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quinta-feira, 30 de novembro de 2017

the world in 2050(epic)

10 Ways Humans Are Likely To Evolve

The Weirdest Ways Some Scientists Think We Could Evolve In The Future

Evolução Humana

Neanderthals vs Modern Humans

What is HLA matching?

Os Genes dos Portugueses (ADN Lusitano)

terça-feira, 28 de novembro de 2017

O Genial Gene Português!

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Do Paleolítico aos tempos modernos; do Homo sapiens neanderthalensis até ao homem moderno, a longa etapa de uma híbrida genética que nos reconhece como únicos no mundo. Assim o revelam os genes: A26-B38-DR13 (gene único no mundo existente apenas em Portugal, desde os povos da Lusitânia quiçá aos Lusones, povo ainda mais antigo do Ocidente da Península Ibérica) e o A25-BIS-DR2 (que sendo igualmente como o primeiro, o mais antigo gene da Humanidade, se encontra só nos lusitanos) no comprovado estudo científico do sistema HLA (Human Leukocyte Antigen) ou seja, Antígeno Leucocitário Humano. Somos muito antigos e por certo muito especiais também, ainda que o não reconheçamos ou façamos por atingir essa distinta meta que nos diferencia dos demais...

O Genial Gene...
Somos a excepção que confirma a regra. Somos o sustento de toda uma base genética - em código e consistência - de uma raça que agora se diz espécie em toda a linha bio-genealógica, cronológica e até sintomatológica de tudo o que pode ser e o seu contrário, tal como uma enigmática corrente sistémica que se nos fez pertença ao longo dos tempos.

E tudo foi plasmado, pensado e edificado como alicerce e como monumento biológico que na Terra haveria que dar fruto. E deu. Portugueses incluídos...

Eu explico: desde os tempos do Homem de Neandertal até ao Homem Moderno muita coisa mudou; mas não os genes, especificamente um gene português (único no mundo!) cientificamente clamado, verificado e identificado por exímias considerações/investigações que assim o comprovam. Somos uma raça única. Tão única que este gene - A25-BIS-DR2 é só nosso, e é Português! Para o bem e para o mal...

Se houve razões para tal não o sabemos, mas intui-se, talvez, suspeitando haver mais, muito mais para analisar e concluir. Por razões avocadas pelos supremos deuses (supostos seres inteligentes que nos criaram), alocadas regional e incisivamente num circunscrito território peculiar de maresia e Sol, harmonia e habitat ecológicos - ideal e tão perfeito quanto o desejado por esses «deuses» - esse genial gene haveria de se fazer vingar e, fluir, nesse específico desejo de vida e de origem que nos deu também a nós, portugueses, a razão de viver.

De Norte a Sul, passando pelo Centro de Portugal, nós fomos (hipoteticamente) a sua melhor obra genética; a sua mais caprichosa experiência laboratorial - daqueles que não se deixando ver ou observar, olham-nos a nós com outros olhos, olhos de progenitores-cientistas, olhos de verem outros olhos, como simples espectadores (ainda que impulsionadores) vendo evoluir uma raça, uma espécie que é estranha como os diabos!

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HLA (Antígeno Leucocitário Humano): a verdade por detrás de todo um sistema imunológico humano que nos faz ser resistentes e sobreviventes - ou quase extensível e teimosamente resilientes - na importância deste sistema em transplantes ou na genética das doenças auto-imunes em que actualmente se consolida a Medicina Moderna.

O Código Genético Português: a origem, a experiência ou simplesmente a específica individualização genómica de um fenómeno único que se estabeleceu em território da Península Ibérica, mais concretamente, em chão Lusitano, que se pressupõe anterior ao Neolítico (5000 - 3000 a. C.) ou mesmo ao Mesolítico (8000 - 4500 a. C.); ou seja, desde épocas que remontam quase ao Paleolítico (do período que combina os Neandertais vs. Homem Moderno, de 300.000 - 40.000 a. C.).

Havendo evolução, houve em tempos a determinação para que o soubéssemos ou para que o entendêssemos em toda a linha biomédica. O HLA, existente no contexto do Código Genético Português (na sequência de variantes genéticos traduzidos do A25 B18 DR15), onde provavelmente exibe a sua existência há aproximadamente 20.000 anos, ou mais, exortando a particular evidência e, incidência cromossómicas, únicas no mundo, de um gene extraordinário. Ou seja, de um ADN único e fabulosamente português!

Quem o terá feito...? Quem o terá insinuado e implementado da origem ao actual momento de todas as descobertas, de todas as invenções e experimentações que fazem do Homem, hoje, um ser mais lúcido e mais inteligente na distensão de conhecimentos e avanços?! O Quê ou Quem tão superior o iniciou, o fomentou e fundamentou para que o compreendêssemos...? O Quê e o Porquê, ou simplesmente... com que objectivo???

A Génese de toda a genética (HLA)
Sabe-se no mundo da ciência médica que, o Sistema Imunológico Humano, é composto por diversas células responsáveis  por combater elementos estranhos ao nosso organismo humano (antígenos), podendo - porventura - causar-nos alguns malefícios. Estas células são recobertas por moléculas capazes de reconhecer estes Antígenos e, iniciar assim, uma resposta Imunológica.

Estas moléculas são glicoproteínas presentes na superfície da membrana celular, sendo denominadas de. Antígenos do Complexo Principal de Histocompatibilidade (MHC - «Major Histocompability Complex») também conhecidos como Antígeno Leucocitário Humano ou sistema HLA («Human Leukocyte Antigen»).

O Sistema HLA  é geneticamente determinado por genes que se localizam no braço curto do cromossoma 6. Os Antígenos HLA podem ser divididos em duas classes: HLA classe I e II, sendo diferenciados de acordo com com a sua distribuição nos tecidos e suas funções. As principais proteínas de classe I do HLA são chamadas A, B e C, e as principais proteínas do HLA de classe II são chamadas, DR, DP e DQ.

O Sistema HLA assume particular relevância nos procedimentos clínicos de Transplantes, assim como, no reconhecimento do que é próprio ou não no organismo humano (em transplantes de medula óssea e rins) ou o estabelecimento do que é compatível (ou não) entre doador e receptor, sendo esta vertente fundamental para que haja sucesso na intervenção futura. Há que referir que, o Sistema HLA, é deveras importante na Genética das Doenças Auto-imunes que actualmente a Medicina Moderna compacta.

A Identificação do Sistema HLA permite também a sua utilização como Marcador de Algumas Doenças Genéticas (como por exemplo, a Espondilite Anquilosante, uma inflamação dos tecidos conectivos que pode atingir a coluna, quadris, ombros, e outras regiões, tendo um perfil de positividade de para o antígeno B27).

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«Eu» mulher/fêmea de Neandertal, há muitos milhares de anos; há provavelmente 300/400 mil anos a. C. Há hipoteticamente menos, talvez... baixa, atarracada, de longos e possantes braços, grossas e arqueadas pernas e uma potentíssima musculatura, ninguém (ou quase ninguém) se me atrevia a defrontar. De pescoço larguíssimo e um saliente peito deveras grande, que deu leite, colo e guarida a toda aquela minha genética prole de híbrida descendência, eu Neandertal, ele, Cro-Magon, fomos os pioneiros, os cimeiros coabitantes neste solo de terra e mar (Península Ibérica) - desse novo guião em código e em honra genéticos - o florescer de uma nova era...

Neandertal vs. Modernos (300.000 - 40.000 a. C.
O que a História nos conta em frutuosa alquimia de várias investigações - arqueológicas e não só - são, de que, havendo provavelmente contactos e trocas culturais e uma coabitação por vezes algo conflituosa (de largo espectro em quase genocídio, por vezes, e de ambas as partes) algo se tenha sublevado e feito impor, inversamente, e sobre os mesmos.

Terá então havido contactos sexuais entre os homens e mulheres de Neandertal e os homens modernos (primeiro os Cro-Magon, depois os Homo sapiens sapiens).

Por muita paulada, cacetada e homicídios que tivessem havido ou ocorrido nessa época, estes homens e mulheres de então, souberam contornar o que os dividia ou separava: em cultura e em habitat supostamente; além uma eventual hibridização entre uns e outros, sendo o Homem actual (homens e mulheres de hoje) prováveis descendentes desse intercâmbio genético em que os traços dominantes foram os da Genética dos Homens Modernos, ao ponto de nada se detectar hoje em dia no ADN humano que tenha a ver com o ADN estudado em vestígios de Neandertais. Ou nem tanto assim...

Mesmo nas teorias controversas e polemizadas ainda por tantos, existe o acesso debate mas alguma concordância, sobre a coexistência destes povos no mesmo arco de tempo de uns e outros homens em zonas como o Sul da Península Ibérica, a Dalmácia, ou mais atrás no tempo, nos primeiros lugares Euro-asiáticos atingidos pelos homens modernos.

Daí que se tenha de reportar os que defendem ou se remetem em oposição às muitas teorias, desde a «Out of Africa» (que afirmam que o homem moderno saiu por volta de 100.000 a. C. daquele continente africano para «colonizar» o resto do mundo, levando à subteoria - a da «Eva negra») e os defensores da tese «regionalista» que dão como certa, a evolução gradual de diferentes tipos humanos em diversas regiões do mundo com a já referida troca de genes num sentido genérico de convergência antropológica e cultural.

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A Evidência do Cruzamento: a actual realidade (criteriosamente fundamentada hoje) do que anteriormente nos foi legado geneticamente pelos Neandertais. E, tal como diz Svante Pääbo, lider do Projecto do Genoma Neandertal do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, em Leipzig (Alemanha): «Neandertais não estão totalmente extintos; eles vivem em alguns de nós!»

O Cruzamento: a incontestável verdade!
Um estudo realizado por volta de 2010 sobre o Genoma do Homem de Neandertal, veio provar cientificamente que, houve de facto o cruzamento da espécie com o homem moderno; ou seja, o cruzamento entre o Neandertal e o Cro-magon, ou posteriormente Homo sapiens sapiens, homem moderno, portanto.

Recriando os planos genéticos de Neandertal - usando ADN extraído de três fragmentos de osso (cada um de uma mulher Neandertal diferente) - encontrados numa caverna na Croácia que, quando comparados com outros (cinco humanos actuais de diferentes regiões do globo, entre eles, China, França ou Papua Nova Guiné, zonas que não se imaginava terem sido povoadas por estes povos) se encontraram vestígios de Neandertal. Ou seja, o estudo pontifica que houve mesmo o cruzamento entre Neandertais e o homem moderno (entre 80.000-50.000 a. C.), no Oriente Médio - quando os seres humanos começaram a migrar da África para o resto do mundo.

João Zilhão, arqueólogo e paleoantropólogo português mas actualmente a viver no Reino Unido e a trabalhar na Universidade de Bristol, em Inglaterra, afirma peremptoriamente: « O que posso dizer? Se os geneticistas chegarem a essa conclusão, é de se esperar.»

Como se viu pela perceptiva resposta de João Zilhão, o resultado não foi surpresa para muitos dos cientistas, no que, alguns Arqueólogos, já haviam descrito esqueletos antigos da Europa que apresentavam características híbridas, ou seja, características relativas tanto aos homens modernos como, às dos Neandertais. Esta então, a evidência pura do cruzamento entre estes dois distintos grupos na esfera terrestre que é o nosso mundo.

John Hawks, um antropólogo da Universidade de Wiscosin-Madison, nos Estados Unidos, reverbera enfaticamente: « Genealogicamente estes novos estudos vêm demonstrar que muitos seres humanos tinham (e têm, supostamente) um Neandertal óptimo, óptimo, óptimo ou excelente avô! É impossível falar sobre «eles» como se «eles» não fossem nós; Neandertais somos nós!»

Modernos vs. Neandertais (Homo sapiens sapiens/neandertais): a soma das partes que, no total, é sempre mais ou maior do que a sua soma; ou seja, mesmo sem ser em termos da Psicologia mas antes antropológicos, a descendência genética dos defensores ou opositores da teoria «Out of Africa» numa luta inter-racial conceptual (por vezes não só antagónica mas acusada de racismo ou xenofobismo por parte de quem se opõe a esta teoria), no que os Portugueses não são imunes nem distantes desta outra realidade genética...

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A Confrontação: Neandertal (à esquerda, na imagem) e o nosso «avô» Cro-Magon (à direita), na prevalência e autenticidade do que foram ou terão sido os imperiais genes da mudança, da mestiçagem ou da eloquente hibridização consumada. Ou, simplesmente, da congénita evolução (em cruzamento e hibridação) de dois grupos que, segundo os antropólogos, se terão cruzado e fomentado a espécie do actual Homem Moderno.

O Exterminador Implacável!
Imiscuindo-se a questão ideológica e, política, de ambos os teóricos se acusarem mutuamente de «racismo», houve também que dar um pouco de calmaria e por certo voz a quem o contradisse já mais tarde, aferindo os Neandertais serem de origem europeia, portanto branca, caucasiana.

Mas os defensores de «Out of Africa» não se dando por vencidos, acirraram a sua tese, propondo um modelo que faz do Homem Moderno, uma espécie de exterminador implacável, um «terminator» que acaba com todas as culturas e humanidades alternativas à sua volta - a última das quais, os nossos amigos Neandertais.

Os Regionalistas são então por sua vez acusados de propor um modelo que exclui a África por supor uma raiz negra para todos os homens modernos. Obviamente simplificada esta questão aqui (uma vez que tem contornos mais complexos, entre os quais se conta a luta entre os que dão prevalência à genética e à paleoantropologia, e os que preferem uma aproximação cultural e contextual).

Sem saber lá muito bem onde paira a razão, ou a veracidade argumental de ambas as partes, poder-se-à desde já inferir que, ambos se consideram num campo «humanista» e tolerante. Assim seja então; a bem da verdade.

A «Realidade» essa, resiste à teoria e as questões continuam sem resposta: Como seria um encontro fortuito entre um homem de Cro-Magon, moderno, e um homem de Neandertal...? Matar-se-iam á pancada ou ignorar-se-iam? E se neste caso, fosse um ser do género masculino Cro-magon com uma «fêmea« Neandertal....? A líbido, o cio, ou simplesmente a atracção fatal fazer-se-ia sentir sem que nenhum dos dois perecesse ante tamanho «sentimento» mútuo...? Nunca saberemos a resposta.

Sabe-se que por vezes os opostos se atraem e a fealdade também... ou não. Será uma dúvida que aqui permanecerá ou que mais tarde se nos retirará dessas outras dúvidas, pelo que se estabeleceu depois em interligação e coabitação entre diferentes seres...

Mesmo que um grunhisse e outro ouvisse sem dar luta ou testemunho do que entenderia ou não saberia descodificar dessa gestual linguagem primitiva, o tempo foi-lhes cordato e benevolente na amistosa situação de envolvimento, mas também desse cruzamento racial, até à extinção de um deles: o Neandertal.

Mesmo que tomados de pânico inicial ou de um grande susto nesse confronto, entre o grande e esguio Cro-Magon, pernalta e de testa grande (que se identificava como ser estranho e feio como os trovões, para os Neandertais) e o robusto tractor que era o Neandertal (com a sua cabeça inclinada e uns dentes do tamanho da cara, por sua vez um ser igualmente estranho e feio como um terramoto para o Cro-Magon), o embate não terá sido bonito de se ver.

Prevaleceu o Cro-Magon ou homem moderno em face à tacanhez, selvajaria ou apenas reduzida população dos Neandertais. E isso, pelas mais variadíssimas razões já sobejamente expostas ao longo da História. Nem sempre o mais forte vence, apenas o mais inteligente ou esperto...

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Reconstrução facial de um Homem de Neandertal (com base no crânio encontrado no abrigo/caverna de La Ferrassie, no vale da Dordonha, em França (Europa). Modernos vs. Neandertais (Homo sapiens sapiens/neandertais) nas actuais descobertas do nosso conterrâneo, seja por solo português, seja por solo norte-americano. A expectativa é grande e as conclusões também: os genes do Homem de Neandertal que ainda hoje se fazem sentir em nós, homens e mulheres do mundo moderno.

Modernos vs. Neandertais
Tony Capra, da Universidade de Vanderbilt, em Nashville, Tennesses (EUA), encontrou alguns genes intangíveis de Neandertal entre a população norte-americana. Afirma Capra: «Encontrámos um bit específico de DNA (ADN) de Neandertal que foi associado a quantidades aumentadas de coagulação no sangue.»

«(...) Este ADN de Neandertal influencia um sistema corporal geral em seres humanos (o que significa, por exemplo, o sistema circulatório, a pele ou o cérebro). Mas isso não significa que seja ruim ou mau para nós ou para eles.» Ainda em relação ao gene de coagulação de sangue do homem de Neandertal, Capra especifica:

«A Versão de Neandertal de um gene de coagulação do sangue pode aparecer com mais frequência do que o esperado entre os Humanos Modernos porque, uma coagulação sanguínea mais rápida promove uma cicatrização mais rápida também, podendo evitar que os micróbios patogénicos fiquem apoiados.»

Mas acrescenta ainda: «Poderá dizer-se então que, a versão de Neandertal do gene ou genes, funcionasse melhor na luta contra os micróbios encontrados na Eurásia. Então, quem teve essa versão, teve assim uma melhor chance ou oportunidade de sobreviver e passar esse trecho, essa sequência de ADN ao longo das próximas gerações.» (Algo que supostamente também se verifica na ainda vigente população portuguesa em determinação genética).

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Voltando à Genética: as descobertas, os estudos e as conclusões dos cientistas na averiguação do código genético de certas populações; entre elas, a Portuguesa. Existindo há milénios, perfazendo a mítica abordagem genealógica assaz enigmática (ainda!) mas também a aferição de sermos - tendenciosamente ou não - os portadores de um extraordinário e único no mundo, Gene Português ou Gene Lusitano, como muitos insistem assim em determiná-lo.

O Gene Lusitano
Como o «Último dos Moicanos», temos a versão portuguesa mui particular e sui generis de: «O Último Lusitano» ou seja, em extermínio, abolição ou mesmo anulação da sua vontade e certa idiossincrasia que, inacreditavelmente o origina e sustenta, como o mais bravo guerreiro desta nação portuguesa de outros tempos, sendo nós, lusitanos, a performance perfeita do Deus e do Diabo, em luta constante entre si.

Dos tempos idos dos Lusones até hoje (além o que no período paleolítico ainda poderíamos almejar sem que haja referência ou documentação para o efeito que o comprovem), os Lusitanos são uma raça inexorávelel (e às vezes inenarrável por outras indomável!) de massa crítica e austeridade infinitas, num comando sem comando que por vezes nos surpreende até a nós próprios - em acção e prática do «desenrasca» ou do utilitário self mad man (and woman, na igualdade de género) nacionalistas.

E tudo nos veio do Código Genético ou desse tão maravilhoso mas igualmente estranho gene único de seu nome: A25-BIS-DR2 (na sequência de aminoácidos que só existe num único povo: o Lusitano). Nem mais! Além do pioneiro e antiquíssimo A26-B38-DR13 (o mais antigo da Humanidade!) que vem perfazer esta simbiose genética única do ADN português.

Vamos aos Defensores de «Out of Africa» (ou da subteoria da Eva negra que se espalhou pelos restantes continentes), aos que nos identificam, a nós, portugueses, com uma espécie mestiça, raça híbrida de origem norte-africana e sem pruridos de nos conotarem com os mais escuros da Europa, por assim dizer, os menos arianos, seres esses tão perfeitos e tão belos e inteligentes do Norte da Europa. Ou não. Como se vai ver, nem tudo é assim tão simples ou delinear...

Hélder Spínola, um investigador português do Laboratório de Genética Humana da Universidade da Madeira (Portugal) que liderou um estudo internacional (num formato de 2005), foi taxativo nesta temática:
«A População Portuguesa de origem Lusitana possui três genes que estão associados ao Sistema Imunitário: o chamado sistema HLA!»

Esta, a conclusão desse estudo intitulado:« HLA «Genes in Portugal inferred from sequence-based Typing in the crossroad between Europe and Africa».  Refere ainda e sob uma base científica incólume: «Os Genes HLA, em Portugal, inferiram da tipagem baseada em sequência: na encruzilhada entre a Europa e África.

Explica ele: «O poliformismo do HLA-A (antígeno leucocitário humano), B e e DRB1 foi examinado na população portuguesa, discriminando entre os habitantes do Norte, do Centro e do Sul. Todos os dados foram obtidos em nível de Alta Resolução, usando tipagem baseada em sequência.

O Alelo mais frequente em cada locus foi: A 020101-B (26%); B (440301) e B 510101 (12% cada); e DRB1 070101 (15%). O Haplótipo predominante de três locus foi: A 020101-B / 440301 /-DBR1 / 070101 (3,1%) altamente frequente no Norte de Portugal (5,4%) menor no Centro (25) e e ausente no Sul.

Conclusão:  o presente estudo demonstra que, a População Portuguesa, tem sido geneticamente influenciada por Europeus e Norte-Africanos, através de várias imigrações históricas.

De acordo com os resultados da pesquisa que foram publicados na revista científica «Tissue Antigens»,as influências africanas identificadas a Norte a e a Sul não são as mesmas, correspondendo então a «Movimentos» populacionais diferentes, com cerca de 4 ou 5 mil anos  de diferença entre si,  e com origem em zonas distintas daquele continente», explica Hélder Spínola.

E acrescenta, sublinhando: «Esta diferença entre as características de origem africana encontradas a Norte a Sul do país era completamente desconhecida até agora.»

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O que a UC (Universidade de Coimbra, Portugal) e a CHC (Centro de Histocompatibilidade de Coimbra) têm para nos dizer; sobre nós, Portugueses, e ao mundo inteiro. Ínfimos no território mas enormes na Alma Portuguesa e seus fantásticos genes milagrosos, os lusitanos/portugueses têm muito por onde se orgulhar, malgrado outras situações institucionais, outros meandros políticos e não só, que tanto os fragilizam e minimizam à condição mínima; o que se lamenta.

A descoberta do Gene Português!
A revelação foi de um êxtase só: possuímos um gene único no mundo! Algo que nos alegra mas simultaneamente nos confunde por sermos tão inaptos ou a bem dizer equidistantes dessa realidade, o que, sem ferir susceptibilidades sobre a minha própria origem ou berço regional, se enfatiza mas não excede nas expectativas demonstradas.

Em 1997 a revelação foi bombástica. Em 2017, a realidade sugere-nos que por si só esse motivo não basta sobre esse genial gene; ou seja, para se ser grande ou almejar a tal, há muito ainda a percorrer em capital genómico, cromossómico e não só...

«O seguro morreu de velho», o que quer dizer, há que tomar precauções sobre este gene... daí que se pergunte: Quem no-lo implantou, executou ou «fabricou» em mestria de ser único, de ser evidenciado pelo resto do mundo? Quem ou o Quê? E, com que fim???

Mas não nos percamos na intenção e no desenvolvimento do tema em questão. Somos néscios ou somos brilhantes cabeças pensantes, nós, os Portugueses...? Teremos em breve a meritocracia (como agora se diz) ou não, na humildade e na subserviência que nos serviu de sepultura ainda em vida há tantos e tantos séculos, milénios mesmo, ainda que dos quais nem lembramos...!?

Poder-se-à virar a página da menorização para a grandiosa e meritória expectativa do recrudescer do empreendedorismo, da execução, da genialidade e até da transposição do que nos viu ser povo até aos dias de hoje...? Talvez seja esperar de mais de um povo ou de uma década há muito perdidos; mas a esperança é sempre a última a morrer, como diz o povo.

E talvez por essa mesma razão, tenhamos então de nos sublevar ou, revoltar, com essa dita praga estereotipada de gente que não sabe ser gente ou civilização de bem (a não ser em pragas ainda maiores que as do Egipto, por outras bem melhores, as do turismo, que não são pragas mas benesses, das quais sabemos receber como ninguém!) que os nossos ilustres investigadores, reputados cientistas portugueses que não desistindo, fazem questão de nos surpreender.

E nos revelam agora, de nossas pretensas e carismáticas origens em genuíno e, único gene do mundo, que se diferencia de todos os outros, recriando-nos a esperança e um pouco a certeza de sermos de facto muito especiais; aqui dentro e lá fora, deste nosso mundo ou daquele outro em que viemos...

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O ADN Português. E todas as bênçãos ou todas as pragas (como as do Egipto) ou nem tanto, no que só agora os cientistas nos desvendam desta esquisita raça do que é ser-se Português, Lusitano ou recuando ainda mais no tempo, Lusone (na tribo proto-histórica dos Lusones) em solo de Ophiussa (a partir desse mítico fundador baptizado como Luso), em solo das comunidades ofídicas, ou dos Estrimnios, que, em fuga se puseram por outros, e assim nasceu esta espécie de todas as coisas ou de uma só, tal como o gene, aquele que é só nosso e é bem português!

Genealogia Genética (o código/carimbo genético português)
UC e CHC(em união com cientistas espanhóis): a união perfeita na descoberta do gene português; ou do que entretanto veio a lume (em 2015, após um anterior estudo de 1997) na decifra sobre ele. Os Cientistas da Universidade de Coimbra, em Portugal (em parceria alguns congéneres da vizinha Espanha), adjectivados e auxiliados pelos rigorosos serviços da CHC - Centro de Histocompatibilidade de Coimbra -  compuseram um estudo sobre o Genoma Humano Português (ou Lusitano, tanto faz).

Comparando os nossos genes lusitanos com o dos castelhanos, ou seja, os Genes Portugueses com os Genes Espanhóis (incluindo os Bascos que se não identificam com os restantes da Península Ibérica)  - além os genes dos Italianos, Sardos e Argelinos (em particular, o povo berbere) - e depressa se aperceberam que a diferença era crucial: os genes lusos, únicos no Mundo, não possuíam vestígios  dos povos norte-africanos do Paleolítico que há milhares de anos habitaram a Península Ibérica.

Os Oponentes: da teoria da Eva negra (supostamente) ou da não miscigenação norte-africana em relação aos povos da Lusitânia (podendo haver ou não o acordo deste gene já ser existente há mais tempo), numa tese criteriosamente laboriosa, que vem agora dar brado.

Não partilhando os idênticos genes dos povos do Mediterrâneo, no que somos uma excepção, claro está, o estudo também refere que os portugueses, espanhóis (e também bascos), além os berberes argelinos, estão mais próximos uns dos outros que dos restantes europeus. Em relação aos Bascos (região autónoma de Espanha) nós, os portugueses, estamos mais próximos (a quem também falta o gene mediterrânico encontrado nas restantes populações já citadas).

O Estudo relata ainda: «Apesar de os Portugueses (de origem étnica, descendentes  ou de sangue Lusitano) terem também sofrido as invasões dos povos da Europa Central e Oriental durante o Primeiro Milénio antes de Cristo, a similitude genética entre o povo português (Lusitano) e os outros grupos étnicos (Espanhóis e Bascos) da Península Ibérica, não é certa».

Ou seja, não tendo havido a mistura com os Norte-Africanos do Paleolítico (não tendo o gene mediterrânico) não nos deixámos absorver pelos povos Indo-europeus - ou Celtas - o que vem justificar esse emparcelamento ou certo isolamento instado neste povo luso.

Da Sequência de Variantes Genéticos dos três genes HLA (A25 B18 DR15), os dois genes que marcadamente provam essa diferença são: A25-BIS-DR2 (de origem étnica Lusitana, mas existentes hoje também no Brasil e na América do Norte, devido à constante emigração e por conseguinte à disseminação do gene em questão); e o gene A26- B38-DR13, o pioneiro na Península Ibérica (ou dos primeiros ibéricos ocidentais) sendo este gene específico, a mais concreta prova de, os Portugueses ou Lusitanos, serem - reconhecidamente agora - a população mais antiga da Europa! Rejubilemos por isso.

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A Ciência Bio-médica, a biotecnologia e todas as sequenciais formulações, reformulações, replicações e desenvolvimentos na área da saúde e do bem-estar humanos: a imperiosa verdade que se busca e encontra no famoso e mui português agora (Lusitano, para não ferir outras questiúnculas cronológicas e históricas) do mais puro gene português que salva vidas!

E Viva o HLA!
O povo português sofreu (no bom sentido) muitas influências, de facto. O seu colo ibérico foi portentoso e certamente proveitoso em tantas civilizações que por si passaram, desde as comunidades ofídicas dos primórdios (dos Oestrimni) às das populações dos Lusones, passando muito depois pelos Celtas e povos galaico-lusitanos (onde se inserem os Calaicos, os Cónios, os Turdulos, os Célticos e outros povos nativos) além os Romanos já mais tarde como é sabido.

E tudo isso no cômputo geral de um só povo derivado em muitas outras civilizações que há milhares de anos povoam e repovoam este pequeno grande espaço ibérico. Disso, ninguém tenha dúvidas! Somos muito antigos e somos dos bons!

E o resultado benéfico e mundialmente reconhecido de tudo isso, são os genes que curam, os genes que podem salvar vidas na concordância da manipulação genética ou da sua alta engenharia biomédica que se traduz numa alegoria surpreendente na área da Transplantação, como já se referiu, e na correlação médica assistente por parte destes três genes salvadores ligados ao Sistema Imunitário Humano.

Tudo objectivos globais que se desejam eficazes e seguros no bem-estar e saúde dos povos; de todos os povos! E tudo eles, os genes, ajudarão no cálculo de uma maior aproximação à probabilidade de doadores compatíveis. Três genes que são como três «Reis Magos» na sobrevivência e resiliência humanas e mais não se pode pedir, digo eu.

O Sistema HLA (que se situa no cromossoma 6) e, ao contrário de muitos outros genes, que são razoavelmente idênticos para a generalidade da espécie humana, possuem a quase deifica particularidade de terem muitas variações possíveis (a que os geneticistas chama poliformos) consoante as populações e as suas geografias regionais.

Por conclusão, que o texto já vai longo: Somos uma cambada de gente parva que nem sabe o bem que tem, mas somos mais apalermados que néscios, mais ingénuos que estúpidos e talvez mais humildes que arrogantes, no que em pronunciada ou articulada genética de todas e quaisquer barreiras genealógicas intemporais se poderá afirmar também, o sermos gente de bem.

Aliás, com a característica bem regional daquela tão conhecida figura ou personagem de um povo (o Zé Povinho) que ainda hoje se mostra contrariado e mal assoado, aquando nos faz um manguito em jeito brejeiro (e algo arruaceiro) de mostrar que sempre foi rebelde ou apenas um fugaz torpedeiro de outras causas, suas e não suas, consoante lhe der jeito também...

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Os Portugueses/Lusitanos: seremos todos ou parte de nós, descendentes dos extraterrestres, seres híbridos, perfeitos ou imperfeitos dos nossos vizinhos cósmicos e interestelares que povoam não só a nossa imaginação mas, efectivamente, todos ou grande parte dos vários sistemas solares do Universo?! Será assim tão abstrusa esta hipótese, esta demanda estelar que nos fez ou criou à sua semelhança e imagem....???

Pais ou Irmãos do Cosmos...? Ou enteados, nós, aqueles que por «eles» fomos criados? Não o sabemos. Todavia, em pensamento meramente cristão, penso que sim, ou desejo que sim, sentindo que são nossos irmãos também; e que possuem a mesma característica que nós, portugueses, em crânios alongados e faces estreitas e, talvez, uma supra-inteligência que nos faz mais sobreviver do que propriamente viver neste louco mundo de uns serem escravos (ainda!) e outros soberanos de coisa nenhuma...

À «Nossa» (deles) imagem e semelhança...
Somos o que somos e o que mais tarde seremos se o soubermos envidar e compreender. Que somos nós, afinal - nós, os Portugueses - os que se confundem com os do Brasil que em palavra e língua de Camões e de Pessoa - ou de Jorge Amado ou Carlos Drummond de Andrade - são a igual realidade mas endossada de açúcar, e que emerge no dulcífluo da idêntica compreensão, ainda que com relativas diferenças aqui e ali. E mais não fosse, pelo que nos consideram seus irmãos e que, os Europeus, arremetem sermos - a nível futebolístico - os brasileiros da Europa...

Mas somos diferentes, mais iguais a uns que a outros, aos de fora: E o nosso sangue, a nossa pele, o nosso coração, os nossos nervos ópticos, o nosso sistema nervoso central, o nosso cérebro e, explorando também um pouco a anatomia exterior, o nosso ancestral e alongado crânio em face estreita, que são nossos e...deles?! Seremos nós, Portugueses (de Ophiussa a Portugal, do Brasil ao Mundo), os «filhos dos céus», os seres legítimos na Terra do que um dia, em táctica e reprodução e replicação genéticas, «eles» fizeram de nós...?! E não sendo, por que razão nos tentaram enganar???

Quem o nega ou renega, após tamanhas considerações científicas que nos arremessam outras origens, outras espectacularidades que até servem, cirúrgica e molecularmente para reabilitar vidas, para regenerar células (ou metodicamente identificá-las) no que que há muito se julgava perdido ou talvez esquecido de outras épocas, outros conhecimentos havidos...?!

Quem o pode desdizer, ante semelhante coincidência ou mais exactamente incidência sobre a visibilidade actual desta outra interrogação, desta outra inquirição de, não sermos (ou não sabermos ser) todos, a geração vindoura do que «eles» nos concederam em imagem e semelhança? Será heresia pensar-se tal ou apenas a divagação científica do muito que ainda há por descobrir sobre nós próprios???

Deixando ao vosso critério, houve alguém, um dia, que assim escreveu sobre nós, Lusitanos ou Portugueses, tanto faz. E se o entenderem, descubram quais as diferenças ou coincidências acometidas, perversas anuências ou tangíveis ingerências sobre o que é, foi e será, sempre, estou em crer, ser-se Português (presumivelmente do Homo sapiens Neanderthalensis ao Homo sapiens sapiens, ou a algo mais que nos escapa...):

«O Lusitano actual é dolicocéfalo (caixa craniana oval, sendo o maior diâmetro longitudinal, uma quarta parte mais extenso, que o diâmetro transversal) ortocéfalo ou apresentando ortocefalia (quase camecéfalo, em camadas) metriocéfalo (quase acrocéfalo, crânio saliente, terminado em ponta), levemente eurimetópico de buraco occipital mesossema ou grande orifício ovalar que atravessa a arte inferior e mediana do occipital (quase megassema), leptoprósopo (que possui estrutura facial estreita), cameconso ou mesoconso, leptorrínico, fenozígico (quase criptozígico), mesostafilino (quase leptostafilino), ortognata e megalocéfalo.»

Outra final conclusão para todas as vertentes e sinónimos apresentados que nos definem - a nós, portugueses - como distintivos seres ancestrais de crânios alongados e, em etimologia pronunciados e quiçá originados, seres de grandes crânios (na palavra etimologicamente híbrida de, dolicocéfalo/leptoprósopo ou dolicoprósopo), numa especificidade craniana só comparável aos extraterrestres.

Ou seja, que mais haverá por dizer - ou perspectivar - do que nos assemelha a alienígenas (de crânios alongados e distintas faces) ou de estrutura facial estreita (leptoprósopo) em faces mais regulares e até bem definidas na óptica dos cientistas, que tudo pesquisam e até teorizam sem sequer passarem certas linhas vermelhas que lhes não são arremessadas, mas, antes vedadas, no conceito mundial da genética imposta ao ser humano; ao ser terrestre.

E da Terra (ou na Terra) nós somos únicos; tal como os nossos genes; e por eles vivificamos o que outros seres carecem e merecem por certo em se fazerem vencer ou simplesmente viver, pois que o que do Céu veio, na Terra se premeia, mesmo que estejamos enganados ou viciosamente entusiasmados por sermos, afinal, um pouco especiais... nós, os «vulgares» portugueses...

terça-feira, 21 de novembro de 2017

"Em Memória de Mu"

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Galáxia NGC 4501 (galáxia espiral do tipo Sc, a 60 milhões de anos-luz de distância da Terra e de magnitude 9.6, sendo membro do enxame galáctico de Virgem) na constelação de Cabeleira de Berenice (créditos: Jim Quinn/Adam Block/NOAO/AURA/NSF): a longa epopeia galáctica de onde nós, seres humanos, viemos. Das estrelas para a Terra; da Cabeleira de Berenice para Mu (de Shalmali I para Shalmali II). Ou, do mais enigmático e distante pulsar cósmico que no planeta Terra se inaugurou sobre uma terra de ninguém, que, repartida mas não esquecida, se chamaria Mu, em vibrante colónia de Atlântida...

                                                     "A Memória é o escriba da Alma!"
                                                                     (Aristóteles)

A Memória é tudo o que nos resta. Dos céus à terra, ou do limiar dessa inexorável fresta do que em mnemónica perpetuamos do que um dia nos fez ser corpo e espírito, físico e psíquico, adaptação e funcionalidade, objectivo e sustentabilidade, na continuação da génese dessa espécie de estrato biológico e antropomórfico que nos vê ser gente, ser algo ou alguém através dos tempos.

Os limites geofísicos intransponíveis ou apenas invisíveis pelo que a nossa racionalização capta, acaba por nos confinar a uma exígua porta de um minúsculo cubículo sem janela que tudo veta e não trespassa ou, visualize enfim, o que para lá dos nossos olhos se observa noutras dimensões, noutras vibrações ou considerações.

A Terra de Mu é a prova disso mesmo. A existência de continentes desaparecidos baseia-se por certo em tradições e documentos (por vezes contestáveis) mas alegóricos e fundamentais nos muitos dados científicos extremamente válidos que os consideram não lugares míticos de contos ou lendas mas, na veracidade histórica e geográfica que, tendo existindo, poucos lembram.

E lembrando, saberão que existiu - em épocas recuadas - um único Continente Terrestre, ainda que por vezes subdividido ou fragmentado em colónias suas, que se teria cindido em consequência de grandes convulsões geológicas (esta a tese defendida há muito pelo geofísico alemão Wegener).

E essas convulsões geológicas, de erosão, destruição ou mesmo transformação ao longo dos milénios - e das consequentes aferições diluvianas que o planeta Terra sofreu - fez com que se estudasse mais em pormenor o afastamento das massas emersas sobre as camadas móveis do interior do planeta, assim como as Translações Continentais, que se efectivaram sobre este.

Mesmo na Geologia Marinha os dados são esclarecedores destes fenómenos: o fundo do mar ter-se-à expandido durante milénios, separando a massa emersa em continentes distintos.

Daí que se reverbere que, Mu, tal como Lemúria ou Atlântida tenham sofrido não só a consequência dessa modificação geofísica como, o afundamento por dilúvio acometido sobre a Terra.

E, nada disto sendo novidade, sê-lo-à, talvez, sobre os resquícios do que sobre Mu se investiga e mesmo assevera, sobre este «continente perdido» continuar a existir no mais extremo Ocidente Atlântico por terras hoje de nacionalidade e identidade portuguesas.

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Do Céu para a Terra; da constelação de Cabeleira de Berenice para Atlântida e suas colónias na Terra. Ter-se-ão feito sobreviver, esses mui longínquos mas avançados e inteligentes seres endógenos de Berenice, através do imenso cosmos, percorrendo estrelas, planetas que lhes fossem amistosos na disseminação da sua galáctica espécie? Por que terão vindo dessas suas galáxias, desses seus planetas distantes e possivelmente disformes de tudo o que hoje concebemos em continuação dos povos na Terra....? Seremos a sua descendência???

A Terra de Mu: Shalmali
Shalmali - a capital de Mu no cosmos - a pátria extraterrestre dos Atlantes??? E sendo controversa esta teoria, de contornos pouco claros mas adepta de uma outra realidade que não só mera imaginação terrena, ver-nos-emos contemplar essa outra realidade em Shalmali II, na terra de Mu e sobre o planeta Terra - em memória ao nome da capital da pátria estelar Shalmali I! Há quem o defenda com unhas e dentes; ou seja, afincadamente.

E o que dizer, o que revelar sem extrapolar factos e argumentações geofísicas (no contexto histórico mas também geológico que tanto nos conta) sobre o que foram ou terão feito esses primeiros habitantes da Terra, transmitindo o seu conhecimento aos Atlantes, todos os seus estelares ensinamentos que, segundo Robert Charroux, tudo terão implantado em colonização pontual?!

E o símbolo da cruz, o do sagrado quatro (nas quatro forças primordiais, exactamente as do cosmos e as da Terra) que hipoteticamente terão servido para enaltecer em simbolismo mas efectiva execução terrestre a criação do mundo, o nosso mundo?!

Símbolo celta ou cristão, símbolo cósmico ou somente a designação das quatro frentes terrestres de: Atlântida, Lemúria, Hiperbórea e terra de Mu, que mais poderá ser senão a verosímil amostragem de um outro conhecimento em estabelecimento na Terra???

Mu: o berço da raça/espécie dos homens brancos. Segundo o professor francês Rameau de Saint-Sauveur, os Muanos de raça branca vinham da constelação chamada «Cabeleira de Berenice», no que terão sido os primeiros habitantes civilizados da Terra.

Do império cósmico ao do planeta azul foi um passo, estendendo-se este seu «império» terrestre da ilha da Páscoa às ilhas Marquesas (na teoria de Saint-Sauveur que não coadjuvou nesta qualquer referência histórica) mas que ainda assim insistiu que Mu existiu mas se afundou há cerca de 700 mil anos.

Segundo este professor, a Atlântida compunha-se de três ilhas, a Atlanta (capital), situada no meio do Atlântico Norte, emergindo então um continente na América do Sul - a terra de Ischtar, a deusa babilónica - com Tiahuanaco por capital.

Mesmo sem grande consistência geográfica ou histórica sobre esta tese, há que sublevar que, na tese dos proponentes que defendem a existência destes territórios e sua civilização congénere, se possa admitir a existência dos continentes: Atlântida, Gondwana-Lemúria, Hiperbórea e Terra de Mu.

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Porto Covo - Sines (Alentejo). Portugal, num abraço eterno ao mar, na costa atlântica de um extremo ocidental ancestral e que, por vezes esquecido no tempo, se relembra a cada passo, a cada encosta, a cada ravina por onde se passa, por onde andaram outros que somos nós...

Sobre Mu e o Céu dos Deuses:
                                                        (A memória que detenho de Mu)
«Lembro-me de correr e saltar sobre a espuma do mar e das ondas velozes, indómitas e selvagens que me percorriam o corpo salpicado de sal, solidificado de uma alegria que jamais senti. A liberdade havida por todos os poros da minha alma, voando com os pássaros, as andorinhas - igualmente livres, persistentemente felizes - que nidificavam nos ninhos e nichos das ravinas, das arribas lá do alto, sobre um cáustico mas dormente Sol que me acalmava os ânimos e, exaltante me falava em sua própria palavra, arrevesando-me: "És uma de nós". E eu acreditava.»

«Nesta minha terra, neste meu chão de Mu, eu, Atlante de origem, em etérea essência física e não física - de todos os sóis e de todas as luas - sou o sumo, o sangue, a força e e a energia que me levita o ser mas, me detém na alma, que Mu, meu porto de abrigo, minha finisterra de todas as graças, me será, após muitas vidas, o mesmo berço de um outro nome, outro ser corpóreo, mas, a idêntica alma! Jamais te esquecerei, Mu; e tu a mim. Um dia, em memória e consciência, te recordarei sobre outra vida e sobre esta mesma alma que manterei. Voltarás Mu, a ser a minha terra, aquela que em escondida memória sempre lembrarei... para sempre... e sobre esta minha imortal alma que pelos criadores do Universo jamais deixarei. Sou tua Mu! Eternamente!»

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Vila do Bispo, Algarve - Portugal: Por onde os deuses andaram, vigiando um litoral terrestre imenso, de toda uma Natureza vigente e uma amena atmosfera que lhes deu guarida e protecção na vivência planetária admitida. Sob Atlântida ou colónias desta, Mu ter-se-à erguido e assim mantido ao longo dos séculos na translação galáctica das estrelas para a Terra...

Imortalizando memórias...
Há 12000 anos ou mais que pisámos este chão, estas areias, estes sentidos de mar salgado, mar de outros mares, céu de outros céus. Fomos bem-aventurados por saber que, vivemos e morremos sob uma igual dimensão dos deuses que nos deram vida - e no-la tiraram - de há milénios para cá.

E tudo numa desonrada enxurrada de um dilúvio sem tréguas nem delongas que sufragou e matou cerca de 64 milhões de almas (mais coisa menos coisa) de habitantes de Mu, na avassaladora destruição e afogamento de todas as suas gentes, de todas as suas edificações.

E por esse cataclismo, esse global dilúvio orquestrado pelos deuses, esses mesmos que nos criaram ou incentivaram a continuar, persistimos nós hoje, seres humanos, a conquistar (ou a reconquistar) o que nos foi tirado há milénios. O mar retirou-se e a verdade mostrou-se. Mais a Ocidente que a Oriente; mais a Norte dos hemisférios que a Sul, que importa? Mais para lá do que a memória nos guarda e nos dá cabimento de termos sido seus, um dia, sobre a Terra de Mu...

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Cabo da Pedra da Mua ou de Mu, no cabo Espichel, em Sesimbra, Portugal: Há 65 milhões de anos que por aqui bisaram os Dinossauros (de Sesimbra à Lourinhã...) e, por onde se avistam, ainda, não as suas hercúleas dimensões mas, a visão de outrora, sobre mundos tão esquecidos; entre eles, já mais tarde, a terra de Mu, terra dos homens que vieram das estrelas...

Mu: a Realidade Portuguesa
Segundo Manuel J. Gandra, o investigador, historiador e professor (além muitas outras coisas mais) que se tem debruçado sobre a História e a Geografia de Portugal nos parâmetros da pesquisa toponímica dos lugares em parte sagrados ou míticos portugueses (especificamente neste caso de Mu), que afere existir uma relação ou uma conexão ibérica com a mitografia de Mu.

Seguindo-lhe os passos da criteriosa investigação, observamos que Mu se baseia na mitologia Atlante, procedida de uma leitura bastante original da Toponímia Portuguesa (no quadro da sua interpretação do fenómeno das peregrinações para Ocidente). Gandra exemplifica então:

«As peregrinações para as Finisterra Ocidentais, em direcção ao mar, umas já extintas outras já adulteradas, serão, quiçá, uma reminiscência desse continente que, uma vez desaparecido, teve a sua memória perpetuada na toponímia, nas lendas piedosas e nos ritos praticados no decurso de tais deambulações. A implícita ou explícita referência a tão celebrado território, impedem que seja colocado - como alguns propõem - no estrito campo da metáfora filosófica ou poética.»

Ou seja, não se pode coibir ou mesmo anular a referência toponímica do território português como algo apenas coincidente ou sem ligação, uma vez que esta toponímia incide taxativamente como identificação geográfica desse continente perdido (quase como pilar geodésico na Terra do que adveio de Mu, no cosmos), na elaboração do levantamento de topónimos com o radical em MU, para evocar a memória deturpada dessa terra outrora afundada. Refere Manuel J. Gandra assim, no que classifica e qualifica como radical de MU:

«Muhia ou Vila Nova de Muia (Ponte da Barca); Mujães (Viana do Castelo); Muranzel (Aveiro); Serra Da Mua (Trás-os-Montes); Muar (Vinhais); Muar (Vila Nova de Gaia); Muinha (Castro Daire); Serra do Muradal (Castelo Branco); Muela (Vila Nova de Poiares); S. Pedro de Muel;Vale de Mu (Sardoal); Vale da Mua (Envendos, Mação); Muge; Serra das Mutelas (Torres Vedras); Mujedeira (Turcifal, Torres Vedras); Murcifal (Sintra); Cabo da Pedra da Mua ou de Mu (Espichel, Sesimbra); Serra do Caldeirão ou de Mu (no Algarve).

Nigel Pennick, quase sempre referindo-se às Ilhas Britânicas afirmava que relatos de carácter quase diluviano, de destruições ou perdas por invasão do mar, cheias, inundações ou maremotos - como se estivéssemos perante mini-atlântidas (ou pequenas colónias) - existiram e, existem, segundo ele, que assim terão contribuído  para a fixação e universalização do mito ou da narrativa do Dilúvio.

Todavia, as analogias que se aplicam no caso de Muge poderem ter óbvias cautelas, sejam igualmente concordantes as teses que a refiram como região primordial dos homens do Mesolítico (de modo a controlar o rio e a ribeira de Muge), ficando esta região sobrelevada face aos terrenos alagados circundantes. De interpretação Atlante, nada contra-indica que assim não o seja.

Ali encontramos uma ou várias comunidades, em habitats que se relacionavam quase que em exclusividade com as águas do estuário do Tejo - ou do mar interior que banhava aquela região entre 5000 e 4000 a. C., vencendo assim uma situação de transgressão marinha.

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Ponte Romana sobre a Ribeira de Muge, na região do Ribatejo (Salvaterra de Magos, Santarém, Portugal): A distinta e actual realidade portuguesa da Ribeira de Muge que se encontra completamente ao abandono, poluída e atulhada de resíduos orgânicos fecais (pela sucessiva descarga das suiniculturas e outras proveniências tóxicas) sem ter havido ainda a devida intervenção oficial sobre a mesma.

Há que dizer que Mu ou a interpretação radical de Mu tem como referente localizações «em altura», a altos de montes ou penhascos, segundo a fala do Antigo Europeu. O micro-toponómio «Pedra da Mua ou de Mu», no cabo Espichel, mantém essa mesma interpretação de localização.

Sabe-se hoje que, grande parte das estações costeiras se encontra debaixo de água, na transgressão marinha do avanço das águas - em tempo geológico - no Mesolítico europeu, diferido no tempo, e mais gradual no Neolítico (mas mesmo assim sensível), do que se documenta sobre relatos de perdas de terra em face ao mar. Súbito ou lento, toda a Costa Europeia Atlântica possui relatos escritos «regionais» que dão conta desta afirmação.

Se incidirmos o que hoje está ao abandono e à mais vergonhosa realidade portuguesa que choca com a realidade de outrora sobre o que os povos de então usufruíram - e sobre esta ribeira afloraram fazendo sobreviver - temos de pôr a mão na consciência e dar voz a todos os que querem modificar esta situação (aparte a seca extrema que se vive também actualmente) e pôr fim a estes dislates ecológicos matando todo um ecossistema em tempos natural.

Sendo ou não uma colónia de Atlântida em delineado território costeiro, em nada nos honraria - Mu, através dos seus afluentes, rios e ribeiras - se ver assim tão mal nomeado, protegido e conservado além os tempos...

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São Pedro de Muel (ou Moel, Leiria) - Portugal. Novamente a interpretação toponímica dos lugares e costas portuguesas. Encimada pelo farol que se distingue no horizonte em luz e em encaminhamento dos navegantes, outros povos houveram sobre outras luzes, outros alinhamentos, que na Terra se fizeram sentir através dos deuses, através do seu lato ou avançado conhecimento. Ter-se-ão perdido tal como Mu, agora, em «continente perdido»...???

Mu: Avatar de Atlântida!
Mu, como continente perdido e como avatar de Atlântida, é apenas uma «ideia», um confronto ou mesmo uma fantasia para muitos (não todos!) que nasceu em parte da especulação de Charles-Etienne Brasseur de Bourbourg, pouco depois de meados do século XIX, em torno das transcrições de diversas inscrições da Civilização Maia.

Percorrendo as Américas que conhecia razoavelmente bem, assim como as línguas e os dialectos das suas várias regiões, Brasseur de Bourbourg estudou as transcrições que o espanhol Diego de Landa havia efectuado por volta de 1560 das Inscrições Maias (O Codex de Madrid), concluindo de que estas faziam menção a um continente perdido no meio do Oceano Atlântico, ao qual chamavam Mu.

Conclusão errónea ou não (estimando-se que a decifração dos ideogramas mais se encontrava na sua infância, ou seja, ainda não haviam sido mais em pormenor estudados), outro investigador haveria de se debruçar sobre este tema (em finais do século XIX), de seu nome, Augustus Le Plongeon, que retoma a tese de Bourbourg e, relendo as inscrições maias,  acrescenta-lhe um enredo envolvendo uma princesa Moo, de Mu. Identifica, por sua vez, a Atlântida com esta terra perdida.

É ainda Mu que reaparece nos finais do século XIX - e agora com uma projecção inusitada nos escritos da vidente, teósofa e espiritualista, a Madame Blavatsky.

Os trabalhos de Blavatsky eram acompanhados por uma plêiade de «esoteristas» e teósofos, e a sua obra: «A Doutrina Secreta», publicada em inglês em 1888 e 1936 (já postumamente, uma vez que faleceu em 1891), ganhou inúmeros seguidores. Baseada em revelações espiritualistas (e no saber simbólico), confirma a existência pretérita de um continente perdido, passando a chamar-lhe Lemúria (situado no Oceano Índico, provavelmente em Madagáscar).

Outras teses se apropriam dela de uma forma assaz literal no que, já em 1926, James Churchward identifica a Lemúria com Mu, definindo-o como um grande continente  ocupando quase toda a área do Atlântico Norte, e de cuja destruição resultariam todos os traços comuns existentes entre as civilizações do Indo, da Mesopotâmia, do Egipto, e da América Central.

Mesmo não nos oferecendo qualquer credibilidade esta tese defendida por Churchward (que admitia ter havido dois continentes perdidos, mais tarde localizando-os no Oceano Pacífico), afirmando também que Mu seria uma colónia de Atlântida, temos aqui de o registar, mesmo que a posição geográfica possa não corresponder ao que citou na época.

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Praia das Furnas (Vila Nova de Milfontes, Alentejo) - Portugal. Uma entrada territorial do mar que sobre a Terra se impunha de quem vinha, provavelmente, dos céus. Uma janela para o mundo, outro mundo desconhecido para «eles» - ou talvez não. Sob todas as formas, de todas as ilhas e mares envolventes, franqueia-se um outro conhecimento, uma outra abrangência extraterrestre que nos dita os destinos, que nos confere os desígnios de sermos uma civilização; da Terra e fora dela...

De Atlântida para Mu
A Atlântida de outrora: «uma ilha, diante daquela passagem que chamais de «Colunas de Hércules», uma ilha maior que a Líbia e a Ásia reunidas, que desapareceu completamente por castigo divino», assim apregoa uma das primeiras referências sobejamente conhecida por todos, sobre: A Atlântida, segundo o Timeu de Platão.

Coloca essa destruição a cerca de 8000 anos antes da data do diálogo, o que constitui, uma contradição com o relato contido no Crítias. Contudo, a inspiração de Platão vai mais longe, na passagem em que o sábio de Sais afirma sem contemplação: «Só vos recordais de um dilúvio terrestre, quando os houve numerosos, anteriormente». E tantos houveram, efectivamente.

Desde Deucalião, o «Noé» grego, até ao manancial de tantos outros, passando pelo nosso mais original Noé - no recontado Dilúvio Universal da Bíblia - que muitos dilúvios se deram e da Terra levaram tudo, profanando até quem o desdissesse; sendo que continentes e ilhas, planícies ou montanhas se abateram ao longo dos séculos e dos milénios e, através de várias civilizações humanas, a igual ou idêntica tragédia de um genocídio global por parte de um Deus Todo-Poderoso - ou de vários outros deuses, menores, mas iguais na punição.

Do Sudoeste da Ibéria a Creta tudo é possível. Das Ilhas dos Açores a Thera (de origem minóica) destruída pela colossal explosão do seu vulcão por volta de 1450 a. C. - ou quiçá por outros ventos, outros mares, muito para lá do Mediterrâneo - tudo se poder aluir, fazendo erigir Atlântida, ainda que submersa a nossos olhos e origens... e Mu com ele, nesse outro continente perdido, agora achado para sempre...

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A Ermida da Memória («Ribat ou Morábito») no cabo Espichel (Sesimbra, Portugal): um lugar cheio de mistérios e o próprio enigma absolutamente fantástico da Natureza com que o mar a ela se abraça, e lhe conforta as memórias do que um dia já foi e deseja continuar a ser...

As Memórias são para ficar (eternas como a alma...)
No esplendor do silêncio, a ausência de certas almas por outras mais presentes, audíveis no recortado sibilar dos uivos do vento que, ensimesmadas e talvez enciumadas por toda a flora envolvente, se viram preteridas ao ver erguer imponente (ainda que insituável em termos cronológicos, ser, na configuração actual, uma obra dos finais do século XVII) a mais majestosa obra do Homem em comunhão com a Natureza: A Ermida da Memória.

E tudo esta embelezou numa característica ímpar entre o mar e as serras, o sal e o oxigénio do ar, quase rarefeito, na absoluta certeza de se não ter estado só (ainda que imaginada ou apenas sonhada) quando, um dia, nesta praia desembarcaram navegando pelos ares, esses deuses de outros mares, esses deuses de outras terras e outros céus...

Num futuro que ainda não havia, ela despontou, a ermida. Mas muito para além dela e do seu chão e do seu céu, a memória que ficou do que então se sublevou de novas gentes, novos seres que sobre Mu aqui ficaram. E dessa memória se faz a nossa História...

E se a alma é eterna a memória também. Sigmund Freud descreveu a mente como funcionando em diferentes níveis. Entre eles está aquilo a que chamámos a Mente Inconsciente, da qual não estamos conscientes, por definição, mas que armazena toda a nossa experiência e nos leva a agir de forma correcta ou incorrecta, a pensar como pensamos, para o bem ou para o mal, reagindo de uma forma ou de outra e, sentindo o que sentimos de todas as formas possíveis.

Freud percebeu ou deu-nos a entender que, só quando acedemos ao inconsciente é que podemos compreender quem somos, de onde viemos ou para onde vamos; se bem que esta última já seja bem mais complicada. Todavia, sem esse conhecimento de nós próprios, acedendo por vezes à memória do inconsciente, poderemos atingir não o Nirvana mas, a causa-efeito de muitos dos nossos males ou até, das nossas origens. Se a Alma for Imortal, então sê-lo-emos todos; ninguém escapa a isso.

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Galáxia Espiral NGC 4651 (a 35 milhões de anos-luz de distância da Terra) na direcção da constelação de Coma Berenices. Viajando no Espaço, navegando com um fim à vista, os seres interestelares sentem-nos mas nós não. Por memória e por consciência ou, na melhor das hipóteses, tacteando um sentimento abstracto, vamos imortalizando a alma, inversamente, da Terra aos céus galácticos de Berenice...

Imortalizar a Alma!
Não sabemos se é possível, se nos é dado escolher tal. Mas tentamos. Recriar um esforço perdido e uma ansiedade sem limites, no que nos vê e observa também, de longe, por planetas e por estrelas, por galáxias e por um sem fim de matéria escura que jamais alguém poderá afirmar se tem ou não vida, mesmo sabendo que tudo pulsa e impulsiona dessa mesma vida, no que não é tarefa fácil.

A Imortalidade da Alma - na memória do nosso inconsciente - faz-nos alcançar o conhecimento não só de nós próprios enquanto agente ou corpo físico, mas, por todas as vidas - físicas e espirituais, existentes e vívicas - que ao longo dos tempos fomos perpetuando e insistindo em fazer permanecer.

Seja em que planeta ou galáxia forem, a Nossa Alma  - humana ou não (ou seja, eclética e universal e não confinada a um corpo físico, antropomórfico ou não) - eclodirá numa ou mais dimensões, na busca da perfeição e do objectivo do Universo em nos assemelhar a si. Ao Uno.

Deus, ou essa força maior do Universo que nos rege, a todos cá na Terra (por enquanto), vê-nos e sente-nos como iguais. E mesmo que a memória se nos enevoe e nos tolde o juízo - ou a suposta racionalidade havida para sobre a mesma não termos ainda essa percepção do divino ou do estelar - que teremos de nos obrigar a chegar mais perto, muito mais perto, como se nos dessem a oportunidade de uma só estrela do céu podermos tocar.

Sabemos exultar (infelizmente) um défice cognitivo, neurológico e sensitivo talvez, de não explorarmos ainda e completamente os nossos hemisférios cerebrais, o nosso software neuronal que um dia alguém fez ou introduziu em nós para deles se nos acercarmos.

Temos a potencialidade de o fazer, de o requerer ou simplesmente de o fazer surgir (sugestionado ou não pela regressão hipnótica e psiquiátrica que muitos acorrem no limite das suas forças ou mesmo de certa negação experimental do que a memória lhes esconde). Tudo é passível de ser admitido desde que não conformado. Temos de saber exigir, até de nós próprios, essa condição de podermos atingir outros pontos, outras barreiras.

O que fazemos hoje, já o fizemos antes; o que hoje nos dignamos a ser, já o fomos antes; o que actualmente exibimos como seres de corpo e e alma, já o reiterámos sucessivas vezes na tridimensional eloquência quântica - tão fabulosa quanto alucinada - de podermos ser muitos «eus»; de podermos ser o que já fomos e gostaríamos de continuar a ser. E isso, sobre inclusive outros Universos... no que o mundo da astrofísica e da astronomia nos reserva em tamanho igualmente exponencial e quântico. Se Einstein fosse vivo, surpreender-nos-ia muito ainda...

Ou não (lembram-se do livre arbítrio?) - pois é, fica tudo em aberto, dir-se-à. O ciclo nunca é limitado ou quebrado; ou raramente o é. Tal como a inspiração e expiração do Cosmos, da expansão ou retracção do Universo, a vida compõe-nos as vidas de outras vidas mas uma só alma. Temos de saber e, sentir que, já fomos algo, já edificámos algo; na Terra ou fora dela.

E, certamente também, há que corrigir, ainda o não finalizámos sobre uma vivência física e espiritual que vagueia tanto por entre as luminosas estrelas do céu como, pelos buracos negros sugadores de todas as energias cósmicas em fluxo interminável de coração e mente, inteligência e acção. E em todas elas nós estamos, nós, os pequenos grãos de poeira cósmica, de partículas subatómicas que todos somos, inevitavelmente.

E se a Memória nos não lembra de tal, nos não recorda desses tão indeléveis momentos pelos quais passámos - em Mu, neste meu particular caso em que estou hoje inserida e geograficamente situada sobre terras de um Ocidente Peninsular Ibérico (e não continente perdido de Mu) - que em abono de uma maior consciência factual eu tenha de memorizar que, Mu, é também e desde sempre a minha ancestral terra que se ergueu, finalmente, de um dilúvio que não mereceu.

Em Memória de Mu, aqui deixo a minha insígnia, a minha alma, que muito em breve ascenderá a Berenice... quem sabe...? Ou a outra galáxia qualquer. Recordarei a Via Láctea...? Só a memória mo dirá; só a memória mo revelará. Até lá, saberei esperar...

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

How Far From Earth Have Earthlings Died?

Why Mars Died, and Earth Lived

Ross 128 B | Exoplanet Ross 128 B

«Terra» à Vista!

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Exoplaneta Ross 128b na constelação de Virgem (ilustração) - ESO/M. KORNMESSER: A fantástica epopeia estelar com que o Mundo da Astrofísica nos brinda em mais uma gloriosa descoberta de um planeta (fora do nosso sistema solar), situado a 11 anos-luz de distância da Terra. Muito parecido com o nosso planeta Terra, só nos cabe agora sonhar em partir, um dia, e talvez voltar num outro... ou não.

O Sonho comanda a vida...
Pois é. O Sonho comanda tudo; até o que há décadas julgáramos impossível ou mesmo inenarrável sobre o Mundo da Astronomia - e posteriormente o da Astrofísica - e o que deles conhecíamos em limitadas fronteiras galácticas, e hoje, ser-nos a mais pura realidade (ainda que em persistentes e evasivos sonhos de deslocação aeroespacial de circuito interplanetário, por enquanto...), tentando nós, civilização terrestre, chegar mais perto daquilo que outros há muito sabem, visitam ou até permanecem.

Os Sonhos não morrem e nós, Humanidade, também não; porquanto os cientistas persistam na continuação e perseguição desses mesmos sonhos sobre a Ciência dos Astros e quem neles vive, habita ou recrudesce sobre a sua genésica autorização civilizacional interestelar, que nós, todos, e como civilização milenar que somos, temos o dever de saber perpetuar.

Este Exoplaneta Ross 128b agora descoberto por uma equipa internacional - da qual faz parte o astrofísico Nuno Cardoso Santos, um investigador português do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) - que nos fala agora sobre um relatório divulgado a 15 de Novembro de 2017 pelo ESO (Observatório Europeu Austral) situado no Chile, revelando-nos um planeta que está mais próximo da Terra mas fora do nosso sistema solar, podendo conter vida em si.

Sendo muito semelhante à Terra, poderá então albergar vida, segundo a consideração dos cientistas. Este promissor planeta-vida Ross 128b orbita em redor de uma estrela na constelação de Virgem a «apenas» 11 anos-luz de distância da Terra (cada ano-luz corresponde exactamente a 9460 mil milhões de quilómetros). Ou seja, nada de grandes pressas para nos pormos já de malas aviadas sobre possíveis viagens interestelares, pelo que ainda é cedo para se festejar tal.

No entanto, o Homem sonha e o projecto avança; e nós, Humanidade, sonhando, vamos avançando também sobre o que dispomos hoje de, mesmo na distância de 11 anos-luz da nossa Terra-Mãe, podermos fazer real o que hoje é imaginário... qualquer dia... daqui a alguns séculos na melhor das hipóteses; e se nos deixarem...

Este maravilhoso Ross 128b tem uma massa semelhante à da Terra e uma amena ou temperada temperatura (características compatíveis com a possibilidade da presença de água em estado líquido, indispensável para a existência de vida tal como a conhecemos).

Recordemos que são essas as idênticas expectativas em relação ao nosso vizinho Marte, aquando estas últimas descobertas na provável existência de água líquida à superfície ou derretimento desta se estiver ainda em gelo, como se supõe. É certo que tudo é um primeiro e pequeno passo, mas um passo adiante, o que é sempre positivo de se afirmar.

Em relação ao recém-descoberto Ross 128b, e na opinião dos cientistas, será futuramente observado mais em pormenor pelo telescópio E-ELT  («European Extremely Large Telescope» do ESO, que deverá estar construído em 2025) e que permitirá assim aceder, observar e recolher mais dados sobre os exoplanetas mais próximos da Terra.

Os cientistas estão assim optimistas no aprofundar destes estudos, tal como no caso do Ross 128b ou no Próxima do Centauro (Próxima b); entre outros que entretanto se venham a descobrir...

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Exoplaneta OGLE -2005-BLG-390Lb, da NASA/ESA e G. Bacon - STScl - Telescópio Hubble (ilustração/concepção artística do exoplaneta). Planeta extra-solar gelado orbitando uma estrela fraca; cinco vezes maior do que a Terra, circunda uma anã vermelha (estrela com pequena massa e de temperatura baixa). Possível temperatura frígida à superfície que rondará, provavelmente, menos de 220 graus Celsius. Nada amistoso para a condição humana, portanto...

Continuando a desvendar o Ross 128b...
Tal como este exoplaneta na imagem acima referido (OGLE), o Ross 128b orbita em torno de uma anã vermelha pouco activa, ou seja, como é do domínio científico, terá a característica de ser uma estrela mais fraca do que o nosso Sol, sendo possuidora de uma massa pequena e uma temperatura baixa.

Já noutros casos se aferiu que nestes planetas - a haver vida - esta poderá ter outros contornos ou vertentes, devido obviamente às diferenças registadas. O nosso Sol é uma anã amarela (por enquanto); daí que as temperaturas se reflictam de outra forma sobre as espécies.
Apesar de especulativo, nada nos faz rejeitar a ideia de haver outra concepção de vida; seja neste gelado exoplaneta OGLE, seja no Ross 128b consideravelmente mais ameno ou hipotético de vida.

Algo que é corroborado pelo IA, Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço, sugerindo que Muitas Estrelas Anãs Vermelhas - incluindo a Próxima do Centauro (Próxima Centauri), a mais próxima do Sol - e que ocasionalmente reproduzem fenómenos explosivos, banhando os planetas com doses letais de raios-X e radiações ultravioletas, se revelem também como fenómenos que podem esterilizar potenciais formas de vida nesses planetas.

No caso do Exoplaneta Ross 128b, os cientistas, astrofísicos na sua maioria, aferem que a radiação com que a estrela (anã vermelha) banha o planeta é apenas 1,38 vezes superior à irradiação que chega à Terra. As estimativas para a temperatura do planeta variam entre 60 graus negativos (-60ºC) a 20 graus centígrados (positivos), o que vem dar estímulo e certo entusiasmo à hipótese de vida, uma vez que Marte, no nosso sistema solar, também atinge estas temperaturas (-70º C, à noite) a 20ºC (no Verão).

Este Exoplaneta detectado pelo espectrógrafo HARPS - instalado no telescópio ESO, no Chile - orbitando a sua estrela uma vez a cada dez dias (estando como já se referiu a 11 anos-luz de distância da Terra), está também, há que acrescentar, a uma distância a cerca de 20 vezes mais próxima do que a que separa a órbita da Terra do Sol.

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A realidade exoplanetária de Kepler, a fabulosa sonda: 1284 exoplanetas, por ora. Desde 2016 que esta realidade se assumiu sem pruridos ou receios de maior do que nos vem do exterior, do Espaço. Estamos a viver uma era dourada de verdadeira contemplação exoplanetária sem limites. 100 novos planetas são do tamanho da Terra, entre outros que serão muito iguais, na atmosfera ou na gravidade, temperaturas amenas e água líquida à superfície; ou mesmo em existência planetária de poderem abarcar vida. Já não é um sonho, mas a realidade activa de um cosmos em exultação!

Zona de Habitabilidade: o nosso terrestre sonho...
É aqui que todos reflectimos e nos insurgimos se acaso forem goradas todas as nossas expectativas, não só em relação a este exoplaneta recentemente descoberto, o Ross 128b, mas, sobre todos os que de futuro se nos implantem como possíveis vectores de habitabilidade (numa futura colonização, quem sabe?) nessa restrita mas portentosa zona que se deseja correcta e, viável, para a criação, germinação e estabelecimento de vida tal como a sentimos e conhecemos.

No caso deste exoplaneta, impõem-se ainda muitas dúvidas: uma delas é saber se, este enfatizado agora Ross 128b estará ou não - dentro ou fora - da zona de habitabilidade da sua estrela.

De acordo com Ricardo Reis - porta-voz do grupo de comunicação do IA - a zona da habitabilidade é a zona a partir da qual um planeta está à distância correcta da sua estrela (tal como nós na Terra em relação ao Sol, na zona considerada de habitabilidade), para poder ter água líquida à superfície. Explica então:

«Em estrelas anãs vermelhas como esta, a zona de habitabilidade é mais próxima, podendo o exoplaneta ter condições para albergar vida, mas há outros factores determinantes, como o facto de haver radiação ou se tem massa suficiente para ter atmosfera».

Nuno Cardoso Santos, um dos nossos mais considerados cientistas portugueses, elemento integrante do IA como astrofísico e da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, em Portugal, reverbera então: «A descoberta deste planeta ilustra a capacidade já existente para encontrar, e no futuro caracterizar em detalhe e de forma corrente, planetas que reúnam as condições necessárias para a presença de vida.

Apesar de, actualmente, se verificar estar a 11 anos-luz de distância da Terra, o sistema Ross 128b vai-se aproximando do nosso planeta Terra, esperando-se que se torne um dos nossos mais próximos vizinhos (dentro de aproximadamente 71 mil anos), ultrapassando o Próxima b (Próxima Centauri b), que orbita a estrela Próxima do Centauro (Próxima Centauri, na distância de 4,2 e a temperatura da superfície de 2670 K).

A Equipa do IA referiu então estar a trabalhar arduamente para atingir esse objectivo, tendo traçado um plano que inclui participações em missões especiais da ESA (agência espacial europeia) e em vários equipamentos do ESO (como o ELT ou o espectrógrafo ESPRESSO que entrará em funcionamento ainda este mês) e que têm por objectivo procurar e detectar planetas parecidos ou muito semelhantes à Terra, capazes de suportar vida.

Segundo a agência Lusa, esta descoberta deu origem ao artigo "A Temperate exo-Earthe around a quite M dwarf at 3.4 parsecs", publicado na revista científica:  Astronomy & Astrophysics.

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A Nossa Terra (Foto gentilmente cedida pela NASA). O nosso maravilhoso planeta Terra plagiado no Cosmos??? Poderemos sonhar com essa quimera cósmica, exoplanetária - e de facto extraordinária! - de haver um ou mais planetas similares ao nosso, em dezenas, centenas ou até milhares deles (dentro ou fora do nosso sistema solar), iguais na sustentação de vida tal como a conhecemos...? Será utópico assim pensar, desejar e não agoirar se alguma catástrofe global nos ensombrar a existência humana e terrestre...?

Acreditar é possível!
Podemos sempre acreditar, além de sonhar. Podemos sempre arregaçar mangas, ir à luta, puxar pelos neurónios e nos não quebrantarmos na ilusória verdade de ainda estarmos tão distantes destas viagens interestelares como o Sol da Lua; assim como, desses exoplanetas que entretanto os cientistas vão descobrindo sem que os possamos tocar ainda, respirar o seu ar, entrosarmo-nos nas suas atmosferas ou adaptarmo-nos às suas vicissitudes (se as houverem) em primazia humana de podermos sobreviver sob outras condições exoplanetárias, ainda que distintas da nossa Terra.

Não nos resignemos. Nem sequer nos demitamos de buscar, observar e questionar até à nossa mais ínfima condição de chatos ou mesmo ignorantes, essa procura do conhecimento; e acima de tudo, de sobrevivência, acaso o nosso belo planeta azul, planeta Terra, esteja a ficar diminuto, destruído, ou, em futuro próximo, inapto para a nossa continuação como civilização.

Temos de encontrar, realizar e continuar a sonhar que tal é possível; só assim se coalescerá na razão e na ambição - ambas altruístas e não egoístas ou irracionais - sobre a condição não devoluta de nos colocar em confronto e, contacto, com o que hoje já sabemos, ou já ascendemos.

Não temos de nos envergonhar de não podermos ir mais longe; só temos de o consciencializar que, se o Homem o quiser e o merecer, será o primeiro de muitos, de outros talvez, ainda mais primitivos do que nós na esfera cósmica que nos rege a todos, de, numa situação escatológica séria e ponderada, estarmos a par com essa outra evolução, essa outra terraformação (outras terras em nossa adaptação) e sobre esses outros planetas ou exoplanetas, que entretanto na vanguarda de novos conhecimentos (aeroespaciais de viagens interesteares) vamos escalando. Desistir é proibido!

Temos de ser fortes. Persistentes e não teimosos em reconhecer erros e emendar outros, sem que se desista dessa circunstância havida do muito que hoje já possuímos e, percorremos, no campo da aeronáutica espacial, da fantástica navegação orbital, de satélites e comunicações, de avançadas tecnologias e outras invenções que fazem do Homem um ser muito especial. Quanto às viagens, só temos de as aguardar, se for esse o nosso aeroespacial destino, o nosso interestelar signo de sermos ou podermos ser iguais a «eles», um dia...

Sejamos honestos, íntegros e inteligentes e tudo nos será ofertado como as estrelas que habitam no céu, e que do auge do seu poder ou do alto da sua luminescência nos dizem: «Bem-vindos à família, à essência, ao núcleo e ao cerne de tudo, e fiquem entre nós». E nós... finalmente compreendendo o fundamento universal do Tudo (ou do Todo que há em nós e nos Cosmos), vamos ficamos...

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Castle of the Templar Knights and Convent of Our Lord Jesus Christ in Tomar

Entre Deus e o Diabo

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Bafomet (Baphomet): Relicário, imagem de Santo ou Maomé, no conteúdo simbólico ou hipótese etimológica apresentada ao longo dos tempos na dicotomia sempre extensa, sempre eterna, da oscilação entre o que é ou pode ser Deus e o Diabo. Dos Templários até hoje...

«O caminho da sabedoria não consiste em ver coisas novas, mas em vê-las com outros olhos.»
                                                          - Marcel Proust (1871-1922) -

Que representação é Bafomet e que correspondência física atesta esta figura satânica - da Antiguidade à Idade Média, perpetuando-se mesmo sobre a actual era em que vivemos - na exagerada ou extrapolada idolatria de um deus-Demónio ou «Asmodeus» na referencial cifra que o impõe como Absoluto, aquele que ajudou Salomão na construção do Templo?!

Terá sido Pthah? Ou Sekmeth, adulados ambos pelos deuses do Antigo Egipto? Deus Pã, segundo o cultista Aleister Crowley? Cristo trifonte (trindade trifronte), Janus trifronte (deus Romano) ou até mesmo a corrupção do nome Maomé...?

Ou tudo isso, em figura andrógina, com cabeça de bode barbada, corpo andrógino (sob uma anatomia quadrúpede, habitualmente identificada com o Diabo) no que atestam as ornamentais esculturas de gárgula templária... sobre a igreja de Saint Mérry (Paris) ou a de Santa Cruz (Provins, França)  ou a da chave da abóbada do claustro de Santa Bárbara no Convento de Cristo, em Tomar, representando uma cabeça de bode...?!

Símbolo Celta, alquímico, religioso, talismã ou como Troféus de Guerra (da heráldica medieval, designadamente aparente no brasão do fundador da Ordem do Templo «Brasão de Hugues de Payens») ou troféu furtado aos Cavaleiros Teutónicos e aos Templários (na Batalha de Liegnitz, na Boémia) ou ainda nas abreviaturas ou contracção sobre as mesmas das quais emerge a Seita dos Ofitas e da Sabedoria Ofítica (Temophah) tudo se lhe concerne ou correlaciona.

Bafomet é o ícone preferencial - enigmático mas deveras peculiar - de características mágicas ou talvez incompreendidas ainda pela massa humana de então, tal como agora, no longo fio da meada ou intrincada analogia mítica, sobre uma figura tão endeusada quanto odiada ou «apenas» receada, temida por muitos, que lhe devotaram poderes e, quereres, que mais nenhum tinha.

Bafomet: Deus ou Diabo, ou nenhuma das coisas, tendo sido mal interpretado ou simples e adversamente conotado com os poderes do mal, a magnificência na Terra da qual ninguém poderia duvidar? Quem foi, quem é e quem será, certamente por muito tempo ainda este Bafomet???

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Templários: a mais gloriosa ordem - Ordem do Templo - da época medieval que foi perseguida e morta até à exaustão dos dias e, das suas abnegadas crenças, que assim a defenderam até ao último suspiro - ou evasão - para os que assim o puderam fazer. Arnaldo da Rocha, o templário português, na defesa e honra de protecção e desvelo perante os peregrinos cristãos que se deslocavam até Jerusalém (Terra Santa), terá sabido o que era a dor, a punição; e por fim a submissão a outros valores sem mais sublevação...

Exortação de São Bernardo (na Laude de Nova Militia, de 1130): «Uma nova cavalaria surgiu na terra da Encarnação. É nova em absoluto, e ainda não experimentada no mundo, onde ela pratica um duplo combate tanto contra os adversários feitos de carne e sangue, como contra o espírito do mal nos céus.»

Templários (ascensão e queda)
Para se entender ou acondicionar na História a figura carismática de Bafomet, tem de se recuar ao tempo de Hugues de Payens (primo de São Bernardo), o fundador da Ordem do Templo, em 1118 - século XII, portanto.

Payens juntamente com Godfroid de Saint-Omer e mais sete cavaleiros (entre os quais se contaria Arnauld de la Roche, que muitos historiadores arrogam tratar-se de um português: Arnaldo da Rocha), rumaram até Jerusalém, com o intuito de defender os peregrinos cristãos que se deslocavam à Terra Santa (no quadro do estabelecimento do reino latino de Jerusalém).

O Centro do Mundo: estabelecidos na Casa de Deus, onde fixaram a sua sede no lugar onde se erguera o Templo de Salomão (e onde se erguia agora, a Mesquita de Al-Aqsa, nas proximidades desta) os Templários receberam daí o seu nome - Cavaleiros do Templo.

A 13 de Janeiro de 1128 reúne-se o Concílio Troyes com o apoio e presença papais ou do legado papal de Mateus d`Albano e do próprio abade de Cîteaux - Étinenne de Harding.

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A Comemoração alegórica e festiva em honra e mérito dos Templários (Tomar, Portugal). Ontem e hoje, a idêntica realidade de quem sabe e quer defender o nome de Deus, mesmo que por vias de festejos e romarias, dentro e fora de portas, de uma terra abençoada que se chama Tomar e foi berço e História de Portugal, sobre tesouros e valores (muitos!) que aqui se guardaram.

Iniciação e prática
Os votos feitos pelos iniciantes ou já praticantes vigentes dos Templários são de uma severidade a toda a prova: voto de castidade e de pobreza; ou seja, eram totalmente desprovidos dos seus bens anteriores em favor da causa.

Do celibato à frugalidade alimentar ou mesmo ao despojamento com qualquer outra investidura, os Templários regiam-se por códigos muito austeros; assim obrigava a Ordem - a do Templo. Estima-se que a de Cristo (a Ordem de Cristo fundada por Dom Dinis) tenha sido mais complacente e menos obrigacionista ou rigorosa).

Estes monges-cavaleiros, monges-guerreiros, geralmente de origem nobre, votavam a sua riqueza à Ordem. Da restante milícia faziam parte sargentos e escudeiros recrutados entre a Burguesia e o Povo, sendo a função religiosa assegurada por clérigos.

Em 1139 é dada por completa a versão francesa da regra, os chamados «retrais», através da bula de Inocêncio II: «Omne datum optimum». A expansão da Ordem é rápida; assim como da sua crescente influência e ostentação de bens.

Com a queda de São João de Acre, em 1291 (século XIII), e a consequente queda do reino de Jerusalém, que é abandonado depois, a acção dos Templários centra-se mais ainda na administração das rendas das suas inúmeras possessões, gerando a cobiça e a conspiração por parte de Filipe, o Belo, monarca francês.

Em Portugal, os historiadores aferem de que os Templários combatessem já por volta de 1125, no denominado território «Condado Portucalense», ainda antes da consagração de honras e brio do seu Primeiro Rei Dom Afonso Henriques (1139). Considera-se possível uma primeira doação de terras à Ordem dos Templários por Dona Teresa (Tereja); ou seja, a mãe de Dom Afonso I.

As doações e fundações portuguesas: a partir desta doação de Dona Teresa e posteriormente de Dom Afonso I (que atestam as boas relações com os Templários e mesmo a sua desejada continuação), reflecte-se no que sucede já em 1145, na doação que Dom Fernão Mendes lhes faz concedendo o Castelo de Longroiva, na provável compensação por estes monges-guerreiros terem prestado auxílio na preciosa conquista de Santarém (1147).

O Português Gualdim Paes - o grão-mestre que sucederia a Hugo Martónio, que dirigia a ordem no começo das operações militares - realiza assim um rápido desenvolvimento «nacional» da vocação templária com inexcedícel cumprimento. Segue-se então a Fundação das «casas» e igrejas da Ega e Redinha e os castelos de Pombal, Tomar e Almourol.

A Bula de Urbano III «Cum pro Defensione», datada de 2 de Maio de 1187, confirma as doações efectuadas pelos governantes condais ou reais.

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Estátua em Guimarães (Portugal) do Primeiro Rei de Portugal: o Rei Dom Afonso Henriques ou Afonso I, o Conquistador (1109 - 1185), filho de Dona Teresa (filha do rei Afonso VI de Leão e Castela) e de Dom Henrique, conde de Borgonha. Governando de 1128 até à sua morte, em 1185 (sem comemorações ou relatos de jamais se ter reformado das lides do seu exército portucalense), Dom Afonso sucumbiria à velhice, naturalmente.

O seu reinado começou em 1139 (contraindo matrimónio depois com Dona Mafalda que lhe deu um herdeiro e sucessor, Dom Sancho I) terminando em grandeza e prosperidade, além a sequencial longevidade que lhe é reconhecida; e não fosse ter partido a perna ali para os lados de Badajoz (Espanha) e ainda por cá o tínhamos hoje... mais que não fosse, em represália ou demanda futurista de não estarmos a cumprir o que nos é devido como reino seu, hoje, República Portuguesa...

Afonso Henriques: um templário português...?
Raimundo Bernardo foi o primeiro agente da Ordem em Portugal, pelo menos de forma ou admissão imediatamente consistente, recebendo de Dona Teresa (mãe do primeiro rei de Portugal, e que para a História de Portugal ficou o desaguisado entre mãe e filho numa partilha desgraçada) a povoação de Fonte Arcada, no Minho (norte de Portugal).

Definitivamente documentada encontra-se também a doação das terras de Soure por Dona Teresa, em 1128, e várias dotações de Dom Afonso Henriques em 1143 e em 1159. Daí a pertinente questão que todos alegam: Terá Dom Afonso Henriques sido, de facto, um «irmão» templário? Ou, sabiamente, um «irmão laico», sabendo-se da aliança entre Dom Afonso I e os Sufis (algo que sugere um paralelismo com o que aconteceu na Terra Santa, quando se menciona a Seita dos «Assassins» como provável inspiração para a criação da milícia templária)?!

Para um Sufi, as fronteiras entre as diversas formas de vivência do sagrado são ilusórias e resultam da prática meramente esotérica das religiões, daí que não tenha sido uma solução de emergência mas dentro dos desígnios bem definidos entre Dom Afonso Henriques e Ibn Qasi - segundo a citação histórica de Adalberto Alves - num determinado grau de cumplicidade iniciática que a Ordem possuía com o Sufismo, ao criar na Terra Santa uma trama de relações com o Mundo Islâmico.

Algo que, suscitando-nos a surpresa mas não a retaliação, observamos com prazer estes maneirismos entre dois iguais à época - Dom Afonso Henriques e Ibn Qasi - numa aliança selada com a oferta, por aquele, de algo à priori singelo, se considerarmos que provinha de um soberano e se destinava a outro soberano: Um Cavalo, um Escudo e uma Lança (...).

Ou seja, estamos perante (segundo ainda Adalberto Alves) a escolha dos três símbolos maiores da Cavalaria Espiritual, quer cristã, quer islâmica, deixando entrever que se está na presença de um pacto que, embora de incidência política, assentava em bases notoriamente iniciáticas.

Concluindo: Dom Afonso Henriques foi então um exímio estratega ou, o que à luz destes novos tempos, tempos modernos, se poderá afirmar de um assumido exo-político na determinação e afinco geo-estratégicos com que se  afirmou também e, para o sul peninsular, ou mesmo para Oriente...

Estar de bem com Deus e com o Diabo talvez tenha sido a primordial sigla de Afonso Henriques (extrapolando ou mais exactamente aqui divagando um pouco do que foi ou terá sido essa sua aliança esquisita com os sufis árabes), na aliança com um do seus mestres na pessoa de Ibn Qasi, e uma privilegiada relação entre os freires templários franceses - que se terão refugiado por aqui - e os do Islão; ou seja, um pacto secreto entre possivelmente Templários e Muridinos.

E foi aqui que tudo começou - de fanático e de maldito (supostamente) - entre clérigos cristãos e «fugaha» muçulmanos. Até hoje, infelizmente...

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Caverna de Shropshire (Reino Unido), Caverna dos Templários: a mais secreta e resguardada sala medieval cavada na rocha, cavada na alma, de quem, em nome de Deus, se viu obrigado a calar e a consigo levar para a cova todos os segredos do mundo, de há 700 anos para cá...

A Acusação; a difamação e o ódio...
O Processo contra os Templários foi imediato, ou quase. Mesmo sem serem os detentores dessa tão requisitada riqueza havida (mas sim a casa real francesa que desde os tempos do rei Filipe Augusto acumulava bens, ou um vasto tesouro real francês à custa dos Templários, que aí depositavam todos esses bens), estes monges-guerreiros tornaram-se figuras a abater.

A sua impopularidade foi acrescida pela agravada cobrança de impostos e uma má conjuntura financeira, à qual, Filipe - o Belo - se tornara ávido e  promotor na continuação de incessantes guerras na Flandres. Daí ao colapso da Ordem foi um passo - um pequeno passo para motivar uma perseguição desenfreada contra os Templários.

No dia 13 de Outubro de 1307 (que impera e se fundamenta sobre este episódio ter sido a uma sexta-feira 13, o que origina a especulação mitológica ou supersticiosa do fatídico dia 13 ainda hoje como data de azar), em que grande parte dos Templários foram mandados prender nas suas comendadorias por ordem real e por milícias reais.

Acusados na praça pública de comportamentos impróprios, cometendo vis actos tais como a prática de Sodomia, a Adoração de Ídolos (onde entra o tal Bafomet), assim como o uso de rituais obscenos e anti-cristãos (entre diversos crimes «de religião»), os Templários viram-se sós e injustiçados sem algo ou alguém que lhes valesse. As denúncias essas, em catadupa, dando conta de práticas heréticas ou desviantes, baseadas em depoimentos difusos e denúncias diversas, registava-se assim:

«Os que são recebidos (na Ordem) pedem primeiro o pão e a água da Ordem (...) o mestre que os recebe conduz-los secretamente para trás do altar ou à sacristia ou algures, e mostra-lhe a cruz e a figura de Nosso Senhor Jesus Cristo e fá-lo renegar três vezes o profeta, ou seja, Nosso Senhor Jesus Cristo, onde está a figura, e por três vezes cuspira na cruz; depois despoja-o das vestes e o que o recebe beija-lhe no extremo da espinha, abaixo da cintura, depois no umbigo, depois na boca e lhe diz que, se um irmão da ordem vier deitar-se com ele carnalmente, que terá que suportar, porque o deve e que deve sofrer, conforme ao estatuto da ordem e que, para isso, vários de entre eles, pela forma de sodomia, deitam-se um com o outro carnalmente e cingidos cada um por debaixo da camisa de um cordão, que o irmão deve sempre levar consigo enquanto viver; e ouviu-se dizer que estes cordões foram enlaçados e postos em redor do pescoço de um ídolo que tem a forma de uma cabeça de homem com uma grande barba, e que esta cabeça, beijam-na e adoram-na nos seus capítulos provinciais; mas isto, todos os irmãos não se lavam à excepção do grão-mestre e dos anciãos... Além do mais, os padres da ordem não consagram o corpo de Nosso Senhor; e sobre isso se fará inquérito especial tocante aos padres da ordem...»      (Acusações aduzidas a 14 de Outubro de 1307)

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Templários: a entrega, a devoção e posteriormente a eliminação da Ordem dos Templários; algo que o canal História reproduziu enfática e magistralmente, para que, na histórica verdade hoje contada, se não esqueça jamais quem, em bravura, consignação e reiteração plenas de mistério e rendição, emoldurou uma das mais enigmáticas ordens que actualmente ainda se fazem sentir...

«Le Grand Finale»...
Entre 19 de Outubro e 24 de Novembro ocorrem então os interrogatórios aos Templários aprisionados, sob impiedosa tortura. O Papa de então - Clemente V (ou Bertrand de Got, anteriormente bispo de Bordéus) - que havia sido colocado no trono através de insidiosas manobras de Filipe, o Belo, e que passara a residir em França para escapar à corte papal romana (assim como aos requintes palacianos das habituais conspirações), vai servir os propósitos do monarca emitindo a bula «Pastoralis preeminentie», de 22 de Novembro, ordenando a prisão de todos os Templários, recuando sucessivamente nas suas demandas perante o rei.

Resumindo sobre as acusações:
a) A negação de Cristo; b) A negação da Cruz; c) As práticas forçadas e consentidas de Homossexualidade; d) A adoração de um Ídolo (o famoso Bafomet).

O processo Inquisitorial ordenado pelo Papa Clemente V (já contaminado pelos interrogatórios da Inquirição Real) tem início em Paris, no Mosteiro de Santa Genoveva, a 8 de Agosto de 1309, perante uma comissão pontifical, estabelecendo-se o questionário a apresentar aos Templários no documento «Processus contra Personas Temploriorum», por vezes com a presença dos delegados do rei, encerrando-se a instrução do processo em 5 de Junho de 1311.

A 2 de Maio de 1312, apesar dos protestos de defesa de mais de 500 freires templários, a Ordem é extinta. Os altos dignitários da Ordem são então postos à disposição de três cardeais da «entourage» de Filipe, o Belo.

A condenação é executada no dia 18 de Março de 1314, frente à Catedral de Notre Dame de Paris. É lida a acusação, e os dignitários da Ordem ali presentes (Jacques de Molay, o grão-mestre, Hugues de Payraud, visitador da Ordem, Geoffroy de Charnay e Geoffroy de Gonneville protestam, por fim, a sua inocência e a da Ordem, sendo imediatamente condenados à fogueira como «relapsos».

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Convento da Ordem de Cristo, em Tomar, Portugal. Muitos são os recantos, as portas secretas, os túneis entre-caminhos subterrâneos, os corredores escuros, fechados do conhecimento ou do que aqui jaz em pertença de reis e sábios, Templários e outros que tantos já são, por frestas e giestas, umas dentro outras fora, e tudo se desconhece pois que o mistério é farto e tudo encerra...

O Processo em Portugal
Tem- se falado muito em Esoterismo Templário em Portugal. Efectivamente houve-o e ainda há ou persiste no nosso imaginário tal. Nada é inconsequente ou retirado desse contexto, uma vez que sempre fomos, nós, os lusitanos, um pouco libertários e «fora da caixa» como hoje se diz. Para o bem e para o mal, fomos sempre irreverentes e pouco dados a seguimentos de maiores subserviências que nos não fossem abonatórios; algumas vezes...

Sabe-se que, em Portugal, não foram concretizadas quaisquer acusações contra os Templários. Vamos por partes: Nesse processo de perseguição em distensão territorial europeia evocada em missiva papal, mais concretamente por terras portuguesas - que delegou em Dom Dinis, rei português de então a iniciativa de em seu reino esta se fazer cumprir através da bula pontifical «Regnum in Coelis» de Clemente V (datada de 12 de Agosto de 1308) - no que esta seguiria o seu curso.

Mas assim não foi, visto ter ficado omissa ou minorada nos seus intentos. Ou seja, não demonstrando particular urgência no estabelecimento do processo português, Dom Dinis não lhe deu o devido valor, ou aquele que Clemente V desejaria... Todavia, novamente se questiona:

Terá havido a santificada influência (perguntamos nós) da nossa mais beata rainha portuguesa - a Rainha Santa, sua esposa, por conseguinte a Rainha Santa Isabel...? Sobejamente conhecida como Rainha Santa devido à «santidade» ou bondade dos seus actos cristãos, por que não apelar à sua abençoada tolerância (de seu esposo, o rei Dom Dinis) para com os Templários?! Possivelmente o foi, ainda que a História o não documente...

Imbuído de uma coerência nata ou talvez relevância mais sublime para com os Templários, Dom Dinis não segue à risca a demanda persecutória, ainda que estabeleça um tribunal formado pelo bispo Dom João de Lisboa, e por um doutor de leis, João das Leis, que emitem uma sentença a 27 de Novembro de 1309 (que se estende até 1310) decidindo do regresso à Coroa Portuguesa das possessões templárias. Contudo, nada disto se impõe. A aplicação desta lei e, sobre estas possessões, tudo fica suspenso.
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Castelo de Castro Marim, no Algarve, Portugal. De Castro Marim para Tomar: Que segredos, que cofres lacrados, que missivas e que confissões terão estes muros, estas robustas pedras, em farta e imponente fortaleza de todos os nomes, de todos os mistérios ou sequências - e deslumbramentos! - sobre o que os Templários souberam e guardaram para si... Que nos escondem eles? Que conferem em si???

A Sabedoria Real
Dom Dinis e Dom Fernando IV de Castela acordaram de imediato que, os bens do Templo, em caso de extinção da Ordem, ficavam «reservados» - medida à qual aderia, em 1311, o rei de Aragão. Por conclusão: Clemente V foi desautorizado sem o saber, ou sabendo, teve de se remeter à sua própria vigência, não contando com o cumprimento sancionatório ibérico.

Logo depois da Extinção da Ordem,  o rei português - Dom Dinis - funda a Ordem de Cristo (continuadora da primeira); iniciativa à qual, o então papa João XXII, deu o aval através da bula «Ad ea exquibus» de 14 de Março de 1319, já no século XIV.

Deste modo, todos os Cavaleiros e Bens da primitiva ordem foram transferidos para a recém-criada «Ordem de Cristo», que assenta a sua sede no Castelo de Castro Marim, no Algarve; pouco depois a sede é transferida para o Castelo de Tomar, retornando ao ponto de partida.

Com a transferência de bens para a Ordem de Cristo (em Aragão, para a Ordem de Montesa), os Templários vêem assim garantida em Portugal e Espanha (na península ibérica, portanto) a continuidade da sua actividade.

Registe-se que, em bom rigor, nada diferenciava a «Nova» Ordem de Cristo da Ordem do Templo, nem mesmo o seu nome: «Ordem da Cavalaria de Nosso Senhor Jesus Cristo, que equivale ao nome original da Ordem do Templo «Comilitionum Christi». (Cavaleiros de Cristo), conforme reza o prólogo à regra templária, redigido no Concílio de Troyes.

Do Rei Conquistador (Afonso Henriques ou Afonso I, de Portugal) até Dom Dinis, os Templários foram sempre considerados «suspeitos de mácula muçulmana e de usarem uma estranha palavra e símbolo - Bafomé», segundo rezam as crónicas.

Sabe-se entretanto que terá sido essa osmose, ou simbiose, talvez o principal pretexto usado contra a Ordem (recuperada depois por Dom Dinis, após a sua destruição), na fulcral razão de extinção da Ordem, defendida pelos oponentes.

Ser-se seguidor, adorador ou mesmo venerador de um deus menor que nem deus seria, segundo a sua concepção, a dos que se lhes opunham, mas um demónio percursor de todas as falsas concepções de: Iniciação sexual, Amor herético e outras considerações desviantes em todo esse processo, eram mais do que suficientes para se acabar de vez com a Ordem. E assim veio a lume, taxativamente falando, Bafomet...

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O tão terrível e temível, Bafomet (Baphomet) na figura arcaica de um só Demónio. E que tantos o viram ou terão dito que viram e se equivocaram e depois lastimaram por tê-lo feito, indo parar à fogueira, indo parar à morte...

«Um ídolo que tem a forma de um homem com uma grande barba», terá sido esta a rigorosa ou explícita instrução do inquiridor Guilherme de Paris para perguntarem, vasculharem - e chegar finalmente à «fonte» - daquele que era adorado como Deus, como Salvador. E não o sendo, havia de conferir à Ordem do Templo (inadvertidamente, segundo Guilherme de Paris), todas as riquezas, todas as germinações sobrenaturais, mágicas e ilusórias - pelas quais, afirmou, os Templários seguiam. E haveriam de pagar por isso (admitiu!)

Rituais de adoração: "Deus adjura me". Ou, "Y allah", em que os deponentes perante as relíquias ou ídolo venerado se remetem em adoração como «O Maomé».

Bafomet: Deus ou Diabo???
Na literatura sobre os Templários aparece geralmente mencionado um objecto enigmático que teria características peculiares, designadamente mágicas, e que teria sido venerado pelos Monges-guerreiros, Monges-cavaleiros ou simplesmente todos os que se outorgavam como Templários, tendo sido esta uma das mais graves acusações sobre eles, no tal terrível processo instado e instigado por Filipe, o Belo.

Do alto do seu absoluto poder incentivado pelo rei de França, Guilherme de Paris não pára na demanda de dar prisão e torturas a todos os que sobre estes depoimentos lhe aferem a causa pretendida, na busca e na total consolidação para as quais foi mandatado, cruel mas eficazmente. Rezam assim os depoimentos:

«É uma cabeça (que seria seria de madeira prateada ou revestida a ouro), com uma barba... (Nos capítulos da Ordem, em Paris) (...). Adoram-na, beijam-na e chamam-lhe o seu Salvador (...) Não sei onde a guardam. Penso que é o Grão-Mestre, ou quem preside ao capítulo, que a detém». (Régnier Larchant). Outro depoimento de Déodat Jaffet acrescenta: «Deves adorar isto como adoras ao teu Salvador e ao Salvador do Templo.»

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Baphomet, a criatura medieval que transpôs tudo e todos numa realidade virtual ou quiçá extravasada em toda a linha imaginária sobre o oculto e as forças do mal. Dos Templários aos dias actuais, de seitas disseminadas e não ofuscadas por outras leis, outras prerrogativas estatais que as vetam (por vezes) existe uma face oculta, carente e mórbida, muito para além do suposto ou do utópico que deveria estar já banalizado ou, anulado, em face a um maior conhecimento...

A Deposição da Morte (nos depoimentos apresentados)
Noutro depoimento fala-se de uma cabeça «coberta por uma dalmática (...). Eis um amigo de Deus que fala com Deus quando quer (imaginem nos tempos actuais, no que, tantos se arrogam no direito, pretensão ou simples alegoria de dizerem que «falam com Deus», o que não seria de cárceres, mortes ou direitos devassados...). Mas continuemos:

«Agradeçam-lhe pelo que os conduziu a esta Ordem como o desejarem» (segundo o deponente - Jean Cassanhas - era assim que a ela se referiam, interpretando o facto como alusão ao demónio). «Vi a cabeça em sete capítulos diferentes: parece-se com a face de um certo demónio, de um Maufe; e todas as vezes que dirigia os olhos para ela, apoderava-se de mim um tal temor que só dificilmente a podia olhar (tiravam-na de um saco) (...)

«Urinámos renegando Jesus; podíamos adorar a cabeça então» (Raoul de Gisy). Mas, um dos depoimentos mais detalhados refere: «Quanto à cabeça, via-a em dois capítulos feitos pelo irmão Hugues Payraud, visitador de França. Vi dois irmãos adorá-la. Eu fingia adorá-la, também; mas nunca com o coração. Creio que é em madeira, prateada e dourada por fora (...) tem uma barba ou uma espécie de barba» (Guillaume de Herblay).

Hugues de Payraud confirmou este depoimento à época (fosse pela tortura, pela revolta havida ou por já nada ter a perder...) encimou: «Vi-a, peguei-lhe e apalpei-a em Montpellier, quando se realizou um capítulo, e adorei-a juntamente com outros irmãos presentes (...). Deixei-a ao irmão Pierre Alemandim, preceptor do Templo de Montpellier, mas não sei se as gentes do rei a terão encontrado. Essa cabeça tinha quatro pés, dois pela frente e dois por detrás.»

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Bafomet: a corrupção do nome Maomé (ou a forma corrompida de pronunciar o nome do profeta Maomé em língua d`Oc) do mesmo modo que, em português, se usou o termo «Mafamede.

Bafomet: Maomé, imagem de Santo ou Relicário?
Existem inúmeras interpretações por parte de eruditos, historiadores ou simples curiosos, quanto à natureza do objecto que os Templários descreveram. Nessa multiplicidade de conteúdos simbólicos ou hipóteses etimológicas (e em correspondência física ou elemento artístico que ateste uma plausível explicação ou identificação), temos os préstimos de Manuel Joaquim Gandra extraídos da sua exímia obra «Os Templários» in Portugal Misterioso (Lisboa, 1998) que nos sugere então:

(Agnus Dei): Figura alegórica do redentor; Baal-Phomet: Deus Fenício Baal; Bafomithr: conjugação cabalística, segundo Aleister Crowley; Bahoumed, hieróglifo árabe; Bahoumid el Kharuf: expressão hermética («o segredo da natureza»/«totalidade dos mundos»); Baphé-Meteos: contracção das palavras gregas «Baphos = Baptismo e Meteos = iniciação (equivale ao «baptismo pelo fogo»); Bapho: porto de Chipre, onde terá existido um templo dedicado a Astarte.

Bap-Homet: conjugação das primeiras letras da palavra baptista com as últimas letras da palavra «Mahomet; Baphomêtidos: conjugação das palavras Baphé e Méteos, ou seja, Baptismo e Sabedoria; Bios-Phos-Métis: conjugação das palavras gregas Bios = Vida, Phos = Luz = Prudência; Brasão de Hugues de Payens: brasão que reproduziria o timbre das armas do fundador da Ordem do Templo, que apresentava três cabeças de negro; Cabeça de São João Baptista: representação da cabeça deste santo que foi decapitado, utilizada como talismã, no cimo de uma vara.

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A Estátua de Baphomet ou estátua da polémica, que um templo satânico quis inaugurar e, fixar, em plena cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, e depois no Capitólio do Estado do Oklahoma, não sendo permitido tal. Exibe-se hoje, ao que consta e desde 2015, entre as cercanias de um edifício industrial e as margens do Rio Detroit, numa cerimónia inaugural que foi privada por razões óbvias. Em pleno século XXI de todos ou quase todos os conhecimentos e abertura em geral para esse conhecimento, ainda há quem venere ou idolatre esta personagem...

«In Figuram Baphometis»
Esta imagem associada ou não a Maomé, que segundo Gaucerand de Monpézaf e em língua d`Oc (que era a sua) poder se tratar, uma vez mais (e como repetiriam outros freires), de Maomé aos infiéis muçulmanos, cúmulo da heresia, como é óbvio. Tem de se acrescentar que, «bafomarias», eram o que se designava no sul de França, as Mesquitas Árabes.

Quanto aos Relicários, existem para todos os gostos: desde a cabeça de santa mártir (o caso de Santa Iria de Tomar, por exemplo, dando conta da devoção templária pelos santos mártires decapitados, entre os quais, Santa Catarina, Santa Quitéria ou São João Baptista. Temos a Cifra (referindo-se ao Templo de Salomão), o Cristo de iconografia não-canónica mas também o Cristo trifonte/Trindade trifronte. Mas há mais:

Os Deuses Pthah e Sekmeth (deuses egípcios); Deus Pã (segundo o cultista Aleister Crowley); A escultura da cabeça de Jesus (segundo o evangelho apócrifo); Esfínge Egípcia: que simboliza o mistério, numa escultura conhecida por «esfinge», encastrada no muro da torre, com a figuração de um leão; Hieróglifo Gnóstico (objectos com inscrições mágicas ou talismânicas); Homem silvestre (exposto na cornija do tambor central da Charola do Convento de Cristo em Tomar).

Ídolo Andrógino a tal figura andrógina, com cabeça de bode barbada e quadrúpede (que segundo Eliphas Levi se identifica com o Diabo) e sobre um pentagrama com a ponta para baixo, ou ainda, «O Diabo» do Tarot (lâmina XV) - em que uma chave da abóbada do claustro de Santa Bárbara no Convento de Cristo, em Tomar, é representada com uma cabeça de bode.

Imagem Bafomética, expressão que deriva da palavra bafomete e que em língua d`Oc designa tão-só, Maomé, ou seja, os infiéis muçulmanos (do vocabulário da língua d`Oc: bafomaria ou «bafomerie» e que traduzem a designação de Mesquita, na correspondência física; Janus trifronte (a cabeça do deus-bifronte romano Janus, venerado nos solstícios do Inverno e do Verão (que se exibe também na pedra de fecho, situada sobre a escadaria que conduz à adega do Convento de Cristo, em Tomar); e por fim, Mahomet, da corrupção do nome: Maomé.

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Dos Símbolos Celtas à consagração - e explicação - da Máscara de folhagem ou «Green-Man», símbolo do Tempo e da Força da Natureza, da vegetação e da fertilidade (símbolo do Inverno) até ao troféu; de guerra ou de brasão; de vitória ou de furto, no que Manuel Joaquim Grandra nos reportou gloriosamente sobre os Templários (ou templarismo) além os conteúdos simbólicos (ou hipóteses etimológicas) na mais assertiva ou correcta correspondência física nos muitos exemplos arquitectónicos espalhados pelo mundo.

Baphomet: a verdade ou mentira da sua existência?
Tenha ou não existido fisicamente este ídolo, venerado ou não pelos Templários (uma vez que os depoimentos e confissões só tiveram lugar devido às intensas e horríveis torturas medievais sobre eles pungidas), que se pensou ter-se tratado inclusive de um santo «gigante» (como por exemplo, São Cristóvão) ou de um santo cinocéfalo (um santo que é representado com cabeça de cão, daí a estranheza dos testemunhos oculares) ou simples relicários de bustos decapitados ou outros ornamentados a prata e a ouro em simbologia cristã.

Da Máscara de folhagem verde ou Green-man, tudo se infere em hipótese etimológica; Outah-Phoumet («boca do Pai»); Refutação da Cruz e do Crucifixo (na adopção pelos Templários da doutrina «docetista», que negava a condição divina de Jesus e o significado religioso da crucificação  na eventual influência cátara); Relicário: a cabeça; Representação iconográfica do Diabo: a Cifra, referindo-se ao Templo de Salomão; Santo Sudário (que alguns autores afirmam ter estado na posse dos Templários entre 1207 e 1250).

Simbolismo Celta: cabeça do deus Bran (cabeça de deus bifronte celta); Símbolo Alquímico: eventual contracção de Bapheus + mete, que em tradução dá «tinteiro da Lua»; Talismã: ídolo usado em práticas de magia negra e de bruxaria, mais tarde furtado pelos Mongóis aos Templários.

Temophab (1): Abreviatura da expressão «Templi Omnium Hominum Pacis ABbas = «Temophab» ; Temophab (2): Contracção das abreviaturas «Tem» (parcela), OPH (serpente) e AB (Pai); isto é, «parte da serpente das origens», relacionada com a Seita dos Ofitas e com a Sabedoria Ofítica (Ophiussa, o ponto geo-estratégico terrestre dessa sabedoria...?) e finalmente o Troféu: de guerra, relacionado com a « cabeça de negro» ou a «cabeça de mouro» da heráldica medieval, designadamente aparente no brasão do fundador da Ordem do Templo.

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Voltando à Estátua de Baphomet no Templo Satânico de Detroit (EUA): a estúpida e manipulada orgia de massas que leva uns a entregarem-se e outros a questionarem-se de como, onde e o porquê, de toda esta alucinação contínua em devoção e prestação ao Diabo....?! Há quem afirme que, este Templo Satânico (por voz dos seus líderes), exigiu mesmo aos seus membros que entregassem a Alma ao Diabo. Uma piada de mau gosto ou, a ultrapassada barreira de uma não-consciência ou anestesia mental e cognitiva dos seus membros...? Nem quero saber a resposta.

O Diabo anda à solta...
Em Agosto de 2015, o mundo parou. A notícia foi bombástica e não só ridícula, por que dava muito que pensar: Um Templo Satânico exibiu uma estátua em honra de Baphomet ou Bafomet numa orgia alucinada de seguidores e venerandos que se lhe consignavam de corpo e alma.

Há malucos para tudo. Tudo bem. Ou tudo mal, já que é do mal que estamos a falar. Cobrando 25 dólares a todos os participantes (depois de afastados devidamente os oponentes da coisa), os «eminentes» idolatras ou egolatras, sei lá, ainda exigiu aos participantes do evento que assinassem um documento em que se comprometiam a dar a Alma, a sua alma, ao Diabo. Bem, cada um faz o que quer da sua alma, estamos num mundo razoavelmente livre e democrático (na sua maioria dos países); contudo, atreverem-se a dar algo que depois não sabem lá muito bem onde irá parar, já me parece confuso, no mínimo. Mas continuemos...

700 pessoas assinaram este documento. Incrível, não é? Mas assim aconteceu e não, não estamos no reino do faz de conta ou num outro planeta que não seja o da Terra, este mesmo em que se contempla individualmente mas em assembleia demoníaca, uma catrefada de pessoas que se está nas tintas para que a sua alma arda no Inferno, e após a sua morte física. E isto, só para poder nesta mesma vida possuir dividendos ou alegrias incomuns que de outra forma os não possuiria, segundo o seu módico e estranho intelecto de ver a coisa; de ver a sua alma ser levada pelo Diabo. Depois não se queixem...

«Este é o meu corpo, este é o meu sangue», era a sigla, o mote, e a exuberante frase de motivação ignóbil mas aqui assertiva e imponente perante uma enorme assistência de desenfreados demoniozinhos humanos que, se viram prostrados e alucinados, com tamanha «divindade» do outro lado da luz; ou seja, o tipo cornudo da escuridão.

A Estátua de Bronze representando Baphomet, uma figura humana com cabeça de bode com chifres e cascos e umas crianças aladas, um menino e uma menina (vá-se lá saber porquê), ostentam a ornamentação escultural do patrono que rege a coisa. Ah, e tem um pentagrama acima desta, destacando-se a insinuação.

Apesar de defenderem que se trata «apenas» de uma igreja que simboliza «uma reconciliação dos opostos e a vontade de abraçar e celebrar as diferenças», não sendo literalmente uma igreja mas, mais um grupo com afinidades, baseados em princípios satânicos...

Enfim, ou eu sou muito estúpida ou a coisa vai dar ao mesmo, não é....?! A argumentação é barata e fútil e os princípios pelos quais se regem, inócuos, mas perigosos! Compondo este hemisfério de loucura e desorientação «desembestadas», admitem ainda que não acreditam no mal simbólico, seja lá isso o que for...

Pelo que li, tanto a Fox News como a revista Time tentaram dourar a pílula, que é como se diz no meu país «abrilhantar a coisa»; ou seja, branquear ou mesmo acarinhar esta causa esquisita sobre o mal e, sobre um espaço físico e uma figura satânica, numa determinação pacífica e até feliz sobre «uma figura literária» (que é Lúcifer) em que a missão do Templo Satânico é incentivar a benevolência e a empatia entre os povos. Ok. Já entendi. Agora o Diabo vira Deus e tudo fica reposto. Mas quem acredita nisto???

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O Pentagrama; as crianças, e o símbolo do caduceu, que relação mórbida ou coincidentemente factual (ou fatídica!) existirá entre todos estes elos perdidos...? Que mensagem se quer transmitir ao mundo que não seja a devoção a um demónio, a uma figura demoníaca ou força do espírito maligno, inimigo da natureza humana? Com que fim? Ou com que objectivo final que não seja o de implantar o mal no mundo?! O de evocar forças que se não conhecem para depois, havendo arrependimento, já ser irreversível o processo de voltarem para onde vieram?!

E quem o contradiz....? Quem estancará esta corrente hemorrágica da parvoíce, e pior, da apatia mundial que se compadria com tanta falta de valores?! Triste é ver, abusivamente, os media acoplarem-se a esta grande mentira que, no fim, ser-nos-à a mais pungente verdade de almas descabidas, descarnadas e ofendidas...

Um Sério Aviso do padre James Martin!
Tal como diz o padre jesuíta James Martin da revista América: «Eles estão a brincar com o fogo!» no que subscrevo inteiramente. Ou como teria dito Jesus Cristo: «Perdoa-lhes Pai, que eles não sabem o que fazem». Mas fazem. E pior, divulgam-no e reproduzem-no com a maior das displicências ou, da sem-vergonhice total, perante uma sociedade em geral ainda muito passiva e imbecilmente cativante deste sumo peçonhento - ilusório mas aliciante - destas outras realidades. Mas adiante.

Afirmando que Baphomet simboliza a Racionalidade, o Cepticismo, a Verdade diante do poder, mesmo com grande custo pessoal, os fãs e seguidores desta seita pensam inclusive transferir esta Estátua de Baphomet para o Estado do Arkansas, ao lado de um Monumento simbólico mas referencial quanto aos Dez Mandamentos. Estão a gozar, não? Ou então é pura provocação, se me é dada a singela e quase chocada opinião de quem vive deste lado de cá do Atlântico, mas nem por sombras quer ver efluir madrugada adentro, a  nada simpática figura (antes horrenda!) de Baphomet...

O estarrecido mas não amovível pensamento do padre James Martin encerra assim a questão: «Essas pessoas não têm ideia do tipo de forças com que estão se envolvendo. Na minha vida como padre jesuíta e, especialmente, como Director Espiritual, eu tenho visto pessoas lutando contra o mal na vida real. (...) Além disso, o inimigo age na vida das pessoas de forma parecida. (...) Assim, enquanto o Templo Satânico e os principais meios de comunicação riem (o que é absurdo e contraproducente, digo-vos eu, e pelos vistos o padre James Martin que corrobora da minha opinião), meu medo se volta para outra coisa. Eu me lembro de tudo o que li e ouvi sobre Satanás e penso de novo: Eles não têm ideia do que estão fazendo.»

Também acredito nisso. E quando o souberem já é tarde. E, mesmo que se aluda a que o Bem superará sempre o Mal, talvez não seja de somenos importância ou incisiva relevância, o ter-se sempre à mão água benta, uma cruz de Cristo, alhos e estacas afiadas de madeira contra vampiros (sabe-se lá o que aí virá...) e mais umas rezas, de preferência rezadas em latim e, se Deus quiser (oxalá queira!) a sua eterna bênção contra todos os males. E nos vanglorie com mais inteligência do que estupidez; mais urgência de sermos santos e não-pecadores, do que idiotas e redutores de outras realidades que um dia já foram verdades e certamente muito mal interpretadas - implacavelmente! - sobre o Homem e, sobre o nosso belo planeta.

Pedindo muita desculpa pelo longo texto (mas só assim se poderá compreender a verdade histórica do Bem e do Mal), aparte a epopeia de Baphomet, Lúcifer, Satanás ou todos aqueles que no fundo são o mesmo ou trabalham para o mesmo, em saque e sacos de almas num sem fim de todos os pecados do mundo, que se tenta clarificar e desmistificar todas as más influências; venham elas de onde vierem...

É talvez desses pecados que Deus terá de fazer redimir - ou quiçá reconquistar as suas almas perdidas - a quem tudo perdeu, efectivamente; desde a fé ao bom senso e até à própria vida. Entre Deus e o Diabo, prefiro Deus. Prefiro a sua amena contemplação à fogosa fornalha da riqueza e da ostentação, pelo que, mais dia menos dia, lá virá o dito cujo fazer-se pagar pelo que lhes deu sem condição.

«Antes pobre e no Céu, que rica e no Inferno!» - Este ditado low cost (baratinho mas dado de boa vontade) - e inventado à pressa - é meu, mas é sentido, fervorosamente sentido. Gosto muito da Minha Alma! Hoje e sempre! Ouviste, ó Baphomet???