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segunda-feira, 8 de maio de 2017

A Humanidade (IV)

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Imagem da ISS («International Space Station» - estação espacial internacional) sobre a América do Norte em visão nocturna. Foto cedida pela Likefotos no registo impressionante da concentração de energia, luz e cor sobre as cidades do planeta Terra.

«Diz-se muitas vezes que o Espaço é a última fronteira, mas creio que o tempo é também uma das últimas fronteiras: o passado distante em que os nossos antepassados iniciaram a sua longa viagem evolucionária que conduziu ao Homo sapiens. Esperemos que a Humanidade utilize a informação do passado para preparar de forma cuidadosa e ponderada o caminho para o futuro.
                                   
                                      - Dr. Donald C. Johanson, do Instituto de Origens Humanas, Berkeley, Califórnia (EUA).  

Se apelarmos à caridade humana, fotográfica ou de imagem, captada e revelada ao mundo pelos extraordinários astronautas da ISS (assim como da NASA) que tanto e tão gentilmente nos têm cedido belíssimas imagens sobre o nosso planeta Terra, registamos de como é fácil verificar o grande aglomerado populacional observável através do foco de luz ou iluminação terrestre que daí se vislumbra.

Do Espaço e da beleza que este emana num silêncio abissal, contrastando talvez com o rumorejar da ambiência terrestre nesses grandes fluxos humanos determinados como cidades, onde, lamentavelmente ou não, virámos as costas ao campo, à ruralidade ancestral que nos viu nascer e porventura não verá morrer (em estatísticas de irreversível êxodo) nos esquecemos das nossas origens, da nossa génese de sobrevivência e subsistência. Até onde isso nos levará...?

Se houvesse um colapso mundial das comunicações e de toda a energia envolvente da urbe - ou da tal aldeia global que tanto agora se fala - que recursos humanos ou naturais (exclusivamente pontuados pela Natureza) poderíamos recorrer ou a quem pediríamos que nos socorresse ante a deformidade da absoluta dependência desta sociedade moderna disseminadamente tecnológica?

 Vivendo um processo de ultra-urbanização, ignorando as nossas raízes, as nossas defesas ou contrariedades... se algo falhar, talvez estejamos a colocar em risco a nossa própria sobrevivência ou continuidade na Terra.

Tentamos ser mais conscientes com o meio ambiente em que vivemos, ser mais ecológicos (ter uma nova perspectiva ou óptica que nos leve a reconsiderar o tanto mal que já fizemos ao planeta) e tentar, sem falsos moralismos ou hipocrisias imperiais, fazer marcha-atrás e rumar a outros destinos, começando pela via mais fácil e mais digna: Ouvir o que o planeta tem para nos dizer em sua defesa também ou contradição do que já lhe remetemos...

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Hong Kong: a pérola asiática da China (a cidade que nunca dorme, à semelhança de outras em que a sua vida cosmopolita é de uma dimensão sem limites...).

Urbanismo: a evolução
Vivemos num mundo em processo de rápida urbanização. Na última década do século XX, essa realidade foi registada de uma forma exponencial, na criação e expansão demográficas de habitação e em certa medida desordenamento do território (em muitas zonas e regiões costeiras dos países), determinando a permanência das pessoas nas cidades, vindas do campo ou de zonas rurais mais carecidas.

Como sucedeu e aonde isso nos levará, já é algo que não sabemos decifrar ou adivinhar em futuro próximo, mas imaginamos que algo de errático ou não muito bom venha  a acontecer...

Roland Fletcher, professor e autor de vários livros publicados sobre esta temática, aborda este contexto demográfico com a hipótese de que, para que o crescimento das povoações seja possível, é preciso que ocorram mudanças no modo como as comunidades interagem e comunicam, sendo então necessárias alterações económicas para permitir e, sustentar, esse crescimento.

Nos últimos 15.000 anos tem havido grandes saltos no crescimento de povoamentos compactos (por oposição a dispersos). O primeiro que ocorreu em épocas diferentes em várias regiões foi sustentado pelo desenvolvimento da Agricultura, o qual permitiu que esses povoamentos compactos estabelecidos por comunidades sedentárias permanentes se expandissem (duma dimensão máxima anterior situada entre 1 e 2 hectares até áreas de cerca de 100 hectares).

O Segundo Salto - muitas vezes identificado com o nascimento do urbanismo - também começou independentemente em vários lugares em épocas diferentes e, sustentado pelo desenvolvimento de práticas agrícolas mais intensivas, como os trabalhos de Irrigação em grande escala, permitindo assim que cidades compactas atingissem dimensões que chegaram aos 100 quilómetros quadrados.

O Terceiro Salto ocorreu no século XIX, quando a Industrialização na Europa principiou a sustentar uma taxa maciça de crescimento urbano que se estendeu depois a todo o planeta.

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Tóquio (bairro de Akihabara)- Japão. Uma das mais fervilhantes cidades do mundo. Segundo dados oficiais, Tóquio é o principal centro político, financeiro, comercial, educacional e cultural do Japão. Local de grande concentração populacional, Tóquio é a exuberância máxima de luz, cor e vida.

Densidade Populacional
As Cidades Actuais podem ocupar superfícies superfícies de vários milhares de quilómetros quadrados e agrupar até 15/30 milhões de habitantes, como é o caso pontual da cidade de Tóquio, no Japão, líder máximo da densidade populacional com 36.669 milhões de habitantes e neste ranking, (em 2º lugar) a cidade de Delhi, na Índia, com 22.157 milhões. Em terceiro, a cidade paulista de seu nome, São Paulo, no Brasil, com 20.262 milhões de habitantes - estimativa dos últimos censos nestes países de vasta população.

Há ainda a registar que, embora os seus centros apresentem amiudadas vezes elevadas densidades populacionais, as suas densidades médias são relativamente baixas.

Cada um dos três grandes aumentos de dimensão esteve associado a mudanças nos métodos de comunicação. O Urbanismo dos primeiros tempos, por exemplo, relacionava-se com o desenvolvimento das formas materiais de Armazenamento de Informação - incluindo a escrita - da mesma forma que, a vaga actual de expansão citadina, esteve associada ao advento dos meios de comunicação mecanizados, como os jornais e os caminhos-de-ferro.

Hoje, na imensa aldeia global em que estamos inseridos, pela Internet, na navegação cibernauta (no que se potenciou nestas últimas décadas em grande investimento e redes sociais mundiais que conectam e estabelecem contactos de comunicação sem precedentes e meios de transporte mais baratos, tais como as viagens aéreas de baixo custo), a realidade transmutou-se.

A Sociedade Moderna foi assim alterada de forma quase radical, unindo/decifrando as línguas, os hábitos, costumes, e até comportamentos ancestrais, mesmo nos lugares mais recônditos e de longínqua distância geográfica; a poderosa «arma» da comunicação que, infere hoje, a dita globalização.

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A Magnifica Cidade de São Paulo, Brasil. A sua densidade populacional de um pouco mais de 20 milhões de habitantes, ressurge como ninfa cosmopolita de uma era moderna de grande impacte.
São Paulo é a cidade mais populosa do Brasil e da América do Sul. É considerado um centro financeiro, político e económico, tanto localmente como internacionalmente.

A Multiplicação
Cada um destes saltos de crescimento permitiu a Multiplicação (por cem) das dimensões dos maiores povoamentos e, se acaso se admitir que as Cidades Industriais podem aumentar à mesma taxa, então são e possivelmente sê-lo-ão ainda por algum tempo mais, com as infraestruturas sociais e de comunicações existentes, cidades compactas acima dos 10 mil quilómetros quadrados...

A Trajectória Alternativa de Crescimento que também ocorreu em todas as fases anteriores, é na direcção de povoamentos muito vastos, de baixa densidade e com populações dispersas, os quais podem exceder largamente as dimensões máximas possíveis de qualquer aglomerado populacional compacto, utilizando a mesma estrutura de comunicações.

No caso do Urbanismo Industrial, esta trajectória de crescimento é dramaticamente ilustrada pelo desenvolvimento da chamada «Megalópole» da costa oriental (em redor de Nova Iorque), nos Estados Unidos, e pelas grandes cidades da Europa.

Há que registar que, Nova Iorque - que foi fundada por imigrantes holandeses no século XVII e originalmente chamada de Nova Amesterdão - era uma típica cidade europeia compacta da época.

Já em relação à cidade de Edo (Japão), por exemplo, e que por volta de 1854, foi elevada a capital do Japão pelo xógum Leyasu Tokugawa (em 1590 d. C.), tornou-se um dos maiores aglomerados do mundo já no século XVIII e início do século XIX, com mais de 1 milhão de habitantes; e isto, apesar de repetidamente devastada por incêndios e terramotos. A seguir à restauração Meiji, na década de 1860, o Imperador nipónico passou então a residir na cidade, que foi rebaptizada com o nome de Tóquio.

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Imagem da cena do filme: A Guerra do Fogo» (1981) do realizador francês Jean-Jacques Annaud, um épico que revela o Homem da Pré-História na descoberta do fogo e sua vivência ambiental terrestre.

Conhecer o Passado para entender o Futuro...
No decurso deste longo período em que a Humanidade se fez vincular na Terra, caçámos animais, pescámos peixes e colhemos plantas; e, com o passar do tempo, também aprendemos a domesticar tanto uns como outros. Os perigos da Natureza e, em particular os provenientes dos outros homens, moldaram os nossos sentidos e reacções de fuga e de ataque. Ao vencer esses desafios, a Humanidade, como espécie, adaptou-se de forma extraordinária a uma grande variedade de ambientes - tanto mentais como físicos.

Como notou Konrad Lorenz, os homens são as únicas criaturas que conseguem caminhar 30 quilómetros em marcha rápida, depois nadar debaixo de água numa extensão de 15 metros, ao mesmo tempo que recolhem algo do leito do rio, ou do fundo do mar; e, por fim,  escalar a face abrupta dum penhasco com o auxílio de uma corda.

No entanto, no espaço de algumas gerações, em grande parte do mundo, a Humanidade abandonou completamente o modo de vida a que se tinha adaptado ao longo do seu extenso passado. Não podemos, assim, fazer mais do que meras conjecturas acerca das consequências psicológicas e físicas que esta forma de vida artificial terá na Futura Evolução Biológica da Espécie.

Os Músculos e os Sentidos que se desenvolveram para caminhar, correr e trepar, tendem a atrofiar-se em pessoas que passam a maior parte do seu tempo em automóveis e em escritórios.

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O Homem Moderno: a cidade a seus pés; a cidade que se move e se interliga, desligando-se automática ou sistematicamente dos valores aprendidos de outros tempos; a comunicação sempre presente na incomunicabilidade e reiteração de outros espaços, outras ligações humanas...

Sociologicamente mais sós...
Os Métodos que a Espécie Humana desenvolveu para lidar com conflitos - a Fuga, a Agressão e a Reconciliação - estão muito desfasadas, e em grande escala, no mundo anónimo da cidade.
Evoluímos em comunidades pequenas e íntimas (onde um estranho era coisa rara...) e as deficiências da sociedade anónima podem fazer baixar o nosso limiar de reacção a actos de agressão.

A Nossa Herança Biológica e Psicológica nem sempre se encontra bem adaptada ao ambiente que criámos - a nossa espécie muda de maneira extremamente lenta - daí que sejam necessárias centenas de gerações para o aparecimento de uma nova característica, ao passo que a cultura consegue produzir grandes alterações em apenas uma ou duas...

Existem então pertinentes questões a abordar neste contexto: Que poderá ser feito para melhorar a adaptação do Homem (homem e mulher no seu todo) - ou como se diz em psicologia, mais do que a simples soma das partes...?!

A Humanidade é, bem entendido, altamente flexível, mas precisamos saber mais sobre os nossos limites e necessidades a longo prazo. Munidos de semelhantes conhecimentos, as perspectivas de curto prazo parecerão menos viáveis, pelo que os nossos valores têm de ser encarados numa perspectiva muito mais vasta e de prazo muito maior.

Uma visão que englobe toda a espécie, que a encare no contexto do Reino Animal, também nos permitiria interagir sem preconceitos com culturas diferentes da nossa num mundo cada vez mais pequeno. Ou, de outros (maiores e transponíveis ao nosso planeta Terra) «out there» (lá fora), ou seja, outros mundos, outras formas de vida...

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Uma vida nada fácil, na Pré-História. 99% do nosso passado pertence à Pré-História; talvez com esta elevada percentagem se denote ainda hoje, actualmente, o quanto estamos enraizados, endemicamente vulneráveis ou, primitivamente indissociáveis desta realidade de há milhares de anos...

A Máquina do Tempo
Se tivéssemos uma máquina do tempo e recuássemos até à época citada, talvez a surpresa fosse maior do que a expectativa do modo de vida havida. Que sensibilidade e códigos morais, éticos ou tribais encontraríamos? Seriam diferentes dos de hoje? Certamente que sim. Ou nem tanto, se conjecturarmos a selvajaria que ainda perdura em certas práticas e certas consciências humanas de pouca ou nenhuma consciência...

Segundo afirmam os investigadores e autores textuais sobre o Futuro da Humanidade - Frank Kemp, Wulf Schiefenhövel e Göran Burennhult - o estudo da História e da Pré-História é muito importante para se compreender o comportamento dos povos actuais em diferentes regiões do globo.

Em virtude de 99% do nosso passado pertencer à Pré-História,, grande parte do nosso conhecimento do Comportamento Humano e das estruturas sociais do passado provém das descobertas da Arqueologia, da Etologia (estudo do comportamento natural de uma espécie animal e a preservação da mesma) e da Biologia - conhecimento esse, que nos preparará para respondermos aos futuros problemas da sobrevivência num mundo onde valha a pena viver.

Aqueles que não possuem a perspectiva que só se obtém olhando para trás no tempo (os incipientes, ou quiçá que intentam continuamente a ignorar o que o futuro lhes reserva, sem compreenderem ou sequer olharem para o passado), ficam diminuídos na sua visão do futuro e, uma consciência assaz pobre do passado, no que se constitui assim uma das grandes ameaças da nossa sociedade tecnocrática.

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Dizem que a felicidade vem aos molhos e quando menos se espera; oxalá assim seja na grande massa humana que todos somos, agora, em cerca de 7 mil milhões de seres e almas que andam por aí, por todo o lado, em alegria e tristeza, saúde e doença, como se diz no matrimónio cristão...

Bola de Cristal
Não há verdades absolutas em nada na vida; na criação e na finitude, ou seja, ao nascer e ao morrer, na vida e na morte. Que morte será...? E que vida nos caberá se esta não parar aqui, se esta não se finar aqui também e, tal como a evolução social futura de quem vive terrena e fugazmente todos os dias da sua vida, constatarmos que há mais para lá do que sabemos ou instámos do nosso passado sem prever esse miraculoso futuro...?

Todavia, e ainda nesta vida que vivemos, que aspectos significativos do Futuro podem ser assumidos com uma garantia relativa? Que podemos nós fazer - nós, Humanidade - para que tal nos seja dado e arregaçado de mão beijada ou, na mais creditada urgência de vida, supra-citarmos as mensagens proféticas, as ideias religiosas ou as conferências e bibliografias que nos ditam para ser felizes, para sermos e ouvirmos outros sons, outros sentidos, e acreditar que não estando sós, que somos apenas uma pequena parte do Universo que nos envolve...?!

A nossa Bola de Cristal torna-se, de facto, menos nebulosa se nos permitirmos alguns pressupostos relativamente seguros sobre certas evoluções sociais.

É do contexto geral, que se consciencializa que a maioria das pessoas estará rodeada de um grande número de outros seres humanos, porque esta é a situação actual e é, contudo, muito pouco provável que se altere.

O Crescimento Populacional ainda é substancial, sendo que os peritos concordam de um modo geral que pelo ano 2100 (mesmo com a diminuição da taxa de crescimento), a população mundial poderá duplicar ou até triplicar num espaço de tempo relativamente pequeno.

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Vila Madalena, na cidade de São Paulo (Brasil). A multidão, povo ou simplesmente a grande massa humana de quem está de bem com a vida, assistindo na via pública a um jogo de futebol entre o Brasil e o México, no que sempre augura boa disposição (se o Brasil ganhar...) na «FanFest» divulgada para o efeito.

Explosão Demográfica/explosão de alegria...
Há ambientes únicos: os da comemoração e honras por outros de festividades locais ou regionais; além as desportivas que alavancam todas as alegrias da Terra e soterram outras, as tristezas que não pagam dívidas, como se tem por hábito dizer.

Não se sabe se o Ambiente Natural suportará ou não o ímpeto desta Explosão Demográfica; contudo, aposta-se nisso, pois as mais avançadas tecnologias de informação (de multimédia e outras) permitiu às populações humanas desafiar as restrições do espaço vital e dos recursos naturais que funcionavam no passado - a nossa espécie ocupou a maioria dos nichos terrestres, deixando a Antárctida como o único continente (quase) vazio.

Por outro lado, as Rotas Marítimas Mundiais, transportam os perigosos detritos do crescente comércio internacional, no que se tem divisado esquemas para a colonização dos Oceanos (ou espaços marítimos mais alargados nesse contexto territorial, como é o caso de Portugal que se estendeu por mar) e, com aeroportos e cidades flutuantes. O que nos apraz poder ser uma obra arquitectónica de ficção científica, acaba sempre, invariavelmente, por se realizar anos mais tarde nas décadas vindouras.

Alterações Climáticas, o aquecimento global e outras contingências semelhantes, tudo fenecem, tais como a enorme poluição dos mares e oceanos em que chega a ser absurdo as quantidades de plásticos e poliéster que grassam nos mares (no que a comunidade científica tem alertado para a perigosidade dos mesmos pelo que estas substâncias são ingeridas pelos peixes na sua cadeia alimentar e, subsequentemente, pelo ser humano), além as descargas petrolíferas e da lavagem dos contentores, inundando tudo.

É sabido que existem inúmeros outros perigos; perigos indirectos que nos cabe a nós, Humanidade restringir, diminuir, limpar e reciclar, se possível.

Não se sabe quantas espécies se extinguem actualmente, todavia, acrescenta-se que cerca de 20% (em número sempre crescente) de todas as espécies de aves, perderam-se para sempre e, a lista das que se encontram em perigo vai crescendo também, o que não é de admirar, considerando que os ecossistemas mundiais mais importantes - como a bacia amazónica - estão a mingar sob o impacte da colonização humana e do tal devastador Aquecimento Global, atribuído à combustão do carvão e do petróleo.

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Cidade de Caracas, Venezuela (oficialmente República Bolivariana da Venezuela): A Repressão da Guarda Nacional Bolivariana, aos estudantes que protestam nas ruas da capital venezuelana contra o governo ditatorial deste país. Avizinha-se uma Guerra Civil, e o mundo assiste incrédulo...

Dislates da Humanidade...
A nada se fazer contra isto (desde as alterações climáticas, ao apodrecimento marinho dos mares e oceanos, às crises humanitárias dos refugiados até às guerras interinas dos países em convulsão política e de grande conflitualidade entre os seus povos), um dia destes, o nosso maior pesadelo será o não termos abrigo nem suporte ou condição alguma de refúgio e albergue que nos dê sustentabilidade ou habitabilidade no futuro.

Nós, Humanidade, temos de ter o discernimento e capacidade de decidir e parar com esta atitude hemorrágica de crude e de sangue nas veias e nas entranhas (não só dos mares e oceanos mas também nas de outros territórios e de outras espécies) entre elas, o ser humano. E se isso não for importante, que mais será então...?

Não seremos, porventura, uma sociedade sem futuro, por muito que tivéssemos abalado com uma mala de cartão (cesta de vime ou mochila às costas, tanto faz) à procura da aventura mas também da abastança ou até da liderança? E tudo, em profunda saudade mas nenhuma integridade de voltarmos às raízes, às origens, ou ao mais recôndito lugarejo de onde viemos; seja no Michigan (EUA), seja em Lassa, no Tibete.

Somos aventureiros mas desgraçadamente amnésicos quando nos não interessa rever ou regressar ao passado - ou realçar que temos mais a aprender com esse passado do que com o futuro que ainda não sabemos definir. A existir um apagão electrónico à escala planetária, a Humanidade sucumbiria. Muitos o têm alertado; outros tantos o têm propagado nas mentes mais distantes ou confusas sobre esta hipotética e futura realidade.

Sem criar pânico infundado ou ramificar os receios (muitos!) de certas populações, certas massas populacionais que se vêm agora a braços com medidas urgentes de um volte-face governamental - ditatorial ou prepotente sobre um povo martirizado - há também que estar atento.

Ninguém pode pactuar com a tortura, os maus-tratos, os direitos humanos devassados ou, no pior dos cenários, com o genocídio de populações (não é de todos ignorado o que se passa na Venezuela, em fome e insegurança, criminalidade e desconfiança das populações devido à escassez de alimentos, saúde e tantos outros serviços institucionais que estão em franca debandada ou em deficitária actividade por medidas governamentais que não estão à altura do seu povo), além as guerras intermináveis na Síria, no Afeganistão, no Iraque e tantos outros pontos do globo em que o terrorismo é rei.

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Zona Oriental da cidade de Lisboa, Portugal. Na imagem, a ostentação de uma magnífica obra da engenharia civil humana entre um rio que se alonga de um mar que o abraça e se deita com este, sob o olhar cúmplice do edifício «Myriad» (de 140 metros erguido sob as águas do Tejo) de pertença da cadeia de hotéis Sana Hotels, em Lisboa, no Parque das Nações.

A minha imagem preferida: talvez o que Vasco da Gama terá olhado pela última vez, ainda antes de partir para a Índia... de coração aberto ao rio (Tejo) e ao mar, sob um Atlântico que nunca adormece mas nos apazigua a alma. O meu deleite é saber que, em português, eu sonho, penso e nado nas correntes de uma outra certeza e consciência de que ainda há salvação para a Humanidade.

Agir e Acreditar!
Os tempos não são de bonomia. As economias reflectem-se moderadas ou mesmo estagnadas; em toda a parte do mundo. Por muito que haja a livre circulação de pessoas e bens, em muitos casos, haverá sempre populações mais carecidas (e subnutridas!) e muito infelizes, por outras excessivamente polarizadas no consumo e na grande orgia populista de bens que à priori nenhuma falta fazem mas se não refreiam ante o abusivo apelo (muitas vezes) da publicidade e do enfoque mediático na propagação quase lunática de marcas ou slogans que os enfatizam.

É assim esta nossa sociedade moderna. Também porque ninguém quer (de livre vontade) voltar à Idade da Pedra e começar a fazer fogo com dois paus ou ter de abater um animal com as suas próprias mãos para comer. E mesmo que seja vegetariano ou de outra simbologia/vertente contrária na ingestão de alimentos animais, o não poder sorrir ante a expectativa de se safar melhor no meio rural, se não tiver condições, sementes e habilidade agrícola - em conhecimentos e aferições - para a sua sobrevivência.

Mas temos de o tentar pelo menos. Agir e acreditar são duas facções necessárias a essa mudança, a essa mais-valia global, se acreditarmos que de facto é mesmo necessário mudar e fazer algo para que não haja depois um não-retorno.

As cidades são pólos magníficos de toda a nossa moderna e quase austera civilidade (em que ninguém se cruza, cumprimenta ou sequer perde alguns segundos a ser respeitador, cavalheiro ou simpático...) para termos de consciencializar uma outra mentalidade - sensitiva sim, mas de outra acção e outras práticas - sobre recursos naturais que não técnicos ou ligados à corrente.

E isto, se quisermos enaltecer e sobreviver dentro de algum tempo - se acaso os maiores temores dos cientistas se concretizarem de estarmos à beira do fim planetário por vias de um qualquer acontecimento nefasto desde as emissões dos raios-gama até ao impacte brutal de um qualquer asteróide que profane a Terra.

Ou, pior ainda, para nosso grande pecado capital (lá está o mesmo pecado judaico-cristão) de termos sido nós, Humanidade, os causadores letais dessa extinção e execução calamitosa sobre o planeta: A Guerra Nuclear!

Finalizando em Paz que não a Guerra (Make Love not War, lembram-se?) aqui deixo o repto citadino desta minha linda urbe à beira-mar plantada de, sejam felizes e façam alguém feliz, hoje, pois que amanhã já poderá ser tarde no restolho do que então ficou ou, na devassidão do que não restou em recolha ou recordação, se um dia (brevemente ou à distância de todo o tempo do mundo), verificarmos que nada temos, nada possuímos a não ser nós próprios, tendo de recomeçar tudo de novo... se sobrevivermos a mais uma razia da Humanidade...

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