapiente trilho, que nos augura em certa conceptualidade mística (ou reiterada pela realização de práticas hipnóticas do foro psiquiátrico) uma aura de que a morte poderá apenas ser um outro início.
Nada estando fora da razão, mesmo em termos meramente biológicos, os cientistas advogam a existência de inegáveis alterações «Post-mortem» que irão eventualmente e, a partir de agora, lançar uma nova luz sobre importantíssimos estudos em torno do cérebro humano.
Investigadores da Universidade de Illinois, em Chicago, nos Estados Unidos, descobriram recentemente - através da análise realizada sobre a expressão genética ou génica em tecido cerebral fresco (logo após o óbito ter sido anotado) de que, a expressão genética de algumas células, se tinha desenvolvido e até dimensionado num considerável aumento após ter-se verificado a morte.
(Estudo publicado na revista «Scientific Reports», 2021, com o título «Mudanças selectivas dependentes do tempo na actividade e na expressão de genes específicos de células no cérebro humano pós-morte.»
É do conhecimento geral muitos os casos em que se detecta por vezes nos cadáveres exumados - e mesmo nos sepultados há vários anos em que a decomposição se não efectua (devido a vários factores naturais dos solos e/ou pontuais dos féretros em questão) - estes apresentarem uma aparência algo bizarra devido ao crescimento dos cabelos e unhas.
Nos tempos antigos acreditava-se que estes corpos possuíam uma mágica ou abençoada faculdade divina para tal lhes ser permitido (corpo incorrupto, no qual o cadáver se mantém em bom estado de conservação e se sugestiona emanar por vezes odores florais e agradáveis). Nestes casos, o Fenómeno da Incorruptibilidade inspira também nos mais crentes a versão de santidade ou poder miraculoso que certos desses corpos mantêm em se fazer vigorar.
O que a Ciência explica tem por base muitas outras aplicações e determinações que se não coadunam com estas considerações de índole religiosa; no entanto, nem sempre a Ciência explica de facto tudo, como por exemplo a existencial temática de aceso debate ainda hoje sobre o sangue de Cristo, o Santo Sudário de Turim exposto em Itália ou, a incorruptibilidade do corpo da Santa Bernadette Soubirous, a vidente de Lourdes (França) ou de Sor Maria de Jesús em Tenerife (Espanha) onde os corpos apesar de exumados e estudados se encontram em relativamente bom estado de conservação.
Todavia e, por muito que se divague, a Investigação Científica consegue na maioria das vezes explicar e identificar algumas dessas particularidades, específica e unicamente (no caso do crescimento capilar e de unhas) ao facto de que as células continuam vivas mesmo depois do indivíduo falecido.
Morte Cerebral ou Paragem Cardíaca não significam de todo paragem ou morte celular. De acordo com os médicos legistas e patologistas, algumas horas depois de morrermos, certas células do corpo humano ainda estão activas. Toda a comunidade médica o sabe, uma vez que é nesse espaço de tempo precioso que se efectua a recolha de órgãos (extracção de órgãos do doador para o receptor).
Segundo os analistas científicos «Longe de estar "morto" um corpo em decomposição está repleto de vida». Há quem afirme inclusive que são muitos já os cientistas que olham para um corpo em decomposição como a pedra angular de um vasto e complexo ecossistema biológico - e que surge depois da morte, que prospera e evolui à medida que a decomposição se desenrola.
A Decomposição: Esta fase tem o seu início alguns segundos após a morte do indivíduo num processo designado «Autólise» ou «Autodigestão». Pouco tempo depois o coração deixa de bater, as células são privadas de oxigénio e, a sua acidez, aumenta à medida que os subprodutos tóxicos das reacções químicas se acumulam no seu interior.
As Enzimas começam então por digerir as membranas das células e abandonam assim o espaço intracelular, enquanto se processa a sua destruição. Este processo sucede inicial e geralmente no fígado, que é rico em enzimas, e no cérebro - devido ao seu elevado teor de água.
Contudo, todos os outros tecidos e órgãos acabam por deteriorar-se desta igual forma. Com o auxílio natural da gravidade, os vasos sanguíneos começam então a derramar células danificadas, fixando-se nos capilares e nas veias mais pequenas, o que vai provocar a descoloração da pele.
A Maior Parte dos Órgãos são desprovidos de micróbios quando estão vivos. Contudo, pouco tempo depois da morte, o sistema imunitário deixa de funcionar, deixando-os proliferar livremente pelo corpo agora inerte.
Assim sendo, a temperatura corporal também começa a descer, até se aclimatizar ao meio ambiente. Depois, instala-se o «rigor mortis» (a rigidez da morte), começando nas pálpebras, no queixo, e nos músculos do pescoço antes ainda de avançar para o tronco e para os membros.
Em Vida, as Células dos Músculos contraem e relaxam devido à acção de duas proteínas filamentosas (a Actina e a Miosina) que deslizam uma ao longo da outra. Depois da morte, esgota-se a fonte de energia das células e os filamentos proteicos são bloqueados. Isto faz os músculos ficarem rígidos e nessa sucessão prender as articulações.
Nestes Estágios Iniciais, o ecossistema cadavérico consiste, maioritariamente, nas bactérias que vivem dentro e à superfície do corpo humano. Os nossos corpos albergam um grande número de bactérias; cada superfície e cada canto do corpo físico proporcionam um próprio habitat para uma comunidade microbiana especializada.
De todas essas comunidades, a maior reside nos Intestinos - que servem por conseguinte de morada a biliões de bactérias de centenas, ou talvez milhares, de espécies diferentes.
O Microbioma Intestinal é um dos temas mais populares da Biologia, de acordo com os especialistas, pois desempenha várias funções na saúde humana, estando relacionado com um grande conjunto de doenças ou patologias e tantas outras complicações médicas tais como o Autismo, a Depressão, a Síndrome do Intestino Irritável ou mesmo a Obesidade.
É sabido que um corpo em decomposição liberta gases; ou seja, o corpo entra em putrefacção libertando os gases e tecidos liquefeitos no seu interior - passando a estar exposto ao meio que o rodeia. Nesta fase, o ecossistema cadavérico torna-se realmente independente: um centro de actividade para micróbios, insectos e necrófagos.
Segundo os cientistas, o nível de decomposição varia de indivíduo para indivíduo, diferindo também nos vários órgãos do corpo. Admitem entretanto fazer novas averiguações - realizando por método as sequenciações - e utilizar a bioinformática de última geração para ultimar qual o melhor órgão a estimar.
Para findar este capítulo há que acrescentar somente uma frase que talvez já se tenha tornado épica ao afirmar-se «Os corpos são, no fim de contas, simplesmente formas de energia, presas por pedaços de matéria, à espera de serem libertadas para um universo mais amplo!...».
Expressão Genética: a descoberta de genes-zombie! Algumas horas após a morte do ser humano, certas células do seu cérebro ainda se mantêm activas, dizem os cientistas. E nós acreditamos, até porque, morrer é apenas uma passagem asseveram os mais eruditos.Cientificamente, algumas células até aumentam a sua actividade e crescem em proporções gigantescas, de acordo com uma nova pesquisa realizada e divulgada por reputados investigadores da UIC (University of Illinois at Chicago), nos EUA.
Os Genes-Zombie
Tudo existe por alguma razão; e quando deixa de existir é provavelmente porque vai ter uma outra função - ou missão adquirida. Segundo as leis da termodinâmica, a energia não pode ser criada ou destruída, mas apenas convertida numa forma ou noutra.
Ou seja, as coisas destroem-se e, durante ou sob esse processo, convertem a sua massa em energia, tal como carcaça ou pele que se despe para dar lugar a uma orla ou alvéolo de luz, como uma estrela.
A decomposição corporal e física é no fundo uma evocação e, mórbida, de que toda a matéria no Universo tem que seguir rigorosamente estas leis fundamentais - em processo constante de reinício e convergência que muitos apelidam de ciclo de reencarnação.
Mas isso são outras questões... Somos destruídos para ser de novo construídos, equilibrando a nossa matéria corporal com aquilo que nos rodeia, reciclando-a para o benefício de outros seres vivos ou, de nosso próprio benefício em aperfeiçoamento do que alguém clama e designa por «Alma».
Metafísica à parte, voltemos ao texto inicial que nos fala da nossa corpórea longevidade em termos genéticos mesmo após a morte.
Num recente estudo publicado na revista «Scientific Reports», investigadores da UIC (University of Illinois at Chicago) reportaram a sua feliz descoberta realizada sobre a análise da Expressão Genética - em tecido cerebral fresco (que foi recolhido durante uma cirurgia cerebral de rotina) - diversas vezes após a remoção, para desta forma se poder simular o intervalo de post-mortem e a morte.
Estes valorosos investigadores descobriram então que «A Expressão do Gene» referenciada sobre algumas células tinha substancialmente aumentado após a morte.
Há que dizer que a Expressão Genética ou Génica é o processo pelo qual a informação hereditária contida num gene - tal como a sequência de ADN/DNA - é utilizada de modo a formar um produto génico funcional, tal como as proteínas ou o ARN/RNA.
Esses Genes-Zombie (ou zumbis) - aqueles que aumentaram a expressão após o intervalo post-mortem - eram específicos para um tipo de célula: células inflamatórias chamadas Células Gliais.
Os Investigadores da UIC observaram então que estas células gliais cresciam e germinavam sob a forma de longos apêndices - semelhantes a braços - durante longas horas após se ter verificado a morte.
O Dr. Jeffrey Loeb, professor da John S. Garvin e Chefe da Neurologia e Reabilitação na UIC College of Medicine e correspondente autor deste já citado artigo, afirma:
"O aumento das células gliais após a morte não é muito surpreendente, visto que são inflamatórias e o seu trabalho é limpar as coisas após as lesões cerebrais como no caso de privação de oxigénio ou de derrame." E explica sucintamente:
"O que é significativo, são as implicações desta descoberta - a maioria dos estudos de pesquisa que usam tecidos cerebrais humanos post-mortem para encontrar tratamentos e curas potenciais para as doenças como o Autismo, a Esquizofrenia e a doença de Alzheimer, não são responsáveis pela expressão do gene post-mortem ou actividade celular." E especifica mais uma vez:
A maioria dos estudos pressupõe que tudo no cérebro pára quando o coração deixa de bater, mas não é assim. Estas nossas descobertas serão de futuro muito necessárias para se poder interpretar a investigação realizada sobre os tecidos cerebrais humanos. Nós apenas não quantificámos essas mudanças até agora."
O Dr. Loeb e a sua equipe notaram então que o Padrão Global de Expressão Genética em tecido cerebral humano fresco não correspondia a nenhum dos relatórios já publicados sobre Expressão Genética Cerebral Pós-Morte de pessoas sem distúrbios neurológicos - ou de pessoas com uma ampla variedade de distúrbios neurológicos - variando do Autismo para Alzheimer.
"Decidimos realizar um ensaio experimental de morte simulada observando a expressão de todos os genes humanos, em pontos de tempo de 0 a 24 horas, a partir de um grande bloco de tecidos cerebrais recolhidos recentemente, que foram mantidos numa temperatura ambiente para se poder replicar esse intervalo de pós-morte ", disse ainda Loeb.
Segundo nos é dado compreender, o Dr. Loeb e a sua especializada equipe têm uma vantagem especial quando se trata de estudar o tecido cerebral.
Loeb é director do UI NeuroRepository - um banco de tecidos cerebrais humanos de pacientes com distúrbios neurológicos - que consentiram nessa recolha e armazenagem de amostras de tecido cerebral para pesquisa, depois da sua morte ou mesmo durante a realização dessa cirurgia-padrão para tratar distúrbios como a Epilepsia.
Por exemplo, durante a intervenção de certas cirurgias para tratar a Epilepsia, o tecido cerebral epiléptico é removido para ajudar a eliminar as convulsões.
De acordo com os investigadores, nem todo o tecido é necessário para se fazer o Diagnóstico Patológico; portanto, alguns podem inclusive ser usados para investigação. Este, é então o tecido que o Dr. Loeb e os seus colegas criteriosamente analisaram para a sua investigação.
Nesta sequência, descobriram de forma clara que cerca de 80% dos genes analisados permaneciam relativamente estáveis por 24 horas - a sua expressão não mudara muito, concluíram.
Estes Genes Incluídos - frequentemente referidos como genes de manutenção que fornecem funções celulares básicas - são comummente usados em estudos de pesquisa para assim se mostrar a qualidade do tecido.
Outro Grupo de Genes, conhecido por estar presente em neurónios e ter demonstrado estar intrinsecamente envolvido na actividade cerebral humana - como Memória, Pensamento e Actividade Convulsiva - degradou-se rapidamente nas horas seguintes, ou seja, após a morte.
"Estes genes são Muito Importantes para os investigadores que estudam doenças como a Esquizofrenia ou a doença de Alzheimer", cita Loeb.
Mas há mais: um terceiro grupo de genes - os Genes-Zombie - em que se verificou um aumento da sua actividade ao mesmo tempo que os genes neuronais estavam diminuindo. O padrão de mudanças post-mortem atingiu o pico em cerca de 12 horas.
O Dr. Jeffrey Loeb remata de forma peremptória: "Estas nossas descobertas não significam que devemos descartar os programas de pesquisa de tecido humano, apenas significa que os investigadores precisam levar em consideração essas mudanças genéticas e celulares, e reduzir assim o intervalo post-mortem tanto quanto possível para reduzir a magnitude dessas mudanças." E cita ainda:
"A boa notícia destas nossas descobertas é que agora sabemos quais os genes e os tipos de células que são estáveis, assim como, quais os que se degradam e quais os que aumentam com o tempo para que os resultados dos estudos cerebrais post-mortem possam ser melhor compreendidos."
(Em Registo: O estudo publicado na revista «Scientific Reports», 2021, com o título «Mudanças selectivas dependentes do tempo na actividade e na expressão de genes específicos de células no cérebro humano pós-morte» tem como autores responsáveis: Fabien Dachet; James B. Brown; Tibor Valyi-Nagy; Kunwar D. Narayan; Anna Serafini; Nathan Boley; Thomas R. Gingeras; Susan E. Celniker; Gayatry Mohapatra e Jeffrey A. Loeb.)
Dachet, Valyi-Nagy, Narayan, Serafini e Mohapatra da UIC; Brown e Celniker do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley; Boley, da Universidade da Califórnia, Berkeley; e Gingeras do Cold Spring Harbor Laboratory são co-autores do artigo. Esta pesquisa foi financiada por doações do National Institutes of Health.
Munidos de todas as defesas contra todos os ataques biológicos e não só, estaremos mais seguros e mais firmes na decisão do que nos fará ser também mais saudáveis e mais resistentes numa vida e sobrevida que enfrentará possivelmente muitos outros desafios. Cá estaremos para os defrontar. Ou confrontar com outras realidades.
Poderá haver Genes-Zombie mas jamais haverá condescendentes seres de igual identidade e pouca sumptuosidade de idêntica e infinitamente consorte - à semelhança dessas pútridas e estereotipadas criaturas ou escanzeladas figuras de cadáveres reanimados - e nos arrastarmos em padecimento e apodrecimento sobre males que não vencemos.
Somos seres admiráveis! Com genes não menos admiráveis e absolutamente indescritíveis em toda a assumpção e acepção da palavra e concepção. Vivemos e morremos. E tornamos a nascer e a viver. E tudo isso num ciclo interminável de fluxo de matéria e energia, escuridão e luz e tanto mais que só aos deuses cabe decifrar. Não somos zombies! Nunca o fomos nem seremos, deixando-o apenas para os genes que se esqueceram de morrer... ou talvez não!...
segunda-feira, 29 de março de 2021
domingo, 28 de março de 2021
sábado, 27 de março de 2021
sexta-feira, 26 de março de 2021
quinta-feira, 25 de março de 2021
quarta-feira, 24 de março de 2021
terça-feira, 23 de março de 2021
Sequestrada! Há biliões de anos...
Água em Marte: a feliz revelação de que uma elevada quantidade de água (quiçá um oceano) poderá - ainda hoje! - estar sequestrada na crosta marciana e não, como se pensava até aqui, ter escapado para o Espaço. Ou seja, existe agora toda uma franqueada possibilidade desta água não-reciclada e no seu estado mais puro, estar inserida num enorme reservatório de antigos minerais hidratados.
Tudo o que se passa em Marte não fica em Marte, contrariando a terrestre tese de que por vezes é bem melhor não se saber o que se passa efectivamente em certos locais. Não é o caso. Principalmente quando se tem o robô Perseverance e o seu inestimável amigo tecnológico de permeio (o helicóptero Ingenuity) a seguir-lhe as pegadas num planeta que todos os dias no surpreende pela positiva.
Marte é sem dúvida alguma a nossa grande e única esperança (até ao momento) de exploração espacial e interplanetária. Todos os nossos olhos para si estão virados numa incessante e entusiasmante procura de vida microbiana e extraterrestre.
Há motivos para isso e para muito mais. Marte, apesar de nada afectivo e hospitaleiro planeta, tem a sedução máxima de nos fazer sonhar com a probabilidade de uma extensão da Terra em futuras e cosmopolitas cidades ainda que inicialmente alocadas como bolhas ou invioláveis casulos para melhor adaptabilidade e habitabilidade humanas.
O sonho é possível e a realização deste também, basta o Homem querer. Ou os deuses assim no-lo permitirem em constante vigilância do que faremos ou não de razoável e, admissível, em termos de civilização exploradora e colonizadora.
Por ora, tudo parece correr-nos de feição. Estamos assim a dar os primeiros passos - estando ou não já inclusos dentro de todo o sistema planetário de Marte, pois há quem afirme com toda a clareza, indução e muita suspeição de que os seres humanos já por lá andam há muito...
E isto, contemplando todas as teorias não da conspiração mas da mais alta influência de uma História mal-contada e de uma Arqueologia perdida, que alegam os seres extraterrestres unidos aos humanos possuírem bases e frondosos túneis subterrâneos (em óbvio programa secreto de ficheiros jamais revelados à opinião pública e ainda por cima com o aval de forças externas mas complementares a esse programa que obviamente tudo monitorizam). E claro está, fazendo deste planeta um Lázaro ressuscitado por vias de uma sofrida catástrofe.
Marte tem tanto de misterioso quanto da verídica afirmação do que, em termos inenarráveis ou mesmo distópicos, podemos assemelhar à catastrófica essência cósmica existente; todavia esta ser de origem natural, Marte infere-nos que tal não o tivesse sido e que, segundo John E. Brandenburg contextualiza na sua obra «Death on Mars», este planeta pereceu devido a um terrível massacre nuclear planetário.
Irrefutáveis ou não essas ditas provas geológicas (e não só) de ter ocorrido esse trágico evento à escala planetária que tudo ceifou neste Planeta Vermelho, muitos são os que consideram estar-se em pleno a viver uma nova realidade sobre este nosso planeta vizinho.
Catástrofe nuclear - induzida por uma ou duas rasantes bombas de hidrogénio lançadas sem qualquer piedade sobre o planeta - e que, perpetrada por severa mão interestelar ou derivada de um qualquer evento cósmico como um mega-meteorito, fez Marte ter sido inquestionavelmente «bombardeado e de certa forma desactivado» (deixando para trás imensos vestígios isotópicos dessas vastas explosões que perduram até aos nossos dias) de todas as suas funções planetárias.
Mas não falemos de Morte. Antes de Vida. Pois se água é vida, então talvez haja esperança de nela se concentrar o resquício de toda uma civilização há muito existente e proeminente (e hoje extinta?...) em Marte. Terão sobrevivido?... Terão ido para outros planetas inclusive a Terra?... Não se sabe, mas urge encontrar uma resposta mais que não seja numa simples gota de água...
Novas Imagens de Marte dizem-nos de que nem tudo está perdido. Novas Investigações aferem-nos de que este planeta já foi pululante e exuberante de rios, lagos e oceanos como na Terra.
Água congelada nos pólos, bacias hidrográficas pontuais que, sendo devidamente e tecnologicamente assistidas, poderão eclodir em água líquida que de futuro nos servirá de alimento e sustento a novas ou renascidas formas de vida em Marte.
Só agora se iniciou esse processo em laboratório e em análise, pelo que um mundo novo se abrirá enfim se quisermos empoderar novos conhecimentos e novas realidades numa eventual e poderosa missão fora da Terra. O Futuro cumpre-se hoje!
Daí que investigadores do Caltech - Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos EUA - e do JPL, da NASA, analisando a atmosfera e o registo rochoso de Marte, tenham feito a feliz descoberta que a quantidade de água de aproximadamente um oceano foi sequestrada na crosta de Marte há biliões de anos. Admirável!
(Em Registo: O estudo foi publicado na revista Science em 16 de Março de 2021 e tem por título «Secagem de Marte a longo prazo por sequestro de volumes de água em escala oceânica na crosta», da autoria de El Scheller; BL Ehlmann; Renyu Hu; DJ Adams e YL Yung.)
Novas investigações ajudaram assim os Astrobiólogos do nosso planeta Terra a entender melhor ou, de forma mais clara e sucinta, reconhecer a alcalinidade, o pH e o conteúdo de Nitrogénio existentes nas mais antigas águas do Planeta Vermelho - e, por extensão, a composição de Dióxido de Carbono havida também na antiga atmosfera do planeta.
Conhecer Marte
Nunca como agora foi tão forte o desejo e o empenho de se compreender e conhecer Marte. Nestes últimos anos a comunidade científica que engloba e envolve os Astrónomos, os Astrofísicos e, em particular os Astrobiólogos, que tentam saber em pormenor ou mais especificamente a realidade geofísica do planeta em termos geológicos no estudo da origem, evolução, distribuição e o futuro da vida no Universo, que tudo tem dado um pulo de gigante.
Principalmente, devido às laboriosas investigações que orlam o estudo e a análise das amostras recolhidas de certas regiões terrestres que, supostamente muito semelhantes às de Marte, fornecem aos cientistas a informação correcta sobre as mesmas.
Como por exemplo, na cratera de Nordlinger Ries, no sul da Alemanha, onde uma equipe de cientistas da UCR (University of California, Riverside) descobriu fortes e contundentes evidências de que Marte já possuiu vastos oceanos de água líquida há cerca de 4 biliões de anos, sendo que, a cereja no topo do bolo como se diz na gíria, foi ter encontrado razões para se afirmar de que alguns micro-organismos poderiam ter sobrevivido se a ancestral água marciana tivesse havido um nível de pH neutro e fosse altamente alcalina.
Suspeita-se também que níveis muito altos de CO2 (dióxido de carbono) tenham de facto tornado possível a existência de água líquida e até algumas formas de vida microbiana há longa data. Os cientistas alegam contudo, que mais e melhores evidências serão observadas e esclarecidas assim que as amostras da missão Rover 2020, da NASA, chegarem à Terra.
O que posteriormente se analisará convenientemente sobre os isótopos de nitrogénio (ainda que se leve cerca de uma ou duas décadas a tal entendimento, na duração que se perspectiva as amostras levarem a pisar chão terrestre) - de acordo com o que os cientistas proferem.
Admitem também que esta foi a «Primeira Vez» que se pôde dar com toda a certeza uma resposta concisa, uma vez que anteriormente a este estudo nada se sabia ou nada estaria assim tão claro se, algo tão simples como os Isótopos de Nitrogénio, poderiam ou não ser usados para se estudar o pH das ancestrais águas em Marte - sendo o pH um parâmetro-chave no cálculo do CO2 na atmosfera.
Quebrando em parte a ainda enigmática história da Atmosfera de Marte, os cientistas desenvolveram a partir deste estudo novas e analíticas ferramentas para chegar à conclusão se houve vida no planeta. Em questão, não só a composição química dos elementos na água e na atmosfera (que se entendia para onde grande parte das águas líquidas do planeta se tinham evaporado) mas, uma maior compreensão sobre a alcalinidade, o pH e o conteúdo de Nitrogénio das ancestrais águas de Marte.
(Em Registo: o estudo foi publicado na revista «Science Advances» (em 26 de Fevereiro de 2020) om o título «Razões de Isótopos de Nitrogénio rastreiam condições de pH alto num terrestre e analógico local de Marte», em que os seus autores são: Eva E. Stüken, Christopher Tino, Gernot Arp, Dietmar Jung e Timothy W. Lyons.)
Todavia este brilhante estudo, outros surgiram entretanto que admitem também «que apesar do escape atmosférico ter havido um importante papel na perda de água, as impressionantes descobertas das últimas décadas, têm vindo por sua vez vindo a demonstrar (ou a acrescentar) de que não só a atmosfera cativou essa água como ela foi igualmente mantida num enorme reservatório de antigos minerais hidratados», cuja formação certamente terá feito diminuír a disponibilidade de água no planeta e ao longo do tempo.
Quem o afirma agora são os valorosos investigadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos Estados Unidos, que, através de novos dados adquiridos, desafiam a teoria até aqui implementada de que toda a água de Marte se teria escapado para o Espaço.
Nada mais errado, aferem. Analisando a Atmosfera assim como o registo rochoso de Marte (na sua óptica geológica), os cientistas descobriram que, a quantidade de água absorvida por um oceano, foi mantida e sequestrada na crosta de Marte há muitos e muitos biliões de anos. Inacreditável!
Em termos humanos e quiçá futuros de exploração em Marte de se acorrer e recorrer a recursos de mineração e extracção (de minérios ou dessa poderosa água que eventualmente poderá conter ainda muitas outras surpresas bacteriológicas não tão fabulosas assim para a contaminação humana), talvez seja demasiado cedo para se deitar foguetes; ou seja, não será oportuno, ainda, perspectivar algo nesse sentido. No entanto, as novidades prometem...
Há Água na Crosta!
Seria assim que um qualquer Marinheiro Português da Era Quinhentista clamaria aos sete ventos a mestria de ver terra à vista ou, estranhamente também, uma florescente queda de água em oásis. Nem mais. Há que ecoar as descobertas de igual forma, digo eu.
Existe de facto um deslumbramento sem par aquando se vislumbra algo assim. E não é para menos, pois as potencialidades avolumam-se e, creditam-se, na mesma proporção com que se vão edificando as ideias, projectos e cumulações da possível e futura vivência em Marte por parte dos humanos.
Existir um refém destes é como se houvesse um outro amanhã de esperanças e cobranças que mais tarde nos servirão de berço e jazida - com tudo o que isso implica se o soubermos extraír e aplicar em transmissibilidade (mas também prudência), se desejarmos que este planeta possa revigorar vida além da que um dia já possuíu e, por uma ou outra razão mais expedita e não-fortuita, algo ou alguém lha retirou...
Cientificamente, os Planetas Interiores (ou telúricos) como é o caso de Marte cresceram por acreção próximos do proto-Sol - onde se sabe as temperaturas da nebulosa eram (ou seriam) elevadas e onde apenas matérias constituídas por densos silicatos se estavam a condensar.
Todos eles mantêm Crusta ou Crosta (camadas superficiais) e Manto (camadas sólidas interiores) formados por rochas de silicatos e um núcleo mais denso muito rico em ferro.
Em relação a Marte é do conhecimento geral que a temperatura à superfície é muito baixa, variando entre -140ºC e uns positivos 20ºC; a água líquida não pode existir à sua superfície devido às baixas temperaturas e a sua pressão atmosférica é de apenas um centésimo da Pressão Atmosférica da Terra.
A Ténue Atmosfera de Marte é composta principalmente de CO2 (dóxido de carbono). Este, a par de algum vapor de água, congela nos pólos dando lugar a calotes polares que se expandem e contraem com as estações.
Os Mundos Mais Maciços - como Vénus, Terra ou Marte - que ganharam originalmente mais energia de acreção também e, subsequentemente, foram alvos de maior desintegração de Isótopos Radioactivos de semividas longas. Em Marte, a actividade geológica é actualmente o resultado de ventos, glaciação e de processos atmosféricos. Mas mais há certamente, sendo o que os cientistas há muito buscam...
Planeta Vermelho?... Jamais! Há biliões de anos este planeta não seria assim chamado. De todo! Seria tão ou mais azul do que a Terra. Seria provavelmente tão feericamente azul e tão belo que nenhuma semelhança haveria ao que hoje se observa de planeta supostamente estéril e inútil. Acreditamos que o não seja, por tudo o que os novos e efusivos estudos apontam e nos relatam de incríveis descobertas.
Marte já deteve em si grandes lagos, oceanos, piscinas ou fabulosas bacias hidrográficas tão prenhes de vida quanto as existentes na Terra. Mas a grande questão impõe-se: Mas então, para onde foi toda essa água??? Não sendo de fácil resposta, estamos hoje mais perto de saber de Toda a Verdade, pelo que os investigadores de Caltech e de JPL nos afirmam com toda a clareza e prontidão: «Está refém da crosta!» Ou seja, não foi para lugar algum, estando presa dentro de minerais na crosta.
A Equipe Caltech / JPL descobriu então que há cerca de 4 biliões de anos, Marte era o lar de água suficiente para cobrir todo o planeta num oceano que mediria cerca de 100 a 1.500 metros de profundidade - um volume aproximadamente equivalente a metade do Oceano Atlântico do nosso planeta Terra. Mas, acrescentam os investigadores, cerca de um bilião de anos depois, o planeta estava tão seco quanto hoje!
Anteriormente, os cientistas que procuravam explicar o que aconteceu a toda essa água que abundantemente fluía em Marte, sugeriam então que ela se teria escapulido para o Espaço, vítima obviamente da baixa gravidade de Marte. Embora parte da água tenha realmente deixado Marte dessa forma, actualmente a percepção que se tem é que tal fuga não pode ser conotada como responsável pela maior parte da perda de água.
A candidata ao PhD do Caltech, Eva Scheller (MS`20) - autora principal da investigação e de um artigo publicado pela revista Science em 16 de Março de 2021 e apresentado nesse mesmo dia na Conferência de Ciência Lunar e Planetária (LPSC) - mencionou de forma taxativa:
"O escape atmosférico não explica totalmente os dados que temos sobre a quantidade de água que realmente existiu em Marte."
Há que referir que Scheller não está só nesta aferição; para isso contribuíram de forma árdua e generosamente outros co-autores do estudo que são:
Bethany Ehlmann, professora de Ciências Planetárias e directora associada do Instituto Keck de Estudos Espaciais; Yuk Yung, professor de Ciência Planetária e investigador-sénior/cientista do JPL; Danica Adams, estudante de graduação da Caltech; e Renyu Hu, cientista-investigador do JPL. (Há que mencionar que o Caltech administra o JPL para a NASA).
A equipe estudou assim a quantidade de água em Marte ao longo do tempo e todas as suas formas conhecidas (vapor, líquido e gelo) e a composição química da actual atmosfera, assim como da crosta do planeta por meio da análise de meteoritos - utilizando para esse fim os preciosos dados fornecidos pelos robôs e orbitadores de Marte, olhando em particular para a razão ou consistência de Deutério para Hidrogénio (D / H).
Como todos bem sabemos a água é uma substância química cujas moléculas são formadas por dois átomos de Hidrogénio e um de Oxigénio (H2O). É abundante no nosso Universo (havendo provavelmente outros universos com outras substâncias químicas desconhecidas para nós, humanos, ou mesmo uma não-existência em termos físicos ou das leis da Física tal como as conhecemos...).
No planeta Terra a água cobre grande parte da sua superfície, pelo que o seu tom azulado (segundo a perspectiva dos homens que foram à Lua e mais recentemente os astronautas que se mantêm na ISS) esta é de uma coloração absolutamente indescritível; de um azul maravilhoso. E, na sua origem, é o maior constituinte dos fluidos dos seres vivos; na Terra, ou fora dela supostamente...
Voltando ao H2O (água): Há que dizer entretanto que nem todos os Átomos de Hidrogénio são criados iguais ou da mesma maneira. Existem dois Isótopos estáveis de hidrogénio.
A Grande Maioria dos Átomos de Hidrogénio possui apenas um protão dentro do núcleo atómico, enquanto uma pequena fracção existente (cerca de 0,02%) como Deutério - ou o denominado «hidrogénio pesado» que tem um protão e um neutrão no seu núcleo.
O Hidrogénio Mais Leve - também conhecido como «Prótio» - tem mais facilidade (ou habilidade) para escapar da gravidade do planeta para o Espaço do que efectivamente a sua contraparte mais pesada.
Devido a esse factor, o escape da água de um planeta induzido ou cativado pela Atmosfera Superior deixaria sem dúvida alguma uma assinatura assaz reveladora na proporção de Deutério para Hidrogénio na atmosfera do planeta; haveria então uma descomunal porção de Deutério deixada para trás.
No entanto, a perda de água apenas e através da Atmosfera não consegue explicar de todo o sinal de Deutério para o de Hidrogénio observado na atmosfera marciana; assim como as grandes massas ou quantidades de água no passado.
Em vez disso, o estudo propõe de forma clara que terá existido uma combinação de dois mecanismos - O Aprisionamento de Água em Minerais na Crosta do Planeta e a Perda de Água para a Atmosfera - explicando-se desta forma singela mas assertiva o sinal evidente de Deutério para Hidrogénio observado na Atmosfera Marciana.
Quando a Água Interage com a Rocha, o intemperismo químico forma argilas e outros minerais hídricos que contêm água como parte da sua estrutura mineral.
Este processo ocorre tanto na Terra quanto em Marte. Como a Terra é tectonicamente activa, a Crosta Velha exerce um poder de estar continuamente a derreter no Manto formando então uma Nova Crosta nos limites das placas, reciclando a água e outras moléculas de retorno à atmosfera através do vulcanismo ou actividade vulcânica.
No entanto, Marte em princípio é tectonicamente inactivo. E, portanto, a dita «secagem» da superfície, uma vez que ocorre é ou torna-se permanente.
A Professora Bethany Ehlmann, referencia: "O escape atmosférico teve claramente um papel efectivo na perda de água, mas as descobertas desta última década de missões a Marte, apontaram para o facto de que havia um enorme reservatório de antigos minerais hidratados cuja formação certamente diminuiu a disponibilidade de água ao longo do tempo."
A candidata ao PhD, Eva Scheller, afirma por sua vez: "Toda essa água foi sequestrada bem no início e nunca mais reciclada. A investigação, que se baseou em dados de Meteoritos, Telescópios, Observações de Satélite, e amostras analisadas por Rovers (robôs ou veículos robóticos) em Marte, ilustra a importância de haver várias maneiras de sondar o Planeta Vermelho."
Ehlmann, Hu e Yung colaboraram anteriormente em pesquisas que buscam entender a habitabilidade de Marte traçando para isso a história do carbono, uma vez que o Dióxido de Carbono é o principal constituínte da Atmosfera.
De seguida, a equipe tem planos para continuar a utilizar os dados Isotópicos - e de composição mineral - para desta forma continuar também a estudar e, a possivelmente determinar, o destino dado ao Nitrogénio, assim como dos minerais que contêm em si enxofre.
Além do que já foi referido, a investigadora Eva Scheller também planeia continuar a examinar os processos pelos quais a água da superfície de Marte foi perdida para a crosta, utilizando para esse fim muitas outras experiências laboratoriais que possam simular Processos de Intemperismo Marcianos, bem como através de observações da crosta antiga - derivadas de futuras imagens captadas pela Perseverance Rover que desceu em Marte no dia 18 de Fevereiro de 2021.
Scheller e Ehlmann também ajudarão nas operações de Marte 2020 para a efectiva recolha de amostras de rochas marcianas com o objectivo crucial destas retornarem à Terra, o que irá eventualmente permitir em futuro próximo (ou muito em breve) aos investigadores e aos seus colegas, testar todas essas hipóteses sobre as verdadeiras causas das Mudanças Climáticas em Marte.
Sequestrada! - Disseram os cientistas. Refém, aprisionada e provavelmente obliterada na sua maior missão planetária de lhe dar vida e curso, acção e beneficiação que outrora tudo fez fluír e ressurgir à semelhança da evolução e vida na Terra: a água!
Buscamo-la no nosso planeta, na Terra; em Marte e em todos os planetas e exoplanetas que os mais fiáveis e avançados telescópios e sondas de observação nos ditam existir desse preciso líquido essencial à vida.
Através desta tão poderosa substância química, aliada a uma temperatura amena vinda da estrela-mãe, estrela solar deste ou de outro qualquer sistema solar do Universo, e sob a miríade de planetas em zonas de habitabilidade coesas, a vida emana tudo de si, mesmo que sob outras formas, mesmo que sob outras ópticas e concepções vívicas que ainda não conhecemos ou dominamos.
Estaremos nós sequestrados também desta maravilhosa fonte de vida?... Possivelmente sim. Hoje e sempre, ainda que transmutados ou hibidizados para outras realidades e mundanidades, estaremos sempre também nós reféns deste elemento que nos deu vida; neste ou em qualquer outro planeta.
Sequestrados de um poder maior que nos fez biologicamente nascer, desenvolver e... renascer, pois que morrer não entra neste léxico selectivo e tão produtivo de vida. E mais não é possível dizer!
segunda-feira, 22 de março de 2021
domingo, 21 de março de 2021
sábado, 20 de março de 2021
sexta-feira, 19 de março de 2021
quinta-feira, 18 de março de 2021
quarta-feira, 17 de março de 2021
terça-feira, 16 de março de 2021
PJ352-15: O Ancestral Quasar
Buraco Negro Supermassivo: a requintada e surpreendente observação - orquestrada pela mais perfeita e organizada espionagem astronómica - que evidenciou um inacreditável e mui admirável Jacto de Partículas Gigante (extraordinariamente longo) que se prevê hoje ter tido a sua origem no início do Universo.
Cientistas da Harvard Smithsonian Center for Astrophysics (CfA) - utilizando o Observador de Raios-X Chandra, da NASA - revelaram à imprensa mundial através da publicação «The Astrophysical Journal», de 2021, o estudo referente com o título «Emissão aprimorada de Raios-X do Quasar mais potente em termos de rádio nos primeiros biliões de anos do Universo».
Se confirmado, alega a restante comunidade científica respeitante a este sector, será porventura o Buraco Negro Supermassivo mais distante já verificado em imanência de um potente e enorme jacto detectado através da tecnologia por Raios-X.
(Em Registo: os valorosos autores deste estudo são: Thomas Connor; Eduardo Bañados; Daniel Stern; Chris Carilli; Andrew Fabian; Emmanuel Momjian; Sofia Rojas-Ruiz; Roberto Decarli; Emanuele Paolo Farina; Chiara Mazzucchelli e Hannah P. Earnshaw.)
Espiando o Universo
O que anotamos e conceptualizamos hoje como Universo observável terá possivelmente começado com uma região do Espaço não muito maior que um simples mas generoso átomo. Impressionante não é?!
O Big Bang, que se acredita ter constituído o mais esfuziante acontecimento que deu origem ao Universo - ainda que haja muita controvérsia no seio científico sobre o seu impulso e empuxo ter sucedido assim exactamente - acredita-se que algo de extraordinário tenha feito «in put» numa miríade de forças da natureza combinadas numa única força primordial.
Há cerca de 15 mil milhões de anos (mais concretamente há cerca de 13,8 mil milhões de anos) esse estranho mas fulgurante evento aconteceu, não existindo então o conceito de «antes do Big Bang» devido a não ter qualquer significado porque o próprio tempo não existia até ser criado por este. Tal como o Espaço, que foi criado a partir dele também (no decurso do Big Bang), que se sabe agora estar em expansão (Universo).
Segundo a retórica dos Astrofísicos que se têm debruçado sobre a profusão cosmológica e toda a temática envolvente sobre a mesma, referem que ao longo do tempo têm compilado um corpo de cnhecimentos - surpreendentemente detalhado - sobre o que eventualmente terá sucedido após esse tal Big Bang; algo que surgiu logo numa fracção microscópica de segundos depois, quando se pensa ou assim se determina que «As Convencionais Leis da Física» entraram em acção.
Este minúsculo período de tempo logo a seguir à Criação do Universo (por mão suprema de Deus?, por execução genética brilhante de seres extraordinariamente inteligentes desta ou de outra dimensão...?, ou simplesmente por um estrondoso clique das leis da Física ou outras que não conhecemos...), terá sido de puro êxtase. E magistralidade. Aliada a toda a genialidade de algo que, aprofundadamente, ainda não conhecemos.
E, supostamente, ainda não detemos no «superior interesse de todos os conhecimentos» e no poder total de afiançar qual a origem ou licitação magnânima que assim o projectou. Apesar de tudo isso, o Mundo da Ciência deu-lhe um icónico e ilustre nome a esse curto período de tempo logo a seguir à criação do Universo, denominando-o de «Era de Planck» - em honra do físico alemão Max Planck (1858-1947).
Muitas questões físicas e metafísicas se têm levantado então em quase caos de pensamento filosófico não-estipulado ou regrado - e por vezes sinceramente algo armadilhado - de não sabermos ou não podermos saber devido a grandes falhas da nossa génese ou até de estranhos poderes ocultos, se o «antes» e o «depois» são ou não concepções de facto.
Que «nada» era esse então?... Houve explosão de energia, matéria e forças da natureza advindas desse «nada»?! Já sabemos que sim, após o Big Bang. Mas, tempo e espaço não existiriam mesmo nesse «nada» do antes do grande evento cósmico?... Acredito que ainda é muito difícil haver uma resposta prática e concisa que nos elucide sobre todas estas questões.
No Início era o quê?... Esta pergunta podemos fazer. E a lógica científica responde-nos com exactidão: Combinadas numa «Superforça» que englobava no início do Universo Primordial a gravidade, o electromagnetismo, a interacção nuclear forte e a interacção nuclear fraca, ao longo do tempo ou à medida que este passava, esta fabulosa e enigmática superforça separou-se em Gravidade e Grande Força Unificada.
O passo crucial seguinte na história teve lugar quando o Universo tinha 10 (elevado a -35) segundos de idade. Nesta altura já ele se tinha expandido e arrefecido o suficiente para que «A Grande Força Unificada» tal império unificado, se separasse na Interacção Nuclear Forte e na Força Electrofraca.
A súbita criação de Quarks e de Leptões acompanhou por sua vez esta separação. A criação espontânea de partículas de matéria constituiu assim uma alteração do Universo. Este fenómeno criou uma tal pressão (enorme!) que originou a que o Universo se tivesse expandido a um ritmo deveras acelerado - muito mais depressa ou a um ritmo muito mais veloz que a Velocidade da Luz!
Todas as regiões observáveis do Espaço - e dentro do nosso horizonte de cerca de 15 mil milhões de anos de anos-luz (mais exactamente de há 13,8 mil milhões de um início que o marcou como muito mais pequeno, denso e quente do que é actualmente) - emitem radiação da mesma temperatura.
Antes da Inflação (Universo inflacionário), o Espaço mantinha-se tão comprimido que todas as regiões certamente estariam em contacto entre si; existia portanto Equilíbrio Térmico.
Depois do Universo turgescer ou inflar por instantes a uma velocidade superior à da luz, formaram-se então os corpos como os Quasars e as Galáxias; cada um deles neste maravilhoso processo cósmico que tinha o seu próprio horizonte, definidos estes pela distância que a luz havia percorrido desde o Big Bang.
No Universo Moderno é aplicada a idêntica geometria, embora a idade adicional do Universo signifique que os horizontes se expandiram.
(Sobre este fenómeno agora captado pode-se observar um anel de acreção aquecido orbitando o objecto numa separação média de 350 UA - unidade astronómica - ou 10 vezes maior do que a órbita de Neptuno em torno do Sol. O centro escuro é o classificado «Horizonte de Eventos» e a sua sombra.)
Buracos Negros
Em princípio são o evento mais fabuloso do Universo. Tanto nos fascinam quanto nos assustam por toda a sua vigorosa dinâmica de sucção em que até mesmo a luz nenhum poder tem face ao seu protagonismo cósmico.
Em termos científicos, os Buracos Negros são uma classe de objectos astronómicos que sofreram um colapso gravitacional que deixaram para trás regiões esferoidais do Espaço, das quais, nada lhes pode escapar; nem mesmo a luz como já se mencionou.
Evidências observacionais indicam que quase todas as grandes galáxias possuem de facto um Buraco Negro Supermassivo - no seu centro galáctico - que corresponde à localização de Sagitário A.
Há ainda a referenciar de que «O Acréscimo de Gás Interestelar em Buracos Negros Supermassivos», é o processo responsável por alimentar núcleos galácticos e quasars activos.
Pela creditação feita e admitida pelos Astrónomos, é dito que os Buracos Negros possuem de facto rotação, fazendo com que arrastem consigo o contínuo espaço-tempo na sua vizinhança imediata. A esta região do espaço dá-se o nome de Ergosfera. (Há que mencionar ainda de que a região designada por Horizonte de Eventos ou Acontecimentos» - no centro escuro e na margem do buraco negro - a velocidade de escape é igual à velocidade da luz).
Exactamente ou, com toda a absoluta certeza, ninguém poderá afirmar o que dentro deste se passa (no Horizonte de Eventos). Pensa-se contudo que seja a massa em colapso que se continua a afundar até se tornar um minúsculo ponto de densidade infinita chamado de «Singularidade».
As suas margens são então marcadas pelo limite estacionário, no interior do qual nada se pode manter estacionário, sendo arrastado em redor do buraco negro. Os corpos que infelizmente tenham a pouca-sorte de se cruzarem com o «Horizonte de Eventos ou Acontecimentos» terão vida curta, perdendo-se para sempre e possivelmente desaparecendo no interior de Singularidade.
Mesmo que algumas teorias ainda estejam em aberto (pelo que muitos cientistas advogam nem todos os corpos serem trucidados mas devolvidos a uma outra realidade cósmica), a inevitabilidade de nada lhes escapar é grande. Tal como as Anãs brancas e as estrelas de Neutrões, os buracos neutros podem inclusive existir em sistemas de estrelas binárias.
O Gás das Estrelas companheiras é então separado pela influência gravitacional do Buraco Negro e, canalizado para ela. Como a Estrela e o Buraco Negro se orbitam mutuamente, a matéria forma um disco de acreção em volta do buraco negro.
A Matéria do Disco gira assim em torno do buraco negro tão depressa que o atrito entre as moléculas aquece o gás até que este começa a emitir Raios-X; à medida que a radiação é emitida, esta perde automaticamente energia entrando em espiral no buraco negro. Os Raios-X podem ser detectados na Terra, dando desta forma aos Astrónomos e Astrofísicos os indícios da existência de um Buraco Negro.
Um exemplo de um possível Buraco Negro é Cisne X-1 - uma fonte de Raios-X na constelação de Cisne - que descreve uma órbita em torno de uma estrela supergigante azul que tem entre 20 e 30 massas solares.
O Buraco Negro Cisne X-1 que orbita então essa estrela supergigante azul está lentamente a fragmentar-se. As camadas exteriores da estrela estão em processo de deslocação para o buraco negro, espiralando depois num disco de acreção que é tão quente que emite radiação de Raios-X. Esta radiação pode ser detectada da Terra, de acordo com os especialistas.
Já em relação à região central de M87 - uma galáxia elíptica do enxame de Virgem - apresenta uma densidade de estrelas em cerca de 300 vezes maior que uma galáxia elíptica normal.
Os Astrónomos acreditam assim que as estrelas são aí mantidas (tal enclausuradas reféns estelares) por um Buraco Negro de 2600 milhões de massas solares.
(Em Registo: Em 2019 foi tornado público novas imagens de Sagitário A - um buraco negro supermassivo que vive no centro da «nossa» Via Láctea, sendo que a partir delas, dessas novas imagens, os Astrofísicos diziam acreditar ter identificado um jacto de partículas a viajar a uma velocidade próxima da velocidade da luz e, pasme-se, em direcção ao nosso planeta Terra.)
"O centro galáctico está cheio de matéria em torno do buraco negro que funciona como um vidro fosco e, através do qual, temos de espreitar", comparou na época o astrofísico Eduardo Ros do instituto Max Planck (Max Planck Institute for Radio Astronomy), na Alemanha, em declarações à revista «New Scientist», a propósito de uma nova imagem ou «fotografia» do buraco negro supermassivo infiltrado no centro da Via Láctea (em resultado de um trabalho elaborado por cerca de 13 fantásticos telescópios).
Uma equipe Internacional de Astrónomos conseguiu então simular o que haveria ou não dentro da densa nuvem de plasma, poeira e gás em torno desse gigante. Há que referir que, geralmente, a matéria que cai dentro de um buraco negro aquece e emite luz, sendo que no caso específico de Sagitário A, o facto deste estar rodeado de plasma, que agita essa luz, resumiu uma maior dificuldade nessa tarefa ou missão científica de o observar.
Posteriormente, num estudo publicado no «The Astrophysical Journal», a análise destas novas imagens permitiu aos investigadores na altura concluir que «As Emissões de Rádio a partir de Sagitário A» vinham de uma região muito mais pequena do que à priori se pensava; além de poderem surgir duas hipóteses alternativas uma vez que os buracos negros não emitem radiação própria detectável:
Ou a emissão provém de um disco de gás (o que seria uma excepção em relação a todos os outros buracos negros com emissões de rádio); Ou... numa outra probabilidade, poder tratar-se de um jacto apontado e, direccionado quase directamente, à Terra.
Estaremos então em perigo iminente??? Ninguém até agora o invocou; no entanto, sabendo-se da instabilidade e mobilidade cósmicas, é bem possível que não tenhamos um sono completamente solto e despreocupado se, por vias de uma maior radiação cósmica e inclinação pungente, tanto o nosso planeta como outros possam vir a sofrer de futuro com estas implicações. Mas sosseguemos, pois nada está ainda perdido. Entre isso e um possível futuro gelado que venha o diabo e escolha; entre outras coisas...
Um Jacto da «Pré-História» do Universo!
Havendo a possível confirmação desta tão eloquente e fantástica descoberta realizada pelos cientistas da CfA através do Observatório de Raios-X Chandra, da NASA, haverá também e certamente a feliz contemplação de se estar à beira do reconhecimento do mais distante e, quiçá, do mais ancestral Quasar ou Buraco Negro Supermassivo da história cosmológica.
Ou seja, este agora detectado jacto por meio de Raios-X - vindo de uma galáxia a cerca de 12,7 biliões de anos-luz de distância da Terra - poderá eventualmente ajudar no futuro a explicar de forma mais clara e sucinta de como «Os Maiores Buracos Negros se Formaram nesse Início do Universo».
De acordo com a elucidativa explicação por parte dos especialistas «A fonte do jacto é um Quasar - um buraco negro supermassivo de crescimento rápido - denominado PSO J.3524034 - 15.3373 (PJ 352-15 para abreviar) que fica localizado no centro de uma jovem galáxia.
É um dos dois quasares mais poderosos jamais detectados em ondas de rádio - no Primeiro Bilião de Anos Após o Big Bang - tendo a feliz estimativa de ser cerca de um bilião de vezes mais massivo do que o nosso Sol. É obra!
Como os Buracos Negros Supermassivos tiveram a capacidade de crescer tão rapidamente para atingir uma massa tão enorme ou gigante assim nesta época primordial do Universo?... Não se sabe.
Contudo, não deixa de ser uma boa pergunta sem dúvida; pior será a resposta. Segundo os especialistas comentam, esta é, indubitavelmente, uma das principais questões da Astronomia actual. Ou seja, a tal pergunta versus resposta que na gíria se afirma ser de um milhão de dólares... ou de euros...
Apesar da sua poderosa Gravidade e, inquestionável reputação temível, os Buracos Negros não atraem inevitavelmente tudo o que se lhes atravesse à frente - ou tudo o que deles se aproxima.
Toda a Matéria que orbita em torno de um Buraco Negro num disco precisa todavia perder Velocidade e Energia antes que possa cair mais para dentro e, cruzar inclusive, com o chamado «Horizonte de Eventos» - aquele já referido ponto de não-retorno.
Sabe-se que - Os Campos Magnéticos - podem causar um efeito de frenagem (sistema de freios ou tipo de mecanismo que permite controlar o movimento de aceleração ou até mesmo retardá-lo, ou travá-lo, sem que este seja reiniciado) no disco, à medida que alimentam um jacto - sendo por conseguinte uma forma fundamental que a matéria ou material no disco encontrou para perder energia e, portanto, aumentar assim a taxa de crescimento dos Buracos Negros.
Thomas Connor - do Laboratório de Propulsão a Jacto (JPL), da NASA, localizado em Pasadena, na Califórnia (EUA) - que liderou o estudo, invocou:
"Se um carrossel de playground (parque infantil) se está a mover de forma muito rápida, é difícil para uma criança mover-se em direcção ao centro, então algo ou alguém precisa desacelerar o trajecto ou passeio. Em torno de buracos negros supermassivos, achamos que os jactos podem transportar energia suficiente para que a matéria/material possa cair para dentro e o buraco negro possa crescer."
Os Astrónomos precisaram então de observar o PJ352-15 por um total de três dias usando para isso a visão nítida e escalarecedora do Chandra, da NASA, para se poder detectar assim as tais evidências requeridas de Raios-X do jacto.
A Emissão de Raios-X foi detectada a cerca de 160.000 anos-luz de distância do Quasar ao longo da mesma, ou seja, ao longo da direcção de jactos muito mais curtos - vistos anteriormente em ondas de rádio pelo sistema que compõe dez radiotelescópios - Very Long Baseline Array (VLBA) - que são manietados remotamente a partir do seu centro de operações que está localizado em Socorro, Novo México, como parte do «National Radio Astronomy Observatory (NRAO)».
Em comparação, toda a exuberante Via Láctea - o nosso berço galáctico - estende-se por cerca de 100.000 anos-luz de distância...
Ao que se sabe e intui até agora, o PJ352-15 quebra alguns recordes astronómicos diferentes. Primeiro, o jacto mais longo observado anteriormente e no primeiro bilião de anos após o Big Bang, tinha apenas cerca de 5.000 anos-luz de comprimento, correspondendo assim ás observações de rádio do PJ352-15.
Em segundo lugar, ainda de acordo com os cientistas, o PJ352-15 está localizado a cerca de 300 milhões de anos-luz mais distante do que o Jacto de Raios-X mais distante registado antes dele.
O co-autor do estudo publicado no «The Astropysical Journal» - Eduardo Bañados, do Instituto de Astronomia Max Planck, na Alemanha - registou:
"O comprimento deste jacto é muito significativo porque demonstra especificamente que, o Buraco Negro Supermassivo que o alimenta, vem crescendo há um período considerável. Este resultado, ressalta assim de como os estudos de Raios-X de Quasares distantes fornecem uma maneira crítica de estudar e, investigar, o crescimento ds buracos negros supermassivos mais distantes."
A Luz detectada neste jacto foi emitida quando o Universo tinha apenas 0,98 biliões de anos - menos de um décimo da sua idade actual. Neste ponto, a Intensidade da Radiação Cósmica de fundo em micro-ondas que sobrou do Big Bang era muito maior do que é hoje.
Conforme (ou consoante) os Electrões no Jacto voam para longe do buraco negro próximo e à Velocidade da Luz, eles movem-se e colidem com os fotões que compõem a radiação cósmica de fundo em micro-ondas, aumentando assim a Energia dos Fotões para a faixa de Raios-X detectada pelo Chandra da NASA.
Neste cenário, os Raios-X são significativamente aumentados em brilho quando comparados com as ondas de rádio. Isto está plenamente de acordo com a observação realizada e, conceptualizada, de que o Grande Jacto de Raios-X não tem emissão de rádio associada.
Daniel Stern - outro distinto co-autor deste estudo e identicamente afecto ao JPL - afere: "O nosso resultado mostra que as observações de Raios-X podem ser uma das melhores maneiras de se estudar os Quasares com jactos do início do Universo. Ou, dito de uma outra forma: As observações de Raios-X no futuro poderão ser a chave para desvendar os segredos do nosso passado cósmico."
Nem mais! Stern projecta no futuro o que no presente se fez alcançar em toda a linha vanguardista sobre a hipotética Caixa-de-Pandora cósmica que eventualmente se irá abrir.
Tal como esta, para o bem ou para o mal, muitos segredos nos estão ainda vedados e guardados a sete chaves. Seja como for, da ancestralidade para a actualidade existe todo um Novo e Inimaginável Mundo de surpresas que irão fazer disparar mais conhecimento e, entrosamento, de novas realidades.
Hoje um Ancestral Quasar, amanhã quiçá um «Viral» Pulsar de toda a nossa alegria, sabedoria e certo endeusamento - ou racionalmente mais empoderamento - sobre muitas outras verdades cósmicas que possivelmente só daqui a alguns anos iremos destrinçar. E abraçar.
Todavia essa analogia, ou essa semi-consciência - algo turva ou tangencialmente nublada pelo muito que ainda se nos esconde e evade do pensamento científico - há também a certeza de ser necessário e imperativo rumar para o futuro - com essa mesma certeza com que viemos do passado: o sabermos e sentirmos que só agora estamos a descobrir o nosso ancestral cósmico (tal como o PJ352-15) pois, através dele, descobriremos a nossa verdadeira essência.
Sendo todos parte do Cosmos e de uma génese de grande amplitude que nos determina igualmente como partículas subatómicas de matéria e luz, energia e cor e tanto mais que só ao Universo cabe implementar, nutrir e complementar, saibamos nós voltar às raízes, voltar a ser luz.
E, mais importante de tudo, saibamos reconhecer o que do passado veio para no futuro ser enleio; ou seja, para que todos compreendamos de como a própria natureza actua e age, do que um dia foi e voltará a ser, tal como uma flor que morre e outra que nasce (ou renasce...). Apenas isso e já é muito, à semelhança de um jacto vindo de uma galáxia há precisamente 12,7 biliões de anos...
segunda-feira, 15 de março de 2021
domingo, 14 de março de 2021
sábado, 13 de março de 2021
sexta-feira, 12 de março de 2021
quinta-feira, 11 de março de 2021
quarta-feira, 10 de março de 2021
terça-feira, 9 de março de 2021
Decepar para Viver!
Lesma Marinha ou Lesma-do-Mar (Sea Slug): a fabulosa e, para o domínio geral do cidadão comum, a absolutamente inacreditável regeneração desta espécie marinha - em particular das duas espécies de lesmas-do-mar sacoglossas - que, decepando as suas próprias cabeças, desprendendo-se destas, iniciam um novo processo de regeneração físico completo que abrange o coração e outros órgãos internos.
Extraordinário não é?! Imaginem se tal nos fosse possível a nível humano em completa regeneração molecular e celular num investimento assaz modelar e autónomo, fazendo de nós, seres humanos, à semelhança destes moluscos gastrópodes marinhos uns seres de «Outro Mundo»...
(Estudo publicado na revista científica «Current Biology» com o título «Autotomia e Regeneração de todo o corpo em Lesmas-do-Mar fotossintéticas», em 8 de Março de 2021 - surpreendentemente na efeméride do Dia Internacional da Mulher - sendo este estudo igualmente facultado neste mesmo dia pela Cell Press e reportado na ScienceDaily com o título algo macabro mas ainda assim elucidativo de «Essas Lesmas-do-Mar cortam as suas próprias cabeças e regeneram corpos novos»).
Não sendo novidade esta quase aberração biológica - mas antes a salvaguarda da própria vida - a Lesma Marinha ou Lesma-do-Mar faz parte de um conjunto alargado de invertebrados marinhos que apresentam uma morfologia externa que os torna semelhantes às lesmas terrestres.
Contudo, aqueles que pertencem ao clado Heterobranchia e que são moluscos gastrópodes marinhos (Sacoglossa, «Sacoglassanos» ou ainda «Sap-sucking sea slugs», um clado de pequenas lesmas do mar) possuem de facto uma invulgar característica: A da mais nobre e altruísta regeneração completa do seu corpo físico. Depois de, guilhotinada ou decepada cabeça seguir um outro caminho que não o do anterior corpo, inquinado de parasitas. Maravilhoso!
Além da decapitação a que estão sujeitas, os investigadores observaram também que as Lesmas podem inclusive utilizar a capacidade fotossintética dos Cloroplastos - que incorporam das algas na sua dieta - para resistirem e assim sobreviverem o tempo suficiente até se consolidar a regeneração. Quem o afirma é Sayaka Mitoh, a candidata a Ph.D. da Universidade Feminina de Nara (Nara Womens`s University), no Japão.
Em celebração comemorativa anual do «Dia Internacional da Mulher» que boa nova melhor poderia de facto acontecer do que este artigo publicado em 8 de Março de 2021 na revista científica «Current Biology» da responsabilidade de Sayaka Mitoh e a sua equipe, pelo que monitorizaram ao longo de muito tempo, vários grupos de «Elysia marginata» e «Elysia atroviridis». Parabéns desde já à senhora Mitoh e a toda a equipe!
O Admirável Mundo Marinho!
Das profundezas dos mares e oceanos da Terra e de toda a sua fauna marinha chega-nos muitas vezes a absoluta contemplação, admiração e acima de tudo, a impressionante estupefacção que nos advém de muitos dos processos biológicos sofridos por que passam muitas das espécies do fundo do mar ou, tal como é agora o caso, destes moluscos - Gastrópodes Marinhos (que pertencem ao clado Heterobranchia) - e possuem a extraordinária capacidade de regeneração.
Tivesse o ser humano essa mesma apetência e habilidade biológica e anatómica, e muitos dos nossos problemas físicos rapidamente seriam resolvidos à semelhança de um qualquer cyborg que se auto-repara e corrige nas anomalias havidas.
Talvez que muitas destas propriedades admiráveis apenas se tenham cingido ao mundo marinho e terrestre numa dimensão muito pequena devido ao uso e, adaptação aos biomas, que as espécies lhes davam. Possivelmente, para o bem da sua própria sobrevivência e superação de perigos que entretanto poderiam enfrentar. Ou simplesmente, pela afinação, calibragem ou mesmo empoderamento da sua população em face à sistemática transformação do planeta em constante mutação.
Algumas espécies de biomas terrestres que não aquáticos também possuem essa mesma ou idêntica realidade biológica (por exemplo: os lagartos e lagartixas, répteis que na eventualidade de maior sobrevivência, optam por se desfazer da cauda e fugir assim ao predador que talvez fique momentaneamente atónito por ver esta sua presa sair do seu encalço deixando para trás um pouco de si...).
É aqui que, em termos da anatomia humana, se caso nos tivesse sido ofertado este privilégio dos deuses, muitos de nós poderíamos deixar para trás um membro superior ou inferior (visto não termos cauda) deixando igualmente os nossos agressores de boca aberta (se porventura não tivessem também eles essa mesma capacidade autónoma).
No mínimo é estranho e sujeito a muitas considerações, se eventualmente no nosso humano ADN (DNA) ou por destino genético e planetário, algo semelhante se repercutisse no Homem. Não o é. No entanto quem saberá se, em futuro não tão longo assim, a comunidade científica não seja também ela presenteada com uma estonteante e fabulosa descoberta a nível molecular sobre um dia os humanos possuírem igualmente esta mesma faculdade de regeneração e sobrevivência.
Parece monstruoso à priori. Mas sê-lo-à?... Preparados ou não para essa realidade cá estaremos para o abraçar. Em primeiro para o compreender e só depois para o alcançar se tal for humanamente possível...
Estudar a Memória: (transplante de memória)
Há muito que os Neurobiologistas (e outros especialistas) têm mostrado interesse no que as Lesmas-do-Mar escondem de si. Daí os estudos e as incansáveis investigações para daí assacar também muitas outras preciosas informações que no futuro nos serão valiosas e surtirão em benefício do ser humano.
Estudada há várias décadas então por muitos grupos de Neurobiologistas que pretendem assim estudar em maior pormenor os sistemas nervosos desta espécie marinha - afirmando-se com toda a convicção estes serem sem dúvida alguma muito mais simples e daí as vantagens de deles se sacar mais informação do que propriamente dos cérebros humanos, muito mais complexos e porventura muito mais difíceis de descodificar - que se compreenderá melhor e, de futuro, este sistema de memória nestes invertebrados marinhos.
Assim sendo, alguns organismos da espécie «Aplysia californica» foram treinados com choques eléctricos nesse ensaio experimental de forma a criar as memórias que seriam posteriormente transplantadas. David L. Glanzman, autor principal do estudo explicou na altura em que base consistiu o treino ou ensaio experimental:
"Induzimos um tipo muito simples de memória nas Lesmas-do-Mar chamado «Sensibilização» - em que o objectivo era captar uma experiência impactante. Os resultados seguintes mostraram que os seus reflexos foram muito aumentados. Se tocássemos na sua pele, eles contraíam-se com muita intensidade."
Segundo os investigadores da UCLA, depois da Extracção de Ácido Ribonucleico (ARN ou RNA «ribonucleic acid») - conhecido por todos nós como um mensageiro celular que transporta todas as instruções genéticas - dos animais testados, os cientistas injectaram-no nos não-ensaiados ou testados.
A partir desse momento, os investigadores observaram que estes passaram a mostrar-se muito mais sensíveis, respondendo então com os mesmos reflexos a estímulos semelhantes.
A Excitabilidade dos Neurónios Sensoriais cultivados também aumentou. Deste modo, ficou assim em aberto a possibilidade de, o ácido ribonucleico ou RNA, poder ser usado para modificar a Memória - ou mesmo na recuperação de memórias perdidas - em casos traumáticos.
A aplicabilidade desta informação e desta fulgurante descoberta pode a partir daqui, eventualmente, e de acordo com o que foi proferido então pelos especialistas, ser extensível a muitos outros animais; quiçá aos seres humanos. Glanzman à época, em 2018, proferiu em tom elucidativo:
"A maneira como a Ciência se processa é: Descobrem-se as coisas simples primeiro e depois constrói-se sobre elas. Muitos dos mecanismos celulares de aprendizagem - e Memória - que identificamos em todos os animais, foram observados pela primeira vez no caracol." E em jeito de remate concluiu:
"E quem diz animais, diz humanos. Se for possível compreender como é que as memórias são fisicamente formadas nos componentes do Sistema Nervosos (como por exemplo: o cérebro), haverá então uma melhor compreensão das doenças e distúrbios relacionados com a memória."
Tal como em 2018, agora, em 2021, os cientistas estão atentos. Passando da perspectiva neurobiológica para a física em termos de Regeneração Celular, investigadores da Universidade Feminina de Nara, no Japão, descobriram que as Lesmas-do-Mar desprendendo-se das suas cabeças, cortando-as, regeneram depois os seus corpos. Surpreendente não?!...
De realçar ainda que, as feridas na cabeça que as Lesmas-do-Mar criaram durante esse processo de Autotomia, levaram apenas um só dia a cicatrizar, o que por si só já revela o quanto são magistrais estas duas admiráveis espécies.
Porém, os corpos deixados sem cabeça jamais se autonomizaram; ou seja, permaneceram sem cabeça. No entanto, segundo os investigadores, esses descartados corpos reagiram ainda assim a estímulos durante vários meses até finalmente se decomporem. Realmente maravilhoso, não acham?!
Livres de Parasitas! (decepar para viver!)
Seria fantástico que o pudéssemos mimetizar ou até clonar na referência máxima de, ao livrarmo-nos de todos os males, decepássemos também nós seres humanos, as nossas tão magníficas cabeças. Não o fazemos. Ainda. Livres de incómodos tumorais, excrescências que tais ou, meras viroses intemporais, o certo é que não possuímos ainda essa endeusada capacidade de nos regenerarmos à semelhança destas tão fabulosas Lesmas-do-Mar.
Mas para lá caminhamos. É por e para isso que os cientistas lutam e se afincam em saber de todas estas transformações, todos estes alternativos processos biológicos que um dia nos serão porventura muito úteis.
Sayaka Mitoh - apesar de ter levado um imenso susto ao deparar-se com as suas amadas lesmas sem cabeça e, supostamente em processo auto-infligido, observou depois - também teve a frieza necessária para a partir daí as estudar em maior rigor ou reverencial respeito.
A Auto-Amputação conhecida no mundo científico por «Autotomia» não é incomum no reino animal como é do conhecimento geral. Ter a capacidade de deixar para trás uma parte do corpo como a cauda, ajuda de facto muitos animais a evitar a morte em caso de predação. No entanto, nenhum animal da fauna terrestre foi jamais visto ou observado a abandonar o seu corpo inteiro para que este fenecesse...
Sayaka Mitoh - da Universidade Feminina de Nara, no Japão - e principal responsável por esta descoberta, afirmou: - "Ficámos surpresos ao ver a cabeça a mover-se logo após a Autotomia. Pensámos também que ela (a lesma) morreria em breve, sem um coração e outros órgãos importantes. Mas novamente ficámos surpreendidos ao descobrir que ela regenerava o corpo inteiro."
A descoberta foi feita por mera casualidade, segundo o que os investigadores nos contam. A cientista Mitoh é hoje uma célebre candidata ao doutoramento (Ph.D.) no laboratório de Yoichi Yusa - Professor Dr. de Nara Women`s University (Japão) - tendo cerca de 121 estudos publicados.
O Laboratório de Yoichi Yusa cria lesmas-do-mar a partir de ovos para deste modo se poder estudar os seus históricos traços de vida. O seu «corriculum vitae» portanto.
Um dia, a senhora Mitoh - colaboradora neste laboratório - viu algo inesperado: Um indivíduo Sacoglassano (ou lesmas-do-mar sugadoras de seiva) a mover-se sem ter o seu corpo acoplado. Quando Mitoh olhou para dentro do tanque para ver melhor, observou com espanto algo ainda mais chocante: a cabeça decepada da criatura estava a mover-se de forma inteligente em redor do tanque e, a mastigar algas como se nada de incomum se passasse - ou, em ser agora uma Lesma Sem Corpo!
A investigadora Mitoh também reparou de que existia um ferimento causado pela decapitação, observando então mais em pormenor sinais de que esse ferimento teria sido auto-infligido e não de causa externa. Notou que era como se a Lesma-do-Mar tivesse feito dissolver o tecido em volta do pescoço e arrancado a sua própria cabeça.
Toda a equipe conseguiu mesmo observar e, testemunhar algo incrédula, esta mesma acção projectada duas vezes; ou seja, viram estupefactos o mesmo indivíduo Sacoglassano fazê-lo por duas vezes, decapitando-se de forma absolutamente natural.
O Relato dos Investigadores (agora já mais calmos e cientes da natureza destas duas espécies) fez-se de modo específico: «A cabeça, separada do coração e do restante corpo, moveu-se sozinha imediatamente após essa separação. Em poucos dias, a ferida na parte de trás da cabeça fechou.» E exemplificaram:
"As cabeças de ambas as lesmas relativamente jovens, tanto da Alysia marginata como da Alysia atroviridis, começaram a alimentar-se de algas em poucas horas." Foi iniciado assim o processo de regeneração do coração numa semana. Em cerca de três semanas o processo foi concluído. A Regeneração estava realizada!
A conclusão foi uma só: Elas decapitam-se propositadamente com a finalidade ou intuito de facilitar o crescimento de um novo corpo. Admirável, é só o que se pode acrescentar deste tão generoso processo da natureza em relação a estes moluscos gastrópodes marinhos.
Nas sequenciais experiências que se seguiram - em particular nos indivíduos mais velhos - verificou-se que as cabeças destes não se alimentaram (diferentemente do que sucedera com aquelas mais jovens), e faleceram num período que rondou os 10 dias. Em qualquer dos casos, Os Corpos Rejeitados Não Regeneraram Uma Nova Cabeça.
Todavia, há que o dizer, esses corpos decepados ou sem cabeça tiveram ainda a capacidade de se mover, reagindo ao serem tocados numa duração que deixou expectantes os investigadores e que se prolongou por vários dias e até meses numa resiliência ímpar.
Os Ilustres Investigadores - Mitoh e Yusa - têm hoje a certeza de como as Lesmas-do-Mar conseguem fazer essa impressionante mestria. Mas, acentua Mitoh, tanto ela como Yusa também suspeitam de que deve de haver células semelhantes ao tronco na extremidade cortada ou decepada do pescoço, que por sua vez são capazes de regenerar o corpo, não sendo ainda de todo compreensível a razão pela qual o fazem. Ou seja, não está ainda totalmente claro por que o fazem...
Uma grande possibilidade ou mais exactamente probabilidade é que, através desse acto, possam facilitar a remoção de Parasitas Internos que inibem a sua reprodução e desenvolvimento.
Todavia, os investigadores também não sabem ainda esclarecer-nos por que razão (ou pista) imediata que os leva a abandonar o resto do corpo. Estas são, sem dúvida alguma, as áreas e as pertinentes questões para futuros estudos poderem possivelmente desvendar.
As Lesmas-do-Mar em questão já eram únicas por incorporarem aos próprios corpos Cloroplastos de Algas que comem e lhes serve de alimento - hábito conhecido como «Cleptoplastia».
Este processo natural biológico dá assim a capacidade mas também a funcionalidade aos animais de poderem abastecer os seus corpos por meio da fotossíntese.
É sugerido então pelos cientistas deste estudo que estas espécies possuem esta privilegiada habilidade e apetência únicas para ajudá-los a sobreviver após à já referida Autotomia (a rejeição de uma parte do corpo), pelo tempo suficiente para que esse corpo se regenere - ou tenha desse modo o tempo necessário para essa regeneração estar concluída.
Estas descobertas realizadas com as Lesmas-do-Mar representam assim Um Novo Tipo de Autotomia, em que animais com planos corporais complexos perdem a maior parte do seu corpo.
"Como o corpo do Galpão costuma ficar activo por meses, podemos estudar o mecanismo e as funções da Cleptoplastia, usando para isso órgãos, tecidos ou até células-vivas. Estes estudos são quase totalmente inexistentes, já que a maioria dos estudos sobre Cleptoplastia em Sacoglassanos é feita ao nível genético ou individual." (Remata Sayaka Mitoh)
Para finalizar o texto, há que aqui acentuar as palavras do curador-sénior de zoologia de invertebrados da Academia de Ciências da Califórnia (EUA), que reiterou: "Já sabemos há muito tempo que as lesmas-do-mar têm capacidades regenerativas, mas isto realmente vai muito além do que pensávamos!"
Também no «The New York Times» vem algo subjacente que completa este texto, reportando-nos de que o Dr. Gosliner - que descobriu mais de um terço de todas as espécies conhecidas de lesmas-do-mar, suspeita que «A Impressionante Capacidade Regenerativa dessas Lesmas-do-Mar» pode estar relacionada a outro talento biológico impressionante que possuem.
Elysia marginata e Elusia atroviridis são frequentemente chamadas de «Lesmas-do-Mar movidas a Energia Solar». Elas situam-se entre um pequeno número de lesmas que podem incorporar Cloroplastos das Algas nos seus corpos, alimentando-se destes como já se referiu. Isso permite que as lesmas se sustentem, pelo menos parcialmente, nos açúcares que os cloroplastos produzem por meio da fotossíntese.
Bem, como Meio de Evitar a Predação ou «simplesmente» para Expelir Parasitas Internos, as Lesmas-do-Mar possuem uma faculdade extraordinária, disso ninguém duvida!
Ainda de acordo com os investigadores, a espécie Elysia atroviridis em indivíduos ou moluscos gastrópodes marinhos que deceparam as suas cabeças, possuíam parasitas internos (no caso da espécie Elysia marginata, em nenhum indivíduo foi encontrado parasitas).
Ao que se sabe, ao se livrarem dos corpos infestados - como o ser humano o faz mas na proporção exacta e bem diferenciada aquando sofre uma infestação de piolhos - elas expulsam-nos com sucesso regenerando. Só que diferentemente de nós (humanos) que usamos apenas uma loção capilar para os exterminar, elas simplesmente cortam as suas cabeças e está feito.
Kenro Kusumi - biólogo da Universidade Estatal do Arizona (EUA) - afirmou taxativo: "Seja qual for o propósito, as Habilidades Regenerativas dessas Lesmas-do-Mar são notáveis!" E ressalva: "É tão interessante ver tantas características de regeneração no Reino Animal reunidas num único organismo."
O certo é que avanços na área da Medicina Regenerativa poderão finalmente ver a luz do dia. E novos desenvolvimentos a surgir por feliz imposição destas descobertas maravilhosas sobre a espécie Elysia marginata e a espécie Elysia atroviridis (há que lhes fazer a devida homenagem!) até que todos os segredos das lesmas sejam não só desvendados mas esclarecidos.
E até que o último e grande Segredo das Lesmas - todas aquelas que são movidas a Energia Solar - seja finalmente revelado, muitos destes investigadores onde está incluída a cientista Mitoh, continuarão a estudar as suas amadas lesmas e, diga-se de passagem já sem grande surpresa, a vê-las sem cabeça.
Mesmo que não seja algo de prazenteiro, há que reconhecer o eficaz método cirúrgico que elas em si executam e contemplam. No fundo, existe apenas a grande finalidade de: Decepar para Viver!