Há almas eternas, outras imortais e talvez até mesmo outras confortavelmente emanentes sobre o Universo; cabe-nos a nós descobrir quais as que nós somos, por outras que andam por aí...
Translate
quarta-feira, 27 de setembro de 2017
segunda-feira, 25 de setembro de 2017
Portais Mágicos (IV)
Cromeleque/«Cromlech» dos Almendros, Évora - Portugal. O Lugar do Imaginário, em Portugal: O mais feérico paraíso de um encontro entre o Homem e o território, entre o seu estado físico e espiritual («Ka» e «Ba», segundo a crença egípcia), subdivididos - todos eles - entre o Céu e a Terra...
"A Imaginação é tudo, é uma visão prévia de todas as atracções futuras da vida."
- Albert Einstein (1879-1955) -
Da visão macro-territorial ou paleocartográfica de Marcadores Territoriais à de uma Sinalética Mágica para a Transumância (para além do complemento de «miras» astronómicas de que existencialmente se pontuavam), poderão estes cromeleques ter sintetizado a perfeição do Cosmos?
Se sim, poderá essa Sinalética Mágica - cósmica e indiscutivelmente intemporal para o ser humano actual - servir-nos, tal como antigamente, para a transposição do espaço e do tempo como Portal Estelar na Terra???
Alvão (Trás-os-Montes), Nordeste de Portugal: Paisagem de Montanha, espaçado e endossado no horizonte como paraíso dos deuses na Terra. Dos Cromeleques às Arcaicas Paisagens, essa idêntica realidade de pouso e pousio de deuses que o não são, mas antes, homens e mulheres de outro tempo, aquele tempo em que já não sabemos se existimos...
E, saber das coordenadas era necessário; tão necessário quanto os caminhos cósmicos de portais ou buracos do tempo por onde terão entrado e saído como jograis de outros tempos ou saqueadores de almas perdidas que nem no espaço nem no tempo encontrados por «eles», esta terra se viu emergente...
Da Bretanha a Portugal, a mesma realidade...
Marcadores Terrritoriais (lugares de grande importância mágico-religiosos); Observatórios Astronómicos (púlpito de grande gnómon e calendário cósmico); Recintos Mágicos (em inescrutáveis rituais de purificação); Função Social (de comercialização e ligação entre as comunidades) ou rede de Sinalética Mágica (ou estelar?) para a transumância, é algo que, à semelhança de Stonehenge (Bretanha), estará no segredo dos deuses tanto em Portugal (nos cromeleques dos Almendres e do Xarez, entre outros) como em Stonehenge, em bastião britânico.
E, havendo a incursão, influência ou mesmo ingerência desses deuses, esses tão míticos seres dos céus que na Terra se deram a conhecer, sentir-se-iam mais próximos destes, os da Terra - homens e mulheres do Neolítico Antigo - no que terão evocado através destes recintos, através de todos estes caracteres? E no decurso terrestre do que sabiam estar a apelar, a clamar e, a endeusar simbolicamente aos céus, terão assim sido ouvidos...?
Seja como for, como Observatório Astronómico ou qualquer outra vertente simbólica que nos escape da História Antiga ou dessa tal idolatria astral aí vigente e de exortada calendarização, haverá sempre o debate concorrencial e fluente nos historiadores do que terá impulsionado estes monumentos megalíticos que, nem sempre explicados nem sempre identificados na sua correcta afirmação, ser-nos-ão ainda as grandes incógnitas da História ou enigmas por decifrar.
Todavia, o seu impressionante ou incomensurável poder que se lhe não vê a olho nu (mas se lhe sente!) está lá, disso ninguém tenha dúvidas! Hoje e sempre!
Parcial vista do Parque Natural do Alvão: onde as cascatas de água e vida se cruzam com as secretas mensagens emitidas dos céus por vias de Alinhamentos Genéricos (leys lines) na Terra. O que muitos caminhantes e viajantes pedonais que fazem este selvagem percurso da Natureza não sabem (ou não podem adivinhar) é que, para lá dos mistérios e dos enigmas, outras estradas, outros desfiladeiros há muito aí estão registados...
História Secreta de Portugal
Há quem afirme que Portugal é o maior mistério (ainda!) da Europa; para lá de ser identificado também como: «O Segredo Mais Bem Guardado da História» e, por conseguinte, do espaço europeu.
Alega-se misticismo - ou o mítico levado ao extremo - numa aferição arqueológica sem limites e de virginal expedição e exploração nesse domínio, sobre o muito que ainda há por descobrir ou mesmo vivificar; não só em toda a sua biodiversidade mas, eloquentemente, em tudo o que nos esconde de si, tanto à superfície como não.
Sabe-se que na Mais Secreta História de Portugal - na sua incontestável geografia sagrada que no território português impera - além do que já se identificou e também demarcou como os presumíveis locais do Imaginário que entrecruzam a Geometria Sagrada, a Adivinhação Geomântica e o Pitagorismo, existe hoje a certeza que, para além da lenda, do mito, do fantasmagórico, do inexplicável ao inatendível, existem as questões da espiritualidade em função da comunhão entre o Homem e a Natureza; ou mesmo o Cosmos.
Poderá Portugal, hoje - e através das suas leys lines de Alvão (que de seguida falaremos) - ser considerado um dos Portais Estelares que os seres inteligentes esparramaram na Terra em linhas sequenciais e paralelas ao que na actualidade determinamos nos nossos aeroportos...?
Ou seja, em entendimento científico e geográfico, estas leys lines serem as coordenadas estelares na Terra, reprodutoras assim de uma maior visibilidade aérea (ou aeroespacial) em maior especificidade e observação de aproximação na aterragem alienígena...?
Ou tudo não passará de uma ilusão meramente geofísica e não da cordata intriga da «Arqueologia Proibida» que define esta zona, esta criteriosa região montanhosa portuguesa como, a mais sublime de todas em intervenção, sequência e continuação (das que vêm de França) num extraordinário processo interestelar que só agora começamos a compreender...?!
Negá-lo é discutível; ignorá-lo... Inadmissível, e esquecê-lo... Imperdoável! Uma outra tríade mas de menor relevância... ou talvez não.
Parque Natural do Alvão: a beleza da Natureza alada a uma secreta e desinformada condição de nos deixar a todos sôfregos - mas silenciosos - ante o que percorre esta serra, este berço vegetal, agreste mas puro, de uma selvagem reiteração do que um dia sobre si viu de outras estradas de comunicação...
Alvão: o aeroporto espacial português...?
Alvão, na minha modesta opinião, é o nosso estelar berço português de onde chegaram - e partiram - os nossos antepassados das estrelas! Pode haver contraditório - ou até em curso - algum outro processo ilusório metodológico, pontual e prático, que defina esta afirmação e argumentação como anedóticas, irreais e inconsistentes (ou expostas inversamente às outras como ridiculamente fundamentadas), nesse conservador contexto histórico-arqueológico.
Contudo, por créditos mais filosóficos entoados na perspectiva de uma outra arqueologia, do que pelos vectores antropológicos, sociológicos ou mesmo das ciências humanas aprofundados também, Alvão será sempre motivo de falatório e algum foguetório, não sem antes querermos e termos o direito a essa Outra Verdade...
Cascata da Serra do Alvão que, em ditado popular se tem por hábito dizer: «Em Alvão, mandam os que lá estão», na clara evidência de uma não-ingerência dos que vêm de fora ou mesmo de um certo poder estatal, talvez pela longitude e interiorização a que estão remetidos mas também por uma própria identificação do seu povo em originalidade e individualidade.
«Leys lines» ou caminhos estelares na Terra?!
A Serra do Alvão é uma elevação com cerca de 1283 metros de altitude. Situa-se a noroeste de Vila Real, na região transmontana de Portugal. Geologicamente é constituída por xisto e granito.Esta serra é possuidora de uma particular magia, havendo por toda ela um corolário místico de caminhos nunca percorridos e cascatas surpreendentes; além a actual barragem feita pelos homens no desaguar do dilúvio dos deuses que aí se mantêm, supostamente.
Mas Alvão é muito mais. E se Alfred Watkins por cá andou ou não, não o sabemos, mas rapidamente a distinguiria com o que sobrepõe sobre «leys lines» (alinhamentos genéricos) ou alinhamentos de sítios antigos que dão lugar a uma plêiade de trabalhos e de especulações nos quais se cruzam a geometria sagrada, a adivinhação geomântica e o pitagorismo.
Estes Alinhamentos genéricos - ou disposição em linha, existentes em Alvão - são intencionais caminhos rectos de alinhamentos ligando pontos significativos na paisagem - por razões de ordem simbólica - de marcação dessa paisagem ou ainda da tão referenciada Geografia Sagrada.
Alvão é o exemplo arqueotopográfico perfeito numa das nossas mais mitológicas serras, situada na região de Trás-os-Montes, no interior-norte de Portugal, em que se encontra um conjunto de necrópoles megalíticas, constituídas por diversos núcleos de Dólmens (de granito, mas mui arruinados actualmente) com um espólio dividido em esculpidas pedras abstractas, figurativas e gravadas.
Umas de morfologia pisciforme (abstractas), de carácter antropomórfico (figurativas) e as de traços alfabetiformes (gravadas) que alguns entendidos defendem tratar-se - em similaridade, identificação e mesmo em determinante paralelismo - com os caracteres de Glozel (França) e com o alfabeto de Hyram, no Oriente.
Que secretas portas e corredores (dólmens) e alinhamentos serão então estes que ainda hoje a comunidade arqueológica mundial se debate se, Marcadores Territoriais («leys»), se Monumentos ou Centros Rituais (cromeleques) - uns e outros, implantados e, alinhados, por motivos de natureza territorial (segundo afirma Michael Hoskin, o pai da adaptada designação «Arqueotopografia») ou, segundo outros, os que defendem a Arqueologia Proibida, de coordenadas estelares na Terra - em supervisão e monitorização interestelares - dos seres superiores no nosso planeta....?
Ou outros ainda, há que acrescentar, que defendem a quase certeza de pontos referenciais não só das comunidades existentes, mas, como Portais Espirituais de grande relevância em honra dos deuses, ficando-nos a dúvida instaurada de quem terá razão; se todos ou nenhum...
Stonehenge: de tudo o que já se disse, se sabe e se intui, do muito que ainda está por esclarecer e pontificar, além todos os paralelismos ou identificação com os cromeleques portugueses na idêntica e indubitável magia de reverenciais monumentos megalíticos de grandes mensagens que se não apagam com o tempo nem no espaço que os percorreram.
O Lugar do Imaginário
O Mundo Imaginal não é só uma prerrogativa das Ilhas Britânicas e de Avalon, em todo o seu inegável misticismo, além as questões da espiritualidade; no que, subleva-se, está sempre subjacente na inquestionável tríade de: Homem - Natureza - Cosmos.
Também em Portugal existem altos lugares sagrados que não ficam atrás da bretã Stonehenge e as terras onduladas de Gloucestershire ou mesmo da vertente Pré-História e do arturianismo, especialmente por Glastonbury ou pelo Land`s End das Cornualhas.
Lestos são agora os tempos de druidas e sacerdotizas que um dia se perderam nas memórias do que anteriormente também lhes não contaram...
O que hoje se infere é que, da Metafísica histórica à Mitanálise conceptual do lugar do Imaginário (esta última dividida em três: arquétipo, símbolo e esquema), do sagrado, dos mitos, das tradições, das imagens, enfim, até das narrativas e meta-narrativas dos ditos e não-ditos (além os tempos e mesmo das projecções mentais ou quiçá holográficas...) existe um alencar de situações que devem usar de certa metodologia ou entrar-se-à no reino das maiores confusões sem se chegar a qualquer conclusão.
Uns arrogam em suas teses e defesas - neste contexto - de que a concepção do Imaginário se estrutura em arquétipos sempre presentes, imutáveis e válidos universalmente, os símbolos, que podem inclusive mudar com o tempo e o esquema que é a relação entre os símbolos dentro de um arquético.
Confuso? Talvez ou nem tanto, segundo defende Gerard Durand (antropólogo e sociólogo) que em 1960 publicou uma obra sua sobre «estruturas Antropológicas do Imaginário» que debate, em suma, a Universalidade do Imaginário.
Lucien Boia pelo contrário, sistematiza no mundo das ciências humanas, onde enfatiza: «A ideologia suspeita dos arquétipos», tal como o historiador Jacques le Goff que tal corrobora, nessa concepção do Imaginário, assim como a sua epistemologia.
Mas, e quando esse imaginário nos ultrapassa (mesmo em toda a sua inequívoca epistemologia), sentindo-nos debilmente erráticos, profanados dessa concepção ou desestruturados dessa outra verdade histórica (de antropólogos, sociólogos, arqueólogos, historiadores, etc.) e, tal como Boia afere, podermos ancorar numa outra ideologia em oposição a todos os universalismos...?!
A Riqueza do Imaginário é tanta que Boia não se limita a confiná-lo num só ponto mas antes, a criar a confluência no encontro de duas ou mais estruturas, exemplificando em oito delas toda a sua concepção do Imaginário:
a) A Consciência de uma realidade Transcendente; b) O Duplo - a Morte e o Além; c) A Alteridade; d) A Unidade; e) A Actualização das Origens; f) O Desvendamento do Futuro; g) A Evasão; h) A Luta (e complementaridade) dos Contrários.
Por conclusão, o que pode aqui dizer-se ou transmitir-se sem cansar quem nos lê, que, sendo ou não o Imaginário apenas e tão-só a formalização de Mitologias Secularizadas (cá estamos nós para o questionar, contrapor ou somente requisitar de mais complementos, entroncados de outras versões históricas ou de outra sabedoria que não interna à Terra), será o que ideologicamente se aventa em acervo mediático também, do que existe hoje em Nova Concepção do Imaginário.
E esta, exulta num reverso de mentalidades e outras assumidas verdades que se implementam e contribuem assim para uma outra construção histórica - em desconstrução da anterior, desse Imaginário; ou dessa Outra Verdade, agora pré-instaurada em cada um de nós...
Stonehenge, novamente, sob o solstício solar de Verão/Inverno que o assiste de práticas mágicas ou feitiçaria associada (ou longe disso) no que muitos asseveram tratar-se não de um acervo megalítico contemporâneo mas, a cartografia imaginária à escala micro-cósmica do «Mundus».
O que a Arqueoastronomia nos diz...
O que hoje sabemos sobre a Arqueoastronomia leva-nos para paragens tão distantes quanto extasiantes do que seria quase imundice cultural, o chafurdarmos apenas no que a rama desta disciplina nos impõe em toda a sua magna condição do estudo das antigas astronomias; todavia isto, há que soerguer (designadamente do ponto de vista da arquitectura, da organização espacial, da religião e das ideias) todo um manancial que não seria de fácil entendimento se aqui o expuséssemos em toda a linha.
As Arqueologias Alternativas só foram consideradas ou mesmo toleradas nos finais do século XX. O conhecimento das sociedades pré-históricas, assim como das paisagens arcaicas só foram tidas em consideração a partir daí, uma vez que pouco ou muito pouco havia para ser julgado e identificado como verdadeiro e não como meras «visões» subsequentes da muita imaginação básica dos intervenientes ou de quem assumia serem verdades contadas há milénios sem serem sob a égide do mito ou dos contos e lendas, mas, de factos ditos verídicos. Muitos o eram, outros não.
É na Inglaterra que se situa por assim dizer, a génese da Arqueoastronomia, no que foi pioneiro o Reverendo - William Stukeley - que publicou em 1740 uma obra seminal: «Stonehenge, a Temple Restored to the British Druid».
Stukeley considerava o cromeleque de Stonehenge como um templo orientado pela posição dos astros - designadamente do Sol durante os solstícios - tendo como miras e referências, as «Avenidas de terra», os Alinhamentos, Mamoas e Tumuli, que se encontravam na paisagem em seu redor e a ele associados. Segundo Stukeley, os «druidas» - ou celtas - terão utilizado o «Compasso Magnético» na conformidade conceptual pré-romântica.
Templo de Amon-Ra, em Tebas, Karnak - Egipto. Reconstituição ou reproduzida ilustração sobre o que se conhece do Antigo Egipto. A influência cósmica foi sempre uma determinante na construção e edificação dos grandes monumentos dos faraós e seus descendentes. O Sol, o astro-rei de todos eles, em especial de Akhenaton que o endeusou e amplificou como seu deus maior em veneração e adoração. Só após a sua morte, esta deificação foi posta de lado.
Os templos e o Sol...
Sir Norman Lockyer, editor da prestigiada revista Nature, foi o fundador e grande impulsionador dos estudos de Arqueoastronmia ou Astroarqueologia.
Analisou em detalhe e, certa pormenorização, todos os cantos e recantos dos templos egípcios, tendo concluído - entre outras matérias relevantes - que, o Templo de Amon-Ra, em Karnak, se encontrava devidamente orientado pelo pôr-do-Sol no solstício de Verão, o que se conjugava com outras observações relativas à importância do ciclo das cheias do Nilo e os seus anunciadores celestes - tais como a estrela Sothis - em íntima relação com a deusa Ísis.
Estendeu de seguida as suas pesquisas a Stonehenge e, a outros monumentos megalíticos britânicos, publicando em 1906 o livro: «Stonehenge and other British Stone Monuments Astronomically considered», no qual demonstra ter achado o Azimute da linha que atravessa o monumento e, que o alinha com outros monumentos da paisagem, tendo como intenção o desempenho de uma Função Astronómica - neste caso, o da marcação do Sol solsticial - e o seu poente (algo que já se sabia) mas, acrescentando-lhe agora a possibilidade de datação por esta via.
Na época, datou a construção de Stonehenge a cerca de 1680 a. C. Ao que se sabe hoje, por datação de carbono 14, esta estar mais perfilada à volta de 2950 a. C. - e ultimamente os investigadores imputarem a sua construção a cerca de 2300 a. C.
Em relação ainda às «Leys» ou alinhamentos genéricos em harmonia com os Cosmos, segundo Alfred Watkins, que passou grande parte da sua vida a identificar na paisagem britânica alinhamentos compósitos perfeitamente rectilíneos, afere que poderá tratar-se de uma espécie de Feng-shui pré-histórico europeu.
Alguns seguidores de Watkins redigem que estas linhas possam ser intencionais e correspondam a determinantes astronómicas (como no caso do cromeleque de Boscawen-un, em Land`s End, nas Cornualhas, alinhadas por outros tantos megálitos e apontando para o grupo de estrelas Plêiades, em Maio de 1380 a.C.).
Num artigo publicado na revista Nature, o astrónomo norte-americano, Gerald Hawkins, identificou com precisão científica, em Stonehenge, os vários alinhamentos e pontos de mira gerados pela estrutura do monumento na sua relação exterior com outros marcadores (menires, «avenidas» de terra).
De diversas «estações» de observação, seria possível então aos hipotéticos construtores de Stonehenge calcular em detalhe diversas efemérides astronómicas, entre as quais os Solstícios, os Equinócios e as posições da Lua. Aqui, o cromeleque de Stonehenge foi dado como: «Computador Astronómico».
Cromeleque dos Almendres, Évora, Portugal: região megalítica alentejana que, tal como a Irlanda, Inglaterra, Gales, Escócia, e Bretanha, Portugal seja também uma irrefutável evidência deste tipo de monumento que remonta ao Neolítico Antigo (em particular os de Bretanha e Portugal). Foi localizado em 1964 por Henrique Leonor de Pina, a 400 metros de altitude, na serra de Monfurado, no Alentejo (Portugal). Tão perto, mas tão longe ainda dos deuses...
Observatórios Astronómicos e muito mais...
Uns do Neolítico Antigo, outros do Neolítico Médio e outros edificados na Idade do Bronze (com raros exemplos da Idade do Ferro), estes monumentos megalíticos, cromeleques na visão dos historiadores, parecem resultar da petrificação de recintos em madeira, como no caso de excepcional conservação do de Seahenge britânico. Em Portugal, encontramos Cromeleques circulares, em ferradura (como em Stonehenge), ovalados e quadrangulares (ex: o cromeleque de Vale Maria do Meio).
O Cromeleque de Vale Maria do Meio é recentemente célebre (tendo sido descoberto só em 1993 e escavado por Manuel Calado), sendo que este recinto megalítico situado numa linha de vale no cimo de uma pequena proeminência, nos parece cumprimentar - a nós, viajantes pedonais mas, acima de tudo, aos que dos céus os vêem na sua tão erguida altivez megalítica.
É composto por 30 Menires de forma proeminentemente ovóide e fálica, dos quais a maior parte se encontravam caídos. Semelhante ao dos Almendres (embora de menor diâmetro e cumprimento), Manuel Calado adianta: « O recinto de Vale Maria do Meio, cuja forma alongada (...) se orienta pelo Nascente e pelo Ocaso equinociais, parece relacionar-se, nessa mesma linha, com alguns menires da Casbarra - visíveis a Leste.
Manuel Calado, o explorador-investigador destes Marcadores Territoriais afirmou em tempos algo que se tornou evidente: «Os Cromlechs (cromeleques) parecem pontuar um trajecto entre os grandes estuários do Tejo e do Sado e o rio Guadiana; os menires mais ocidentais deste conjunto aparecem-nos no festo entre os dois primeiros rios, logo que se atingem as primeiras formações graníticas».
Vista aérea do cromeleque dos Almendres, Évora. A Mágica Coreografia que parece valsar ante representações labirínticas, sendo um dos lugares mais auráticos de toda a Pré-História Europeia. E isto, sob a égide desta bela e mui luminosa terra da luz e das amêndoas (Lusitânia) que no hebraico «amêndoa» se diz «luz» e «Portugal» são «laranjas»...
Conexão dos Cromeleques
Havendo a aparente repetição do Alinhamento Regional, conectando os cromeleques da Portela de Mogo e de Vale Maria do Meio e o menir I da Casbarra (com uma orientação paralela às dos conjuntos Almendres-Perdigões-Xarez, Fontaínhas-Figueiras, ou do conjunto de menires do Nordeste Alentejano), estas linhas concordantes com a orientação dominante dos corredores das antas regionais, desenvolvem-se com desvios pouco importantes (285º-105º).
Segundo os investigadores, este facto interessante parece reforçar a presumível ligação dos Cromeleques, Menires e Antas a, uma concepção de Geografia Sagrada, praticada e entendida pelas comunidades do Neolítico Antigo e Médio que habitavam a zona alentejana.
Há a referir um outro cromeleque - Cromeleque do Monte da Ribeira - em Reguengos de Monsaraz, Alentejo, que se situa sensivelmente a 200 metros a sul do monte do mesmo nome, a cerca de 2 quilómetros de Reguengos. trata-se de um conjunto de 6 monólitos de granito e, dispersos numa área de cerca de 30 metros de diâmetro, posicionada no alto de uma pequena colina.
Os Menires possuem a sua forma habitual ovóide, com a bonita altura que oscila entre 80 centímetros a 2 metros, tendo um deles gravado um motivo do tipo «ferradura» no seu topo.
Outra belíssima foto em que se observa a dimensão ou altura imponente destes monumentos gigantes e, sobre uma serra que vê as estrelas de tão perto que quase as ouvem chamar por si, na mais mágica geografia sagrada de um dos mais mágicos lugares de Portugal, na Terra!
Almendres:o recinto do culto solar e lunar...
Em relação ao cromeleque dos Almendres, há a registar que grande parte dos menires foram entusiasticamente reerguidos pelo proprietário da herdade de então num trabalho árduo mas eficaz que foi seguidamente conduzido depois (nos anos 80 e 90 do século XX) por Mário Varela Gomes.
Originalmente de forma circular e constituído por 100 menires, compõe hoje um recinto de 95 menires (na sua grande maioria intactos) com alturas que variam entre os 2,30 metros (o mais alto) e 1,10 (o mais baixo).
Morfologicamente o seu material é composto de granito de várias proveniências e, implantados em socos de gneisse, tendo sido oriundos de distâncias superiores a 2 quilómetros, diminuindo de altura de poente para nascente, compaginando-se com os idênticos fenómenos verificáveis em alinhamentos tais como os de Carnac.
O Cromeleque dos Almendres, em bom rigor seja dito, é o Maior Recinto Megalítico estruturado da Península Ibérica e um dos Maiores do Mundo!
Como Estação de Observatório (ou de utilização ritual astronómica), Almendres assinala então através de uma série de menires-mira, o movimento dos astros principais como o Sol e a Lua, com o céu astronómico acertado a cerca de 4000 a. C., podendo registar os posicionamentos do Sol poente no solstício de Inverno, nos equinócios, bem como a declinação lunar.
Se é evidente um culto solar, sê-lo-à também em culto lunar, patente na própria decoração das Estelas-menires, o que remete para o universo simbólico do Megalitismo; e neste, para a sua componente «feminina» ou lunar (com os seus ciclos de 28 dias) e para potenciais cultos de uma divindade feminina - a Deusa-Mãe, a Lua - o que concorda com a linguagem simbólica.
Poder-se-à acrescentar então se, poderão ainda hoje este e outros monumentos megalíticos iguais, ter a pertinácia de serem o mui secreto ou sagrado portal dos deuses, vector de todas as coisas na Terra...?
Será que os Antigos, os nossos antepassados sabiam disso e no-lo quiseram deixar em registo arqueológico apontando estes menires para o Céu, uns em polaridade sexual masculina - e outros feminina - na hierarquização morfológica perfeita da sapiência-mor desses deuses mais brilhantes do que o Sol e, sobre os terrestres, mais perplexos estes (mas sábios!) do que então viam....?! Falar-nos-ão «eles», os deuses e os antepassados, através estes monólitos sagrados???
Cromeleque do Xarez, em Reguengos de Monsaraz, Alentejo (Portugal). Este cromeleque está inserido num contexto cultural que privilegia uma visão «circular» do Cosmos. Podendo corresponder a interpretações de carácter sexual, só poderá sê-lo entendido como tal na análise dessa tal polaridade significante (e não em termos psicanalísticos ou de paralelismo estreito...) em que a conotação sexual é simbólica sob o parâmetro cósmico da criação do mundo.
Lusitânia: a terra da luz e das amêndoas...
Se Almendres na forma almendrada do seu cromeleque não deixa de evocar um mistério ou uma coincidência poética - em vertente sincronizada de um não-acaso - que dizer do cromeleque do Xarez em toda a sua imponência altiva de polaridade masculina em menir fálico que rege o Cosmos, na consonância e conformidade iguais às do do feminino e, em círculo à sua volta?!
É consagrada: «A Mais Bendita Obra Ancestral» dos nossos antepassados ou vizinhos estelares que povoaram estas não menos abençoadas terras de luz e amêndoas (Lusitânia) pelo que hoje se reconhece em tradução e equidade do hebraico: «amêndoa» que se diz «luz» e esta ser, por assim dizer, a mais mágica terra da Luz, da iluminação dos anjos ou dos deuses, dos guias ou dos mestres, Avatares em toda a nossa existência humana...
Mas falemos do cromeleque do Xarez: Inicialmente no cimo do monte de Monsaraz, em Geografia Sagrada incontestável (que por força do alagamento da albufeira da barragem do Alqueva, foi desmontado e recolocado em área a salvo das águas).
Originalmente situado então a 5 quilómetros a sul de Reguengos e, em frente ao Monte do Xarez, este cromeleque divino ou estelar, poder-se-à divagar, perfaz uma das muitas belezas arqueológicas alentejanas.
Por essência simbólica conotado como um signo «terrestre» (em oposição ao signo «celeste» do cromeleque redondo que reproduz o plano da existência como eventual Reflexão do Céu... e o Alqueva ali tão perto...
É ao todo composto por 55 Menires Monolíticos, em granito de várias procedências, embora recolhidos em jazidas das proximidades. A maior parte dos menires são ovóides, do tipo «pedras-talhas», ligeiramente achatados.
A forma fálica parece ser dominante, impondo-se na paisagem. São de pequenas dimensões, mediando entre os 30 centímetros e 1,50 metros, ou seja, metro e meio com poucos exemplares de maior porte (1,80 m-2,10 m).
Destaca-se assim o Menir Central - cilíndrico - que foi reerguido em 1972, com 3,88 metros de altura (e 3,60 metros acima do solo). Alguns dos menires ostentam motivos decorativos ou «rituais», 7 dos quais com covinhas - entre eles o grande menir central.
Na sua origem primordial, o Cromeleque do Xarez deve ter possuído 60 Menires, estando os seus 4 vértices alinhados pelas posições solsticiais extremas (o que provavelmente terá servido para o traçado da planta).
Manuel Calado na sua professoral narrativa de investigador, escavador e especialista nesta área, determina que: « O Cromlech dos Almendres, o mais grandioso de todos, foi implantado na cota mais elevada em relação a todos os menires do Alentejo. Ora, o caminho mais curto entre os Almendres e o Guadiana, corresponde exactamente ao alinhamento que termina no Cromlech do Xarez.»
Cromeleque do Monte das Fontaínhas: alinhamento regional conectado com outros cromeleques (de entre eles, Portela de Mogo e de Vale Maria do Meio, com uma orientação paralela às dos conjuntos Almendres-Perdigões-Xarez, de menires do Nordeste Alentejano. Que nos quererão dizer hoje, além o que de um distante e tão remoto passado professaram sem que o detessemos em nós...?
Portais astronómicos ou, somente, «Imaginação»???
Detendo ou não funções astronómicas - em especial pelo que se intui mas se não pode confirmar pelo menos em território português - haverá certamente muito mais, adensado e condensado numa alquimia de poderes porventura sobrenaturais ou de particularidade cósmica que ainda nos não coube descodificar em toda a linha geomântica, exótica e enigmática, dessa inacreditável teia estelar que nos rege e sempre regeu na vida terrestre.
Não sendo alheios nem negligentes no que pressupõe a Arqueoastronomia envolvente aí, nestes tais lugares mágicos na paisagem ou eventuais portais estelares que sobranceiam com um tempo e um espaço que nem Einstein saberia decifrar, insinuamos, talvez fosse bom e, de uma vez por todas, acreditar-se que talvez não se possa conceptualizar, dar vida e origem, supostamente, à Universalidade do Imaginário.
Universalidade que é de todos, no mais complexo mas também no mais benigno ou abençoado de conquista e presença físicas (através deste megalitismo vigente) que nos afirma sem contemplações que: Somos todos Céu e Terra, matéria e energia subatómicas e demais outras minudências (que o não são!) em exigência cosmológica de o compreendermos e aceitarmos de vez.
Se assim não for, da nada valeram estes 4500 anos que cá andamos em insones poderes de pedras megalíticas à mistura, na referência máxima do que os deuses nos deixaram em sua não confidencial sabedoria e conhecimento, na Terra. Não o entender ou mesmo desrespeitá-lo como sucedâneo de outras teses, outras garantias, será o mesmo que ter deitado para o lixo todo esse saber, essa presciência exacta em deificado tempo perdido - desses magníficos seres - no nosso seio planetário.
A «imaginária» ou «holística» serra do Alvão que o não será enquanto perdurarem as chamas infectas de ódio e desamor de todos os incêndios, de todas as cinzas derramadas, sem que a aurora se faça, sem que as flores nasçam, sem que a biodiversidade se alcance de novo e, o Sol irradie, assim, como o exposto nesta bela imagem de nenhures.
Seja no Alvão, Gardunha, Montejunto ou qualquer outra serra que exiba a outrora resiliência de uma era glacial sem memória, haverá sempre a espera ou a esperança que tudo, ciclicamente, rejuvenesça e recrudesça sem nos atraiçoar ou fazer pagar todo o mal que século após século lhes imputámos.
E por todo essa paisagem investida de Símbolos e Mitos, sem a erudição dos entendidos mas, da simplicidade dos ingénuos que se fazem viver sobre os grandes Locais Mágicos Portugueses, a única filosofia possível é, ou será, aquela que nos transmite paz e confiança na correcção das «imagens que de nós mesmos temos forjado», segundo o incita e reverbera Eduardo Lourenço na sua obra publicada em 1978: « O Labirinto da Saudade».
E que saudade é essa que nos foge pelos dedos e que jamais para nós volta na consagração de outros tempos, de uma outra «imagologia» feita, criada ou inventada por todos nós, portugueses...?!
Deixá-lo-emos verter no esquecimento ou, ao invés disso, coagimos a acreditar e, a enlevar, o que hoje nos incorpora e reveste de um outro sapientismo iniciático, sendo todas as coisas e gostando disso, além todas as outras que, ocasionalmente inventadas ou semi-descobertas, se nos vão revelando...?!
Talvez seja bom recordar algo que alguém certo dia proferiu: « Nesse profundo poço onde mergulham as raízes insondáveis do verdadeiro mistério do nosso comportamento histórico, realizando o mais valioso de nós como colectividade e como indivíduos, não como agentes de propósitos maduramente pensados, estruturados, mas como actores de gestas que tudo parecem dever ao impulso da vontade, do desejo e do inconsciente». Subscrevo inteiramente!
Quanto ao meu país, Portugal, mais do que um país mítico ou mágico - seja ou não em portal ou em historial - será sempre, eternamente, o princípio que não fim de todas as aprendizagens ou amostragens, em metamorfose ou não, no ajustamento do nosso destino, do nosso intelecto, da nossa cultura sem ídolos icónicos pré-concebidos que nos determinem o que é ou não Imaginação.
E como Albert Einstein tão bem o assimilou: «A Imaginação é Tudo! É uma visão prévia de todas as atracções futuras da vida». Assim é, de facto. Assim será, acredito.
terça-feira, 19 de setembro de 2017
Portais Mágicos (III)
Dólmen/Orca/Arca em solo português (Península Ibérica). Dólmen da Arcainha (Lageosa do Dão, Oliveira do Hospital, Portugal). Pedras Mágicas no horizonte, Arcas Sagradas na paisagem ou Dólmens que são almas vivas na Terra, em particular sob terras portuguesas, no esplendor de energia e matéria, luz e transporte para outras dimensões...
"Desejo ser um criador de Mitos, que é o mistério mais alto que pode obrar alguém da Humanidade!"
Mensagem, de Fernando Pessoa (1888-1935)
Portais mágicos ou janelas do tempo? Câmaras fúnebres, estruturas pétreas tumulares (tumulus e cairns) ou simplesmente a porta de entrada para um outro mundo, uma outra realidade?...
Estará sepultado numa das Arcas Portuguesas - arcas sagradas desde sempre - o conhecimento sobre «A Origem do Homem», que, muitos defendem e impulsionam ter sido implantada e, implementada na Terra, pelos seres inteligentes do Universo em panspermia intencionalmente ramificada sobre o nosso planeta...?
Se Francis Crick - o famoso biólogo molecular inglês - assim o asseverou aquando a sua fantástica descoberta sobre a estrutura do ADN, em 1953, e o propagou desde então como referência máxima e mesmo requerimento estelar de que a vida biológica terrestre teve influência e origem interestelar (por mão própria do que então no nosso planeta induziram e fizeram disseminar, sobre as terras e mares do planeta). Por que então não se averigua em maior profundidade, propriedade e incidentes pesquisas, os poderes paranormais, extra-sensoriais ou mesmo xamânicos aí efectivos?
Para além da vida orgânica instituída (microbiológica e não só, no fundo, vida tal como a conhecemos), possuindo corpo mas também consciência - que ainda hoje, neurocirurgiões e demais homens da ciência não sabem explicar - por que não investigar, além o que o nosso cérebro identifica e o coração nos manda...? Ou, neste caso, o que as pedras nos dizem, dessa sua outra consciência (espiritual?) que homens e mulheres deste planeta (alguns deles) sentem como sua, sentem como parte de si nas pedras de Portais Mágicos envolta de si...?
E tanto que tentam fazer passar a mensagem sem filtros ou selecção de maior que não seja, o ouvirem-se os ventos da misericórdia que não os da discórdia de muitos afirmarem: «As Pedras não Sentem!» Pois estão errados, há muitas que choram, riem e até parem outras; e lamentam-se sim, mas da triste sorte ou má-condição de terem calhado num planeta que as não compreende, as não vê com outros olhos... outra mais lata consciência que não necessita de visão...
A Porta do Sol, de Tiwanaku ou Tiauanaco, no território da actual Bolívia (América do Sul), e que, nos deixa perplexos ante a sua magnitude, imposição territorial - mas também estelar - na sua estóica e célebre porta virada ao Sol.
Soberba, magnânima e tão altiva quanto deificada por entre os seus 2 metros e 75 centímetros de altura, por 3 metros e 84 centímetros, com espessura de meio metro, dizem os especialistas. E nós, cidadãos comuns, que diremos nós desta Porta do Sol que se abre tal como os nossos mais megalíticos monumentos entre o Céu e a Terra?!
Absurdo! (dizem os historiadores) Será...?
Poder-se-à comparar ao incomparável, ou seja, que equivalência poderá ter esta majestosa e muito provavelmente arquitectura estelar que historicamente a compomos como cultura pré-colombiana - na Terra - (e que, segundo Maurice Chatelain, a sua construção data de há 27.000 a. C.) e, poder ser, alvo da mesma determinação e distinção dos monumentos megalíticos existentes por todo o globo terrestre? Os Arqueólogos e investigadores dizem que não; mas haverá absolutas certezas disso???
Constituída por um imponente bloco de andesita e pesando aproximadamente 13 toneladas, que serviria de porta de entrada (fazendo parte de uma maior edificação, afirma-se hoje), no que poderia eventualmente ter-se localizado sobre a pirâmide de Akapana.
Erigida através de alta tecnologia (supõe-se, uma vez que o corte é pronunciável de lâminas rigorosas, em laser ou em engenharia de corte altamente tecnológico), será esta mega-estrutura arquitectónica, um dos muitos fiéis exemplos, à semelhança das nossas antas ancestrais, a igual reprodução de Portais Mágicos, portais estelares para o Universo...?
Pedras Mágicas ou mesas de gigantes, aqueles mesmos gigantes mitológicos - ou reais? - que percorreram a Antiguidade até terem sido expulsos ou extintos não só pela fértil imaginação dos contadores de histórias, como, pela adversidade de outros tempos que lhes ditou o fim sem recurso final?! Que contarão estas Pedras Mágicas de si???
Pedras que escondem a verdade...
Pedras Mágicas no horizonte, Arcas/Orcas Sagradas na paisagem ou Dólmens que são almas vivas nas muitas designações a todas elas prestadas, e que nos faz interrogar para onde nos levarão então estas pedras, estas mágicas ou sagradas pedras do infinito?
Pedras eleitas no tempo e no espaço que ainda não conhecemos, incrustadas na cosmovisão dos terrestres mas, alheadas por estes, das suas muitas propriedades que não são da Terra nem do Espaço mas, de outros mundos, outros espaços, ainda por conhecer.
Pedras Mágicas (ou portais estelares, presumivelmente), que nos foram deixadas na Terra para que assomássemos a uma outra presciência, a uma outra beneficência que não as de terrena condição e, sujeição, para que mais tarde soubéssemos que, também nós, humanos, poderíamos escalar a grande escadaria universal de todos os nomes, de todas as designações - planetárias e estelares - numa indómita magia que o não é!!!
Galáxias das Antenas (localizadas a cerca de 62 milhões de anos-luz, da Terra): Uma das mais maravilhosas imagens da NASA/JPL (captada em 2010, pelo Observatório de raio-X, Chandra, a azul, do telescópio espacial Hubble, a ouro e castanho, e do telescópio espacial Spitzer, a vermelho), numa invulgar mas admirável colisão entre estas duas galáxias.
A imagem da NASA/JPL revela-nos duas Galáxias«abraçadas», emaranhadas entre si, numa fabulosa visão cósmica que nos mostra enormes nuvens de gás e, interestelar, que foram injectados (com depósitos ricos dos elementos) de explosões de supernova.
Em busca do Cosmos perdido...
Fernando Pessoa, um dos nossos mais ilustres, dignos e universais (supostamente) escritor, poeta, astrólogo e visionário português que até conseguiu fazer um mapa astral de quando seria a sua morte, ilustrou-nos através da sua poesia, dos seus escritos e do que nos deixou em imenso espólio literário, a sua incessante corrida ao conhecimento cósmico e, espiritual, na busca ao Quinto Império que ele admitiu tratar-se de: «A máxima Essência em ocorrência futura de toda a Espiritualidade».
E se não tivéssemos nós as já alencadas Arcas Sagradas na Paisagem Portuguesa que determinam a correlação entre o Cosmos e o Divino, o entendível e o não tangível pelo ser humano actual, que dizer dos dias 13 (número sagrado do Homem de Neandertal) e que, se fez vingar e expandir pelo divino, pela oração cristã em terras idas de Santa Maria - em início do nosso condado portucalense e por nome, honra e reino do nosso primeiro Rei de Portugal - e depois, santificado, aquando as Aparições de Fátima (Ourém, Leiria, Portugal)...?!
13: O Número Divino. E isto, por vias de três pastorinhos que viram a radiante e luminosa Senhora (Nossa Senhora) em profecias políticas de maior ordenamento geo-estratégico (ainda que fragmentado, pela divisão da União Soviética), o fim da Primeira Grande Guerra e o aviso de uma Segunda ou Terceira Guerras, caso o Homem não tomasse tento e aviso desta sublime e celestial mensagem, além da «exigência» de divulgação e disseminação da palavra do Senhor, em oração e reza pelos sete cantos do mundo, em união, convénio e congregação de todas as Religiões do Mundo.
Para aquelas três crianças da época (Lúcia, Francisco e Jacinta) não foi tarefa fácil, o ver-se o divino ou o estelar (na projecção holográfica para os mais cépticos) mas, de irreversível mudança destes novos tempos em que o Mito, o Imaginário ou o Ilusório (além do simbólico, da leitura académica e da objectividade histórica) nem sempre virem de mãos dadas ou se arrevesarem de todas as certezas...
Dólmen de Matança ou Orca de Corgas da Matança. (Matança, Fornos de Algodres), Portugal. A sua construção remonta ao final do neolítico (2900 a. C.-2640 a. C.) Apresenta uma câmara funerária de 9 esteios, nos quais se vêem representadas algumas pressupostas gravuras, sem exibir mamoa.
Dólmens que são almas vivas...
Do Megalitismo Dolménico ao mais incrementado poder xamânico, instituídos e consumados (e por vezes enfatizados!) nas arcas sagradas dos deuses, a importância e a beleza do que se distingue na paisagem destes Locais Sagrados, destes Portais Mágicos - divinos ou estelares - evocando o espírito da Terra. E quando tão profundamente o vivemos, que pronunciar do que está para além do próprio Além que muito poucos compreendem e quase nenhuns experimentam...?!
Dólmen é uma palavra da cultura megalítica de origem bretã que designa «túmulo» (em bretão, dol-men significa «mesa de pedra»). Assemelhando-se a gigantescas mesas (os franceses chamam-lhe «Table des Marchands», a «Mesa dos Comerciantes»), são exibidas como pedras de grandes dimensões que chegam, em muitos casos, a medir 21 metros de altura.
Para os Míticos, nossos contemporâneos, estas pedras antigas exortam e, confluem, os poderes cósmicos com as energias da Terra, criando centros de forças universais cujos efeitos se fazem sentir de modo tanto positivo quanto negativo, na diferenciação energética assistida ou havida por parte de quem aí se envolve - em magia ou em cumprimento - de uma força celestial maior, seja em poder xamânico ou não. Muito poucos o sentem; alguns, o testemunham, como mais adiante se poderá evidenciar.
Anta de Pêra do Moço (Guarda, Portugal). A urgência de medidas rápidas a tomar, para que se não perca a originalidade destes magníficos exemplares megalíticos portugueses, no que pelo esventre, vandalismo e pura ignorância histórica, se faz perder todo o espólio físico destas antas/arcas secretas.
Servindo muitas vezes de refúgio pastorício, quebram-se elos e o rigor arqueológico que, sofrível ou não no que expõem, ficam para sempre devassadas. Clama-se então urgência estatal e rectificada para o efeito, ou quem perde somos todos nós, no arquivo geo-arqueológico existente no terreno destas belezas que têm alma, acredito.
Pedras Mágicas no Horizonte...
Seria comum falar-se de «simples» Pedras Mágicas que perduraram no tempo; mais simples ainda, relatar o que tantos apregoam de um culto sepulcral dos nossos antepassados. Mas, sabe-se - ou intui-se - que de entre o Mundos dos Vivos e o Mundo dos Mortos a fronteira é ténue ou mesmo inexistente, para quem infere aliás, de que as Câmaras Dolménicas ou Arcas Sacrossantas de Mito, se não traduz somente - única e exclusivamente - em lugares de culto, sepultamento, oração e pensamento.
Não desvendadas ainda ou, «apenas», sugeridas mas não incitadas em maior esclarecimento, outras espiritualidades se reconhecem dessas outras proximidades ao Além e ao Cosmos presente. Mas mais há também e certamente...
Sensivelmente e cronologicamente também há 4.500 anos (4.500 a. C.-2.500 a. C.), que assim é ou foi, no megalitismo vigente (do grego «meta» = grande pedra «lithos»), num conjunto de testemunhos de aparência homogénea (em termos de estrutura ideotécnica), mas nem sempre contemporâneos ou culturalmente identificáveis entre si. Sendo um fenómeno arquetipal, de incontestáveis manifestações arquitectónicas megalíticas, não serão só e apenas o resultado da construção dessas grandes pedras; sabêmo-lo por pura intuição.
Casa do Penedo (Fafe, Guimarães), em Portugal, obviamente! Mais, muito mais do que uma simples casa de pedra em fenómeno geofísico natural, geológico, morfológico e enquadrado geograficamente na perfeição ecológica que lhe é devida, esta singular casa de habitação e conforto, traduz uma nova mentalidade de coabitação também com a própria Natureza.
Pedras Mágicas ou outras mentalidades...
Mais questionável será, deste modo, o que estas ainda nos escondem, essas tais míticas Pedras Mágicas no Horizonte, indestrutíveis no tempo, indeléveis na memória e no que em si reportam de um conhecimento que consigo transportam. Vivê-lo, é estar próximo dessa outra realidade que, Lucien Boia, criterioso investigador na área das Ciências Humanas nos professa, em tom absolutamente incisivo quanto a muitas destas hoje pertinentes questões:
«Face à configuração de algum modo abstracta das mentalidades, o imaginário supõe uma colecção de «imagens sensíveis». Afirma-se como uma «outra realidade», imbricada na realidade tangível, mas não menos real do que esta. (...) Tratar dos Mitos, identificando-os com objectos e lugares - lugares míticos, mais ou menos carregados, mais ou menos «activos», mas sempre altamente significantes do ponto de vista religioso, simbólico, mágico e mítico». Boia, especifica e vai mais além nessa sua concepção existente nos Lugares Mágicos e Míticos em toda a sua vertente:
« É uma construção imaginária: narrativa, representação ou ideia, procurando captar as essências dos fenómenos cósmicos e sociais, em função de valores intrínsecos à comunidade e, com a finalidade de assegurar a coesa desta».
O que Boia nos refere é que, Lugares Mágicos, Lugares Míticos, lugares onde se condensam infinidades de histórias - espaços de História ou de estórias/lendas - sítios onde o sagrado, o divino ou o estelar se esconderam (ou se escolheu assim manifestar), sob lugares secretos, de ocultação e sombra (onde apenas se vê o brilho interrupto de uma chama bruxuleante) e, algumas vezes, ao invés disso, impressionantes lugares que exultam um brilho intenso!
Descobrir e descrever esses lugares, relatar-lhes os sentidos objectivos que consigo transportam, dá-los a ler, a conhecer e possivelmente a interiorizar (o que por vezes é bem mais difícil e raro nos intervenientes desta sabedoria), é o que de facto tem suma relevância: Iluminar a Paisagem, iluminar a Alma! Se o conseguimos ou não, isso, já é uma outra história...
Anta do Monte da Ordem ou da Herdade da Ordem (Avis, Alentejo), Portugal. A idêntica realidade que liga o norte ao sul de Portugal, na arqueotopografia perfeita no pacto sagrado entre o Homem e o território. E que pacto será este que ainda hoje nos mantém reféns em si, do tanto que ainda desconhecemos...?!
Tal como Arcas do Enxoval...
Orcas (termo beirão) ou arca sagrada, de enxoval e espólio nubente subjacentes, estas arcas portuguesas lembram-nos as relíquias do passado, as arcas dos sótãos (onde tudo se guarda para mais tarde recordar...) até, ao desencadeamento de mistérios, e de enigmas e de lendas, sobre «mouras encantadas» que mais a sul se vislumbram nas planícies alentejanas de outras tantas lembranças...
Antas: estruturas constituídas por grandes pedras aproveitadas - ou afeiçoadas - configurando uma câmara circular ou subcircular,, à qual se acede por um corredor mais baixo. Encontram-se geralmente enterradas debaixo de colinas de terra (tumulus) ou de pedra (cairns).
Na sua globalidade, segundo Paulo Pereira, especialista neste assunto, trata-se de manifestações com um destino funcional concreto: o do enterramento colectivo, mas certamente também - e segundo as suas palavras - para cultos e rituais hoje difíceis de reconstituir.
A Variedade das Antas - apesar de uma certa unidade de tais manifestações no território português por contraste com as variantes britânicas ou francesas - leva-nos a conceder a cada um dos monumentos existentes, uma «personalidade» própria, tão marcante é a sua morfologia, o seu perfil na paisagem. Paulo Pereira expõe assim:
« Cada Anta é um modelo de existência de uma espécie gigantesca e extinta de monumentos. E daí adoptar-se uma atitude de reconhecimento - de preferência e simpatia - para com um monumento, atendendo à sua «personalidade».
Em relação à imagem acima exposta, na Anta da herdade da Ordem (Ordem de Avis) é, como também é visível, de uma monumentalidade ímpar!
Descarnada do «tumulus» ou mamoa, parece-se com alguns dos mais célebres exemplos do Megalitismo Dolménico Bretão. Trata-se de um monumento de dimensões apreciáveis constituído por uma câmara com 6 esteios (originalmente 7) e, dotada de um longo corredor com cerca de 6 metros.
Esta Anta, deverá ter sido reutilizada já em Período Calcolítico por povos conhecedores da metalurgia do cobre, pelo que se pressupôs estarem incluídas nesta, vários recipientes cerâmicos de bordos carenados não decorados, placas de xisto e lâminas de cobre. Os Esteios, com cerca de 2,5 metros de altura, apresentam actualmente uma morfologia afilada, tocando apenas com a sua extremidade na espessa pedra da mesa que sobre eles assenta. Encontra-se integrada numa vasta acrópole que inclui mais 6 elementos do mesmo tipo.
Xamãs e Xamanismo: a insólita ou talvez não relação, entre os que praticam e contactam o Mundo dos Espíritos, dentro e fora das antas; dentro e fora do que pode ser à priori suposto no mundo ocidental...
O Xamanismo: a prática do transe...
De origem Evenca - uma tribo siberiana - designa os operadores espirituais existentes nessa comunidade. Xamanismo corresponde assim, ao corpo de práticas e crenças que se encontram associadas à prática dos Xamãs.
São por conseguinte, práticas e actos de Xamãs ou, de todos aqueles que contactam o Mundo dos Espíritos através de estados alterados de consciência (ao serviço e ao benefício de outros), e que detêm o estatuto de Xamãs ou o seu equivalente, no seio das suas comunidades, em práticas enquadradas por estados alterados de consciência através de uma indução de transe, quer por meios estritamente físicos, quer por meio do consumo de drogas psicotrópicas - ou por uma dramaturgia própria assistida por música, cânticos e danças sem recurso a qualquer droga ou estupefaciente.
Médiuns, feiticeiros ou Profetas...?
Médicos, Sacerdotes, Místicos ou vulgo trabalhadores sociais praticam-no; mesmo nas sociedades modernas. Dos tempos da velha e antiga Agricultura até aos tempos modernos, ainda que confinado, esse xamanismo e essa prática sofreu um revés que pôs fim a um certo secretismo reinante e, sucedâneo, da pouca aceitação por parte da sociedade ocidental até há pouco. Mas tudo muda, e a vida contemporânea que agora se exerce, contempla este vector de «viagens mediúnicas» por entre outras dimensões; ou nem tanto...
Recebido como dom, fatalismo ou simplesmente atendendo a um chamamento superior, não muitas vezes é negado ou rejeitado por se tratar de práticas algo perigosas a nível físico e psicológico.
Uma «Porta do Sol» portuguesa que a Mãe-natureza nos presenteou. Mesmo que fora do contexto (ou talvez não...) esta preciosidade documental da Natureza no abraço de duas árvores sobre uma rodoviária, perfaz exactamente do que então a Geografia Sagrada se terá imposto; não só nas pedras mas também no horizonte em florestação e vegetação ímpares que nos contam que, o Homem, é apenas um passageiro do tempo...
Mas concluindo...
No contexto antigo do Pré-Histórico Europeu, assim como no das paisagens arcaicas do território português, este fenómeno foi expandido e até incentivado, numa sugestão de quase possessão, do introsamento ao extra-corporal, sendo muito comum a analogia do voo para o Céu ou o mergulho em regiões subterrâneas.
Contactando os Espíritos da Natureza, dos animais e até de antepassados ou seres humanos vivos, o Xamã, controla-os a todos mas não sendo possuído por eles. Foi assim que, ao longo dos tempos, se foi determinando uma espécie de Cartografia Mágica e uma Geografia Sagrada, com paralelismos na paisagem física e real, centrando a sua atenção em lugares específicos considerados «lugares de poder»; inventados ou não...
Anta da Candeeira, serra d`Ossa (entre Estremoz e Redondo, no Alentejo, Portugal). Aqui representado na Anta, os «Buracos da Alma», ou esventres crepusculares que se abrem ante uma janela também da alma, janela cósmica, que olha as estrelas e observa toda a maravilha da arcaica paisagem e de um Céu sem limites.
Buracos de Alma olhando o Céu...
A Anta da Candeirra é um monumento megalítico do Neolítico que remonta à bela idade de 4000 a. C. - 3000 a. C., sendo que, tendo sempre presente a cosmogonia xamânica, não se poderá ficar indiferente ao que ela expõe no seu todo; talvez muito mais do que o observado de imediato...
«Trou des Morts» ou «Dalle-Hublot» em designação francesa, são assim os orifícios que se encontram nos esteios dos Dólmens ou Antas (quase todos) de factura recente.
Um dos casos mais conhecidos é o Buraco de Alma» patente no esteio de cabeceira de uma das antas da serra d`Ossa, - A Anta da Candeeira - célebre pelo facto de ter sido reproduzida em gravura em Portugal e em diversas publicações europeias.
Todavia, o orifício relativamente regular, foi produzido com toda a certeza por um instrumento de metal já depois de, a Anta, se encontrar descarnada do seu tumulus ou mamoa. Mas terá sido assim...? E sendo, em que época o foi ou que utensílios se usaram na determinada nesga dessa janela, desse esventre tumular que tantos segredos esconde?!
Sabe-se que as Antas ou Dólmens - por vezes - encerram compartimentos «secretos», como se se tratasse de câmaras falsas no seu interior, facto documentado em alguns Dólmens e galerias cobertas bretãs e do grupo megalítico Seine-Oise-Marne. Estes pequeníssimos compartimentos, meramente «simbólicos», eram geralmente preparados por detrás de orifícios ou espaços intersticiais entre os esteios, no fundo da câmara principal. Seriam, segundo os entendidos, como que «passagens» para os Mortos ou Espíritos, neste caso, em conformidade com a já referida e mencionada Cosmogonia Xamânica.
Se a Suméria se lhe juntasse (cosmogonia suméria) então, seria o perfeito cocktail molotov dos que defendem - uma e outra - como as indissociáveis e mui organizadas irmãs dos deuses estelares em estrepitante cosmos de um Universo ainda tão pouco entendido ou compreendido...
Um abraço ao Céu; um abraço ao mundo desconhecido: há quem o tenha vivido, experimentado e presenciado numa actividade ímpar extra-corpórea e talvez extra-dimensional, após o que por intervenção divina ou estelar, todas as questões se tenham levantado...
Experiências que se não esquecem!
Descontextualizado ou não deste texto, há que ter em conta os efeitos que por vezes se traduzem sobre quem pesquisa, invecta ou reproduz nestes Locais Mágicos, locais sagrados, na perfídia de o contradizer ou na humildade (ou cobardia!) de o esconder; pela causa-efeito do ridículo ou simplesmente pelo que ninguém lhe creditaria.
Sem fazer juízos de valor mas expondo-se à situação então vivida, há que relatar sem contemporizar que tudo não tenha passado de simples imaginação, alucinação ou somente um tenaz e estranho contratempo de quem o assistiu e viveu na primeira pessoa. Imaginação ou não, quem o saberá...?
Começando então: "Era uma bela manhã de Outono. Raiava a madrugada sem que o Sol se tivesse ainda totalmente exposto sobre a planície. E depois aquele monte, aquela herdade de ninguém onde só as silvas cresciam em fiadas de existência morna e pacífica de um solo agonizante de gotas de água. Descobrir o meu país era um misto de ansiedade e sofreguidão em que me via inserida de conhecer mais e, ter assim a certeza, de não ser classificada - ou qualificada - como ignorante ou idiota, sem procurar mais, sem sair do ninho e do nicho em que me encontrava, sem paralelo, numa vida insípida e amorfa. Havia que apanhar ar; longe, tão longe quanto a minha disponibilidade financeira o permitisse em caminhada pedonal e vento na fronha, que é como quem diz, vento na cara, e esquecer o cheiro a urina, a bosta, e a passageiros pouco precavidos que se aliviaram por detrás das sebes por onde passei mas aguentei.
O meu guia caminhante não me seguiu. Estacou ao sinal de aproximadamente 200 metros do vislumbre da Anta, a minha tão desejada Anta que parecera ter esperado por mim a vida inteira. Mas quem não esperou foi o meu guia-pastor que aí me deixou, dizendo-me atabalhoadamente ter de se recolher, e dar pasto ao gado, sair dali, portanto. Disse-mo sem delongas como se fugisse do Inferno, como se as sombras da Anta atrás de si viessem; disse-me que eram pedras malditas, amaldiçoadas e profanadas através dos tempos, daqueles tempos que não conhecendo, a avó lhe alvitrara não serem de boa passagem nem de boa miragem, quanto mais de se pisarem por ali. E ele acatou.
Disse-me que tinha de ir dar de comer ao gado, ao seu gado dos medos interiores e eu aquiesci. Até porque, ele, este meu guia-caminhante já tanto me dera, não em explicação histórica mas em posição geográfica daquele lugar ensandecido, maldito em si mas não em mim, que só queria entrar nele, como caverna profunda que me dissesse que a origem do Homem ou a da Terra são apenas Um e eu, o seu pequeno espaço no meio de um não-espaço, ou tempo que me regesse ou encaminhasse também para fora dali... para fora deste mundo; penso que Deus ou alguém me terá ouvido, secretamente...
De lanterna em riste e o coração apertado, soltei um gemido abafado e mais não sei. Fui arrancada de mim. Ouvira falar em voos, em desmandos ou desassossegos, como os de Fernando Pessoa, em que ele dizia: «Haja ou não deuses, deles somos servos!» e eu assim acredito. Até porque, não acreditando, de nada me valeria. E, havendo pedras no caminho, guardo-as todas, um dia vou construir um castelo, pensando novamente em Pessoa, sentindo-me ele, sentindo-me trasladada para não sei onde e o não sei quê, no que às tantas, tal como ele, já não sei quantas almas tenho..."
Imagem da NGC 300 em generosidade da NASA e do telescópio espacial Spitzer. Vida e Morte, junção e separação, confluência e dissecação de todas as estrelas do Universo, das suas galáxias que se unem e se entrelaçam e morrem por fim abraçadas, tal como o ser humano que não está talhado para viver só e só, ser posto de lado...
O Cosmos aqui tão perto...
"No meu relato, eu só vi estrelas. Se voei, não sei, mas sei que senti o cheiro de todas as liberdades e de todas as sensações, perfurando-me o corpo e a alma, de um corpo que já não tinha e de uma alma que comigo falava sem se acanhar, sem se amedrontar até com os meus dislates de pensamentos mais velozes, fugidios de mim mas eloquentes de todo o saber ou querer saber...
Subindo a núbia desintegração de mim ou a desambiguada condição de me transpor para outra dimensão, calcorreei os degraus do conhecimento e, estando sós e de novo com os meus pensamentos, assim me vi transportar (ou teletransportar, não sei...) para a mais mágica de todas as coisas, de mundos exóticos aos mais distópicos planetas, e estrelas mais brilhantes do que o Sol - uns maiores outros mais pequenos - mas nunca por nunca sem me filtrarem a visão, não flamejando esta, e o discernimento havido de se me toldar a mente em franca perdição cósmica do que nunca pensei observar.
Não sou toxicodependente nem alcoólatra; ou seja, não me drogo, não fumo e nem bebo, pelo menos a níveis excedíveis ou em imoderadas quantidades que me bloqueassem o juízo ou o raciocínio para o que então vivi. E se latejei em fraqueza é porque temi, o quê? não o sabia bem. Mas digo-vos: o mais tóxico que ingeri, naquela manhã, foi um queijo fresco de ovelha em derretimento maior que o degelo na Antárctida, em cima de um pão quente a cheirar a manhã, a cheirar a vida, que me soube pela vida também. Ah, e um leite de vaca que ainda cheirava à teta materna da dita e mais não foi, pois que empaturrar-me não estava nos desígnios de quem se ia fazer à estrada, fazer-se à Anta como eu...
Não sofro de qualquer tipo de patologia psiquiátrica e não sou nada dada a depressões, sejam de que tipo forem. Sou apenas uma mulher. Talvez metediça demais ou previdente de menos, para que não saiba ou tenha a percepção hoje, do perigo em que me vi incorrer; mas continuo... a minha mente não me deixa parar. Não morri, mas devia de andar lá perto...
«Ouço um Xamã que não sei onde está; procura por mim, chama o meu nome e eu simplesmente sigo-o na mais indigente condição da possessão em completa entrega, em completa rendição. Aqui, não temo e não sei porquê. Deixo-me levar. Sou toda luz e sou Tudo! E isso é tão bom...
À minha volta vejo animais a voarem, a nadarem, a saltitarem tais borboletas esvoaçantes como almas dançantes e eu, sem saber como, acompanho-os nessa cósmica dança sem solução de me ver neles presenciada e tão estimada como jamais na Terra fui. E amada, tão amada que nem vos sei dizer; se isto é morrer, não quero mais voltar...
E depois, ah, esse depois que tanto foi e tanto há-de ser, por Deus e pelo Universo ou por todos aqueles deuses que não conhecendo, me deram a crença e o fulgor, de serem como eu.
E as estrelas de tão belas serem, inomináveis e fosforescentes em luz transcendente que jamais vi na vida, de todas as cores e outras que nem sei descrever, e Deus me perdoe este pensamento que nem charro ou lamento me poderiam dar tamanha viagem, dando-me a certeza de estar a viver um sonho real, místico e não ausente, e talvez só pertença de alguns deuses maiores...»
O Cosmos: as suas ondas gravitacionais aladas e aliadas (inseridas também na teoria de Albert Einstein) de toda a energia possível, são o resultado de um cataclismo cósmico tal como a colisão de dois Buracos Negros.
No futuro, será possível observar os choques cósmicos que deixam marcas não só de luz mas também de ondas gravíticas. Estaremos em risco ou só o sentiremos aquando todas as forças nos abandonarem por essas outras forças do Universo que tudo tomam e tudo integram e desintegram sem que o possamos tocar ou sequer visualizar...?
Prisioneira de ondas gravíticas...?
"Difícil é dizê-lo. Mas ainda mais descrevê-lo sem fugir à realidade do que me sucedeu sem que nenhum físico quântico, feiticeiro ou bruxo, me diga o que comigo aconteceu. Mas mais contarei. E, por um tempo que não medi e um espaço que não entendi (logo no imediato) me vi imiscuir no meio de maravilhosos enxames estelares e estonteantes êxodos de nebulosas nunca vistas (nem pela NASA, acrescentei em mim), em que me vi ser o embrião cósmico de um ser que nem eu conhecia...
Numa radiação interactiva de luz e matéria, eu fui onda e partícula, grão de areia e tanto mais que nem sei dizer, na postulação certa da unificação de todas as forças e de todos os Universos.
Dancei com as estrelas, valsei por entre a matéria negra, quântica, que nem entendo mas sei sentir. E, passando por pulsares intermitentes em toda a sua beleza dinâmica, como a própria expiração e inspiração universais do cosmos, eu vi-me luminosa e radiante, tal Senhora de Fátima, tal anjos do Céu, tal tudo menos a vã e paupérima terrena que eu era ou assim me sentira até aí.
Deambulei na astrometria perfeita - e extasiante - que me disse eu ser um grão de luz, um grão pensante e com alma adjacente. E eu acreditei. Afinal, eu era o Tudo do Universo e amei sê-lo.
Unificado no Todo que rege o cosmos (ou na sua tridimensional força que tudo toma, da super-força do Universo) fui sustentada, calibrada em todos os defeitos, em todos os maus pensamentos (se é que os há!?), rejubilando depois numa indescritível órbita elíptica sem precedentes na ainda desconhecida mecânica celeste em que tudo interage, tudo se movimenta e se cumprimenta, a uma só voz, a um só sentido, numa não-partidarização exuberante que me disse então:
«Bem-vinda, a quem vem por Bem de entre nós...!» Aí, acordei. Por entre ervas daninhas, formigas a violarem-me o espaço físico e corporal numa comichão imparável e doida e, um misto de deslumbramento e confusão, iluminação e aparvalhamento - vendo-me escarrapachada num montículo de pedras graníticas e um vento suão que não dava tréguas, acalorado e também estonteado como eu - vi-me assim, desnorteada e assaz despojada de tudo o que na Terra pensamos ser, de corpo e mente em saudável cumprimento.
E desta feita, em febril estado de compaixão, aturdida, evasiva, insegura e... fodida! (perdoem-me a verborreia) fui a mais perdida dos seres, terrenos e extraterrenos, não sabendo ainda muito bem o que fazer com tanto desbragamento mais de alma que de corpo, pois que esse, volátil entre os fortes e vulnerável de entre os mais fracos, acabou por tudo ultrapassar, mas a alma essa só me gritava: Estás louca, mulher! Desta é que foi! Internam-te e pronto!
E mais haveria de chegar e tentar explicar (sem o conseguir, ante as autoridades locais que já me procuravam há dias e eu sem dar cor de mim) e tudo ter ficado enevoado, tresmalhado como o cordeiro bíblico que se perdeu daquele rebanho coeso mas distraído de mim. O telemóvel morto (sem rede ou bateria há muito também) e eu, lastimada ou lastimável no seu todo, tentando elucidar todo aquele onírico plantel de sonho real, translúcido de tudo mas avesso a quem me interrogava do porquê de não ter avisado os familiares, as autoridades, e até o meu simpático mas mui medroso guia-pastor que me deixou ás portas de tal agonia ou àquela endemoninhada porta da Anta que fica para lá de onde Jesus perdeu os calções e os alentejanos aferem ser logo ali...».
A Autoridade Clínica (neurológica e cognitiva) do pensamento e das ondas cerebrais que emitem todo o fluxo neuronal da inteligência, da memória, do sono - da vida, enfim! - que não se pode ou não deve sobrepor à qualidade de vida do utente, paciente ou quem de ajuda precisa sem ter de ser necessariamente cobaia...
Além, a da sequência sobre os fenómenos ocorridos e, vividos, por seres não extraordinários mas, de extraordinárias experiências que lhes mudará, por certo, a vida para sempre...
Experiências, ou vivências de espaço-tempo?
Do Vaticano às mais icónicas instituições laboratoriais e hospitalares de toda a comunidade científica, há que haver uma outra consciência de que, certos indivíduos, seres humanos na Terra, possam experienciar e ultimar outras e diversificas experiências que não como cobaias ou outras urgências de maior, em interesses dúbios e esconsos que em nada contribuirão para o resumir e assumir de outros fenómenos, físicos e psíquicos.
Num acervo meramente pessoal e de direitos humanos adquiridos por quem os vive e, tem por direito próprio, guardá-los para si e não ser vítima da opinião contrária, dos esgares e da maledicência conspícua (que os coloca em ridículo ou em total descrédito sobre a sua idoneidade), há que percorrer ainda um longo e árduo caminho de mentalidades. Mentalidades essas que, não o compreendendo, se infertilizam de outros conhecimentos, outras aferições extra-terrenas, extra-planetárias de uma outra capacidade ou, poderes ditos sobrenaturais, que entretanto venham a adquirir e a estimular sem que para isso o tivessem sugerido ou sequer incentivado.
Mesmo que a submissão clínica seja uma prerrogativa institucionalmente imposta (até para se conhecerem os detalhes do que a memória nos alcança), além os direitos individuais, nacionais e mundiais do indivíduo e seus direitos humanos não invertidos ou pervertidos por outrem (Estado, nação ou instituição), os homens e mulheres da Terra, têm sempre de ter a última palavra. Nem sempre é assim. Como neste caso:
Há coisas que não se explicam e, se por vezes sabemos o início e o fim, em Prefácio e Prólogo, esbatidos e esboroados no espaço e no tempo que os assiste, também sabemos que por vezes se podem inverter tal como os eixos da Terra. Aqui, não foi diferente.
Passaram cinco dias após o inicial relato daquela bela e leda manhã de Outono (por incrível que pareça teve início num 13 de Outubro...) que, só por curiosidade e certa sublimação de retórica, analogia ou incutida narrativa da autora, se traduz em «viagem no tempo», pois que deste período de tempo, em lapso ou hiato inexplicável como agora se diz, o que poderiam ter sido duas ou no máximo três horas de vagueante exposição ao sono ou ao sonho, sê-lo-iam de cinco longos e inexplicáveis dias. Cinco lamentáveis dias em que, não fosse o gato de estimação estar a ser cuidado pelos familiares, e enfezaria por certo de tanta inanição (por falta de alimento e carinho), tal o prolongamento temporal a que foi sujeito sem ter a dona por perto...
«Coisas que o Império tece», arroga-se dizer; se foi o Quinto Império de Fernando Pessoa ou não, nunca o chegaremos a saber... mas, como ele diria em sua máxima expressão literária sobre também estes enigmáticos Portais Mágicos que nos reflectem um não saber de quantas almas temos:
"(...) Atento ao que eu sou e vejo, torno-me eles e não eu. Cada meu sonho ou desejo, É do que nascer e não meu. Sou minha própria paisagem, Assisto à minha passagem, Diverso, móbil e só, Não sei sentir-me onde estou. (...) Noto à margem do que li, O que julguei que senti, Releio e digo: Fui eu? Deus sabe, porque o escreveu.» -
Poesia de Pessoa, que aqui em prosa se desmistifica, no que outros, génios e não-génios, poetas ou homens e mulheres simples que também supostamente viveram sob a inconformidade do que sentiram, sonharam ou viveram, e infelizmente se infligiram, sem recurso a saída. E isto, por entre Antas, arcas sagradas no território, locais ou portais mágicos, portais estelares de muitas viagens - ou, simplesmente, entre os seus muito difusos pensamentos de que quando um Homem sonha, o mundo muda e avança! Como avança...!
É nisso que acredito por tudo o que os meus olhos vêem e já sentiram nas muitas almas que por cá viveram e que, sendo uma só, se não reconhece de cada vez que tem de se assumir e regar essa nova consciência... essa nova liderança do berço à cova e, para todo o sempre, naquela alma que sempre também nos diz em eterna voz: «Acredita, pois há Bem lá fora...».
quinta-feira, 14 de setembro de 2017
quarta-feira, 13 de setembro de 2017
Portais Mágicos (II)
Gruta Nova (Columbeira - Bombarral); Portugal. Locais sagrados, lugares mágicos ou mais exactamente, os estelares portais que os deuses nos edificaram na Terra através das civilizações antigas e do seu espectacular «modus operandi» que ainda hoje desconhecemos e se tornam, inevitavelmente, um dos muitos Enigmas da Humanidade...
«É o segredo do Mundo que todas as coisas subsistam e não morram, mas apenas se afastem um pouco da vista e depois voltem de novo. Nada está morto; os Homens fingem-se mortos, e suportam funerais simulados e obituários lúgubres, e ali se erguem olhando pela janela, sãos e escorreitos, nalgum novo e estranho disfarce.»
- Ralph Waldo Emerson -
Grutas, refúgios das civilizações antigas, locais sagrados de alta e poderosa energia, reflectores de toda essa magia de lugares que ainda hoje nos faz questionar de sua verdadeira origem e que, por sintomática apreensão, nos leva a considerá-los portentosos «Portais Cósmicos» em toda a acepção da palavra e do sentido.
O Homem de Neanderthal foi testemunha disso. E, o meu solo português e o meu céu aberto para si, foram as peças fundamentais dessa hegemónica e adensada consumação de incontornável hibridização genética que ainda hoje nos corre nas veias, aos lusitanos homens e mulheres, sobre uma terra (Lusitânea) que um dia foi chamada de: «terra de luz e de amêndoas...»
E sobre esta terra, sobre este chão, cobriram-se de manto e perdição, vida e culto, energia e saberes que vieram de longe, muito longe, e se fizeram raiar sobre a manhã e sobre a tarde, pois que a noite pulsante de luz e de estrelas, lhes diria, aos homens de então, que o «Pai Cósmico» estando no Céu, os abrigaria na Terra. E assim o ouviram; e assim o sentiram... Até hoje!
Gruta da Lapa do Suão e Gruta Nova (Lourinhã e Reguengo Grande); Centro-Oeste de Portugal. Na gruta da Columbeira (Roliça-Bombarral), a descoberta em 1962, veio a revelar uma conspícua ocupação no Paleolítico Médio com uma potência estratigráfica significativa.
A presença do Homem de Neandertal prolongando-se até ao Paleolítico Superior, registou-se nestes locais sob a sua grande influência, no que hoje, como locais de grande interesse arqueológico, se nutrem por locais quase intocáveis em relação ao Homem Moderno.
Portugal e as suas grutas; as suas cavernas. Que Mistérios, que cultos ou que energias escondidas nos reservarão elas, no que paleontólogos e demais curiosos e sistemáticos investigadores aludem, assim que nestas entram, assim que nestas se imbuem adentro...?
E se do Homem Antigo se fala, que sozinho se não guiou, que outros seres aí povoaram, pisaram solo e esventraram em outros conhecimentos, outras manipulações, outras orquestrações de alta engenharia genética, de alta compleição científica sobre a anatomia e cérebros humanos, no que o «Menino do Lapedo» é prova fiel disso mesmo.
Que Deuses, que seres inteligentes foram esses, que criaram hibridação, que criaram um novo ser, de miscigenação e proliferação, sobre montes e vales, pradarias e montanhas, terras e céus portugueses, dando traços perfeitos à imperfeição do Homo sapiens neandertalensis...?!
Que Deuses ou seres magnânimos foram esses (ou serão ainda...) na amplitude cósmica de todos os conhecimentos, de todos os avanços ou evoluções humanas e terrestres...? E que, por vestígios deixados outrora e sedimentados agora sobre análises/perícias forenses retratadas, se assume, terem sido esses mesmos deuses que nos deram o entendimento, o recrudescimento e, acima de tudo, o desenvolvimento para o que hoje somos como homens e mulheres desta sociedade moderna, deste chão que antes de ser nosso, foi «deles» por direito conceptualmente a si concebido e, a nós, meramente instituído...
O «Menino do Lapedo» e seus pais neandertais. Teria sido esta a imagem que veríamos acercar-nos, aquando os seres inteligentes nos moldaram de brutos, feios e maus de uma ameaçadora brutalidade, selvajaria e suposta animalidade, para traços mais exactos, perfeitos e condizentes com a realidade anatómica e cognitiva do Homem Moderno???
A Origem na Terra
Do vale de Neander, na Alemanha, hoje Europa Central, vimos «ressuscitar» esse abrutalhado e disforme ser humano que hoje os historiadores denominam de Homem de Neandertal (Neanderthal).
Do seu início à sua extinção, ainda que hajam hiatos por explicar ou lapsos de espaços e tempo em que se não descodificam exactamente estas hordas de continuidade genealógica (talvez os tempos certos para que essa hibridização se consumasse...) e, temos a mais avassaladora mas audaz transformação humana de seres quase primatas a serem evolucionados em autêntica matricial mestria - genética e incomparavelmente distinta no seu ADN primordial - em que o Homem se tornou. E, sabemos agora (ou no que alguns defendem) de termos sido geneticamente modificados e, alterados, para nosso próprio benefício humano sobre a Terra!
Há 300.000 anos que este Homem (homens e mulheres de Neandertal) por cá se fizeram vingar, em Portugal. Diferentes de «nós», hoje, foram os nossos parentes antigos, os nossos antepassados que viveram na maior agrura terrestre, geográfica e climática de todos os tempos! Desengane-se quem pense que hoje vive as maiores aflições de tempestades ou alterações climáticas, pois em tempos idos, nestes tempos de há 300.000 - 40.000 a. C., a coisa era bem mais complicada!
Assumidamente europeus, há quem os não subestime que tenham andado também a vaguear pela Ásia. E assim, lenta mas ousadamente, terá surgido o nosso já tão bem conhecido Homo sapiens sapiens, após muitas experiências ou turbulências perpetradas por mão estelar.
Que susto ou que terror não terão estes homens e mulheres sentido, ao confrontarem-se, em primeira mão também, com aqueles seres?
E que seres esses... (terão pensado) estranhos, complexos mas assépticos, luminosos e tão diferentes de si, encobertos por coisas de metais desconhecidos, sorridentes sem se lhes verem as faces, crentes, sem se lhes verem as intenções; e, pior do que tudo, falarem, sem se lhes verem os lábios e os objectivos sobre eles, que apenas queriam preservar a família e os proventos que tanto escasseavam da época glaciar e pós-glaciar à actual, àquela em que aqueles seres, em Encontros Imediatos de 4º grau (ou o quer que fosse) lhes ter arremessado benesses e penitências, que não exigências, e lhes ter dado a supremacia da compreensão de outros raciocínios até aí a eles vedados, aos homens e mulheres de Neandertal.
O Crânio da Aroeira 3, ou seja, o fóssil mais antigo descoberto em Portugal! Descoberto em 2013, na gruta da Aroeira do complexo arqueológico do Almonda, em Torres Novas (região centro de Portugal), o achado é da autoria da equipa liderada pelo arqueólogo João Zilhão que coordenou esta investigação em divulgação posterior como, uma das maiores descobertas paleoantropológicas em solo português!
Um Familiar do «Menino do Lapedo»...?
Por muito sugestivo que seja, tem de se dar tempo e espaço, coerência e objectividade, para que os investigadores se debrucem sobre esta proximidade ou mesmo afinidade com o «Menino do Lapedo» (1998, vale do Lapedo, Portugal; um esqueleto infantil sitiado no Abrigo do Lagar Velho 1) que de seguida falaremos e que, estando estas duas descobertas e suas análises arqueológicas ligadas/associadas ao arqueólogo português João Zilhão, rapidamente se saberá dessa legitimidade ou veracidade de interligação.
Morfologicamente não foi considerado um Neandertal típico, este fóssil agora encontrado em que nos revela um crânio com aproximadamente 400 mil anos de um ser humano/humanóide que terá vivido então na Península Ibérica.
É um fóssil do Plistocénico Médio do ponto mais ocidental da Europa e, como nos relata o artigo publicado na revista científica «Proceedings of National Academy of Sciences»: O Crânio é incompleto, tem alterações post-mortem (uma delas feita na altura da sua descoberta), tendo sido sujeita a um processo de reconstrução. Todavia, existe uma imponderabilidade a que os cientistas se viram deparados, ficando algo perplexos: Este crânio revelou-se híbrido!
Ou seja, a datação craniana a que foi submetido, reverte para os investigadores a circunstância de uma incrível divergência: uma linha pressupõe a linhagem dos Neandertais, e a outra, ao Homem Moderno. Estamos perante uma diversificação ou bifurcação genealógica e genética talvez, como referência máxima dessa hibridização!
Estratigrafia de Fundo do Vale do Lapedo (Abrigo do Lagar Velho, Leiria); o ancestral sepulcro do «Menino do Lapedo» em considerações geo-arqueológicas e paleoantropológicas.
O extraordinário «Menino do Lapedo»!
Uma das mais interessantes e polémicas descobertas de vestígios humanos antigos em território português, foi o chamado: «Menino do Lapedo». Trata-se de um esqueleto de criança encontrado em Dezembro de 1998 num estrato profundo de um pequeno penhasco calcário situado no vale do Lapedo, em Leiria (Portugal), e posto a descoberto por um corte efectuado por máquinas que procediam à remoção de terras.
O Esqueleto da Criança encontrava-se então «in situ», ligeiramente alterado no seu posicionamento inicial devido à pressão dos estratos geológicos que se lhe sobrepunham e, com o crânio incompleto e algo danificado. A sublime escavação efectuada por uma criteriosa equipa dirigida pelo não menos exímio João Zilhão (assim como por Cidália Duarte, e mais tarde analisada em reverenciais termos paleoantropológicos pela mesma equipa, a que se associou posteriormente Erik Trinkaus), identificando esta pequena criatura, como sendo o esqueleto de uma criança de idade compreendida entre 3,5 e 4 anos.
Laboratorialmente confirmada pelo C 14, permitiu-se afirmar que esta criança se situaria num estrato geológico com a datação de cerca de 24.500 b. p. (before present), ou seja, do período proto-solutrense dos contextos portugueses (Plistoceno Tardio). Não sendo apenas um dos mais antigos vestígios humanos do Paleolítico Superior (e em razoável estado de conservação encontrado em Portugal), seria, a partir daí, algo mais que futuramente se viria a revelar de extraordinária descoberta em terras da nação portuguesa!
Escavações minuciosas foram levadas a cabo na fantástica descoberta deste «Menino-híbrido» de há cerca de 24/25 mil anos e que, actualmente, nos concede o privilégio de o preservar em toda a sua autenticidade arqueológica e histórica como, um dos primeiros proto-Homo sapiens da História (em solo português) de miscigenação efectiva entre o Neandertal e o Homem Moderno!
Um Híbrido! E assim nascemos nós...
O «Menino do Lapedo» é, assim, o nosso mais antigo antepassado e ancestral conterrâneo de que há memória em solo nacional. Estamos portanto, perante um raríssimo vestígio de Hibridização! Ou, hibridação congénita de alto processo de engenharia genética (por mão exterior à Terra que não por processos evolutivos de comum selecção das espécies) ou «Admixture».
Descoberto sob um singular e único ornamento que acompanhava o morto, neste caso, esta criança, numa concha furada de «Littorina otusata», característica aliás, de outros contextos de enterramento do Paleolitico Superior europeu. Com uma grande concentração de ocre vermelho (pó mineral obtido a partir da hematite, possuindo uma cor vermelha e um odor intenso que lhe terá atribuído assim propriedades mágico-religiosas relacionadas com o sangue - líquido e fluxo vital - designadamente as que se ligam à vida ou ao renascimento), em que o cadáver foi polvilhado.
Na óptica ou ponto de vista antropométrico, este esqueleto apresentava uma morfologia extremamente robusta, designadamente nas pernas, curtas e fortes para a idade. Embora a mandíbula e o osso temporal, bem como a bacia, mostrassem afinidades com a Morfologia dos Homens Modernos, as proporções do corpo indicavam aspectos que se encontram habitualmente entre esqueletos de jovens neandertais.
Mas há quem defenda, precisamente, que se estabeleceu essa miscigenação dita «natural», entre o Homem Moderno e o de Neandertal, como neste particular caso em que, por hipótese meramente casual mas factual de, os pais desta criança, terem sido já anteriormente o resultado do cruzamento entre populações «modernas» e populações de neandertais, numa longa linhagem genética sem influências externas artificiais. Seja como for, aqui fica o repto.
Reconstrução Facial Forense do «Menino do Lapedo». A mais elaborada e fabulosa obra artística e científica de, uma exemplar reconstrução/reconstituição fisionómica da face do ancestral menino que viveu em terras lusitanas. Um pouco assustador talvez, mas deveras incitador e entusiasmante para quem quer saber da verdade dos factos... todos eles!
«Chunky», ou o nosso primeiro menino pós-híbrido?
Chuncy é uma palavra inglesa feia. Determina atarracado, grosso modo, uma criança de poucos atributos físicos e até um pouco deformados e, como a palavra designa, atarracada.
Mesmo que atamancada, por assim dizer, este «Menino do Lapedo», tornou-se depois o «Menino de Oiro», em Portugal, aquando a sua descoberta mas que, segundo Ian Tatersall, seria irrefutavelmente também uma criança de linhagem dos homens modernos, por muito mal que se lhe adorne este epíteto de criança pouco desenvolvida e de certa fealdade, segundo os parâmetros actuais que consignamos à beleza contemporânea...
Sabe-se que foi na Península Ibérica (e na Dalmácia) que viveram os últimos neandertais antes da sua enigmática extinção - como se tivessem permanecido numa «bolsa» protectora - segregados durante muito tempo do povoamento ibérico por homens modernos que se terão fixado (preferencialmente) a norte do rio Ebro.
Tal facto permite-nos então supor que, o encontro entre os homens modernos e o homem de Neandertal tardio, se terá dado na Península Ibérica muito mais tarde do que em outros lugares. Mas será assim...? Poderá de facto ter havido coabitação, copulação e sequencial proliferação dessa mestiçagem ancestral? Contudo, haverá a certeza ou certificação genética total que o defina em exclusividade? Ter-se-à consumado esse «cruzamento» entre as duas espécies sem rebelião, sem incompatibilidades de maior...?
E aqui a polémica instala-se. Uns admitem esta miscigenação dita natural e outros negam-no veementemente. Estes últimos asseveram de que terá havido por conseguinte muitas incompatibilidades genéticas e culturais (na acérrima defesa da teoria de «Out of Africa). Os primeiros, no crédito da circulação dos genes à escala mundial com a prevalência de traços autóctones e uma evolução paralela (não em «árvore») dos homens antigos até aos modernos.
Sendo que, a Grande Polémica no meio científico ainda perdura, em posições extremadas de um lado e de outro, reconhece-se, no que só nos apraz contemplar que todos poderão estar certos ou errados, se juntarmos a tudo isto a teoria da Manipulação Genética por parte dos seres inteligentes que nos quiseram ver evoluídos e um pouco mais espertos ou expeditos que não energúmenos de machado na mão e uma sapiência restrita - e por vezes mórbida - que nos não levaria a lugar algum...
Uma Família Neandertal: Que receios, que perguntas ou que intuição os faria seguir ante todas as coisas, vivas e não vivas, sentidas e não sentidas - ou vívicas - dentro ou fora da Terra...? Qual a sua verdadeira origem? De onde vieram e para onde foram? O que adoravam e o que sabiam que, ainda hoje, o Homem Moderno não sabe ou não quer sequer interrogar-se do que das estrelas vem???
A Cosmologia/Cultura Mágica do Homem de Neandertal
Entrincheirados social e comunitariamente entre si (numa incessante luta pela sobrevivência em geografia e morfologia glaciais), o Homem de Neandertal e suas famílias, multiplicando assim a consanguinidade - ainda que tenham mantido a lenta ou escassa mobilidade, imperfeita para a locomoção rápida, inadaptável assim a moverem-se para grandes distâncias ou mudanças - levou a que os homens e mulheres de Neandertal se tivessem extinto numa compulsão lenta e gradual mas inexorável da espécie, em função do seu cada vez maior isolamento.
Empobrecidos pela raridade de alimentos, ter-se-ão então deixado sucumbir numa menor resiliência do que a existente nos homens modernos de então. Mas o Neandertal não era estúpido como se supõe. Vestígios antropológicos referem-nos tal. Jazidas, ossos, e um sem número de artefactos comuns a si, contam-nos histórias de que o Homem de Neandertal foi muito mais do que um simples passageiro do tempo...
Terá havido uma Cultura Neandertal? Terá havido conhecimento do Cosmos...? Terá surgido interacção entre eles e... os «outros», esses outros que vieram do Céu e lhes ensinaram que perdedores e não-recolectores se poderiam unir, conjugar e mesmo consolidar vertentes para que a sobrevivência e persistência dessa vida se instaurasse?
Especulativo ou mesmo improvável, o certo é que a suspeita mantém-se. E, sendo considerado um dos grandes arquétipos do mundo, segundo a radical tese da autoria de Stan Gooch, que atribui aos Neandertais uma cultura propriamente dita (como nós hoje a entendemos) muito interessante e fervorosamente defendida por tantos, este Homem de Neandertal é uma verdadeira caixa de surpresas. Vejamos então:
A) A Adoração Universal do grupo de estrelas - Plêiades.
B) A Adoração Universal e Sistemática da Lua.
C) A utilização Universal do ocre vermelho como coloração dos Mortos.
D) A Existência de Zoodíacos de 13 Signos e de anos de 13 meses disfarçados debaixo de um calendário de acertos sucessivos.
E) A Prevalência do Número 13 como número do «azar» ou da «sorte».
F) O Tabu da Mulher menstruada.
G)A Existência de três cores fundamentais - o Vermelho, o Branco e o Negro.
H) O Culto da Cruz, como símbolo lunar.
I) O Símbolo do Aracnídeo (aranha), como resultante do labirinto da teia.
J) O Símbolo (igualmente universal) do chamado «Labirinto Cretense» (simbolismo do mito do Minotauro).
Como o nome indica - Gruta Nova da Columbeira (Leiria, Portugal) - esta gruta, descoberta em 1962 por Octávio da Veiga Ferreira, e mais tarde em fase de revisão por Luís Raposo e João Cardoso (no que outros actualmente se lhe seguem em prestígio e empenho arqueológicos), se desenvolvem na busca da intrínseca ocupação humana na Península Ibérica do Paleolítico Médio.
«E das Cavernas viemos e delas erguemos aos céus...?!»
Por muita especulação que haja em redor desta temática sobre a intervenção exterior à Terra ter sido ou não uma constante e sobretudo sobre estes homens e mulheres de Neandertal, em particular na Península Ibérica, há que retratar muito bem que nada é assim tão simples, linear ou objectivo; no que a subjectividade de cada um, se limitará a opinar, a considerar e, em muitos casos, a argumentar (anotando factos ou pressupostos nesse sentido) que dêem consistência a todas essas teses.
Todas são úteis e aceitáveis porquanto o que se oculta de nós, humanos, é muito ainda! Além, o que não sabemos ainda de toda a verdade - em exclusão e negação (e muito diferente!) - dessa outra História escrita e redigida pelo Homem.
Em Território Português, do que agora se estuda, analisa, comenta e por vezes clarifica em maior conclusão ou mais lato conhecimento destes ancestrais tempos em que os Neandertais povoaram estas regiões ibéricas, há que sublevar que é e tem sido (ao longo destas últimas décadas) de máxima importância estas escavações arqueológicas, assim como a designada potência estratigráfica «in loco» e significativa do que nesta zona se encontra e especifica.
Nela, nesta Gruta perto do Bombarral (Roliça, pertencente ao distrito de Leiria), onde também se deu uma importante batalha napoleónica no mais próximo tempo do século XIX - aquando as invasões francesas e nós, portugueses, ganhámos ao exército de Napoleão que descurou a nossa aguerrida coragem e acervo de umas quantas manufacturadas ou mui rústicas espadas ou espingardarias, versus espadeiradas certeiras sobre o inimigo - também a soubemos proteger. Além o sentir que, em tempos idos, outras forças, outras energias se levantaram aí de outras gentes. E isso, fez-nos ganhar. Vencer o inimigo!
Mas, todavia e muito possivelmente, com a certeza porém da consanguínea ou idêntica raça, sobre um mesmo guião de empenho e tradição, enlevo e amor-próprio - a si e à terra que pisavam - sem que outros a tomassem, a violassem ou tirassem de si. A Gruta da Columbeira fala por si!
Dela sacámos os seus órgãos internos de outras vicissitudes, de outras certezas em artefactos e muitas anuências que nos comprovaram estarmos certos na perseguição e constatação de que, de dentro dela, estava o mais puro sumo da vida de um ou mais Neandertais que por aqui bisaram.
Artefactos de técnica mustierense, centros de lareira, bem como restos de fauna abundante na zona à época da Presença Humana (assim como de, Hienas, Rinocerontes, Cabras, cervídios, auroques, etc.) em espólio demarcadamente do reino de Neandertal em que, foi também e exemplarmente recolhido e identificado um dente (mais exactamente um pré-molar com a datação de 37 mil anos!) de dentro desta cavernal catacumba que mais nos surpreenderá, se acaso as investigações prosseguirem; mais fundo e mais esclarecedoras...
Nascente da Gruta do Almonda (Torres Novas, Portugal): a peregrinação arqueológica sempre activa, sempre rigorosa em relação ao que estas grutas nos guardam e, reservam, em seu leito de profundo conhecimento ancestral sobre as civilizações aí inseridas. Civilizações estas, vivificadas hoje, por estes bravos homens e mulheres da actualidade que jamais terão medo do escuro, ainda que de lanterna em riste, não vá o Diabo tecê-las...
As Descobertas que vêm do fundo da terra...
Possuímos ainda em nosso seio português de largo interesse geológico e espeleológico, mas também e de certa forma paleoantropológico (o futuro o dirá nas próximas e promissórias descobertas entretanto desenvolvidas), sobre a Gruta do Almonda (Gruta da Oliveira), em Torres Novas, onde se descobriram fragmentos de Neandertal.
Também na Gruta da Figueira Brava (Sesimbra), se descobriu mais um famoso dente de Neandertal com a bonita idade de 30 mil anos e, não querendo manipular esta tendência lusa, há a registar ainda mas já em solo espanhol, em El Sidron, outros elementos; aí se encontraram nada mais nada menos do que 1900 restos humanos de Neandertais (familiares entre si ou em grande comunidade), pertencentes a 12 indivíduos. É obra!
Na Gruta do Caldeirão, escavada pelo já referido e mui reputado investigador e arqueólogo João Zilhão, que viu potenciar nesta gruta vários artefactos igualmente de técnica mustierense, indicando possuir níveis ocupacionais que remontam ao Paleolítico Médio, mas que se prolongam até ao Neolítico Antigo; além a indubitável certeza da presença e permanência de um grupo Neandertal, situada noutro vale, muito perto de Tomar (a ocupação mais antiga registada foi datada de cerca de 25.000 anos).
Na Gruta das Salemas, também situada num vale - neste caso do rio Almonda, no concelho de Loures, imediatamente a norte de Lisboa - a jazida das Salemas (Pedreira das Salemas e a Cova do Pego do Diabo, esta última de datação de cerca de 26.000 a. C.) em que se detectaram igualmente importantes vestígios de indústrias líticas de tipo mustierense, bem como dentes que antropologicamente ainda se não identificaram com precisão se se trata ou não de pertença de Neandertais.
Um local mágico e por certo fantástico da ocupação do Homem de Neandertal, é a Gruta do Almonda (entre muitos outros que aqui não caberiam em registo), localizada em Torres Novas; a de Figueira Brava (Sesimbra), ou a da Lapa dos Furos, em Tomar, em extensível rigor e precisão na acumulação de testemunhos do Paleolítico Médio na zona mais perto do litoral e no Centro de Portugal.
Infinitos os Portais Mágicos como infinita é a nossa imaginação ou desmedida ambição de nos fazermos compreender em toda a linha majestática em que o ser humano se move, intranquiliza, e não silencia as muitas ainda ocultas verdades sobre a Terra e sobre o Céu, além o Cosmos...
Fim, ou início mais uma vez...?
Não existindo hoje a mais leve sombra do Homem de Neandertal (ainda que o nosso ADN se resuma e registe sob a égide dessa intemporal conterraneidade ou ancestral percurso endógeno desses nossos mais distintos antepassados na Península Ibérica), subsiste o enigma mas nunca a intimidação de o conhecermos melhor, de o compreendermos melhor; no fundo, de o aceitarmos e concebermos em nós, Cidadãos do Mundo Moderno, a essência e a luz do que na Antiguidade ou em pioneiros tempos do glaciar e do pós-glaciar, estas pessoas e almas viveram, sofreram e recuperaram de Outras Almas vindas do Espaço - como sempre afirmo... da Terra ou fora dela!
Muitos Portais Mágicos ou Estelares serão entretanto transpostos ou abordados numa outra consciência mais abrangente, mais diversificada ou autenticada sobre outros desígnios, outros padrões (tipificados ou não) de uma outra existência; no Cosmos, e em toda a sua magna virtude de matéria e energia, temperatura e cor, forças nucleares fortes e fracas, gravitacionais, electromagnéticas ou ainda outras que nos fogem ou fugirão por certo (ainda) ao nosso conhecimento humano.
Mas para lá caminhamos... passo a passo... de dentro deste ventre materno que nos segura e augura outros ventos mas também outros momentos de uma ímpar felicidade em que a Ciência, a Religião, a Filosofia, a Psicologia e tantas mais sapientes ideologias e pensamentos, sentimentos e seguimentos de avatares, profetas, messias e mestres, guias, ou simplesmente anjos que nos auxiliam, nos podem também conduzir à proeminência-mor do bem implantarmos, subsistindo em genoma e em espiritualidade, o que outros deixaram pelo caminho ou não souberam fazer vencer.
Resta-nos assim, despudorada mas contidamente, manter essa inocente esperança para que mais portais se nos abram, e possam enfim, deixar-nos trasladar para outras realidades, outras infinitas verdades... outras almas que plantam e suplantam o bem, além todas as forças contrárias...
Subscrever:
Mensagens (Atom)