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terça-feira, 18 de junho de 2019

O Lado Oculto do Universo

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O fascínio do Big Bang: o seu primordial impulso desse raiar cósmico em força, energia e poder extravasadamente magnânimo, expandido nos seus quase 14 mil milhões de anos (aproximadamente 13,8 biliões de anos) em que os cientistas se debruçaram a estudar, a compreender, mas também exaustivamente a explanar, em mais lato conhecimento e informação, o mapeamento do Universo.

O Lado Oculto do Universo é talvez aquele pelo qual nos deixamos enfeitiçar, num misto de encantamento e sedução mas também temor e redenção, ou mais exactamente destruição. O que está no escuro no escuro se manterá, sentindo que há entropia em vez de luz, que há trevas em vez de transparência, que há escuridão em vez de luminescência. E tudo pode ser real ou não.

Os cientistas dizem-nos de que o caminho é longo mas mais se fará - ao longo também - de toda uma secular caminhada em que a cosmologia se tem feito realizar.

Somos todos processos moleculares de uma ou mais moléculas do Universo, e só por isso já merecemos a sorte de nos ser concedido o prazer deleitoso do conhecimento, pois sem ele, somos (ou seremos para sempre) acéfalos seres viventes que mais não têm do que o que escassamente perseguem em suas quotidianas vidas de sobrevivência e mera subsistência.

Conhecer o Universo é conhecermo-nos a nós próprios; à nossa essência, à vargem primordial e racional do ser humano na Terra, à origem messiânica do irreconhecível mas existencial de um Deus ou mais deuses (em termos teológicos ou não), de uma força ou poder supremo que tudo conduz, até mesmo ao imenso espaço escuro que detém e suporta todas as luzes do Céu.

Todavia, nem tudo é luz ou tão reluzente como um bem adquirido e há muito instituído nesse estelar Céu, pelo que muitos cientistas se recusam a admitir na existência ou não-existência de um raciocínio lógico não só para as estrelas, planetas ou galáxias, mas também para com esse manto de breu que tudo comporta.

Daí as observações sobre constelações - e provavelmente ilusões... - que todos compomos sobre a orgânica conceptual mas também intelectual que o Universo evoca.

E, indissociavelmente, o enormíssimo investimento associado que todos os cientistas fazem por saber o que esconde esse outro lado da Grande Matéria Escura e da Energia Escura - que ainda hoje persiste como um insanável e grande mistério apesar de já desvendados certos outros lados ocultos...

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(Imagem da NASA): em 2013 a NASA surpreendia-nos com esta fabulosa imagem que um satélite captou por acidente - ou felicidade do destino - sobre a maior galáxia em espiral registada e observada até aí pelos Astrónomos. A explosão de luzes ultravioleta denunciava então ter havido uma colisão com uma galáxia vizinha menor.

O satélite Galex (Galaxy Evolution Explorer) ofereceu assim um verdadeiro presente aos cientistas que à época «apenas» tinham em mente a busca de dados sobre a formação de novas estrelas nas proximidades da galáxia NGC 6872...

Ecos do Big Bang
Supostamente houve uma época em que tudo era escuro. Ou não. Divagando um pouco sem inflamar teorizações sobre estes temas, é muito difícil ainda hoje poder contornar essa questão ou reflectir sobre a não-existência do espaço e do tempo antes do Big Bang. O rastilho que o provocou até pode ser explicado cientificamente mas, o que anteriormente por lá se dava, é que já não é de grande aceitação ou mesmo compreensão para muitos de nós.

Do primeiro refulgir do Big Bang aos ecos inconfundíveis da Radiação Cósmica de Fundo como resquício do período após a grande explosão, o Universo transporta-nos para toda a percuciência mágica que jamais entenderemos, por muito que os cientistas descubram sobre esta maravilha que deu origem e vida ao Universo.

Todavia, para lá do brilho, da profusão galáctica e estelar que ele emana de si e do que analisámos após o tempo de Planck a seguir ao Big Bang - durante o qual as Leis da Física estavam a ser formuladas e a Gravidade se separou da Superforça - reforçou-se a ideia de que toda a informação que nos chega do Universo se faz através da radiação (ondas que viajam à velocidade da luz e que se regista de 300 mil quilómetros por segundo).

Auxiliados hoje pela avançada tecnologia de ponta, sobre elaborados e reproduzidos gráficos criados por programas de computador (sendo esta uma ferramenta essencial para se compreender melhor toda a essência do Universo), os homens e mulheres da Ciência têm procurado ler essa radiação, assim como entender tudo o que está ou estará para além desta mas coexistente com ela, nesse ainda tão pouco conhecido Lado Oculto do Universo...

Mítico ou não, esse Lado Escuro do Universo assombrado por perguntas às quais ainda não obtivemos resposta, irá levar a ESA em eminente missão já em 2022, a penetrar na imensidão e alguma apreensão, acredita-se, na observação de três regiões celestes. E que também contarão com um certo «Olho Português» mediada pelo Euclid - o telescópio europeu que mapeará a distribuição espacial da Matéria Escura que se estima em cerca de 23% do Universo.

Alheados ou não dessa realidade e alguma conflitualidade interior estão os cientistas, pelo muito que ainda há por fazer em mapeamento e, discernimento, pois que o Universo é tão vasto e traiçoeiro como homem sem casa nem coração. Enfim, a analogia poderia ser melhor, pois podia, mas tal como no Universo nem tudo é sempre assim tão linear e exemplificativo!...

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Mapa 3D da evolução do Universo. (Ilustração criada por Pablo Carlos Budassi). Este, o conceito artístico que nos dá a percepção do Universo conhecido/observável numa única imagem real logarítmica. Esta imagem do Universo foi publicada no European Week of Astronomy and Space Science (em Liverpool, Inglaterra) em Abril de 2018.

Num digno e árduo trabalho colaborativo entre várias instituições do mundo - entre as quais estava David Sobral, o cientista português da Lancaster University (e que estabeleceu o gráfico utilizando o telescópio Subaru no Havai, e o telescópio Isaac Newton, nas Ilhas Canárias) - foi reconhecido que os telescópios funcionavam como uma espécie de «Máquina do Tempo». Uma das conclusões apresentadas foi a de permitir observar as galáxias no passado distante.

O que pressupõe de facto não ser magia o que hoje os Astrónomos reivindicam de todas estas inebriantes descobertas de há  (neste particular caso de 16 diferentes épocas, entre 11 a 13 mil milhões de anos), tendo-se descoberto então 4 mil Galáxias antigas, muitas delas inseridas num processo evolutivo similar ou idêntico à da nossa Via Láctea.

O Antes e o depois do Big Bang
Ainda hoje as pessoas perguntam (muitas delas sem serem efectivamente entendidas nesta temática), não só o que despoletou o Big Bang, mas mais curiosamente o que estaria ou seria o Universo antes dele suceder. Muitos cientistas defendem que antes do Big Bang o tempo não existia; por outros que o desmentem categoricamente invocando de que a «Matéria Escura» não é inerte e tem um poder próprio de expansão e criação inteligível a nível astronómico.

Num esquema representativo do que aconteceu após o Big Bang poder-se-à esgrimir que várias forças (ou super-forças) se radicalizaram e desenvolveram através da tal Superforça ou força primordial única, à qual a Gravidade se separou (após o tempo de Planck, a seguir ao Big Bang).

O acontecimento-chave seguinte registou-se na separação da Força Electrofraca e da Interacção Nuclear Forte. Assim sendo, o Universo expandiu-se 10 (elevado a 50) vezes em apenas 10 (-32) segundos.

Os Cientistas afirmam que antes de 10 (-45) segundos nada pode ser dito a respeito das condições no início do Universo, sendo que aos 10 (-35) segundos, já se distinguiam duas forças da natureza e as partículas mais leves - os «quarks» e os leptões.

A Temperatura Média Actual do Universo é de 3 K (detectável hoje como radiação cósmica de fundo), sabendo-se que originalmente esta era muito mais elevada.

No final do tempo de Plank, a sua temperatura era de 10 (elevado a 32) K. A energia era assim transportada por fotões, pelo que o Universo de então seria tão denso que estes não podiam percorrer grandes distâncias antes de serem reabsorvidos, segundo os especialistas nos conferem. Sabe-se que entretanto as temperaturas têm descido desde então.

Já na Fase a que se dá o nome de Separação da Matéria e da Energia, na sequência de um Universo mais transparente, foi libertada a tal Radiação Cósmica de Fundo. À medida que a pressão de radiação desaparecia do conteúdo de Matéria do Universo, os átomos reunidos em grandes nuvens, assim como a estrutura em grande escala do Universo começaram a evoluir.

Daí que nos seja mais entendível de conceptualizar de que entre a Libertação da Radiação Cósmica de Fundo de Microndas (ou micro-ondas) e o tempo actual, nos quase 14 mil milhões de anos mais tarde, o Universo se tivesse expandido um milhar de vezes, no que a Matéria se reuniu e condensou para formar Galáxias, Estrelas e Planetas. E tudo isso num processo de contínuo arrefecimento do Universo.

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Universo: para já o que se sabe dele é que tem para cima de 2 triliões de galáxias num manancial contemplativo de vida cósmica ainda desconhecida para nós, humanos. Além da existência de estrelas, planetas, quarks, quasares, supernovas, buracos negros, etc. Mas é a Matéria Escura que domina o maior interesse por parte da Comunidade Científica, aguçando o engenho na procura e descoberta do que está para lá desta ou sobre ela em múltiplos e insondáveis mistérios...

Resquícios do Big Bang
A Radiação Cósmica de Fundo foi detectada pela primeira vez na frutuosa década de 1960 do século XX portanto, quando os Físicos Norte-Americanos Robert Wilson e  e Arno Penzias descobriram acidentalmente um ruído vindo do Espaço que nele permanecia. Esta descoberta valer-lhes-ia mais tarde o Prémio Nobel (em 1978).

«Um ruído muito estranho», terão na altura ambos reafirmado, ruído esse que podia ser detectado em várias partes do Universo, sempre com a mesma intensidade.

À época dessa «estranha» descoberta, Wilson e Penzias trabalhavam no laboratório da Companhia Telefónica Bell que exibia então uma grande antena para detectar sinais fracos de rádio. A partir dela captariam estes «ruídos» que, como souberam mais tarde através de colegas seus da Universidade de Princeton, nos EUA, estes já haviam sido detectados em 1948 sem a confirmação devida.

Segundo os cientistas, a Radiação Cósmica de Fundo é a principal fonte de dados dos cosmólogos. De acordo com os especialistas é possível Mapear a Temperatura do Universo (que não é igual ou estável em todas as partes), sendo que a partir dessas flutuações se pode estudar em melhor rigor a quantidade de Matéria Escura, de Energia Escura, e a forma como ele (Universo) se expande.

Havendo um processo de leitura dessa radiação que posteriormente é transformado em dados numa valiosa recolha de informação para a compreensão humana, obter-se-à assim uma série de características e fenómenos do Universo, tais como saber-se a sua verdadeira idade, a forma como se expande ou mesmo qual a sua composição.

Informações Importantes sobre a Origem do Universo poderão estar tão congeladas quanto as micro-ondas que prosaicamente muitos clamam de estarem «congeladas» devido ao arrefecimento (ou resfriamento) do Universo. De acordo com os investigadores, haver a informação do tamanho de cada uma dessas ondas é de facto essencial para se saber sobre a Geometria e a Interacção dos Corpos Celestes que compõem o Universo.

"Nós somos pequenos demais. E tudo o que nós vemos constitui apenas 5% do Universo. Há todo um restante que não conhecemos." (Afirmação do professor Elcio Abdalla, do Instituto de Física da Universidade de São Paulo, USP, no Brasil)

Este reputado professor explica-nos que de entre os mistérios que mais intrigam os cientistas estão a Matéria Escura - que não reflecte nem absorve luz - e a Energia Escura que faz o Universo se expandir. O professor Abdalla remete ainda:"Tentar descrever esse Outro Lado do Universo, essa outra faceta, é o mais importante que temos para descobrir no momento."

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O Universo poderá perecer??? Esta a pergunta de um milhão de dólares como é comum dizer-se. No entanto, alguns cientistas afirmam de que tal se poderá passar, pelo que analisaram num dos possíveis modelos de Energia Escura, chegando à conclusão de que o futuro do nosso Universo poderá efectivamente ser mais instável do que à priori supúnhamos; e, para mal de todos os nossos pecados, poder revelar-se iminentemente catastrófico...

Um Universo Perigoso!
Imprevisível e perigoso, é como certos cientistas designam este «nosso» Universo. Nem mais. Assim como nos dizem de sua justiça de terem descoberto «Uma Nova Classe de Singularidades» (estado infinito de um parâmetro), que torna o futuro do Universo como algo de muito incerto.

Desde 1998 que se sabe o Universo estar em franca expansão - acelerada mesmo, de acordo com um grande naipe de cientistas que aferem o Universo estar em considerável ritmo de aceleração - depois de comprovada (de forma indirecta) a inflacionária expansão do mesmo, assim como a descoberta da Matéria Escura e Energia Escura, Ondas Gravitacionais, etc.

Mas agora o perigo espreita. Quem o afirma são os Físicos da Universidade Federal Báltica Immanuel Kant (BFU) - na cidade russa de Kaliningrado - que anotaram num estudo que realizaram e veio a público em 2018 (no contexto de uma investigação apoiada pelo Programa 5-100 para o Aperfeiçoamento da Competitividade Internacional), que «Certas Singularidades podem surgir de repente e praticamente a qualquer momento. Sendo que:

"Nem Estrelas nem mesmo Galáxias poderão sobreviver a um desastre como esse!", na contundente afirmação do professor da BFU e co-autor da investigação, Artyom Yurov.

Os Cientistas acreditam que a Aceleração do Universo é causada pelo chamado «Sector Escuro» do Universo.

Entretanto, observações obtidas revelaram ao mundo que, a tão conhecida Matéria Bariónica - todo ou qualquer material composto principalmente de protões, neutrões e electrões - constitui somente a margem de 4,9% do Universo conjuntamente ou em associação com o «sector escuro» composto de Matéria Escura Misteriosa (26,8%),  e de Energia Escura ainda mais misteriosa (68,3%) resultante num total de 95,1%.

Segundo os cientistas, a Energia Escura contempla no conhecimento humano a teoria de três hipóteses em relação a si: A primeira é que esta seja uma «Constante Cosmológica», ou seja, a densidade de energia invariável que é distribuída de forma uniforme pelo Universo.

A segunda hipótese define a Energia Escura como uma espécie de quintessência ou um campo dinâmico cuja intensidade de energia varia no espaço e no tempo. A terceira hipótese pressupõe que a Energia Escura é uma manifestação da Gravidade modificada em distâncias que atingem a ordem da parte visível do Universo.

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Singularidades catastróficas...? Os cientistas afirmam que sim, explicando-nos o quanto nefasto nos seria acaso sucedessem. Sem para já haver motivo para pânico geral, o certo é que todo o sistema cósmico é envolto em grande instabilidade. Para já o que se sabe é que tudo poderá de facto mudar de um dia para o outro e não será para melhor...

"O Futuro do Universo depende de qual desses modelos é o verdadeiro. Se a segunda hipótese for a correcta e a Energia Escura for realmente uma «Quintessência», então o futuro pode conter muitas surpresas inesperadas e desagradáveis. Particularmente, as Singularidades tendem a aparecer durante a expansão acelerada! Por exemplo, a pressão média da quintessência poderia de repente explodir."

                         (Explicação e alerta do professor Yurov sobre o futuro do Universo)

Singularidades Catastróficas
Não ficamos de todo sossegados com esta explicação e alerta do professor Artyom Yurov sobre o futuro do nosso Universo, segundo as hipóteses apresentadas que definem a Energia Escura. Empestam assim os nossos maiores receios na consolidação de outros maiores medos de virmos a ser «engolidos ou evaporados» de todo um sistema que nos ampara e deu vida. Só por isso é aterrorizador!

Mas tentemos entender melhor o que levou este e outros cientistas do Báltico a professar tamanha fatalidade sobre o Universo - algo que já em 2004 John Barrow, o professor da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, havia registado sobre cálculos que então fez, corroborando mais tarde desta tese, ou seja, da possibilidade de um futuro evento catastrófico do Universo.

(Um estudo matemático agora mais extenso, permitiu que posteriormente fosse mostrada essa realidade científica através dos Físicos: Sergei Odintsov, Shinichi Nojiri e Shinji Tsujikawa)

Já não nos bastavam os famosos predadores que vagueiam pelo Universo (buracos negros), massivos ou supermassivos que nos deixam sempre alerta, além as inevitáveis explosões de supernovas e por aí fora, para nos debatermos agora com uma eventual «Quintessência» que poderá muito bem ser mais uma indecência cósmica em todo este aflorar científico.

E que, de acordo com os mesmos Físicos: «Revela-se na possibilidade da existência de toda uma classe de singularidades não cobertas pela classificação de Odintsov-Nojiri-Tsujikawa».

O Nascimento e Morte do Universo é sempre um tema complexo de abordar como obviamente se deduz, no entanto, os cientistas alegam que:

"O modelo em questão é uma das centenas de hipóteses que modelam o nascimento e a morte do Universo. A equipa da BFU rectificou correctamente um modelo com um potencial específico do campo escalar, mostrando que o factor de escala pode mudar drasticamente o seu comportamento. Esta investigação (ou pesquisa) é de grande interesse para os Físicos. Devemos de ter isso em mente para o futuro, porque obviamente isso não contradiz dados observacionais modernos."

       (Explanação do professor e investigador na área espacial, Sergei Rubin, da Universidade Nacional de Pesquisa Nuclear da Rússia (MEPhl).

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Íão Hidro-Hélio ou HeH+ (Imagem: simulação feita por computador) - A Primeira Molécula: assim é definida a descoberta/detecção da primeira molécula do Universo, feita por cientistas germânicos do Instituto Max Planck de Radioastronomia, na Alemanha.

Segundo os próprios, a existência da dita molécula, ou do composto, naquela que é considerada agora a Primeira Molécula formada após o Big Bang, já havia sido provada em laboratório apesar de se constatar nunca o ter sido na perspectiva da observação e rastreio no Espaço.

(Assim sendo, saudemo-nos então por este gabarito estelar que, de acordo com o que os cientistas nos afirmam dela, será a génese do «tudo» molecular primordial que motivou a criação...)

A Molécula do Espaço
Num artigo publicado na revista Nature em 17 de Abril de 2019, há sensivelmente dois meses, a descoberta da primeira molécula do Universo deu brado nas hostes científicas. Quase parece termos a forma molecular da Origem da Vida. Podia ser. Pode ser. A diferença ou a igualdade e, identidade do que é ou poderá ser, está nas mãos dos cientistas; e neste caso de origem alemã que nos dizem irmos entender melhor a Evolução Inicial do Universo.

Uma equipa liderada por Rolf Güsten, do Instituto Max Planck de Radioastronomia, em Bonn, Alemanha, há muito que vinha procurando iões Hidro-Hélio (HeH+), as primeiras moléculas formadas após a explosão do Big Bang há cerca de 13,8 biliões de anos.

Em 1925 os cientistas já tinham o conhecimento desta molécula ou ião - um composto de hidrogénio ionizado e hélio - pelo que haviam formulado em laboratório. No entanto, este ião, esta molécula, não era observável ou detectável no Espaço. Posteriormente seguir-se-iam outras moléculas cada vez mais complexas e pesadas, segundo o estudo e verificação ao longo de décadas sobre esta temática nas áreas da Astrofísica e Astrobiologia.

"Simplesmente não havia detectores como agora." Esta, a afirmação do astrofísico Güsten que reitera ainda: "Por mais de 10 anos, a equipa trabalhou no desenvolvimento de um Espectrómetro de Alta Resolução capaz de detectar a radiação infravermelha individual de uma molécula no Espaço.

Segundo nos reporta também a revista Nature, as cruciais medições efectuaram-se a partir de um Boeing 747, convertido em observatório aéreo. A Molécula foi encontrada então numa Nebulosa Planetária a cerca de aproximadamente 3 mil anos-luz de distância da Terra.

"Tivemos por muito tempo na nossa agenda a busca por iões de Hidreto de Hélio. Claro, algo de tão significativo quanto a primeira molécula do Universo, desperta a ambição científica. A falta de uma prova definitiva da sua existência no espaço interestelar vinha sendo um dilema para a Astronomia há já muito tempo." (Exortação e exaltação de Günter, face às agora abertas perspectivas neste domínio)

Investigadores da Universidade de Colónia, na Alemanha, estando igualmente envolvidos no projecto, realizaram a pretensão de no futuro terem a capacidade de, reproduzir melhor as reacções químicas da fase inicial do Universo logo após o famoso Big Bang.

"A formação do HeH+ foi o primeiro passo numa rota de crescente complexidade do Universo. Foi o começo da Química!" (Disse em ênfase David Neufeld, professor na Universidade Johns Hopkins e co-autor do estudo)

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A Missão da ESA com «Olho Português»: três regiões que se irão atentamente observar do «Lado Escuro do Universo» pelo Euclid - o telescópio europeu de 1,2 metros de diâmetro de grande e específica capacidade que vai ter uma missão soberba. A Missão Euclid - assim chamada em merecida homenagem ao célebre matemático grego Euclides - foi proposta à ESA em 2007, por um consórcio de investigadores liderado por Yannick Mellier, do Instituto de Astrofísica de Paris.

Um «Olhar» Português
2022: Missão da ESA (Agência Espacial Europeia) que conta com o olhar cirúrgico português na escolha das três regiões pautadas para esta observação - além da essencial contribuição do especial e mui potencial Euclid.

Os cientistas estão optimistas, esperando que, através deste magnânimo telescópio, possam finalmente Mapear a Distribuição Espacial da Matéria Escura (que constitui cerca de 23% do Universo) para uma melhor compreensão desse outro lado escuro. Assim como, referem «Lançar luz sobre o passado, presente e futuro da Misteriosa Energia Escura, que corresponderá a cerca de 73% do Universo e, inexplicavelmente, impele a sua expansão acelerada».

O Euclid será determinante para que se possa recolher essa informação, tendo também a missão de estudar a forma e, a Posição Tridimensional de Milhões de Galáxias, com o prestável auxílio de dois instrumentos: Uma câmara na luz visível, e outra câmara/espectrómetro no infravermelho próximo.

Este telescópio vai observar assim mais de um terço do Céu, sendo que 10% desse tempo de observação será utilizado para capitalizar essa informação, ou seja, para analisar mais a fundo as três regiões especiais, cuja localização e forma de observar, foi posteriormente anunciada.

A Participação Portuguesa na Missão é coordenada pelo IA - Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, em Portugal - que nos refere de como este pequeno mas assumido país que não quer ficar para trás se diz e mostra envolvido neste projecto, que concerne o planeamento, busca e rastreio do Espaço, com uma equipa que é constituída por mais de 20 cientistas de várias instituições.

Na primeira quinzena de Junho de 2019, a ESA fez então o anúncio e a divulgação no «Encontro Anual do Consórcio Euclid», em Helsínquia, na Finlândia (UE), das elencadas regiões celestes: uma no hemisfério norte (na constelação do Dragão) e duas no hemisfério sul (nas constelações do Relógio e da Fornalha).

Estas Regiões agora mencionadas, em conjunto, equivalem a cerca de 200 vezes a área da Lua Cheia, situando-se perto dos pólos da eclíptica (os dois pontos celestes mais afastados do Sol em qualquer momento do ano); e por, efectivamente, serem zonas que o Euclid poderá na perfeição observar durante praticamente todo o ano, sem a interferência do Sol.

Cada uma destas regiões será visitada no mínimo 40 vezes, segundo o comunicado do IA que afirma: «Espera-se encontrar objectos extremamente ténues escondidos nessas janelas escuras do passado cósmico».

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Os «Campos Profundos» do Espaço: entre a magia, a sedução e a observação por parte dos nossos cientistas que irão observar com a minúcia devida estes caminhos interestelares. Será neste percuciente espaço destas já referidas três regiões seleccionadas que tudo se irá passar, até a nossa mais flagrante ilusão de um dia o podermos sentir «in situ»...

"Estes campos profundos foram cuidadosamente escolhidos para conter o mínimo de luz de estrelas da Via Láctea, de poeiras do meio interestelar, e de brilho de poeiras do Sistema Solar, tudo componentes que obscurecem a luz de fontes ténues, ou afectam a sensibilidade das observações." (A explicação de Ismael Tereno do IA, e da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), e membro do grupo de rastreios do Consórcio, em Portugal)

Um Consórcio de vontades!...
Há que referir desde logo a capacidade de reunião mas também de consolidação que estes eventos, estes projectos instauram em toda a linha. Daí que este Consórcio tenha em si cerca de 1500 cientistas envolvidos em tudo isso, no registo integrado de 14 países europeus, Estados Unidos e Canadá.

Ainda em relação às regiões celestes que vão ser observadas, o IA - Instituto de Astrofísica de Portugal - nota que, vistas a olho nu, estas regiões parecem (ou mostram-se) desinteressantes, porque são praticamente desprovidas de fontes de luz da nossa galáxia - a Via Láctea. Prevê-se porém que, os actuais catálogos de galáxias longínquas e de núcleos activos de galáxias, sejam aumentados em milhares destes objectos com a inestimável prestação do Euclid.

João Dinis do IA e da FCUL - mas também como membro do grupo de rastreios do Consórcio Euclid - lembra que:

"Observar repetidamente estes campos profundos colocou um enorme desafio e requereu uma grande dose de criatividade e perseverança, dado que, ao longo da órbita do telescópio, dois dos campos têm janelas de visibilidade muito reduzidas."

Os dados obtidos e fornecidos pelo Euclid vão poder então ser utilizados em variadíssimas áreas da Astronomia, permitindo aos cientistas sondar de forma muito mais rigorosa o Universo até às suas remotas e primordiais épocas.

Segundo o IA nos informa, as actividades nacionais nesta missão estão enquadradas num acordo multilateral assinado em 2012 pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e a recém criada agência espacial portuguesa, Portugal Space, assumindo o papel da FCT como agência nacional e participante no Comité de Direcção composto por representantes de agências nacionais e da ESA.

Veremos então se haverá ou não a partir daqui um outro lado do Universo, esse «Lado Oculto» que tudo nos esconde, que tudo nos inferniza e, por vezes diaboliza, numa escadaria imaginativa de aferições cósmicas terríveis de que, o que está no escuro no escuro deve permanecer, ou seremos todos volatilizados ao menor sopro ou sussurro do Universo.

Não penso assim. Mesmo que esta Matéria Escura, esta Energia Escura se mantenha afastada de toda a nossa compleição inteligível de uma maior compreensão sobre si, há que não desistir nem procrastinar sobre essa viagem do conhecimento humano sobre o Universo, sobre esse maior entendimento do qual só percebemos numa mínima parte.

O Lado Oculto do Universo será aquele que quisermos continuar a manter em nós, fechado ou obstruído de outros caminhos da razão e da percepção cósmicas. E, sendo a cosmogonia a mais poderosa força do Universo em nós, em micro e macrocosmos, então a solução será a grande aventura, em consórcio e em união, pelo que todos beneficiaremos se dermos as mãos e com elas encontrarmos este Universo sobre outros que entretanto por aí andarão...

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